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sábado, 3 de novembro de 2018

Padre Pina - A Homenagem

Quem foi?
O Pe. José António Tavares de Pina paroquiou as freguesias de Forninhos e Dornelas. Foi quem em 10 de Dezembro de 1916 escreveu que a Capela dos Valagotes é de invocação a Santo António ou a Santo Amaro (?) e que a de Nossa Senhora dos Verdes estava em bom estado e com paramentos regulares.


assinatura do Pe.Pina

A propósito das comemorações dos 100 anos do Armistício.
Ofereceu-se como capelão militar voluntário da Grande Guerra em 29/01/1917 e meses depois, em Junho de 1917, seguiu para França para substituir o capelão Martim Pinto da Rocha por não apresentar saúde que lhe permitisse aguentar o esforço físico do serviço nas trincheiras, ficou, assim, o nosso padre Pina na linha da frente.
Por decisão do Comandante do quartel general do C.E.P., este pároco ficou adido à tripulação de navios que evacuavam doentes. Acaba por voltar a Portugal sofrendo de bronquite crónica. 
Foi condecorado com a Cruz de Guerra "pelo modo distinto como soube conciliar as suas funções religiosas com as de bom português, catequizando cívica ou patrioticamente os soldados, socorrendo-os debaixo dos maiores perigos e não tendo descanso a proporcionar-lhes distracções".
Em Merville, a 6 de Fevereiro de 1918, um grupo de párocos deixa uma fotografia para a posteridade:

Corpo de Capelães Voluntários

De pé da esquerda para a direita, os Padres: António Rebelo dos Anjos, Jacinto de Almeida Motta, Luís Lopes de Melo, Ângelo Pereira Ramalheira, Cónego Álvaro Augusto Santos e finalmente o Pe. José António Tavares de Pina (Forninhos).
Sentados, da esquerda para a direita: o Pe. José Manuel Souza, o Cónego da Sé da Guarda, José Patrocínio Dias (chefe do corpo de Capelões Voluntários do C.E.P.) e Pe. Avelino Simões de Figueiredo.
Fotógrafo: Desconhecido

Pelos serviços prestados, todos estes capelães foram condecorados, todavia o que me impeliu a escrever este post foi o contributo valioso para a história de Portugal e dos portugueses na Primeira Grande Guerra dum Senhor que paroquiou a freguesia de Forninhos.
Nem só os capelães da Guerra do Ultramar merecem homenagens!

19 comentários:

  1. Linda homenagem em reconhecimento! Sempre vale valorizar! beijos, tudo de bom,chica

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    1. Se este jovem padre tivesse vivido no Séc. XXI, hoje (porque é moda) teria um "quadro" no interior da nossa Igreja ou Capela, mas viveu noutro tempo...
      Talvez eu faça uma compilação de fotos de padres que paroquiaram Forninhos e afixe num local de culto como oferta minha e dos meus familiares. É só uma ideia. Hoje, somente a homenagem virtual.
      Bj, bom fds.

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  2. Mais um soberbo registo, tal como tantos nos habituaste ao longo de tantos anos neste espaço que tu procuras com sacrifício deixar registos de aquilo que fomos. Foi antes de tudo um sacerdote da paróquia e Deus quis que partisse para uma missão austera e perigosa.
    Um santo homem que foi oficialmente honrado pelo cumprimento dos desígnios divinos, sem ostentação.
    Um modo diferente de vida, os que por aqui em Forninhos passaram e engrandeceram por si as memórias de Forninhos, alguns jamais esquecerão, tal como este relato.
    Se a isto não se chama fazer algo pela nossa terra, o lavrar parte da história e sem contributos, o que mais será preciso fazer?
    Dirão que são uns tolos que se dedicam a estas coisas e ninguém lhes liga. Os registos indicam o contrário, aqui se vem trazendo o que fomos, somos e queremos ser.
    Contra a verdade, não há argumentos, apenas o merecido respeito...
    Devíamos todos tal como no reconhecimento oficial, ter um herói que nos rezou missa na igreja matriz, mas não, interessa é o presente e quem lá vai...lá vai!
    A isto chamo de mediania.
    Bela e digna homenagem, mais que merecida.

