Os pregões ou Denunciações faziam-se em três domingos ou dias santos de guarda contínuos. Os que pretendiam casar informavam o pároco, antes da celebração do matrimónio, para os denunciar. O pároco, primeiramente, anunciava a intenção de contrair matrimónio dos noivos; após anunciar a futura união, o sacerdote conclamava os fiéis a que denunciassem qualquer impedimento ao casamento.
Deixo aqui alguns exemplos dessa prática na nossa terra que obedecia às constituições do Bispado. Apesar de anos diferentes, os documentos são testemunhos dos mesmos rituais.
"O primeiro dia do mês de Dezembro de mil seis centos e sessenta e oito, feitas as denunciações conforme o Sagrado Concílio e Constituições deste Bispado recebi em face da Igreja Pedro Fernandes filho de Nicolau Fernandes e Maria João e Ana Fernandes filha de António Gonçalves e Paula Fernandes, todos deste lugar. Testemunhas Pedro Vaz e João Fernandes e por ser verdade fiz este termo e assinei, dia, mês e era ut supra."
Feitas as denunciações, faz hoje 353 anos, foi o casamento de Pedro Fernandes e Ana Fernandes.
Mais um exemplo com 349 anos!!
"Aos cinco dias do mês de Dezembro de mil seis centos e setenta e dois annos, feitas as denunciações conforme o Sagrado Concílio e Constituições deste Bispado recebi em face da Igreja Pedro Vaz com Isabel Andrade. O Pedro Vaz eh filho de Domingos Vaz e Maria João e Isabel Andrade eh filha de Pedro Lopes e Pascoa de Andrade, todos moradores neste lugar de Forninhos. Foram testemunhas presentes desta união Manuel Dias e Silvestre João. E por ser verdade fiz este termo e assinei, dia, mês e era ut supra.
O Pároco Manuel Moreyra"
"Aos dezassete dias do mês de Fevereiro de mil seis centos e noventa e dois, feitas as denunciações como manda a Constituiçam deste Bispado recebi em face da Igreja Domingas Fernandes com Domingos Gonçalves. Foram testemunhas Pedro Vaz e João Vaz com mais povo e por ser verdade fiz este termo e assinei, dia, mês e era ut supra.".
Factos reais de famílias forninhenses.
Que interessante. No meu tempo ainda na igreja se faziam esses pregões.. Confesso não sei se ainda o fazem por aqui! beijos, chica ,ótimo dezembro!
ResponderEliminarOs meus pais casaram em 1970, quando ainda se faziam, no entanto, não deveriam ir à missa onde o padre lia os pregões ou tinham de sair naquela hora.
EliminarNão sei a partir de que ano por lá acabaram, mas há lugares em que ainda existem, embora com algumas alterações, os padres afixam os pregões no placar da igreja.
Bjs, bom Dezembro!
Hoje, penso, que já nem tanto, mas antigamente, a Igreja dominava e influenciava a vontade do Povo.
ResponderEliminarFelizmente que certos pregões caíram em desuso. Grato pela partilha informativa.
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Cordiais cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Verdade, em tempos idos, as pessoas levavam a religiosidade muito sério e em alguns casos com exageros impostos pela igreja ou por parte de alguns membros do Clero; mas em determinada altura a igreja apercebeu-se que os tempos estavam a mudar e certos costumes, caso dos pregões, caíram em desuso.
EliminarBom fim de semana.
Cpts
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EliminarBoa Noite
ResponderEliminarComo o Mundo mudou !!
A Igreja Católica (não só a Católica mas também ) que comandou o destino do Povo no Estado Novo , impondo regras e obrigações incríveis .
Os Sacramentos . O Povo vergado , subjugado , preso a Mitos e Ideias num formato de vassalagem que durou Séculos .
Esta mesma Igreja está AGORA a passar a maior vergonha de sempre .
Por todo o lado rebentam broncas e escândalos de sexo e Pedofilia .
De Franca á Alemanha , da Irlanda á Austrália .
