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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Somos Livres

Um povo que cerra fileiras...



Singularidades do 25 de Abril, numa aldeia do interior de Portugal, chamada Forninhos.
A mesma pacatez como se o tempo fosse igual ao de quarenta anos atras. O sino a tocar, as batatas a "semear" e o ar de desdem por termos conseguido dois cravos vermelhos que ostentamos.
Um dia indiferente para quem viu morrer filhos e netos na nefasta guerra, os mesmos que viram partir na clandestinidade, tantos e tantos...
Doi imenso o ignorar este dia, dia que trouxe tanta coisa e respeito mundial, que lavou a ignominia do fascismo ao ser um exemplo mundial que a vizinha Espanha aperfilhou, um povo de bem.
Pior o ar circunspecto das comemoracoes no parlamento, mea culpa pela ignorancia daqueles que tudo fizeram para terem assento numa cadeira, os tentarem calar na vergonha de nem o presidente ostentar um cravo encarnado.
Mas no outro canal televisivo, do Carmo ao Maria Pia, na manha de hoje, aqueles milhares que cantavam o Grandola da boca do Zeca Afonso, exultantes, transpiravam esperanca e certeza de que somos livres de voar.
Abril sempre!!! 

16 comentários:

  1. Interessante ver como foi a data em Forninhos! Lindo post! beijos,óptimo fds! chica

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  2. Cada lugar , cada país já passou por negras guerras
    pra demonstrar seu valor e apossar-se da tão querida liberdade.
    bjs tenha um bom fim de semana.
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  3. Olá,
    é a cidade do interior são sempre esquecidas, é destas cidades que saem grandes homens e grande ideias. O povo do interior é mais criativo e mais guerreador de seus ideais.
    Que venha dias de grandes oportunidades para Forninhos.
    Tenham um ótimo fim de semana.

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  4. Tenho que constactar que: Nao foram aqueles, mas sim estes, "que ultrajaram e tem vendido ao desbarato esta terra" que nao creio que ja seja nossa!

    Viva a LIBERDADE e viva a DEMOCRACIA!
    Mas a verdadeira democracia, nao esta, que e uma partidocracia, mascarada de democracia!!!

    Que PORTUGAL tenha um futuro mais risonho e mais justo para todos, coisa que ainda se nao realizou em duas geracoes, sao os meus sinceros votos!

    Viva PORTUGAL.

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  5. Boa tarde Xico, imagino o que sentiu por em Forninhos esta tão tão marcante data da nossa Historia ter passado despercebida!
    Mas por aqui foi mesmo uma enorme emoção poder cantar ao vivo a Grândola! Lisboa esteve ao rubro!
    Abril jamais será esquecido! Um beijinho e bom fim de emana. Ailime

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  6. Oi Chico,
    tem coisas que não podem ser esquecidas, essa data é de grande importância, pois houve uma grande luta e conquista, a conquista da democracia, depois de 48 anos de ditadura, e o símbolo dos cravos vermelhos, ofertados por uma florista aos populares que oferecendo aos soldados estes colocaram no cono de suas espingardas, foi algo lindo, no meio disso tudo, tem que ser muito comemorado, essa tal liberdade!
    Beijos!

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  7. Há quanto tempo não ouvia essa canção! Tão ouvida e tão cantada durante aquele ano de 1974...
    Muitas aldeias serão assim, não apenas Forninhos. Parece que o tempo por lá não passou, parece que toda a transformação, toda a novidade ali não chegou...Há na sua descrição uma tão triste ironia, como se já se tivesse esquecido a guerra do ultramar que tantas vidas ceifou. Mas algo de muito diferente se passa decerto em muitas aldeias alentejanas, onde a luta pela terra se deu.
    Até acho bem o sr. Presidente não ostentar cravo, pelo menos nisso é coerente; o 25 de Abril é uma "chatice" que ele tem apenas o dever de comemorar, não o gosto.
    Viva o 25 de Abril! E que nunca esqueçamos os que lutaram e sofreram para que hoje possamos viver em Liberdade.
    xx