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    1. Fazer algo pela nossa terra hoje é sinónimo de placa ou painel ostensiva(o) para salientar "a contribuição" ou "promessa" ou "voto", mas ainda bem que não somos todos iguais, caso contrário "os responsáveis" tinham de aumentar as paredes da nossa igreja e capelas e o dinheiro dizem que é pouco, quase não dá para pagar o ordenado do pároco!
      Talvez a paróquia de Dornelas, que é maior, um dia preste homenagem ao Pe. Pina, numa das quatro capelas por ele referidas em 1916, já que Forninhos o ignorou, tal como igorou o Pe. Albano, cuja passagem por Forninhos também não foi em vão...

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  3. Em tempos conturbados, sempre os homens de Deus deram um contributo valioso. Bonita homenagem.
    Abraço e bom fim de semana.

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    1. Contributo social, humano e religioso, pena que em Forninhos só os assistentes espirituais da Guerra do Ultramar tenham direito a homenagens.
      Acho que os da Grande Guerra também o mereciam, pois igualmente prestaram com sangue, suor e lágrimas grandes serviços humanitários aos militares portugueses!
      Abraço e bom fim de semana também.

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  4. Uma homenagem bem merecida, Paula, você sempre sensível e dando honra a quem dedicou sua vida com tanto amor!
    Um abraço carinhoso... (Quem sabe em 2019 apareceremos novamente por aí?! Tomara!)

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    1. Forninhos tem um dom, o dom de favorecer uns e prejudicar outros.
      Eu acho que é muito fácil ser-se justa e este pároco merecia ser lembrado, pelos feitos em campanha e também porque foi quem nos deixou um escrito datado de 10 de Dezembro de 2016, que fala de um santo "desaparecido"; mas como fala nesse santo já é "persona no grata". Era um distraído, um "velho xexé" que não sabia distinguir os santos. Afinal até era bem jovem quando paroquiou Forninhos e foi para França e ainda foi condecorado com a Cruz de Guerra; tem aqui, agora, a homenagem merecida!
      Beijinhos e pense com carinho na próxima viagem a Portugal :))

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    2. * queria escrever 10 de Dezembro de 1916.

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  5. Mas um REGISTO / HOMENAGEM justa e competente do vosso Blog.
    Bom Domingo

    Abraço
    MG

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    1. OBRIGADA. Olhe que a nossa plateia pode não gostar desse "competente" ou "justa".
      É que eu não sigo a religião que apareceu em Forninhos há aproximadamente 10 anos; talvez por isso consiga cada vez mais registos da nossa Igreja Católica, que conta com dois mil anos...
      "Guerras religiosas" à parte, o Pe. Pina merece as melhores homenagens.
      Paz à sua alma.
      Um abraço e passe um bom domingo.

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    2. Olá Paula

      A " Guerra" é reavivar as " Guerras" e seus Heróis.
      Haja o que houver é gratificante.

      Boa semana
      MG

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    3. Falta aqui um botão de "like" como no facebook para "curtir" os bons comentários!

      Boa semana.

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  6. Gostei de conhecer e valorizar engrandece_nos!!! Bj

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    1. Sem dúvida! Uma boa parte da sociedade desconhece a participação dos capelães voluntários. Retirá-los do "silêncio" é valorizar a sua difícil tarefa.
      Bj

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  7. Respostas
    1. Porventura semelhante a outras dissiminadas por aldeias como esta. Simplesmente esta nos toca pela proximidade e vivência deste Sr. Padre com esta paróquia que na altura contava com mais de 550 paroquianos. Hoje nem metade :-(
      Um abraço.
      Boa semana.

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  8. Boa noite Paula,
    Justa homenagem a esse Pároco de Forninhos que de forma abnegada se distinguiu junto dos seus compatriotas durante a Guerra.
    Forninhos terra de gente boa e corajosa!
    A fotografia é uma autêntica relíquia.
    Beijinhos e continuação de boa semana.
    Ailime

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    1. É verdade Ailime, tendo em conta os meios para fotografar daqueles tempos a foto é uma autêntica reliquia e se temos tido a preocupação de falar de pessoas boas e corajosas que já cá não estão, é somente para lhes fazer uma homenagem.
      As pessoas só morrem quando se deixa de falar nelas.
      Beijinhos.

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