Portugal prepara - se para abrir o
baú .....nomeando uma Comissão para investigar os casos portugueses desta Igreja dos Pregões e Denunciações ...
Sou filho de um Pai que sempre me fez passar a mensagem de desconforto
sobre padres e palestras . Apesar de
ser praticante não se confessava nem
comungava . Minha Mãe não!
Era o oposto....Acreditou até Deus
a chamar que palavra de Padre era
escritura sagrada .
Meu Pai nem nas Aparições de Fátima
acreditava. Dizia que foi Salazar e
o Cardeal Cerejeira que inventaram
tudo.
E pergunto . A Fé deste povo hoje. Moribundo . Triste. Perdido . Famílias desfeitas . Gente a dormir
nas ruas . Crianças e Refugiados a morrerem no mar. Ao frio e neve .
Onde está a Fé ?
Se nos seus templos os mensageiros são afinal pecadores e doentes .
Em quem confiar para falar com Deus.
Será que cada um de nós pode sozinho lá chegar ??
Se calhar sim . É apenas preciso dar
a mão ao pobre que ali ao lado no lixo procura um pão mesmo duro.
A Fé é também vencer a barreira do
orgulho e do medo de tocar na dor dos outros ....
Pregões de hoje são afinal aos montes .
Ninguém se livra das Denunciações.
Somos todos pecadores e culpados .
Por isso os rapazes e raparigas não
casam , vão casando .
Espertos...
Abraço
Antonio Miguel Gouveia
O assunto Igreja é muito longo, pelo que vou só dizer que pela grande influência da Igreja na vida das pessoas, ainda vai havendo casamentos religiosos, normalmente os que podem fazer grandes festas ainda casam, os que não podem, juntam os trapinhos, mas não quer dizer que sejam menos felizes!
EliminarEu gosto de olhar para os registos paroquiais porque dão-nos conta da demografia de Forninhos e das relações de parentesco; as denunciações apenas já servem para compreender as mentalidades de determinada época.
Bom domingo.
Um abraço.
E seria mais ao menos assim nestes moldes acima descritos.
ResponderEliminarPrimeiro havia que começassem "a correr os papéis" no registo e na igreja. Depois iam ao padre a combinar as coisas...
Aí, já o povo sabia do evento próximo e os pregões ou denúncias serviam para o caso de haver algum impedimento tal fosse denunciado, de modo que o casamento não se realizasse. Por esta razão se popularizou o: “Diz agora ou cala-te para sempre”.
Depois do "It missa Est", voltavam aos seus afazeres, já estavam casados na voz do povo.
Ah sim! Forninhos pode vangloriar-se de que as notícias e até fake news chegavam/chegam a todo o lado, mesmo antes de haver redes sociais!
EliminarMuito interessante mesmo essa questão de pregões ou denunciações. Tanta coisa tá mudada ultimamente!
ResponderEliminarAbração
Fruto da globalização!
EliminarHoje os casamentos em Forninhos são muito raros e, quando acontecem, são entre rapazes e raparigas das mais diversas regiões de Portugal ou mesmo de nações diferentes. Por isso como seria se ainda houvesse pregões? Quando os contraentes são de locais distantes e, em consequência, mal conhecidos em Forninhos?
Abração.
Boa tarde Paula,
ResponderEliminarEssa tradição penso que se prolongou no tempo. Ainda me recordo bem de ouvir os anúncios, assim como se houvesse contra indicações o dever de informar a Igreja.
Há uns tempos a esta parte os noivos são apresentados na igreja durante a Eucaristia depois dos cursos de preparação para o matrimónio.
Beijinhos,
Ailime
Boa tarde Paula,
ResponderEliminarEssa tradição penso que se prolongou no tempo. Ainda me recordo bem de ouvir os anúncios, assim como se houvesse contra indicações o dever de informar a Igreja.
Há uns tempos a esta parte os noivos são apresentados na igreja durante a Eucaristia depois dos cursos de preparação para o matrimónio.
Beijinhos,
Ailime