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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Para Quem Gosta de Queijo

Na nossa região fabrica-se queijo de ovelha nos meses que vão de Novembro a Abril. Depois da ordenha, pela acção do cardo, o leite coalha, i.é., transforma-se em estado pastoso tomando então o nome de coalhada. Para fazer o queijo, deita-se a coalhada no acincho colocado na francela. A coalhada, espremida no acincho fica mais compacta e liberta do soro, obtendo-se assim o queijo fresco. Para ganhar cor, é posto sal em volta, uma espécie de salmoura, durante 3 ou 4 dias para encascar, tornando-se com o tempo amarelado. Porque o frio é que o faz bom, o mais saboroso e manteigudo é o de Janeiro, que é vendido no mês de Fevereiro e na 1.ª quinzena de Março.
Agora a lenda.
Conta-se que há muitos anos, andava um dia um pastor com as suas ovelhas e passou por ele um outro rebanho conduzido por uma linda pastora. Encantado, pôs-se a segui-la de longe e assim andou todo o dia. Quando a noite chegou, deu conta que tinha perdido o odre de leite. Depois de procurá-lo durante os três dias seguintes, encontrou-o. Ao abri-lo, reparou que o leite se havia transformado numa espécie de massa branca coberta por um líquido amarelado. Cauteloso, provou um pouco daquela massa e gostou. E assim nasceu o famoso Queijo da Serra.

Fonte "A Lenda do Queijo da Serra": http://ofigueirola.blogspot.com/

30 comentários:

  1. O queijo de ovelha da nossa região é conhecido por queijo da serra, desde a alguns anos atrás, chamaram-lhe “QUEIJO SERRA DA ESTRELA” e é certificado, é um produto muito apreciado e… também um pouco caro, mas é muito bom.
    A feira de Fornos foi a que mais queijo transacionava (umas boas toneladas todos os quinze dias), eu conhecia muito bem esta feira, hoje quase extinta em relação ao queijo e, quanto a mim, devia continuar a ser o baluarte deste produto, que foi a principal fonte de receita dos habitantes, tanto do concelho como de outros circundantes, mesmo o de Aguiar da Beira.
    Nem todo o concelho de Aguiar da Beira está abrangido pela zona demarcada do queijo da serra, por exemplo: a sede do concelho não está, por isso, não podia ter um mercado deste produto, nem nunca teve, mesmo antes da demarcação.

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  2. Eu gosto de todo o tipo de queijos e requeijão, mas o que eu mais aprecio é o queijo da Serra amanteigado feito pelas queijeiras das aldeias que são vendidos nas feiras porque são queijos genuínos, o queijo que se compra nos supermercados são uns queijos com um gosto totalmente diferente dos queijos caseiros.
    Um queijo de que eu também gosto bastante é o queijo de cabra feito pela tia Prazeres do tio Bartolomeu que vive nos Valagotes, é um queijo que é bom tanto curado como seco.
    Alguns anos atrás ainda cheguei ir a Forninhos por esta altura, para comprar queijos tanto da Serra como de cabra e uns requeijões, mas como o queijo está muito caro e as viagens nem se fala deixei de lá ir comprar os queijos, já tenho saudades desse queijinho amanteigado tanto do da Serra como do de cabra, o requeijão lá vou comprando por aqui, não são tão bons mas dá para matar as saudades.

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  3. Boa noite .O queijo de Janeiro e o melhor ,bem amanteigado por isso e mais caro .Mas o soro que sai do queijo também e muito bom ,eu gostava muito e os requeijões que delicia .

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  4. Gostos são gostos e eu não gosto de queijo…nem do cheiro, mas sei que houve pessoas da nossa terra que vendiam nas feiras, principalmente, na de Fornos, arrobas de queijo de muito boa qualidade. O tio Daniel Ferreira, por exemplo.
    Tirando a feira de Fornos, muito próximo de nós, a Feira Nova também sempre teve fama de se encontrar bom queijo da serra e creio que a feira/festa do Pastor e do Queijo mais antiga é a do Mosteiro, Penaverde. Faz-se desde 1983.

