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sábado, 19 de novembro de 2022

Gente Nossa

Tenho ainda lembrança da bisavó Casemira, de saias compridas, a quem chamavam tia Caniça (Forninhos tinha e tem uma alta imaginação de apor alcunhas, não só a todo o nativo, mas também a todo o estranho que entre em contato com a comunidade).
Era viúva e vivia em casa dos meus avós maternos. Já teria uma certa idade, mas só agora lhe contei os anos. Tinha 84 anos quando faleceu, no dia 1 de Setembro de 1978.
Da sua genealogia apenas sabia que era prima do ti Bartolomeu, que também ainda conheci. Então tive de voltar às investigações...

Nasceu a 23 de Dezembro de 1894


Foi Batizada no dia de Natal de 1894

Era a filha mais nova de Francisco de Almeida e de Elisa dos Prazeres da Costa
Neta paterna de António de Almeida e de Maria Albuquerque, ambos naturais e residentes em Forninhos.
Neta materna de José da Costa, de Forninhos e de Antónia Prazeres, de Dornelas.
Irmã de:
António, nascido a 01-01-1897 (emigrou para o Brasil)
Alzira, nascida a 22-10-1899 e que faleceu com 2 anos de idade
Diogo, nascido a 01-07-1902 (emigrou para o Brasil)

Casou no dia 24 de Abril de 1913

No Posto do Registo Civil de Forninhos, com Maximiano Guerra, filho de José Guerra, alfaiate, de Forninhos e Emília Mota, da Matança. 

Casemira com a filha, genro e netas: Ana e Ema

O casal teve apenas uma filha, uma rapariga de nome Maria de Jesus Guerra (minha avó). 
Teve 7 netos e o maravilhoso é que a avó Casemira amava todos da mesma forma. 
Depois de ter criado a filha, o destino reservou-lhe a missão de tratar dos netos:
-José, casou na Matela
-Ana
-Augusta
-Profetina, casou na Matela
-Lurdes
-Luis
-Ema (minha mãe)

Dos 15 bisnetos ainda conheceu 13.

Os seus avós paternos, António de Almeida e Maria Albuquerque, ambos naturais e residentes em Forninhos, terão casado na 2.ª metade do século XVIII, foram os pais de, pelo menos, sete filhos:

Batizado de Francisco Almeida

1-Francisconasceu a 01-12-1865 e foi batizado a 17-12-1865. Com 27 anos de idade casou com Elisa dos Prazeres da Costa, de 19 anos, filha de José da Costa, de Forninhos e de Antónia Prazeres, de Dornelas. Faleceu a 01-10-1934.
2- José, nasceu a 01-10-1868 e foi batizado a 15-10-1868; faleceu a 27-11-1936.
3-Maria, nasceu a 16-03-1871 e foi batizado a 02-04-1871. Com 25 anos casou com António Bartolomeu de 42 anos de idade. O casamento realizou-se no dia 28-01-1897. António Bartolomeu era filho de Maria Ferreira e de Manuel da Fonseca Bartolomeu, ambos de Forninhos.
4-Luís, nasceu a 03-12-1873 e foi batizado a 21-12-1873; faleceu com 6 meses a 21-07-1874.
5-Diogo, outro filho do casal, nasceu a 02-03-1876 e foi batizado a 26-03-1876; casou com 29 anos com Arminda Pina, de 21 anos (eram primos); ele faleceu a 05-09-1947. Arminda Pina era filha de Maria Moreira e António Pina, ambos de Forninhos.
6- Albertonasceu a 07-12-1879 e foi batizado a 18-01-1880; faleceu a 29-01-1950.
7- Luís (2.º do nome), faleceu com 18 meses a 28-07-1886.

Casamento de Maria e António Bartolomeu

Os seus avós maternos, o José da Costa, de Forninhos e a Maria dos Prazeres, de Dornelas, foram também pais de:
1- José, foi o padrinho da bisavó Casemira e à data era solteiro.
2- António, casou com Felismina Marques, filha de António da Fonseca Marques e Maria da Fonseca, vide família Marques. Este casal teve, pelo menos, uma filha chamada Alzira.
3- Júlia. Seria a Júlia dos Prazeres que casou com Alípio Batista? 

