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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Um Forninhos fidalgo


Há ano e meio atrás, soube que Forninhos passou a dispôr de mais uma unidade de alojamento, a "Casa de Campo Fidalgos do Dão", na Quinta de Santa Maria, herdade privada de produção vinícola e frutícola, sob a gerência de Fernando Pires.
Congratulei-me naturalmente, com o facto da nossa terra estar tão apetecível para o turismo, ao ponto de ter agora três Casas: "Casa das Camélias da Beira", "Casa da Fonte da Lameira" e "Casa Fidalgos do Dão", inserida numa quinta com um vinhedo muito bem tratado e de que gosto muito e que pode agora turisticamente promover a vindima e o pisar das uvas.
Lê-se ainda por aí que "podíamos ter outra, que só não está a funcionar por culpa da Câmara". Será verdade? 
Arrefeceu contudo o meu entusiasmo, quando soube que esse novo espaço não tem a menor utilização turística e que a pessoa que a gere sequer reside em Forninhos, mas em Lisboa, deslocando-se de quando em vez a Aguiar da Beira para participar nas Sessões da Assembleia Municipal. Será também verdade?
Sei que a estória do turismo rural já é velha e todos sabemos que pelo país rural inteiro alguns proprietários apenas apostaram neste tipo de turismo para justificarem os fundos públicos que receberam para a construção ou remodelação das casas antigas e solares, porque na prática, algumas apenas foram aproveitadas para sua habitação permanente e nunca receberam hóspedes.
Não sei se a "Casa Fidalgos do Dão" foi ou não construída ou remodelada com dinheiros públicos, ainda assim custa-me a aceitar que nos dias de hoje se aprovem licenças e projectos desta natureza e, depois, quem por lá passa encontra a casa fechada, quando cheia traria receita fiscal ao Estado. Só assim se justificaria mais uma casa de turismo em Forninhos. Ou não?
Há muito que digo que muita gente apareceu endireinhada desde a década de noventa não se sabe como, mas como não existe ninguém para fiscalizar anda tudo por lá ao "Deus dará"...
Dizem que alguns até se serviam dos fundos públicos para comprarem uma "bomba" de 4 rodas.

Foto do exterior retirada daqui:http://www.fidalgosdodao.pt/index.php/casa

27 comentários:

  1. A foto é linda e o relato me deixou refletindo...
    Um abraço nesta 6a feira...

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    1. É bom que os de Forninhos façam reflexões também!
      Abraço e um bom fim de semana.

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  2. Que tristeza, essa onda de apoderamento do dinheiro público virou moda. Mas espero que tenha sobrado duas casas para abrigar o turista que vir a conhecer essa bela cidade. Que um dia pretendo conhecer.
    Bos e tenham um feliz fim de semana.

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    1. Sabe Anajá, há coisas que eu ainda não compreendi e possivelmente nunca vou compreender, como há em Forninhos 3 casas para receber turistas e os turistas que por lá passam contam-se pelos dedos das mãos e ainda sobram dedos!
      E, pelos vistos, se não fosse a Câmara podia haver 4!!!
      Bjos/bom FDS.

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  3. Desde que a oportunidade de negócio não se sobreponha meramente a interesses pessoais...
    Desde que as nossas origens e pergaminhos, sejam respeitados...
    Desde que as coisas sejam feitas de forma digna...
    Desde que, sejamos nós...
    Será que isso custa muito?

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    1. Não, não custa. É fácil ser-se honesto, mas lá muito atrás já havia quem lembrasse que "à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta".
      Todos os que se servem de Forninhos deviam estar acima de qualquer suspeita e, o mal, é que alguns não estão.

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  4. O comentário que fiz ontem sobre IPSS foi fundamentado no que
    li na Revista Sabado de 16 Março de 2017....
    Dizia eu que o Turismo Rutal estã para o Interior....
    Como as IPSS estão para as Cidades...
    Havendo excepções sérias e justas , obviamente...