    Boa Noite e Um Queijo da Serra ;)

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  5. EU GOSTO MUITO MUITO DE QUEIJO DA SERRA . QUANDO VOU A PORTUGAL VENHO COM AS MALAS CHEIAS . MAS TEM DE SER CASEIRO COMO SE FAZIA NA NOSSA TERRA .MAS AGORA TUDO MUDOU A MAIORIA JA E DE FABRICA . SE FOR POSSIVEL MANDAI A PROVA DESSE QUE ESTA AI AO LADO. ATE ME ESTA A CRESCER AGUA NA BOCA ……………
    M. DUTRA

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  6. Paula,

    Eu gosto muito de queijo, e apesar de ter mais ovelhas aqui do que gente, risos, eu nunca comi.
    Aqui elas andam com um pastor e geralmente um ou dois cachorros.
    Gostei muito desse post.
    Abraço de retorno. Estava sentindo falta de nossas partilhas.
    Beijos

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  7. A nossa gente emigrante, são quem leva para o sítio onde estão este queijo e ajudam a mostrar como produtos de excelente qualidade podem ser fabricados em aldeias como a nossa.
    Hoje o queijo da serra já é um produto reconhecido, pelo menos, a nível nacional, em Setembro último foi eleito como sendo uma das 7 maravilhas da gastronomia portuguesa, ainda assim eu acho que são as feiras e eventos dedicados ao Queijo da Serra, que mais dão visibilidade à marca Queijo da Serra “da Estrela”.

    -/-
    Madrinha olha que eu tenho boa memória (não como queijo) e não me vou esquecer do teu pedido :))

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  8. Há gostos para todos os queijos da nossa região, hoje são menos porque a nova legislação para fabrico deste queijo artesanal veio condicionar muito a sua comercialização, e os pequenos praticamente desistiram porque o investimento não compensava, e assim se foi perdendo uma tradição que movimentava muitos milhares de contos de reis nas feiras.
    Hoje ainda se encontram queijos em alguns mercados regionais que são feitos e comercializados como antigamente, são queijos da serra mas não lhe podem chamar assim porque não têm o selo de certificação, são, queijos de ovelha.
    O queijo de cabra também muito apreciado na nossa região, era um queijo mais magro mas muito saboroso, também chamado de merendeiro por ser, normalmente mais pequeno.

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  9. Adoro queijo.Aqui em Minas também se fabricam bons queijos, talvez os melhores do Brasil.
    Bom saber de suas histórias.

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  10. Tambem eu sou um grande adepto de queijo,ainda cheguei a ir com o meu pai a colherinhas comprar essa delicia,participei tambem nas famosas feiras do queijo,em Penalva e Mosteiro e claro ai havia onde escolher,mas nem todos eram assim tão bons,penso que a fabricação tem muito que se lhe diga,como tambem o que os animais comem,a limpeza etc.Aqui em frança dizem que hà cerca de 300 variadades de queijo,jà provei algumas,são mesmo muito bons,rumo até à suiça onde o queijo tambem é muito bom,e eu que o diga,um certo dia provei um queijo em casa do meu irmão,ai meu DEUS era tão bom,que antes de vir embora tive que ir comprar um bocado para trazer,hà pessoas que dizem que o queijo da serra é o melhor do mundo, é assim os gostos e as cores não se discutem,mas penso que a maior parte, provou mesmo muito poucos,ou então pensam que o mundo acaba em Portugal,bom fim de semana a todos.

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  11. O queijo suíço tem uma capacidade de marketing fora de série e mundialmente é reconhecido.
    O nosso queijo da Serra pelo que já li é óptimo e é um produto de qualidade requintada, mas como não é divulgado convenientemente não tem reconhecimento mundial.
    Ao contrário, o queijo amarelo da Beira Baixa tem uma máquina publicitária que divulga muitíssimo bem o produto lá fora.

