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domingo, 8 de dezembro de 2013

Eu tive um sonho...


A expressão não é minha e o objectivo de Luther King era outro!
Também a imagem que hoje coloco não é de Forninhos. É da sala de vestes ou paramentos litúrgicos de um museu de arte sacra. Há porém em Forninhos material que permite encher um igual espaço com paramentos antigos, objectos litúrgicos, livros, imagens de santos (da igreja e capela), crucifixos, via sacra (quadros), bandeiras, guiões, imagens do presépio, umbela, confessionário, carreta fúnebre, etc., etc., fotografias de momentos desaparecidos, como procissões, andores, etc...
Deixem-me sonhar, que se a Igreja o desejar até tem um espaço: a abandonada casa paroquial, junto à bonita Matriz de Forninhos, que pode vir a ser o local certo onde tudo isto pode vir a "repousar" para ser preservado, observado, admirado e até estudado. 
Guardar, com cuidado e carinho, o que ainda nos resta, é contribuirmos para preservar a memória do nosso povo! 

28 comentários:

  1. Este sonho entendo como um desejo não utópico mas plausível de se tornar real.
    Forninhos teve e presumo ter ainda, todo este património sacro, material e imaterial, independentemente do sítio onde e em que estado ele se encontre.
    Quantos de nós ainda se recordam da "casa do padre" aonde brincávamos e via-mos televisão entre amontoados de santos e santas ao Deus-dará, lanternas, cruzes e vestes em que os ratos faziam ninho.
    Não sei o que por lá andará, talvez lá tenha ido parar o orgão do coro, o confessionário e paramentos que lindos e condizentes com as festividades, sempre imaculados, o sacristão ajudava na sacristia o padre a vestir.
    A nossa aldeia, feita de gente crente, deveria prescindir de alguns passeios e festas e transformar este espaço digno dos antigos, actuais e futuros forninhenses, mais não seja, num acto de fé.
    Tanto espólio andará em arcas particulares, tantas fotos com registos antigos que acredito poderiam contribuir para esta obra de todos.
    Custa-me acreditar que do antigamente restem apenas as capas da irmandade e pouco mais...
    Curiosa e coincidentemente´este post é publicado no dia da Imaculada Conceição, eleita pela Papa Sisto IV em 1476, que hoje se celebra e que mais tarde em 1646, o rei D. João IV, elegeu por devoção e agradecimento à Restauração da nossa Independência sobre Espanha, Padroeira e Rainha de Portugal.
    Lembro isto pelo dia mas também pelo exemplo deste acto que aplicado a Forninhos pode servir de reflexão: O rei decretou que a partir desse dia jamais algum rei português usaria coroa, sendo esse privilégio apenas da Imaculada Conceição.
    Que algumas pessoas que se sentem "coroadas", sintam a alma e coração tocado e em comunhão metam ombros a esta obra e preservem este legado.
    E todos se sentiriam gratificados!

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    1. Em Agosto último tive oportunidade de ver no chão do r/c da “casa do padre” o confessionário e uns quadros da via-sacra (amontoados) e vi uma escultura da Imaculada Conceição numa base de pedra, que sem certeza absoluta, me pareceu ser uma prateleira dum armário embutido na parede, usado para colocar livros ou objectos litúrgicos. Achei muito interessante, só que não tive oportunidade de o fotografar :((
      A imagem da S. da Conceição ‘milagrosamente’ não tinha pó, o que me fez pensar que alguém a havia ali colocado recentemente, ou seja, depois do ‘post Altar, N. S. dos Verdes (continuação...)’, em Junho de 2013.
      O órgão da Igreja de Forninhos não o vi por lá…nem os paramentos antigos que possivelmente andarão numa qualquer arca-baú!
      Muito bom o teu comentário Xico, bem haja.

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  2. Porque não?
    Oxalá o teu sonho se concretize.
    beijo

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  3. Lindo sonho,Paula! E desejo que se torne realidade! bjs e meu carinho,

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  4. Então, Paula, lute por esse bonito e cultural sonho! Boto fé, como dizem os jovens por aqui...

