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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Plantar & Colher

«Tudo tem o seu tempo neste mundo: Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher.»

O Sol seca a roupa e vai desandando e a tardinha há-de esvair-se. Com a ajuda do mangual, na eira malha-se um monte de feijão seco, para o livrar das cascas.

Já começou a plantação das couves para o Inverno. No fim do Verão plantam-se as couves e semeiam-se os nabos e até algum feijão para vagens, ou, vaiginhas, que ainda se consegue criar antes das geadas. Segundo os velhotes é sempre no minguante que se planta e semeia quase tudo, para evitar que espigue antes do tempo. Há que confiar na sabedoria dos antigos.

17 comentários:

  1. Boa tarde.
    È bom rever as nossas couves de Inverno, ou couves de cortar, como muitos lhe chamam, que boas couves estas se vão fazer, para um bom prato de feijão com couves, " assim como o que se viu aqui recentemente.
    Os novos tempos de colheita, como se vê na foto, primeiro semeia-se, trata-se, colhe-se e depois trata-se para se arrecadar, numa boa arca ao fresco.
    tambem este produto bem condiz com as couves, um prato maravilhoso.

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  2. Como serip menciona o feijão condiz com as couves e estes dois produtos há séculos que fazem parte da nossa cozinha local. Ainda hoje há quem guarde semente de feijão que vem de gerações longínquas, como é a semente dos nossos chícharos. O da imagem é o chamado “feijão catarino” que parece ser o que mais se cultiva na nossa terra e é quase sempre semeado no meio do milho.
    Malhar feijão com a ajuda do mangual é um trabalho que já quase não se vê, e apesar de alguns momentos de desânimo, acho que este blog tem tido muita sorte por encontrar tantas imagens e gente de vontade de querer mostrar às novas gerações aspectos importantes do nosso passado colectivo.
    Bem-Haja!

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  3. Boas.
    Este, como diz aluap, o feijão catarino, semeado no meio do milho, em que a sua produção é um pouco precária, pois a terra ou dá milho ou dá feijão.
    Se estas culturas fossem mais equilibradas, penso eu, que dariam mais rendimento; feijão numa área, milho noutra.
    Mas como os habitos são dificeis de mudar, vamos continuando com as nossas tradições.

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  4. O milho, feijão, chícharos, abóboras, batata, cebolas, que se cultivou em Forninhos não tem comparação com o que se cultiva hoje, embora ainda se cultive um pouco de tudo (excepto centeio e trigo), só já se extrai da terra o suficiente para ter a casa farta, e já se fala em arrancar as videiras porque até há uvas de sobra e não há mão-de-obra, as forças já vão faltando.

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  5. Paula,

    E devemos confiar na sabedoria dos antigos. As opiniões deles são muito bem vindas.
    Esse ciclo da plantação é lindo.
    Tenha um abençoado dia. Beijos

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  6. Boa tarde a todos.

    É nesta altura do ano que se semeiam os nabos e, como para quase tudo há um provérbio, os nabos também têm o seu, assim diz o nabo ao lavrador:
    - Semeia-me no pó, e de mim não tenhas dó.
    Por sua vez o lavrador diz:
    O nabo gosta de ver o sol de Agosto.
    Ora bem, parece haver aqui uma contradição; o nabo para ver o sol de Agosto, tem de ser semeado, pelo menos 4 ou 5 dias antes do fim deste mês, mas se for semeado no pó, não nasce antes de chover, e, como não gosta de ser regado, é impossível ver o sol de Agosto.
    Até nos provérbios encontramos os caprichos da natureza.

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  7. Boa tarde.
    Assim é, mas semear o nabo em Agosto ou Setembro, vamos admitir que ainda á Sol, por estas razões, vamos fazer a nossa sementeira dos nabos, se necessário for, umas gotas de água, o ajudam a nascer.
    E assim, quando vier o Inverno, muito comer á que dar aos animais, o que acontecia noutros tempos.
    Como se pode verificar, a lage da barroca ou da eira, ainda hoje se pode utilizar, como se verificou, para a " malha do Feijão "

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  8. "Não se pode querer sol na eira e chuva no nabal" - alusão ao quanto é difícil ter as duas coisas ao mesmo tempo.

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  9. " Mas se fosse assim, seria uma maravilha"
    Poderiamos ter sempre o que desejavamos.
    No Verão um tempo ameno, era bom, de vez em quando.

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  10. Alguém me sabe dizer se o esparrragado de nabiças é um prato antigo de Forninhos?

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  11. Boa noite, Paula perguntei à tua prima, ela diz que o esparragado de nabiças não é um prato antigo de Forninhos,ela só se lembra das couves com farinha de milho, é também um prato que se confeciona na minha terra e de que gosto muito.
    A natureza sempre se encarregou de nos dar as colheitas, e os ditados populares ou os dizeres populares depende da zona onde se esteja, nos ensinam quando devemos fazer as sementeiras

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  12. Eu tambem me nao lembro de comer esperregado em dornelas, povoaçao perto de forninhos, quando era criança, mas lembro-me de o comer em viseu, por isso, pode nao ser um prato de forninhos ou de outras aldeias em redor, mas já era um prato usado na região.

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  13. Tem-se falado tanto na comunicação social (RTP1) da gastronomia das várias regiões do país por causa do concurso “As 7 maravilhas das gastronomia de Portugal”, que me ocorreu que o esparregado de nabiças podia ser um acompanhamento de um dos nossos pratos, como do Cabrito no forno, embora nos tempos de infância não me lembre ver confeccionar e comer esparregado.

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  14. Ola.
    Esse prato, confecinado com nabiças e os seus temperos, é uma maravilha, e acompanhado com uma boa carne assada hum ... faz crescer água na boca.
    Atenção, não do rio.

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  15. Couves, sopa, feijão.
    Estes já tiveram os seus direitos, só mais tarde, quando estiverem em acção pra serem confecionados, aí sim, vale a pena voltar a falar da gastronomia de forninhos, no Inverno!

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  16. Pois é e se fores ver no título COZINHA LOCAL, está no lado direito da página em "Etiquetas" Clica e verás que no Inverno de 2010 (25.JAN.2010) já publicamos, e que pelos vistos não vistes, o feijão com massa.
    Também no dia 12.OUT.2010, sugeri que partilhem algumas receitas antigas ou produtos tradicionais invulgares da nossa terra...um desafio que ninguém aceitou!
    Eu tenho feito o que posso e se tenho conseguido dar a conhecer como era a vida na nossa aldeia, como vivia a nossa gente, os trabalhos no campo, a gastronomia e tudo aquilo que um dia já foi assim, mas que já não é, é porque tenho muitos leitores que recolhem e não se importam de partilhar com TODOS (mesmo com aqueles que se tivessem vergonha nem aqui vinham) fotografias do seu albúm de memórias e se fazem questão de mas entregar cada vez que vou a Forninhos é porque gostam do meu trabalho. Que chato para algumas pessoas, né?

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  17. Ès, o que eu digo, um craneo, bem açucarado.
    Depois de eu falar e dizer o que apenas sei, vens dar, novidades,ao verificar os bons pratos que na nossa terra se fazem.
    Pois muito bem, alguns já eu tinha conhecimento, agora este da massa com feijões e couves, não sabia ou será do tempo que me fez esquecer " alz".
    Mas como todos os pratos feitos pelos mais sabidos, desta terra, são sempre bons, venham eles.
    abraço.

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