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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Histórias do Passado: Uma festa que acabou à porrada

Às festas em honra da Senhora dos Verdes, vinha gente de todas as povoações das redondezas: Penaverde, Prado, Valagotes, Fonte Fria, Matança, Matela, Moradia, Vila Cova do Covelo, Campina, Sezures, Vacaria, Boco, Quinta da Ponte, Colherinhas e Dornelas. Esta festa, bem como outras, são férteis em histórias e, por vezes, terminavam em porrada. Foi o que sucedeu numa destas festas nos anos 40. Recordemos essa célebre festa que ficou na História e que por pouco não redundou em tragédia.



Nesse dia 15 de Agosto, formou-se um grande barulho entre os de Forninhos e os da Matela, as provocações e agressões físicas surgiam de parte-a-parte ao ponto de muita gente abandonar a festa. Uma parte dessa gente veio para Forninhos e quedou-se em frente à taberna do Sr. José Bernardo aguardando notícias do resultado desse conflito. O Sr. José Cardoso, autor do Livro Memórias do Meu Querido Torrão Natal "Quinta da Ponte", foi um dos que presenciou tal episódio "A primeira notícia chegou através do Xabregas de Forninhos, que apareceu em frente à taberna do Sr. José Bernardo com o cabelo a escorrer sangue, devido a uma cacetada que lhe tinham dado na cabeça." "Por vezes, nestas zaragatas, vinham-se a incluir indivíduos que nada tinham a ver com o conflito original, mas porque interferiam a favor duma das partes...sujeitavam-se às consequências, o que possivelmente foi o caso do Xabregas e do Joaquim Móca".
Agressões físicas deste género sucediam em diversas festas e até em algumas feiras e nos dias seguintes, o assunto dominava as conversas nas ruas e tabernas e sobre esse dia 15 de Agosto que deu muito que falar chegaram até nós uns versos dedicados pelo Manuel Luzío da Moradia:

Foi no dia 15 de Agosto
Em volta da Capela
Formou-se um grande barulho
entre os de Forninhos e os da Matela
Para onde vais Joaquim Moca
com o teu sachinho na mão?
Vou para a Senhora dos Verdes
Vou ver quem tem razão.

Além dos dias de festa de Nossa Senhora dos Verdes, aos Domingos, Forninhos também era uma povoação muito frequentada. A gente da Quinta da Ponte, Moradia, Matela e Valagotes frequentemente assistiam à missa dominical e alguns aproveitavam para fazer compras na casa comercial do Sr. José Bernardo, que além de taberneiro, vendia um pouco de quase tudo. Forninhos era uma terra de gente alegre e de muita mocidade e assim, por vezes, formavam o seu bailarico aos Domingos. Houve uns anos em que o padre não permitia que fizessem esses bailes em qualquer dia ou lugar da freguesia. A maior parte da população obedeceu às regras do padre por diversos anos, mas alguma mocidade, a menos conformada, frequentava bailes em terras distantes, de maneira que o padre não viesse a saber. Esta época foi prejudicial para a mocidade desta terra, principalmente para algumas raparigas porque com estas regras, talvez tenham perdido oportunidades de casamento ou de melhores casamentos. 
Nesta época em que não era permitido os bailes em festas religiosas, por determinação religiosa, num dia de festa em honra da Senhora dos Verdes a mocidade resolveu formar o tradicional bailarico, mas quando o baile já estava animado, foram surpreendidos com a presença da Guarda Republicana que rapidamente ordenou o fim do baile, proibindo que tocassem ou dançassem na área da periferia da Capela. Só que a mocidade desta terra (e das redondezas) não se deu por vencida e foram continuar o baile no meio de uma mata a uma distância considerável da Capela.

Fonte: Histórias do Passado de Forninhos, parcialmente já registada por José da Costa Cardoso, no seu Livro Memórias do Meu Querido Torrão Natal "Quinta da Ponte".  A nossa história merece sempre destaque e se alguém a registou devemos dá-la a conhecer e dela ter orgulho. Não concordam?
Muito bem-haja Sr. José Cardoso por me ter endereçado/oferecido o Livro sobre a memória da sua querida terra natal e por autorizar a publicação do todo ou partes no "blog dos forninhenses". 