A família do marido:

Os sogros, José Guerra, alfaiate, de Forninhos, que faleceu a 18-09-1908 (tinha 60 anos), e Emília Mota, sabemos que tiveram três filhos que chegaram à idade adulta, netos paternos de Francisco de Andrade e Maria Guerra, ambos de Forninhos e maternos de José de Sousa e Joseffa Mota, ambos da Matança:

Emídio, nascido a 29-12-1878 (seria o pai da tia Purificação? a esposa do José Melo, moradores em Viseu, pais dos primos Américo e Esperança?)
Maria, nascida a 30-07-1882, mas quis Nosso Senhor levá-la com 10 meses
Maria, segunda do nome, nasceu a 05-11-1884 e foi batizada em Forninhos no dia 11-01-1885. Não sabemos se sobreviveu. De 1 de Junho de 1859 a 6 de Janeiro de 1888 os registos são muito difíceis de ler, foram todos feitos pelo Cura Francisco de Almeida Coelho, que tinha uma letra mais arcaica que a do Cura Baltazar Dias (1758). E, de 6 de Janeiro a 28 de Fevereiro, o Pároco Joaquim de Almeida Coelho tinha uma letra quase tão má como a do pároco anterior (pelos sobrenomes talvez fossem irmãos).
Maria de Jesus, nasceu a 15-04-1888. Casou a 20 de Maio de 1920 com José dos Santos Albuquerque, conhecido por "Zé Rito", pais de Júlia "Rito" esposa de Augusto Marques. Faleceu a 11 de Setembro de 1958.
Maximiano, nascido a 29-01-1892, marido da bisavó Casemira. Sabia ler e escrever, mas teve uma vida curta; faleceu no dia 01 de Agosto de 1928, tinha 36 anos. Morrer aos 36 anos é muito cedo!

Batismo de Maximiano Guerra

Para quando um cemitério memorial, a ressuscitar/imortalizar todos os esquecidos que deixaram pegadas por esta terra?
Houve enterramentos no adro da igreja.

22 comentários:

  1. Bonito de ler. Elogiável "investigação"
    .
    Feliz fim de semana … (14 anos)
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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    1. Obrigada!
      14 anos é muito tempo, muitos dias e muitas horas a blogar! Parabéns pela longevidade!!
      Que venha mais um ano...

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  2. Linda história e achados.
    Tão bom ter isso,não? Trazer o passado à tona! beijos, chica, ótimo fds!

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    1. Apraz-me principalmente lembrar os nomes de quem sempre ouvi falar. Só é pena não haver muitas fotografias, para podermos ver os rostos de todos.
      Bjs, bom fds!

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  3. Boa noite de sábado, querida amiga Paula!
    Muito bom ter alguém na família que se interesse por árvores genealógicas.
    É importante conservar memórias familiares
    Tenho um filho que também puxou a mim no quesito gostar de história familiar.
    Tenha um ótimo final de semana abençoado!
    Beijinhos

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    1. É importante organizar árvores genealógicas, até porque a experiência diz-nos que após mais uma ou duas gerações, os bisavós (principalmente), que viveram antes de ser possível gravar imagens, acabam por ser esquecidos, a não ser que façam algo de relevante na vida serão lembrados no futuro. Já dizia o nosso grande Camões: "Aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando".
      Bom fim de semana!
      Beijinhos

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  4. Muito interessante conhecer as histórias dos nossos antepassados. Eu também pesquisei, o meu lado materno, mas não consegui ir além dos meus bisavós. Do lado paterno não consegui nada. Meu pai contava como filho de pai incógnito, a mãe dele foi deixada na roda.
    Abraço, saúde e bom domingo

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    1. Há exemplos iguais de Forninhos e quando assim é, da segunda geração para trás é a escuridão completa.
      Bom domingo e um abraço.

