Desde tempos imemoráveis que o centeio é semeado nas nossas terras. Exemplo disso é o que se colhe nas Inquirições de D. Afonso III (1258). Para se saber quais as terras que andavam indevidamente na posse do clero e da nobreza, o Rei ordenou Inquirições e encontramos o resultado de suas diligências:
De Penna Verde. F. Domicini juratus et interrogatus, dixit quod Penna Verde est toto foraria Regis de jugata et Fornos et Dornelas et Casalia de Moreyras et Monasterium et Finis Moreira et Queiriz que sunt aldeole de Penna Verde.
Interrogatus de foris regis dixit quod dabant de jugata: de tritico unam taligam et tres taligas de centeo.
O principal informador dos Inquiridores da Coroa foi um tal F. Dominici que disse darem de jugada uma taleiga de trigo e três de centeio os homens de Fornos, de Dornelas, Casais de Moreiras, Mosteiro, Fim de Moreira e Queiriz que eram aldeias de Penaverde.
Há mais de cinquenta anos, ainda os terrenos da nossa aldeia eram todos cultivados. Qualquer terra que não desse milho ou batata, era semeada de centeio "o nosso pão".
Os cereais (centeio, trigo e milho) eram primordiais na alimentação humana e na alimentação dos animais. No Outono procedia-se à sementeira do centeio e nos finais de Junho, lá pelo S. João, S. Pedro, iniciavam-se as ceifas. Para as ceifas eram chamados ranchos de gente e no dia marcado as pessoas apareciam munidas de seitoura e chapéu de palha. Era um trabalho árduo, debaixo do sol escaldante, que durava todo o dia e às vezes não se terminava. Nas refeições da ceifa não faltava o nosso pão, queijo, presunto, chouriça e as nossas azeitonas. Comia-se ao jantar migas de alho, batatas com bacalhau, feijão com carne da salgadeira, arroz doce e filhoses. Para acautelar a sede, não se podia esquecer o garrafão do vinho e o regador para a água. A cair da noite, no regresso à povoação, com as seitouras ao ombro o povo trabalhador cantava as nossas cantigas:
Ó senhora nossa ama
Ponha a candeia na sala
Venha ver a sua gente
Que vem da sua segada
Feitas as ceifas, atados os molhos das espigas, seguia-se o trabalho da acarreja e transportava-se em carros de bois para as lages. Nas lages malhava-se o cereal com os manguais. Mais tarde surgiram as malhadeiras, que muito facilitaram esta tarefa da separação do cereal e da palha.
Também começaram a surgir os motores de rega a petróleo, que vieram revolucionar as regas e os picanços foram desaparecendo do quotidiano forninhense.
Também começaram a surgir os motores de rega a petróleo, que vieram revolucionar as regas e os picanços foram desaparecendo do quotidiano forninhense.
Recolhido o centeio, este era metido nas arcas a fim de cumprir os compromissos pré-estabelecidos como o pagamento ao Senhorio pelo arrendamento das suas terras e pagamento ao barbeiro, mas a maior quantidade era moído, escolhendo-se a melhor semente para futura germinação.
A seguir às malhas do centeio logo vinha a colheita do milho e as escanadas. Hoje ainda se cultiva algum milho em Forninhos, mas já não é moído para o fabrico do pão.
A moagem do milho e do centeio era concretizada nos moínhos de água da nossa terra. O moínho da Carvalheira moeu muito cereal dos forninhenses. Hoje desse moínho só restam restos de um rodízio e parte das paredes.
Obtida a farinha, era peneirada para o nosso pão e o farelo era para as viandas dos porcos de ceva. A cozedura dos pães era feito nos fornos da aldeia. além dos fornos comunitários "Forno Grande" e "Forno do Lugar", havia ainda mais fornos de propriedade particular: o da tia Purificação, o da tia Esperança, o da tia Isménia, o do tio Luís da Coelha e o do Sr. Amaral. Ao terminar esta parte recordo um frase que no passado o nosso povo dizia: "Haja Saúde e Coza o Forno e o Pão que seja nosso".
Fornos e Forninhos também é nome de terra. O topónimo Forninhos, não é vulgar na toponímia portuguesa, que saiba, é único no país. De onde virá o topónimo Forninhos?
Há quem não tenha dúvidas: "Esta povoação já se chamou Fornilhos e tal como Dornelas pertenceu ao extinto concelho de Penaverde".