Nota final:
Decerto este blog não tem só leitores estrangeiros ou mais novos que eu, tem também leitores que viveram nesta época e presenciaram episódios do passado, por isso, convido-vos a deixarem aqui, pelo menos, um comentário com esse contributo. Não dói nada.

27 comentários:

  1. Anónimo1/11/2013

    Sem palavras este tua narrativa...
    The Best!
    Recordo em miúdo, rivalidades com as freguesias vizinhas, principalmente a Matela, mas mais tarde entre os próprios forninhenses, muitas vezes entre familiares; nestas festas, em que talvez empurrados pelo tinto, geravam pancadaria por divergências antigas.
    Festa que se prezasse não podia passar sem haver "barulhos" e corria de boca em boca.
    Vinha tudo a correr, "ai Jesus que eles se matam!"
    Vou tentar indagar junto dos antigos, pormenores das suas lembranças sobre estes "festejos".
    Fiquei completamente rendido!
    Até porque os de Forninhos, nunca foram bons de assoar!

    XicoAlmeida


    XicoAlmeida

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  2. Nestes tempos a rivalidade entre os povoados vizinhos acabava sempre à porrada, mas ainda bem que a ‘tradição’ já não é o que era, pois neste caso, com ou sem tintól, é bem dispensada.
    Mas o aqui descrito sobre naquela época o padre proibir os bailaricos aos Domingos e em festas religiosas e a presença da Guarda Republicana a ordenar que não tocassem e dançassem é mesmo uma daquelas imagens em que a Igreja e o Estado Novo, eram pródigos!
    Para que este e outros dias de festa e os Domingos do passado, não fiquem no esquecimento tentem os mais novos, no fim de semana, junto dos mais antigos saber outros pormenores. 'Gracias'.

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  3. Boa tarde.
    Mais uma vez se verifica que este Blog nos diz coisas boas e algumas mais ruins do nosso passado.
    Episódios como este, em dias de Festa, fosse em Forninhos, Matela, Moradia ou outra qualquer Aldeia vizinha, isto tinha que acontecer, soco e pontapé por todo o lado.
    Até parecia que era da praxe.
    Nos tempos em que era proibido os bailaricos em Festas, esse já não é do meu tempo, pois que eu saiba sempre se fizeram bailes nos dias de festa e não só.
    " Belo episódio este".

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    1. Tudo faz parte da história da nossa terra, mesmo quando falamos de pancadaria, de incêndios ou da morte e escrever-se somente as boas coisas do passado (ou do presente) é faltar com a verdade sobre a nossa memória e história colectiva e local.
      Dizes tu, que saibas sempre se fizeram bailes em dias de festa e outros, mas agora através deste meio de comunicação podes ficar a conhecer que numa época por determinação religiosa eram proibidos os bailaricos.
      Esta proibição e episódio da festa que terminou em porrada está registado no Livro do Sr. Cardoso, da Quinta da Ponte, que teve conhecimento directo dos factos e, isto, para quem quer escrever as memórias de uma terra, é muito, muito importante.



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  4. Anónimo1/11/2013

    Sem querer fugir ao tema (e sub-temas implicitos) a que voltarei sem a ele fugir, porque me está a dar um gozo tremendo, estas rixas fizeram lembrar-me um filme antigo dos finais da década de 1930, chamado Aldeia da Roupa Branca; quem é que ainda não o viu, velhos e novos?
    AS demandas entre a viúva Quitéria e o compadre Jacinto, por causa dos negócios das hortaliças e das roupas lavadas na ribeira para as senhoras de Lisboa; de permeio os derriços pela Gracinda (Beatriz Costa) pelo filho da viúva e o Chico, filho do Jacinto( também em Forninhos e aldeias vizinhas,muitas zaragatas se armaram pelos namoricos), culminaram no dia da festa da aldeia, com a pancadaria entre os elementos das duas bandas convidadas individualmente por cada um deles, a da Malveira e a de Caneças, extensivel, claro ao bailarico.
    Um festival de pancada.
    Parecia o espisódio aqui relatado na Sra. dos Verdes!
    No fim, abraçaram-se os trombones, beijaram-se os saxofones, os dois comprades fizeram tréguas e acalmando a turbe apelaram à paz emocionados. Bonito!
    E no fim a Gracinda ficou com o Chico!
    Parto-me a rir com este filme.