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  12. Sim , tem razão Paula , por isso a revista Vanity Fair de Los Angeles já o considerou o melhor e em Novembro passado ,em Inglaterra foi eleito o melhor do mundo .Como é que o David não o conhece? Será que a França e a Suiça actuam dentro duma política de proteccionismo ?
    Desculpe a intromissão .
    Adorei a lenda do queijo da Serra ...
    Beijo
    Quina

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  13. Para esclarecer, o nome queijo da serra que durante o inverno se via em montras, já não existe, este nome foi substituído por “QUEIJO SERRA DA ESTRELA” mas para isso tem de ter um selo de certificação que é emitido pela casa da moeda e fornecido por uma empresa credenciada para o efeito.
    Com esta legislação, acabaram com uma tradição de muitos séculos (a 1ª feira de queijo de Celorico da Beira foi instituída por D. Diniz.
    Hoje há dois nomes para o mesmo queijo, queijo serra da estrela e queijo de ovelha, embora o queijo seja o mesmo, o 1º é selecionado, e o que fica recebe o nome de queijo ovelha, este é tão bom como o primeiro mas sem custos acrescidos, sabemos que o queijo artesanal muitas vezes não é homogéneo, e está muito sujeito a variações de tempo, e os pequenos pastores/produtores não licenciaram as suas queijarias, por isso, não podem certificar o seu queijo.
    Para estes queijos há regras, uma delas é a obrigatoriedade de ser feito só com leite de ovelha de raça bordaleira, e o certificado tem de ter pelo menos 60 dias de maturação.

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  14. Certificado ou não, o queijo da Serra da Estrela, o que mais fama tem, dizem os entendidos no assunro, que é dos melhores do mercado.
    Sendo assim, o queijo produzido artesanalmente, como se faz ou fazia na nossa terra, 95% leite de ovelha, era bem gostoso e vendia-se em boa quantidade nas feiras da região.
    Não posso dizer que era mesmo bom, pouco gosto de queijo, mas era o que se ouvia dizer por todos os Forninhenses apreciadores de queijo.

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  15. O queijo feito pelas queijeiras das aldeias dá algum trabalho, não é só fazer o queijo e já está, depois de feito é posto em prateleiras forradas com panos brancos, o queijo é cintado com ligaduras de pano para ficar bem redondo, depois todos os dias é virado, e lavado dia sim, dia não, eu sei isto porque quando trabalhava num restaurante aqui em Nafarros na zona de Sintra que é o “Restaurante Saraiva” o dono do restaurante todos os anos ia e ainda hoje vai, á feira de Fornos comprar queijo da Serra para ser vendido no restaurante, eu e as minhas colegas na altura chegava-mos a fazer esse trabalho no queijo para ficar bem curado, e em algum punha-mos azeite com colorau para secar, porque o queijo da Serra seco também é muito bom.
    Eu gosto muito de queijo da Serra com bolo de azeite na altura da Páscoa é uma delícia.

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  16. Quanto a mim, com todas estas imposições, o produto não melhorou. Nas feiras ou comprado directamente ao produtor, pagava-se muito bem quando o queijo era realmente bom, e as pessoas habituadas nestas andanças conheciam-no muito bem, mesmo sem o provar.
    Podia haver quem tentasse vender gato por lebre, é verdade, mas hoje é bem pior, o certificado é bom ou menos bom, conforme o seu produtor, e o não certificado, embora seja o mesmo queijo, é confundido com o de fabrico industrial.
    Podíamos estar aqui a falar deste produto durante horas, que tínhamos muito para dizer, desde as pastagens, a ordenha, a feitoria, o processo de cura, o carinho que as mulheres de outros tempos punham no seu amanho, a comercialização até chegar á mesa do consumidor, vai um longo “caminho”

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  17. Na década de 80, antes deste processo de certificação, encontrei na montra de uma casa de queijos de viseu estes verso postos na “boca” do queijo da serra, ora vejam:

    O pote foi meu útero,
    A francela o meu berço,
    O acincho meu amparo,
    Boa mesa eu mereço.

    Tenho cá minha origem,
    E não perco a tradição,
    Sou aquilo que outros fingem.
    E não querem ser quem são.

    Nem tudo que parece é,
    Mas eu pareço o que sou,
    Há quem use o meu nome até,
    Mas o sabor, eu não lhes dou.

    Somos duma região demarcada,
    Somos produtos de eleição,
    Eu cá, e o meu camarada,
    Somos queijo “SERRA” e tinto “DÃO”

    Atrás deste aspecto alegre,
    Escondo minha tristeza,
    Porque atrás de outros interesses,
    Não me defendem com firmeza.