    Beijos e ótima semana....................................

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  5. Posso não o conseguir realizar porque realizar sonhos, mais das vezes não depende só de nós! Mas, lembro, já agora, a bem da história e a mal do papel da Igreja, que nunca se preocuparam em guardar, com cuidado, carinho e respeito, os nossos bens culturais!
    Mesmo em 2011, após uma visita da Dra. Fátima Eusébio, directora dos bens culturais da igreja, e foi dito ao Sr. Pe. Paulo e às 3 pessoas que os acompanharam que a maioria dos nossos santos não eram os originais; que na igreja nova de Santo António estava um quadro pagão… e, segundo me disseram, na casa paroquial, pasme-se! não havia lá nada de valor, o que afinal foi mostrado, dito, para fazer-lhe ver que na nossa paróquia temos coisas de valor, pelo menos, para nós, como é o caso dos livros de registos de baptizados, casamentos, óbitos; paramentos antigos, objectos litúrgicos, quadros, um confessionário lindíssimo, uma carreta fúnebre, a pia de granito para o azeite que hoje anda no adro ao “deus-dará”, etc. e tal…
    Será que estas ‘coisas’ não têm valor e não são motivo de orgulho para os forninhenses?
    Parece-me, sim, que afinal há falta de interesse ao ponto de se resignarem e aceitarem de bom grado tudo o que 'os de fora' dizem!

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  6. "A iniciativa de criar um novo blog veio ao encontro de algo que já faltava à nossa terra: um ponto de encontro de todos os forninhenses e amigos de Forninhos, para divulgar as notícias, a história, as tradições e as curiosidades da terra que me viu nascer. Encaro esta iniciativa como uma missão de serviço à nossa comunidade, quer informando, quer construindo um arquivo histórico para o futuro...".

    Palavras de Paula Albuquerque, criadora e mentora deste blog, faz hoje precisamente 49 meses!
    Ela continua a sonhar, tal como poucos ainda sonhamos nos frutos da sua mensagem. Hoje, este espaço já património genuíno de Forninhos, queiram ou não, ultrapassou a fasquia de 250.000 visitantes, número aterrador mas que transmite uma força medonha, pois, e para tal basta aqui vir, traz uma responsabilidade acrescida, pois se fosse livro, já era há muito um "Best" invulgar por ser classificado por gentes simples e de elevada craveira académica de várias áreas, como sendo dos poucos entre milhões que consideram intrinsecamente de carácter histórico/cultural, que obriga a cada vez mais pesquisas, conselhos e apelos tais gritos de alerta.
    Afinal uma luta contínua de despertar consciências, vontades e transformar o pseudo-amor pela nossa terra em feitos reais. Pergunto, o que falta a esta nossa aldeia para por si só, preservar o que lhe pertence e pertenceu?
    Espaço para um museu de todo o movimento e evolução religiosa também tem, matéria física também de toda a panóplia aqui transcrita e não havendo, fruto de roubos, uns conhecidos outros escondidos na vergonha de quem neles colaborou, também.
    Doí-me que gente classificada como dizem, nada encontrem de valor em termos de arte sacra, pois para mim essas são as "tiradas" dos Marchand, pessoa que negoceia obras de arte... mas as memórias e raizes, essas ficam no coração e nem um transplante as apaga.
    Mesmo um pouco na distância, tanto aqui se trabalha, contra ventos e marés!

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  7. Na modesta introdução que eu intitulei “Porquê este blog” apenas quis deixar uma mensagem afectivo-recordatória, pois muitos dos meus post´s vão nesta linha e procuro sempre homenagear o povo que está para trás na história de Forninhos. Penso, porém, que todas as fotografias antigas e todos os detalhes aqui trazidos por outros forninhenses (e não só) sobre um passado comum, enriqueceram muito o nosso blog.
    Mas Xico, o que eu escrevi sobre nada encontrarem de valor, para mim, (também) é jogada da gente classificada (e não classificada) e acrescento que se desapareceu de vez o S. Pedro, o S. Matias, a S. dos Verdes, os Serafinzinhos, é porque tinham valor, pelo menos, comercial.
    Se Forninhos hoje não tem um património rico, é porque nessa terra deixaram que tudo fosse “levado” e o que resta também se vai perder se não se fizer agora nada…