    XicoAlmeida

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  5. Porrada!... Era o aliviar do "stress" desse tempo: Penso que não era exclusivo de Forninhos, mas do todo português; romarias e futebol eram pretexto para aliviar o "stress"; homem de cujo nome se gabasse, tinha de andar à porrada, e se metesse GNR, acabava a rivalidade e uniam-se contra o Estado Novo.

    PS: hoje faz falta a união contra o estado velho ;)

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  6. Anónimo1/11/2013

    En aquellos tiempos las rivalidades estaban al orden del día; por cualquier circunstancia se levantaban polvaredas y celos.
    Muy buen Post.
    Um abraço.

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  7. Puxa, que história!!1 Cada uma!! beijos praianos,chica

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  8. O senhor Jose Cardoso, um muito caro amigo meu, fez muito bem lembrar estes factos passados, que eram nao muito dignos de louvar, mas aconteceram. De facto festa e romaria, onde nao houvesse pancadaria, nao tinha graca nenhuma!!!
    Nesse seu livro refere tambem, factos parecidos, acontecidos na romaria da Santa Eufemia da Matanca.
    Ainda me lembro em crianca, dessa bendita proibicao, de festas profanas e bailes, nos dias das festas religiosas, mas isso era mais coisa de Bispos do que da propria Igreja Catolica.
    Como alguns vos saberam, o concelho de Fornos de Algodres, tem 13 paroquias da Diocese de Viseu e 3 na diocese da Guarda, ora os da da Guarda faziam festa rija, com musica e fogetes e, nos os da de Viseu, era missinha e prossicao, que nem filarmonica podia ter!

    Bem haja Senhor Cardoso e amiga Paula por este artigo.

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  9. Bom dia festa que é festa ,tem que ter as suas zaragatas, nesses temporais festas eram guardadas por alguns para os ajustes de contas, então bastava uma pequena "faísca"e logo começava o pandam. Outros tempos, embora hoje quase acontece o mesmo.

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  10. Também eu me lembro de quando havia baile na casa do povo, era rara a vez que não houvesse bulha entre a rapaziada. Como também nos jogos de futebol, cada vez que os da nossa terra jogavam com os de Dornelas, no final havia quase sempre pancadaria. Nas festas, bailes e futebol a zaragata já era de praxe.

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  11. As romarias anuais muitas vezes serviam para beberem um copo, como para se enfrentarem a doer, porque a rivalidade entre terras já vinha e vem de há muitos anos. Já na altura da festa a S. Pedro, no largo da Capela de S. Pedro, as rivalidades entre Forninhos, Dornelas e Penaverde metiam tacanhada e muita pedrada. Em Forninhos diz-se, por exemplo, que a Capela de S. Pedro foi destruída devido à rivalidade entre estes povos e porque o Santo (imagem de S. Pedro de Verona) era deles (Penaverde). Terá sido roubado pelos de Forninhos?
    Umas histórias são mais antigas, outras mais recentes, umas são reais, outras até podem ser “contos de fadas”, a verdade é que a rivalidade era indiscutível e não metia só porrada em dias de romaria e jogos de futebol, metia ainda malícia nos versos e esses versos, produto da inspiração popular, chegaram até nós.
    Se conhecerem versos, partilhem.

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  12. Anónimo1/14/2013

    No dia 15 de Agosto
    Uma guerra se levantou
    Os de Forninhos contra Matela e Moradia
    O João Rato foi o rei da freguesia
    Maquiou seis da Matela
    E quatro da Moradia
    E ao outro dia
    Ainda foi para lá dos Moinhos
    Roubar um saco de grão
    Sem ninguém lhe cobrar maquia.

    XicoAlmeida

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  13. Anónimo1/14/2013

    Alguém me contou que os "culpados" foram o Tio Zé Carau e o padre Horácio.
    Parece que os da Matela, durante a missa, andavam a fazer a ronda a tocar guitarra.
    O padre não gostou e o Tio Zé Carau foi-se a eles e virou as mesas de pantanas.
    Começou a "festa".
    Mas festa brava, daquelas á séria!
    Não sei como, mas apareceram forquilhas e gadanhos com pedradas à mistura e era vê-los a "abrir" pelo meio das matas.
    Um forninhense houve (não cito o nome)que ao chegarem à Lage da Maria Fernandes (Ribeiral), deitou as calças abaixo, virou-se para os da Matela e deu-lhes o cú a beijar!
    Danados para a brincadeira!