    Um reparo: o pobre queijo da serra, já temia o seu fim.

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  18. Boa noite, ora aqui está um tema e de um assunto de que gosto, então comer ainda mais, pelo que já li nos comentários deixados pelos diversos colaboradores tudo leva a querer que esta tradição se junta a maks umas quantas que tendem a desaparecer. Em tempos houve em que me deslocava a Forninhos para comprar esse bom produto que tanto aprecio, ainda me lembro de o comprar mesmo em Forninhos ou seja na casa do Sr. Daniel, depois passeia comprar nos Valagotes até que por fim foi na Fonte Fria, pena mesmo é ver estas pessoas a não continuarem com esta produção artesanal, muito melhor que a industrial a que tantos critérios tem de obedecer, por isso o seu gosto muito mais suave mas sempre igual, o artesanal tem um sabor mais activo mas que para mim é muito melhor e nem sempre é igual por isso digo queeste é o verdadeiro queijo da serra da estrela, li também que a palavra estrela quase foi banido do nome, porque quem o conhece basta charmar-lhe queijo da serra para saber de que queijo se trata.

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  19. gostei de ler a lenda que deu nome ao queijo da serra, também li uma muito parecida com esta sobre o queijo Francês que é o Camambert, que consta no seguinte:
    " Um dia um pastor que se encontrava a pastar o seu rebanho levava consigo um farnel, que continha queijo, mas nesse dia como não tinha fome guardou-o numa especie de gruta, passados uns dias estando próximo desse lugar sentiu alguma fome e foi buscar o farnel deixado dias antes, quando desembrulhou reparou que o queijo tinha algum bolor, mas mesmo assim provou, gostou tanto que começou a guardar mais queijo nesse lugar", assim nasceu o queijo que hoje conhecemos e a que alguns têm alguma repulsa só de o ver.
    Pelo que me estou a aperceber todos os bons e famosos queijos têm algo em comum.
    Bom apetite.
    Vai um pouco?

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  20. Poesia muito bonita e inteligente! Bem-haja pela partilha ed santos.
    -/-
    Gostei de conhecer a lenda do queijo francês também. Idem, J Seguro.
    -/-

    É verdade João, existiam, pelo menos há 30/20/15 anos, muitos produtores de queijo na nossa zona (Forninhos, Valagotes, Matança, Fonte Fria, Colherinhas…) que não tinham dificuldade em vendê-lo nas feiras ou a pessoas e queijeiros particulares. Os poucos que ainda resistem, imagino, que ainda hoje não têm dificuldade em vendê-lo, mas o que eu acho é que a legislação entrada em vigor em 1995, que criou a região demarcada e proibiu a quem não produz queijo com leite de ovelha bordaleira colocar no queijo a designação Serra da Estrela ou simplesmente “Queijo da Serra”, fez com que a produção caseira diminui-se e muito!
    Creio que haverá continuidade para o queijo industrial, mas será que o queijo e requeijão de ovelha caseiro, feito artesanalmente, terão futuro?
    Sou de opinião que existe espaço para todos, assim como existe vários tipos de carteira, mas já seria bom os pequenos produtores ter apoio dos responsáveis políticos e melhor seria haver por parte destes a preocupação em atrair os jovens para que se continue a produzir este produto de excelência, que foi uma fonte de riqueza para a nossa região, senão qualquer dia 100% do leite com que se faz o queijo da Serra da Estrela terá de vir de Espanha (se calhar algum já é proveniente de Espanha e pago como se de um queijo com leite de ovelhas alimentadas nos pastos da região demarcada da Serra da Estrela se tratasse).
    Por isso é que muitos de vós preferem o queijo das mulheres das aldeias e o consideram o genuíno Queijo da Serra.