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  8. Pois é, Paula, um bonito sonho . E como diz o poema do Gedeão:" O sonho comanda a vida", pode muito bem realizar-se.
    Bjs
    Manuel Tomaz

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    1. Oxalá que sim, que se concretize o meu sonho!
      E com este 'post' espero que, pelo menos, os nossos migrantes e emigrantes tomem consciência que ninguém liga ao nosso património, à nossa história. Em Forninhos, nem particulares, nem entidades, se importam que se queimem papeis ou que pias de granito sejam levadas para fora...

      Beijinhos**

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  9. As lembranças são parte de nós e é muito bom preservar para
    lembrarmos futuramente.
    bjs
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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    1. Exactamente!
      Um povo só é digno desse nome, quando não renega o passado, que o preserva, que o estuda e que o faz recordar e comover.
      O Forninhos que eu retrato é aquele que eu gostei, que eu gosto.
      Bjs.

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  10. Quem sabe os sonhos não podem se tornar realidade?
    Abraços.Sandra

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  11. Em prol de Forninhos, vou enviar este 'post' ao Sr. Pe. de Forninhos e a outras pessoas, e pode ser que por interesse também deles se concretize o meu sonho!

    Um abraço meu.

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  12. Olá Paula, lendo o seu "post" e agora o seu último comentário admiro muito o que continua a fazer para preservar a memória do povo de Forninhos! Há certas situações que se resolvem com rapidez e outras demoram uma eternidade! Penso que por vezes é só uma questão de boas vontades! Que o seu sonho se concretize e decerto o Sr. Padre vai acolher a ideia com alegria. Beijinhos e uma boa noite. Ailime

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    1. Ailime, quando diz que "decerto o Sr. Padre vai acolher a ideia com alegria", sem dúvida!!!
      Obrigada pelas tuas palavras!! Beijinhos, Paula.

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  13. Que o sonho de ver um espaço pra preservar essas memórias religiosas de Forninhos vire realidade e torço com vocês pra isso! beijos,chica

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    1. Obrigada!
      É apenas mais um sonho (e um post), mas acredito que se a Igreja o desejar, pode aproveitar a abandonada casa paroquial para expôr com carinho os imensos objectos e vestes antigas.
      Talvez não fosse bem isto que os nossos avós tinham em mente quando usavam o confessionário, pegavam na cruz, na Santa Bandeira ou numa lanterna...mas aplica-se tão bem aos dias de hoje, que não resisti.

      Beijinhos

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  14. Paula e Xico,

    Esses objetos litúrgicos deveriam ser guardados com muito carinho, em todas as partes do mundo. Infelizmente, parece que isso está sendo esquecido.
    Desejo que vocês consigam preservar o que resta, para que todos possam conhecer.
    Uma linda semana! Beijos

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    1. Amiga Lucinha, se quem por estes ideais continua a lutar, é apelidado em soslaio de "coisa e tal" por quebrar silêncios acomodados, dá para antever a expectativa transformada em sorriso...
      Quem dera!
      Beijo para ti.

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  15. Lucinha, é um prazer ler o seu comentário, mas acho que maioria prefere saber que há imensos 'objectos' a desagregarem-se na 'casa do padre' e na 'cave' da casa mortuária, no adro da igreja, etc...
    Este pedaço da nossa história se não fôr religiosamente preservado no nosso tempo, os vindouros nunca vão sequer conhecer a umbela, muito menos, para que servia!

    Um abraço amigo.