    XicoAlmeida

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  14. Por isso é que o Manel Luzío "da Moradia", em verso, dizia:

    As pedradas era tantas
    E as rivalidades tão grandes
    Que correram os da Matela
    Até à lage da Maria Fernandes.

    E o Sr. José C.Cardoso aditou:

    Para acabar a zaragata
    E terminar esta guerra
    Forninhos correu os adversários
    Até próximo da sua terra.

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  15. Anónimo1/14/2013

    Era vê-los a correr
    caindo pelo caminho
    cada cabeça partida
    valia um copo de vinho

    Chegaram todos pimpões
    partiram em debandada
    agarrados aos col###
    pois eles valiam nada

    Eram gritos e mais gritos
    Mas eram gritos de dor
    fugiam tão aflitos
    com as ceroulas doutra côr


    XicoAlmeida

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  16. Muito interessante toda a recolha do comentador Xicoalmeida que ainda nos informa que afinal tudo começou porque os da Matela, durante a missa, andavam a fazer a ronda a tocar guitarra. Porque carga d´água os da Matela na hora da missa tocavam guitarra?
    Ainda bem que há quem tenha uma vaga ideia dessa história passada no Século XX para que ainda possa ser contada e lembrada no Século XXI (por nós).
    E,
    Pela versalhada dá para perceber, que na época os de Forninhos não eram molezinhos e ao fim ao cabo só não houve mortos, se calhar por milagre da Senhora dos Verdes!?!

    Bem haja Xico pela partilha.

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    1. Anónimo1/15/2013

      Não tens que agradecer, apenas espero que outras pessoas também tentem inquirir, junto de familiares mais velhos ou amigos exemplos para registar, qual gravação de memória futura.
      Quanto à "batalha", eu acho que andaram à gadabunha, em homenagem à Senhora dos Verdes.
      Reza a lenda que ali foi exterminada a praga de gafanhotos.
      Os de Forninhos, embuidos na fé, quiseram fazer o mesmo aos da Matela e Moradia.
      Que Nossa Senhora me perdoe esta ousadia!

      XiacoAlmeida

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  17. Anónimo1/15/2013

    Que raio de ideia essa de proibir os bailaricos!
    Até porque na altura não se dançava agarradinho e era à vista das mãezinhas; Tristeza!
    Também alguém me contou que há setenta e tal anos atrás, havia em Forninhos um padre bastante alto, chamado Albano, que não deixava dançar no terreiro da Nossa Senhora dos Verdes.
    Então, encostados à vinha rente ao terreiro, tocavam concertinas e realeijos, quase sempre do Prado e das Forcadas e armava-se o baile, que durava até o padre aparecer.
    As de Forninhos mal o avistavam, encostavam-se ao muro, com ar de santinhas; as de fora continuavam.
    E o padre dizia para as de fora:
    - Pecadoras, ponde os olhos nas de Forninhos que sao um exemplo!
    Costas viradas, novamente bailarico armada.
    E siga o baile...

    XicoAlmeida

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  18. Anónimo1/15/2013

    A Aluap, faz referência à casa comercial do Sr. Zé Bernardo.
    Do pouco que tenho em memória, mas pelo que alguém também me contou, aquilo já era o protótipo dos modernos centros comerciais, com mais categoria que qualquer Colombo ou Dolce Vita!
    Senão reparem na extensa gama de produtos:
    Servia de tasca, vendia mercearia, rabos de bacalhau, roupas, vinho e bagaço, forquilhas, pás e enxadas, pregos e martelos, ceitoiras, sabão e adubo, petróleo para os candeeiros, etc.
    Tinha a caixa do correio, ali se liam e ditavam cartas, a Maria perguntava à Isabel se a carta trazia boas notícias da América, pois o envelope tinha aquelas riscas azuis e vermelhas.
    Por detrás era a farmácia e o taberneiro virava enfermeiro.
    Cuidava das feridas, desinfectava,destorcia ossos e dava clisteres, injeções e até aplicava pegões. Além de arrancar dentes!
    Também era Conservatória, pois ali se fazia o registo dos nascimentos!
    E esta Hemm!!!!