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  21. Para se fazer um bom queijo da serra, requeria conhecimentos que se adquiria com os anos vividos na lide deste queijo e com as praticas passadas de mães para filhas ao longo de gerações, e de um momento para o outro, apareceram uns técnicos que aprenderam umas coisas nos livros e impuseram condições a estes saberes. Foi mau, foi o fim do queijo da serra.
    Nem podemos dizer que não esteja a ser divulgado, tem, tanto a nível nacional como internacional, mas a melhor propaganda, é o próprio produto que a faz, e o queijo da serra já tinha o seu lugar no mercado mundial, “mataram-no”
    Em forninhos, praticamente, já não se produz deste queijo, e queijarias licenciadas, só havia uma nos valagotes, digo havia porque creio que já não há. Eu mesmo comprei bastantes arrobas de queijo ao dono desta queijaria, mas não certificado, os nossos clientes sabiam que a selecção dos nossos queijos não ficava nada atrás dos que exibiam o selo, é uma questão de selecção e confiança.
    Hoje ainda se encontram bons queijos da serra (hoje queijo de ovelha) na zona de fornos de Algodres, mas é preciso saber onde e a quem se compra.

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  22. Assim foi o fim do queijo da Serra e o fim de tantos outros actos e rotinas de uma vida inteira que a nossa gente sempre fez bem.
    Nos seus discursos, agora, os políticos lançam o apelo ao povo para que preservem as tradições, como se o povo é que fosse o culpado das tradições não se manterem!
    É sabido que o Sr. Eduardo na sua loja em Viseu vendeu muito queijo e de muito boa qualidade algum proveniente dos Valagotes até (como referido). Eu também cheguei a ver nos hipermercados da zona da minha residência o queijo dos Valagotes. Só é pena esta queijaria ter encerrado, além da produção ser de boa qualidade, levava longe o nome da terra para as montras das charcutarias.

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  23. Sim, nós vendíamos muito queijo proveniente dos Valagotes, do prado, Carapito, Matança, Muxagata, etc.
    A qualidade deste queijo não é só das mãos que o fazem, mas também das pastagens abrigadas e de certas zonas, bom pastoreio e sobretudo boa alimentação, por exemplo: gado que come farinhas, já não pode sair bom queijo, mas só dá conta quem conhece mesmo este produto.
    Esta tradição está realmente quase extinta, e não há feiras do pastor e do queijo que lhe valha.
    As pessoas que fazem o queijo já são poucas, e as novas não estão para isso, os tempos são outros.
    É com saudade que recordo o mercado do queijo de Fornos, onde se regateava o preço da arroba, que variava conforme a qualidade, as “habilidades” para enganar o comprador, porque o vendedor nunca era enganado, sabia o que lá tinha, a cumplicidade que eu tinha com alguns para não lhe comprar o queijo em casa para ter o pretexto de ir á feira, onde no final, e depois do queijo encabazado, tínhamos de ir sempre ás febras.
    Bons tempos mesmo, que foram sem ser transmitidos.

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  24. Caros amigos de Forninhos e nao so:

    Eu sou um dos que pensa, que o queijo da nossa regiao devia ser so e unicamente; "da Serra", nao precisa da "Estrela" para nada, sempre assim foi conhecido e continuara a ser, por mais que queiram ou nao!
    Ate e mais simples e mais facil ficar no ouvido, duas palavras do que tres, e "Queijo da Serra" todos sabemos do que falamos!
    Alem disso e nos Beiroes sabemos todos muito bem o realmente bom "Queijo da Serra" nem se quer e produzido na serra, quando muito sera nas encostas de baixa altitude. E produzido na sua maior quantidade e qualidade, no vale do Rio Mondego e seus afluentes!
    A razao porque as freguesias ao redor da vila de Aguiar da Beira, nao foram incluidas na regiao do queijo, tem muito que ver com o clima que e muito mais seco e frio no planalto da Serra da Lapa, com consequencias para a qualidade das pastagens e portanto para a qualidade do queijo!
    Os meus amigos referiram e muito bem que Fornos de Algodres, era a maior feira de queijo, era verdade, mas infelizmente deixou de o ser, porque uma feira para continuar a ser grande, e necessario investir mais nas pessoas e na sua promocao, e nos productos de excelencia e, o queijo para Fornos deveria ser sempre o producto numero um!
    Mas em Fornos decidiram investir mais no ferro e betao e, agora temos provavelmente o melhor recinto de feira da regiao, que quase nao serve para nada!
    Quanto as feiras do queijo, quero corrigir a amiga Paula: Nao sei se Fornos foi a primeira "Feira-Festa do Queijo da Serra", mas e anterior a Penaverde, pois foi realizada em 1980, caso deseje poderei escrever um "post" sobre o tema e colocar uma fotografia do folheto respectivo!