    Abr
    MG

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    1. Olá MG.
      Como o comentário do XicoAlmeida foi removido e o seu foi inserido como resposta, ao eliminar um, eliminou-se o outro. Peço-lhe desculpa.
      Claro que há excepções, uma das casas de turismo rural de Forninhos, quer gostem ou não gostem, ficou e tem uma imagem muito positiva.
      Já as IPSS são outras tais...a de Forninhos há muito que devia ser posta em causa a sua gerência. Espero que o novo Director não feche os olhos e daqui para a frente alguma coisa mude por lá. A ver vamos...
      Abr./bom sábado.

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  5. Abraço BFS
    Mas também digo, Paula .O ESTADO é " Doce e meigo "como o Mar
    mas quando se revolta Mata !!!
    Basta que se zanguem as comadres. Agora que as Eleições para
    o Poder Local se aproximam ,e, acreditando cada vez mais nas alternâncias e alternativas , aí aí , quem constrói ou mete dinheiro ao bolso com Fundos do Estado , para esses , noites pesadas se aproximam ?
    Mas... enquanto o pau vai e vem ,marisco para cima da mesa e luxo nas marinas e auto estradas.

    Segundo sei , no Turismo Rural , duas familias por ano se lá
    dormirem e existindo uma factura entre as partes , já está
    tudo legal.Nas IPSS basta ajudar duas familias com Rendimento
    de Inserção e a " coisa " fica justificada.
    Tudo ...o resto nos corredores do Poder , seja em Cebolais ,
    Arruda ,Pico ou Cernacelhe , seja PS ,PSD , CDU ou PP é tudo
    tentado ao lucro fácil.
    E escreve - vos um cidadão que votou duas vezes em Sócrates.
    Imaginem o meu Estado de Espirito ( com letra grande ).

    Abr
    MG

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    1. De certeza que conhece o provérbio "há muitas maneiras de matar pulgas".
      Eu cada dia me espanto mais com as pessoas. Primeiro criticavam a gerência da Casa Camélias da Beira, mas a Casa dos Fidalgos do Dão, que não caiu em mãos erradas, afinal não faz melhor, não é alvo de crítica negativa porquê?
      Ainda hão-de dizer que é porque aqui está o Forninhos com futuro apregoado há 8 anos!
      Se noites pesadas se aproximam? Oxalá que sim.
      Pessoalmente até simpatizo com o Sr. Fernando Pires e gosto muito da Quinta de Santa Maria, mas o aparecimento desta 3.ª casa deixou-me com a pulga atrás da orelha.

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  6. É realmente uma tristeza estarem fechados estes espaços de turismo, cheira-me que foi alguma negociata.
    Um abraço e bom fim-de-semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

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    1. Só pode!
      Como é que a Câmara Municipal inviabilizou uma 3.ª Casa e ao fim de uns anos não?
      Garanto-lhe que não aumentou o número de turistas que passam por Forninhos.
      Mistério...
      Abraço/bom fim-de-semana.

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  7. Finalmente o estado vai investigar e pedir contas às benesses atribuídas pelo erário público e pelos fundos europeus.
    Uma altura houve em bastava ter olho para o negócio, tudo se amanhava, tenho cinco, vou buscar cinquenta e no fim fazemos contas...
    Era, não adianta esconder, bastava quem estivesse por dentro destas coisas e tudo se resolvia.
    Mais tarde a coisa apertou e apenas se metia nestas "aventuras" quem tivesse pergaminhos ou adulação para tal...
    Forninhos, pelos vistos tem quatro "casas", mas convenhamos que no muito tempo que por ali vou passando, nunca, mas nunca vi carro algum perguntar onde fica o destino a que se propuseram.
    Será que o gps também aqui não apanha e andam perdidos algures?
    Um conselho, se tiver um palheiro em ruínas, faça dele uma casa de turismo rural...e fica com uma casa de habitaçao quase de borla.
    Recebe amigos e familiares, tudo gente de bem, respeitada.
    E ainda falam dos Vistos Gold, para quê, estão aqui no interior ao virar da esquina...