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  16. Esta nossa terra mesmo após ventos de liberdade, continua imutável, qual granito que a modelou em trabalho digno ma orgulhoso, alimentando ribeiros de suor e sem discernimento contemplativo. Cada qual olhando para si próprio, depois para o vizinho, esquecendo que outrora eram irmanados no lema da solidariedade.
    Desde a pinha acesa e emprestada que acendia a lareira, até ao fermento para o pão, as portas dos "vizinhos" tendem a acabar, fechadas a cadeado.
    Por tudo isso e apesar dos vossos votos tão sinceros e carinhosos, quem me dera sonhar...
    Haverá sempre raízes arreigadas na erva daninha.
    Fernando Pessoa dizia:
    "Deus Quer, o Homem Sonha e a Obra Nasce...".
    Será?!!!

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    1. Penso muitas vezes nesse povo antigo... e ainda havia os "Senhores" da terra.
      A malga de fermento já não roda pelos vizinhos, já ninguém pede brasas para acender o lume, mas até parece que ainda há na aldeia "Senhores", não os de antigamente, que pouco mais sabiam, do que explorar os que dependiam deles, mas "Senhores" que em nome do "progresso" vão deixando a memória de Forninhos cada vez mais pobre e é pena porque não era necessário ser assim!

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  17. Um sonho lindo, faco votos que se realize!

    Um abraco amigo!

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    1. Caso se realize, neste espaço, de imediato, darei notícia!

      Retribuo o abraço.

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  18. Boa tarde, infelizmente não é só em Forninhos que isto se passa, um pouco por todo lado isso acontece, mas não temos nada de seguir o que outros fazem, como diz e bem a Paula, havendo espaço porque não ocupá-lo ?!
    Quantas vezes só depois do mal estar feito é que se lamenta, agora que ainda há tempo, porque agir de imediato, será que a nova presidente dá junta de freguesia, junto do padre tomar essa iniciativa, nunca se sabe.
    Vamos perguntar a ambos se esse projeto não seria uma mais valia para os Forninhenses .

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  19. Eu já nem gosto de falar da Junta de Freguesia...e do museu etnográfico/histórico a que me referi já tantas vezes aqui. Se publiquei agora este post, é porque continuo a ver oportunidades que vamos perdendo e também digo isto convicta que um dia iremos precisar do que deitamos fora hoje, tanto a nível material como cultural.
    Mas tens razão, João, pode ser que a Presidente da Junta se interesse também, até porque quando a 'obra' é da Junta há sempre gente da terra (e de fora) que até pede para contribuir... mas no fundo, no fundo, o que eu gostava de ver em Forninhos era "cada macaco no seu galho". A Igreja, na casa paroquial, guardava os bens da Igreja; e, a Junta, na abandonada escola primária, guardava todo o material ligado à agricultura: alfaias, utensílios, recheio de casa, roupa, folclore, carroças, fotografias antigas, etc. etc.

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  20. Definitivamente, chamemos "os bois pelos nomes"!
    Aqui labuta-se com estoicismo pela terra, seja em arte sacra, etnografia, memórias de corpo e alma a guardar.
    Aquando idas à nossa aldeia, quase todos elogiam esta obra, como se quem por aqui passa fosse mensageiro de algo, algo que gostariam em se rever, mas a maligna tem uma mordaça infinita...
    Cada qual cuida do seu quintal, "escuva-terras" sem canudo que as prenda, e aos votos prometidos são progressos, partindo do principio que sabem o paladar do termo, nada, até já tremem ao peso da responsabilidade.
    Lanço mais uma vez o desafio, os de fora e de dentro que se juntem mas em jejum, sem festas e forrobodó e pensem:
    " O que temos, o que tivemos e o que poderemos mesmo já não tendo, preservar em memórias".
    QUAL O INTERESSE DESTA GENTE NO APAGAR E ESCONDE RAÍZES TÃO DIGNAS?
    Avancem os comandantes auto-proclamados e digam de sua "justiça".
    Ou então a justiça que rege Portugal, em sindicancia, faça o trabalho e dever que lhe assiste, investigar roubos e depilação de todo este património, que mesmo escasso, tem valor incalculável no coração dos forninhenses!
    E no disse que disse, fácil seria encontrar ainda gente viva e comprometida...
    Já mais longe andou a conclusão desta demanda.

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