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  8. Sobre Abril e como a data se viveu na nossa aldeia, sinceramente, senti (e já senti há muito) que não há muito Abril dentro de Forninhos. Mas para ser franca, na minha meninice até achava que Forninhos era uma terra com muito Abril, isto porque na família do meu pai havia ali umas “sementes” de revolta.
    Ouvia falar da pobreza. De que havia meia dúzia de pessoas com posses e que tinham negócios próprios e dos outros que viviam do que a terra dava e que esses não contavam para nada! Lembro-me também falarem da guerra do Ultramar e da emigração, sobretudo para a França. Cresci, portanto, com a percepção de que antes do 25 de Abril havia em Forninhos pessoas muito pobres e que os jovens eram obrigados a ir para a guerra.
    Depois, é na minha adolescência que reparo que algumas coisas em Forninhos não batiam certo e fazia-me confusão (ainda faz) como é que as pessoas tão pobres e famílias que tiveram de emigrar, alguns clandestinamente, quando puderam voltar de vez à sua terra já depois de Abril pensam de modo diferente?
    Sinceramente o que vai na cabeça dessa gente surpreende-me! É que essas pessoas, acho eu, têm noção do que foi o regime, Salazar, a liberdade e mais coisas!
    Gostava muito que o 25 de Abril chegasse a Forninhos! Não para que a vida dos que lá vivem fosse diferente e melhor, afinal a aldeia está bonita, está limpa, mas acho que falta acontecer o verdadeiro 25 de Abril para que as pessoas se sintam bem na sua terra. Nesse dia muitas coisas melhoraram de certeza!

    Amigos bloguistas,
    Estou sem tempo agora, mas prometo visitar todos ainda hoje.
    Um abraço e obrigada pelos comentários.

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  9. Música muito tocante e bonita! Liberdade é coisa preciosa e deve ser cativada!!
    Salve 25/04!!!
    "Somos livres..."

    Abraços... Boa Semana!

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  10. Boa noite ,
    acho tão bonito alguém que nunca te viu vir te dar uma satisfação
    sobre o sumiço, é assim que vemos que temos amigos de verdade.
    tenha uma bela semana.
    bjs
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  11. Isto é LIBERDADE, poder colocar palavras.
    O gozo de sentir que apesar de tantos anos, ainda se tem de remar para o barco não afundar ou tentar evitar as pedras atiradas que ainda lhe tentam fazer rombos e que perdem a direcção, atiradas por "velhos caquéticos saudosistas sem norte".
    Numa aldeia ter a coragem de "mendigar" se alguém nos arranja uns cravos vermelhos (um pecado ainda hoje, acreditem), afinal o sabor para sentir e partilhar na alma o sentimento da continuidade de um novo mundo, Este DIA esbarra num dia comum, no qual não havendo missa dominical, se resume a saber por quem trabalha por conta de outrém que é feriado, seja ele do que for, que se "lixe"...
    Falo deste aldeia que todos vós conheceis daqui, chamada Forninhos, da qual esperava que no mínimo tivesse prestada homenagem no monumento dos combatentes na entrada da freguesia, cujos eleitos advêm da liberdade do preço do sacrifício de tantos como eles para poderem exercer cargos e sem discursos simplesmente em nome do povo lhes dizer: Bem-Hajam!, Pelo menos um ramo de cravos, afinal talvez a freguesia mais massacrada do concelho. Mas não havia, nem para um senhor especial que remando contra tudo e todos, no 25 de Abril e até morrer, ostentava orgulhoso o seu cravo, tio António Carau que ao partir com ele foi um pouco da "Festa de Abril".
    Curiosamente hoje, já por esta Lisboa que no Carmo se engalanou a celebrar a data por tantos milhares, de alguém hoje recebemos um pequeno saquinho de sementes de planta, oferta da Câmara Municipal de Lisboa aos seus munícipes que na frente reza ""Agarra Abril...Semeia Abril".
    Por dentro, sementes de cravos vermelhos.
    Estes irão ser semeados na nossa terra, Forninhos!!!