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    1. Claro que tudo isto só tem sido possível devido a um regime burguês, em que esta gente se incorpora às claras porque não existe ninguém para fiscalizar.
      Esta Quinta, com palheira transformada em casa de turismo, até foi pertença dos donos da hoje Casa Camélias da Beira e não foi na antiguidade, foi no "meu tempo"!
      Podia dizer mais, mas fico por aqui, as pessoas de Forninhos que façam relexões quando na campanha eleitoral que se aproxima a passos largos ouvirem os discursos progressistas e de pseudo honestidade!

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  8. Linda foto e como dizes, a reflexão é válida pra todos de Forninhos! bjs, linda semana,chica

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    1. Só me ocorre uma frase que cada vez se ouve mais: "anda meio mundo a enganar o outro".
      Bjs, boa semana.

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  9. O poder corrompe. E poucos são aqueles que resistem ao poder. Daí que haja tanta corrupção à nossa volta.
    Gosto da foto.
    Um abraço

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    1. A pergunta que eu faço é muito simples: porque é que quanto mais têm, mais querem?
      Abraço.

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  10. Boa tarde Paula,
    Realmente se assim é, é uma pena.
    Para a aplicação desses fundos havia de existir uma fiscalização contínua, para evitar desvios.
    Compreendo as boas vontades e em obstruir algo de positivo, mas já não entendo o uso para proveito próprio.
    Não é nem será caso único infelizmente
    Beijinhos e boa semana.
    Ailime

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    1. Acima em vez de obstruir, queria dizer construir. Desculpe. Ai os androids:)). Bjs

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    2. Também não compreendo.
      Lembro-me há uns anos, neste blog, uma pessoa falar do porquê de se darem subsídios para se não cultivar as terras, quando devia ser precisamente o contrário. Agora, um "fidalgo" pode remodelar a casa, tornar-se um empresário de turismo rural com a casa comodamente vedada ao uso turístico e ninguém questiona tal.
      Malandro do "Zé Povinho" que recebe subsídios para manter os terrenos incultos, não é Ailime?
      A raia miúda é logo achincalhada, mas a raia graúda é aplaudida.
      Bjs/boa semana.

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  11. Respostas
    1. Foi retirada daqui http://www.fidalgosdodao.pt/index.php/casa

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    1. Deixe lá. Tenho quase a certeza que há muito pouca gente que sabe.
      Bjo.

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  13. Desculpem,mas isso e tudo dor de cotovelo,acho que cada um deveria preocupar-se com as suas vidas e deixar a vida alheia

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    1. Estás enganado Agostinho, dor de cotovelo é (ou pode ser) ter inveja ou ciúme de alguém que consegue vantagens ou promoções e nos deixa (a nós) para trás. Achas mesmo que é esse sentimento que eu e outros temos por pessoas que tiram vantagens sobre uma terra que é nossa e que todos os dias até perde população, quando devia ser o contrário?
      Se Forninhos não atrai turistas é porque não oferece um produto turístico de qualidade e isso é motivo para ter "dor de cotovelo"?
      Sabes Agostinho, devemos obter as coisas por mérito próprio, é assim que eu penso e quero continuar a pensar. Trabalho, desconto bastante todos os meses, por tal acho que os impostos que eu pago ainda me dão o direito a opinar sobre o que acho bem ou acho mal sobre a coisa pública, não é sobre a vida alheia, é sobre a coisa pública. Como vês, até o faço publicamente!
      Mas, já agora, as perguntas que eu te faço são muito simples e gostava de para elas poder ter uma resposta tua.
      É feito um acompanhamento do modo como as casas que foram construídas ou remodeladas com fundos públicos (sim, porque as verbas da União Europeia são verbas públicas) cumprem a sua obrigação de se manterem abertas à utilização de potenciais utentes? São feitas inspeções regulares sobre as taxas de ocupação?
      Ou estão sempre vazias e o Estado não tem como obter receita fiscal?
      É que aqui é que está o busílis.

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