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  5. Boa noite.
    Sinto-me um pouco estranho no meio das tuas pesquisas, por de tantas gentes ouvir falar e outras vagamente conhecer, é o remexer no passado; avós, bisavós, tri não sei das quantas e afinal tudo encaixa na descendência familiar, que aos olhos de agora até
    pareceria pecado.
    Mas era assim que vingava este prole de gente, fruto deste modo distante do trabalho partilhado e no modo de procriar.
    Tantos nomes esquecidos nas nossas memórias, não foram estes registos... lembro vagamente, andava na primária, saltarmos o caminho para irmos espreitar o adro da igreja. Andavam homens a esventrar a terra no sítio em que pequenas placas de metal, assinalavam a campa de alguém, como se fosse uma transladação, coisa jamais completa, havia um cemitério novo para os acomodar.
    Tal como na guerra das colónias, muitos terão ficado para trás e lá permanecem esquecidos, os seus foram morrendo e o "Chão Sagrado" ficou ao abandono, mesmo e por vezes passando ao lado a procissão.
    Não sei a quem imputar a responsabilidade de até agora, não ter sido erigido um memorial a estas gentes esquecidas.
    Somos um povo fraco, quando não, memórias não faltariam, e nomes!

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    1. É chocante a indiferença face à dimensão dos nossos registos paroquiais!
      Na minha meninice, por acaso, já nada havia que identificasse as sepulturas. Mas é a primeira vez que "ouço" falar em pequenas placas de metal a assinalar as campas!!
      Será que lhes era atribuído um número, como aos do cemitério da Gândara?
      Então as tabuletas que puseram no atual cemitério foi no seguimento do que já houve!
      Não sei o que dizer mais...
      Isto que dizes pode ser confirmado. Hoje não tenho oportunidade, mas amanhã vou tentar saber...

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  6. A vida também é feita de memórias!
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. Por isso a genealogia é tão interessante! A quase todos, apontamos feitos dignos de memórias, boas e más!
      Bom domingo.

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    1. Obrigada pela opinião.
      Boa semana para si também e um abraço.

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  8. Uma pesquisa que gostaria de ter feito com os meus seniores!...👏😘

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    1. Como ainda tem uma tia-avó com um século de vida, aproveite esse testemunho importante. Os mais velhos pouco sabem de datas, mas há muito a tirar dos anos deles, pois conheceram bastantes pessoas e nomes de famílias que os livros paroquiais registam.
      Bj e um bom fim de semana.

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  9. Muito interessante e bonito.
    O meu marido também é dado a pesquisas destas dos seus e meus antepassados. Ele vai procurando os registos online no Tombo, mas algumas caligrafias revelam-se dificílimas de decifrar :)

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    1. Alguns são mesmo muito difíceis de ler, há Curas com uma letra muito arcaica, com uma grafia bem diferente da atual e ainda há registos com folhas manchadas. Eu às vezes não consigo ler duas palavras seguidas, mesmo aumentando muito o texto, outras vezes consigo decifrar o documento todo. É um enorme prazer.

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  10. Boa Noite

    Notável post .
    Interessante como já nos habituou .
    Lembro - me sempre das minhas
    avós e dos meus avôs E até de um bisavô ( materno ) que conheci.
    A sua Dignidade impera na minha
    memória . E de algum modo anima a minha luta e caminhada .
    Bem Haja
    Abraço
    Boa Semana

    Antônio Miguel Gouveia

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    1. Bem Haja eu!
      A nossa terra, a nossa família, influenciam muito a pessoa que somos.
      Dos bisavós, a única que conheci foi mesmo a avó Casemira, viúva, de cujos irmãos nada se sabia. Foram para o Brasil, contava.... Pelo que, organizar a sua árvore genealógica familiar foi apenas saber de onde veio e quem a gerou.
      Um abraço e bom sábado.

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  11. Boa noite Paula,
    Uma investigação notável sobre os seus antepassados.
    Assim se vai construindo o futuro com essas maravilhosas memórias.
    Um beijinho.
    Ailime

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    1. Obrigada Ailime!
      Conhecer primeiro o passado para compreender o presente (futuro hoje), foi o alerta que dei há 13 anos!!
      Bj

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