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  12. O tio António Carau não só metia ao peito um cravo vermelho, como também me lembro dele cantar a canção da Ermelinda Duarte [que só hoje ouvi e visualizei o vídeo, porque como passei estes dias em Forninhos e a Internet lá é bastante lenta...e a paciência não faz parte de mim!...] e no fim dizia sempre "SOMOS LIVRES, SOMOS LIVRES" e eu dizia-lhe “VIVA O 25 DE ABRIL” “VIVA O SALGUEIRO MAIA”.
    Em Forninhos assinalaram o Dia da Liberdade com o recomeço (parece) das obras de Santa Engrácia, digo, Lameira. O monumento aos Combatentes diria que já é 'coisa' do passado, pois depressa esqueceram os que sofreram uma guerra sem sentido e já nem falo dos presos políticos, e todos os militares envolvidos na Revolução.

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  13. Abril, "n'en déplaise" a todos os saudosistas de Portugal e dos Algarves, valeu a pena. Todavia, o Abril radioso com que sonhamos, esta cada vez mais distante. Espessas nuvens negras se amontoam no horizonte e para nos, as gentes do interior, a este ritmo poderemos ficar apenas com as igrejas e os cemitérios. O Abril, o Esperança!

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    Respostas
    1. Como diz, sr. António Leitão: "sem ofensa", pois a quem falta vergonha na cara, não se sente ofendido, passa ao lado, orgulhosos de cada dia que passa se sentirem mais imponentes, mas ironia, tal como as nossas gentes que vão restando, acabarão de igual modo no cemitério.
      Falta saber se restará quem os enterre.
      Cumprimentos.

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  14. A ausencia de Abril, nao é apanágio de Forninhos, mas um mal que afecta o interior do solo Patrio interior. Os pintainhos ao nascer, seguem a galinha, porque é a primeira "coisa que vêem. Sem ofender ninguém, Nos, os da minha geração, vimos Salazar e A. Tomaz, e ai de quem nos dissesse mal deles. Ha um tempo para tudo: ser criança e adulto. para quem foi trabalhar no campo aos 11 anos, cortar perpianhos aos 15, guerra aos 20, emigrou aos 25, para poder viver de cabeça levantada, seria ignorância, cobardia ou masoquismo dizer que o antigamente era preferível ao hoje. Creio que foi S. Mateus que disse: Ai daqueles que chamarem bem ao mal, e mal ao bem. Como dizia Bertolt Brecht: E preciso mudar o mundo, e depois mudar o mundo mudado. Felicidades.

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  15. Pois é, é um mal que afecta tantas aldeias do interior! Há pessoas em Forninhos que ainda hoje não sabem o significado do cravo! Sabem que é feriado, mas nem percebem que o dia feriado também lhes diz respeito, mais que não seja porque desta sua aldeia partiram jovens que deixaram a vida na guerra colonial. Depois erguem monumentos aos combatentes para quê? Palavra que não sei…
    Forninhos tem lá o seu monumento e só este ano, porque lá passei o dia 25 de Abril, é que me apercebi que lá está por estar!
    Mas enquanto as pessoas os aplaudirem e continuarem a votar no partido que está no poder, não adianta fazer o que quer que seja por esta terra. Vão achar sempre que os outros são "comunistas" e que se ganharem as eleições tiram-lhes a reforma!
    Eu há já algum tempo que ando a pensar fazer um 'post' sobre o brasão de Forninhos, mas as coisas são como são e o assunto não deixa de ser actual em qualquer altura. Tem o nosso brasão uma flor de lis entre uma espiga de trigo e um cacho de uvas. A flor de lis, como o Sr. Leitão deve saber, antigamente era muito utilizada nos brasões e escudos da realeza francesa. É esta flor símbolo de poder, soberania, lealdade, etc...e eu achava que ficava melhor em chefe o símbolo da chaminé e o fundo do escudo que é em vermelho, devia ser de cor laranja, pois tem tudo a ver com a simbologia do Forninhos de hoje e a significação é a mesma da chaminé.
    Claro que isto é só uma ideia minha ;)
    Um abraço e tudo de bom.

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