    Como ja me prolonguei muito, tambem vos digo como creio que a Paula escreveu acima:

    Boa Noite e um Queijo da Serra!

    Um abraco de amizade.

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  25. Como al- Cardoso nos diz e muito bem, o melhor queijo é produzido no vale do rio Mondego, sobretudo nos concelhos de Fornos de Algodres, Celorico da Beira e Gouveia.
    Também estou plenamente de acordo quando diz que devia simplesmente chamar-se-lhe como sempre foi, de queijo da serra, poderia acrescentar-se “certificado” ao que leva-se o selo da denominação de origem, mas não é assim, possivelmente tinham como objectivo a promoção da serra da estrela á custa do queijo.
    As leis no nosso país eram, e ainda hoje são feitas nos gabinetes quando o podiam e deviam ser no “terreno” onde a actividade se desenvolve, acautelando o interesse, não só dos naturais como do produto nacional como é neste caso o queijo da serra, mas não é assim.
    Competia aqui aos autarcas locais defender a sua região, mas não o fizeram, e o resultado está á vista como vemos com o mercado do queijo de Fornos onde se transacionavam muitos milhares de arrobas de queijo por ano. Assim se foi, não só uma tradição de séculos como a principal fonte de receitas destes concelhos.

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  26. Como o nosso amigo e sempre atento Al-cardoso diz, para nós será sempre, simplesmente queijo da serra, mas os tradicionais vendedores já não podem colocar o cartaz na sua montra a anunciar o queijo da serra, põem “queijo serra da estrela” se certificado ou simplesmente queijo de ovelha, que pode ser confundido com qualquer queijo de fabrico industrial.
    Anunciar queijo da serra é proibido por lei, e assim, embora para nós os mais antigos continua a ser o velhinho queijo da serra, com estas medidas, este nome vai desaparecer com a nossa geração, disto não tenhamos dúvidas

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  27. Se a primeira “Feira/Festa do Queijo da Serra” realizada em Fornos foi no ano de 1980 então é mais antiga que a do Mosteiro. Ficamos à espera do “post” sobre o tema e a fotografia do folheto, pois sobre este produto e feiras haverá certamente mais para mostrar aos leitores do novo blog.
    E, porque no futuro pode conduzir a erro, acima disse que a feira “Feira Nova” sempre teve fama de se encontrar bom queijo da serra, confirma-se que fama teve, mas creio, caso esteja errada corrijam-me, que sempre foi uma feira de queijo fraca.
    Já agora aproveito para dar a boa notícia de que este ano, precisamente na 2.ª F, dia 6/Fev, a CM AGB já divulgou a 29.ª Feira do Queijo no Mosteiro, Penaverde! Realiza-se no último dia do mês de Fevereiro, dia 29.

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  28. É verdade Paula, que eu me lembre, a feira nova era boa em gado mas muito fraca em queijo. Nesta feira só vendiam os pequenos produtores e normalmente o queijo de cabra, vaca ou misto.
    Os que produziam bom queijo, de Forninhos, valagotes, prado, carapito e até de penaverde, iam vendê-lo a Fornos.
    As feiras onde se vendia mais queijo, foi a de Fornos seguida da de Celorico, a da Carrapichana do concelho de Gouveia também era boa.
    A de Penalva era mais “caseira” isto é, para os que queriam comprar pouco, como os restaurantes da região e os pequenos vendedores. Mas a de Mosteiro/Penaverde não tinha grande significado.

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  29. permitam-me fazer uma correção do meu comentário anterior, quando digo: carrapichana do concelho de Gouveia, deve ser: concelho de Celorico da beira,esta freguesia situa-se entre estes dois concelhos.

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  30. Aluap, vc me levou aos tempos de minha infância! Cresci vendo minha avó e bisavó, fazendo queijo e não me esqueço de minha avó fazendo o requeijão e de como ele era macio e saboroso! Amo queijo e requeijão! Parabéns pela partilha! Grande abraço!

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