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domingo, 11 de julho de 2010

Ainda na senda dos mistérios...

…E foi assim, que em tempos já há muito idos, o velho ancião ladeado de seus homens de confiança, o General de boina e sem nariz, (à sua esquerda) o D. Beiçudo, Sr. Abade, (também à sua esquerda) e o seu Ministro das Finanças, a quem nesta altura, não confia o baú do tesouro, que segura muito bem no seu regaço, mandou chamar o velho moleiro, (parte superior direito), para lhe comunicar que iriam partir, não por causa dos archotes em chifres de bois, mas porque este era o seu destino. Deixavam ficar a princesa encantada, mas muito bem guardada pelos seus monstros sagrados para que, nada, nem ninguém, venha um dia, tentar desvendar os seus mistérios...
Este humilde homem, não hesitou, e prestou homenagem a tanta nobreza dum povo que ali tinha vivido durante, não se sabe se, séculos ou milénios...

7 comentários:

  1. Este humilde homem a partir daquele dia visitou amiudadas vezes este lugar, sempre recordando aquele dia em que “os mouros” desapareceram no meio de suspiros e dolorosos ais…mas um dia adoeceu, com febres altas, e deixou de ir ao local para satisfazer a sua curiosidade sobre o que se passou ali…cada dia estava pior…vozes latejavam na sua cabeça, nem a dormir tinha descanso, as vozes pareciam segui-lo, continuava a ouvir aquelas palavras ditas há tantos anos atrás: “…existe um tesouro enterrado numa área de terreno, que irá ser encontrado por aqueles que procuraram ou pretenderem procurar um tesouro encantado".

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  2. Este pobre moleiro, que vivia numa das casinhas de forninhos, pensou nas palavras sábias daquele velhinho, senhor da serra, e como dizia:
    Relha –(ponta de arado) tavez o tesouro estivesse nas terras aráveis.
    Menina guedelha – onde as crianças podem brincar.
    Unha de ovelha – também onde os pastores podem apassentar o seu gado.
    E assim intruiu os seus decendentes, e estes os seus, estes também outros, isto de geração em geração aquelas terras foram cultivadas, sempre na esperança de encontrarem a grade e o cambão.
    Tavez, o que este velho sábio queria dizer ao humilde moleiro, fosse que, o maior tesouro,
    Que poderia encontrar, era o pão que aquelas terras davam.

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  3. A fantasia é só um sonho.
    Pela qual me deixei levar.
    Quanto mais empenho ponho.
    Mais me apetece continuar.

    Podem-me chamar de louco.
    Eu não me importo nem um pouco.
    Daquilo que possam pensar.
    Mas, para mim a fantasia.
    Nesta serra está presente não se cria.
    Sente-a quem por lá passar.

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  4. Pobres que eram, aproveitavam todos os sítios onde o centeio se pudesse desenvolver, juntos partilhavam tarefas, alegrias e tristezas, fazendo-o com desinteresse. Criaram raízes naquele lugar, mesmo com todos os espinhos que se podem esperar na lavoura e pastorícia.
    Em noites sem lua, percorriam os caminhos em completa escuridão. No entanto, as pessoas tinham uma espécie de instinto que lhes permitiam pôr sempre o pé no sítio certo e seguir os percursos indicados. Neste regresso, os mais velhos, especialmente as mães, para distrair as crianças, falavam-lhes de uma gente brava que habitou este lugar, do tesouro e da moura encantada e o regresso a casa tinha um certo mistério...

    Temos tantas tradições
    Tão bonitas, a meu ver,
    Que me dão muitas razões
    E força para as defender.

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  5. Épocas e gerações desapareceram, muitos anos passaram e múltiplas transformações ocorreram, mas a história da linda moura encantada e o tesouro enterrado que a sua mãe lhe contava, no regresso àquela casinha de pedra, continuava na sua cabeça...
    Certa madrugada, ainda com estrelas no céu, subiu a serra, ouviu um ruído semelhante ao ranger de um pesado portão, olhou para o sítio donde viera o ruído, mas nada viu, e retomou a caminhada, serra acima.
    Ao chegar junto do penedinho do ouro, começou a esquadrinhar um carreiro a todo o cumprimento na esperança de encontrar aquele tesouro. Já com o sol alto, desalentado por nada encontrar, voltou para a aldeia, serra abaixo. Um pouco mais abaixo, olhou para trás, para estes calhaus, que mesmo sem grandes cuidados, continuam a ser os guardiões deste lugar encantado. Sorriu…e mais reconfortado, retomou a caminhada.

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  6. Porque seria que este povo partiu, e deixou por cá a sua princesa?
    Consta-se que esta gente era pacífica, vivia do cultivo das terras férteis dos baixos da serra, onde a água era abundante, e onde, ainda hoje se podem ver alguns vestígios como: Lagarinhos.
    Mas certo dia, foram invadidos por uns bárbaros que apareceram de surpresa. Travou-se violenta luta, que os habitantes levaram de vencida, pondo os invasores em debandada, perseguindo-os, para que ficassem bem longe. Entre os perseguidores ia um valente soldado, o muito amado da princesa, que, como todos os seu companheiros, nunca mais voltou, e a linda princesa, nunca mais teve alegria.
    E assim, como a sua princesa nunca mais sorriu, os seus soldados não mais voltaram, as muralhas do seu castelo ficaram destruídas, este povo resolveu ir embora.
    Mas como a princesa se recusou a partir sem o seu amado, o velho ancião ordenou á fada que a encantasse num ser pouco atraente, e ficasse num local em que tudo possa ver, e pouco vista por quem passa.
    Assim, a boa fada transformou a sua linda princesa em serpente, outrora símbolo de sabedoria, e seus monstros sagrados em vigilantes eternos até que o seu amado regresse um dia.
    Ainda não descobrimos as suas aias que também por lá devem estar, será uma delas a tartaruga? Temos de ver melhor.

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  7. Mistério…

    Talvez a moura tenha mesmo por companhia as suas aias, entre elas, a sua preferida e confidente, tímida tartaruga, a quem chora a sua dor, por o seu amado lhe ter prometido arranjar maneira de um dia se encontrarem e não mais ter voltado.

    Talvez o velho ancião, seu pai, também lhe tenha deixado como companhia um irmão encantado, o leão, com pêlos no peito, que mais que olhar o horizonte protege a sua irmã e ainda hoje continua com saudosismo à espera que a sua família e amigos regressem.

    Talvez nas muralhas do isolado castelo viva um velhinho sereno de barbas que guarda todos os segredos da Serra e que todos os anos, aquando do Solstício do Verão, se veste a rigor e recebe os monstros sagrados, com música, perfume, luzes, até o Sol desaparecer. Se calhar para além da noite de S. João a moura encantada também apareça nesta noite para mostrar toda a sua beleza.

    Temos, pois, de ver melhor o que restou/sobrou neste Castelo...

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