    XicoAlmeida

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    1. Pois é Xicoalmeida, como se vê Forninhos mexia muito e havia quem tivesse outras actividades complementares que não apenas o cultivo agrícola. Por exemplo, o Sr. José Bernardo, que pode dizer-se foi também enfermeiro e quase médico dentista.
      Na minha meninice lembro que havia para aí quatro comerciantes estabelecidos, tabernas e vendas do tipo mini-mercado, que vendiam um pouco de tudo. E como já escrevi no outro dia, até como indústria local teve Forninhos fabrico de azeite em um antigo lagar. Mas tudo se evaporou. Os bons homens também.

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    2. Anónimo1/15/2013

      Não esquecendo o alambique e fábrica de blocos.

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  19. Tenho ideia que em Forninhos, por um lado, havia o padre e as mulheres; por outro, os homens e os miúdos e adolescentes.
    Os homens eram quem armavam as zaragatas (na maior parte dos casos sem qualquer motivo), mas às vezes, porque aconteceu em Forninhos num 15 de Agosto, por causa da Igreja/padre.
    Os miúdos e adolescentes, acho com eles tudo estava sempre bem e tudo era uma brincadeira. Por exemplo, para eles o terreiro da Senhora dos Verdes era como o largo da Lameira, isto é, o jardim de infância que nunca tiveram. E digo isto porque até sei que ficaram gravadas para sempre o dia em que por divertimento carrejaram pedras para ajudar os homens de Forninhos a correr à pedrada os da Matela!
    As mulheres, coitadas, passaram-lhes a ideia que por bailarem eram uma espécie de pecadoras e repetiam isto até à exaustão! Não sei se acontece o mesmo em todas as terras, mas hoje em Forninhos aquelas que na altura do Sr. Pe. Albano não dançavam, hoje são as que mais dançam!
    Ainda hoje se ouve dizer em Forninhos:
    - Fulana ou sicrana não dançou quando era nova, agora de velha tira a desforra!

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  20. Anónimo1/17/2013

    Haver o padre e as mulheres tem certa lógica, porque afinal era tudo saias.
    As catequistas eram mulheres, as mordomas mulheres eram, comungar, quase só mulheres, as beatas eram mulheres.
    Tudo na fé de Deus e na sombra da batina do padre.
    O resto era quase tudo pecadores, por isso o pecado dos homens era muito trabalho e andar à pedrada, tanto fazia ás ovelhas, como à cabeça da vizinhança.
    Tá gira essa das crianças carrejarem pedras para ajudar à festa, já estava na massa do sangue.
    A tradição já chegou à capital, parece que copiaram, basta ver a quantidade de pedras, constantemente atiradas em frente à Assembleia da República.Invejosos, não podem ver nada!
    E agora com velhas e novas, fulana ou sicrana, Siga o Baile!!!!!

    XicoAlmeida

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  21. Na epoca atras referida, com respeito a zargatearia.Os de Forninhos, estavam numa posicao basta elevada; nao sei se um bom Abitro, seria capaz de lhe conceder o numero 1. Pois alem do mais, todos os anos, quando os rapazes iam a Inspecao a Aguiar daBeira,juntos com os de Dornelas,Corticada e Cruche.Havia porrada com fartura.
    Ainda me lembro dum parente meu,aue nasceu em Forninhos, terra de seu Pai,e criado na Quinta da Ponte, terra de sua Mae. Como nasceu em Forninhos, teve de ir a Inspecao a Aguiar da Beira. Pois nesse dia a zargata foi tao grande, que diversos da turma
    regressaram sangrentados e ele foi um deles. Bem; ele tambem era vergalho, nao sei se por nascer em Forninhos se por ser criado na Quinta da Ponte. Mas, como voces atras referem, se porrada nao havia,festa.

    J. C. C.

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    1. Anónimo1/22/2013

      Aprecio imenso este seu testemunho.
      Não imaginava que outrora a inspeção fosse feita em Aguiar da Beira.
      A minha já foi feita no 14 em Viseu.
      Essas porradas eram a pimenta da festa; fazia parte da cultura.
      Até isso se foi perdendo.
      Agora, por um maço de cigarros mata-se uma pessoa.
      A violência diária, é na base de pistolas, facas, caçadeiras e até já de metralhadora.
      Nesses tempos deixava-se a chave na porta...
      Um abraço

      XicoAlmeida

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  22. Com isto tudo.... é seguro um forasteiro de Leiria enamorado de uma moçoila dessas aldeias ir à festa de forninhos ou da matela nos dias de hoje?

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