Mais um exemplo:
"A origem do topónimo pode também ter origem no vocábulo fornilhos (há uma localidade do concelho de Moura com este nome), designação por que são conhecidos os pequenos fornos utilizados pelo povo.".
Na sua origem, o nome Forninhos relaciona-se sempre e de certeza absoluta com "fornos" e algo que diz respeito aos fornos. O que não está muito claro é se de pão, cal ou telha.
Acrescentamos ainda as seguintes explicações:
(1)Nas inquirições de D. Afonso III (1258), Fornos do texto é Forninhos.
(1)Nas inquirições de D. Afonso III (1258), Fornos do texto é Forninhos.
(2)Fornos/Forninhos desde sempre esteve incluído no Termo e Vila e Concelho de Penaverde e foi agrupado no concelho de Algôdres entre 6 de Novembro de 1836 e 12 de Junho de 1837 e a partir daqui passa a fazer parte do concelho de Aguiar da Beira e Comarca de Trancoso. Há fontes que dizem que quando o concelho de Penaverde foi extinto, passou para o concelho de Trancoso, o que não é verdade. O antigo Termo de Penaverde, com excepção da freguesia de Queiriz, e bem assim o resto do concelho de Aguiar da Beira, só estiveram incluídos no concelho de Trancoso entre 1896 e 1898.
(3) Jugada, Imposto pago por cada jugo ou junta de bois, que recaia principalmente sobre os Peões.
(3) Jugada, Imposto pago por cada jugo ou junta de bois, que recaia principalmente sobre os Peões.
Fotos: "malhas" e "escanada", cortesia da família Carau; "malhadeira", cortesia da Luísa e Victor Cavaca, "picanço", cortesia da família Guerrilha; "Moínho da Carvalheira", cortesia do Contribuidor serip413; "Forno", cortesia do Contribuidor J SEGURO. Bem-hajam pela Contribuição.
Um excelente artigo, que vira por muitos pontos nos i's ou nao, porque ha sempre gente teimosa!
ResponderEliminarPor algo estamos incluidos numa mesma regiao, os "ditos", e os custumes sao precisamente os mesmos da minha aldeia!
Um abraco de amizade.
Ainda ca volto; tanto Fornos actualmente Forninhos, como Fornos actualmente Fornos de Algodres, foram em tempos muito remotos da nossa idade media, intitulados "lugar dos Fornos" nao creio que cozendo-se pao em todas as aldeias e quintas, esta diferenca toponimica se referi-se a fornos de cozedura de pao! Faz muito mais sentido que se referi-se a fornos de cozedura ceramica: Telha, panelas, bacias, cantaros, etc etc.
ResponderEliminarNa nossa regiao granitica, terras onde pudesse existir argila para confecionar e cozer, os objectos de uso domestico e a telha para as nossas construcoes, nao eram muitos; em Fornos de Algodres, esta comprovada a existencia de "barreiros", ja em Forninhos diram voces que conhecem melhor!
Caro amigo A. Cardoso,
ResponderEliminarObrigada por gostar do artigo, embora anormalmente extenso, mas era assim mesmo o ciclo do nosso pão, desde a ferrã à moagem e cozedura no forno. Já quem não gostar, por não ser uma matéria nova no blog dos forninhenses…passe adiante.
Hoje os padeiros trazem o pão às povoações e todos comem pão de trigo, mas antes o nosso pão era o centeio e nas nossas terras sempre se cultivou muito centeio e, em menor quantidade, trigo. Eu falei também do milho, porque o milho era muito cultivado, segundo me contavam, chegamos a exportar milho. Fica o registo.
Quanto aos Fornos de cozer telha ou até de cal, não tenho conhecimento da sua existência no lugar de Forninhos, apenas tenho conhecimento que foi encontrada uma protuberância rochosa, cuja configuração lembrava fornos, nas proximidades da nossa Serra, perto de um outro povo destruído – Os Moradios. Não há na tradição, nem as lendas fazem referência, a qualquer forno ou fornos. O brazão e bandeira da freguesia tem uma espiga de trigo e um cacho de uvas, simbolizando a prática agrícola e vinícola desta nossa terra, mas não tem fornos de cozedura, como creio que tem o da Freguesia de Fornos de Algodres.
Fornos de cozedura de pão centenários houve alguns, iguais aos que existem em todas as aldeias e quintas do país e também eu não acredito que a origem do nome esteja ligada aos fornos de cozer pão, grandes ou pequenos, os tais fornilhos.
Quanto ao nome “Barreiros”, na toponímia de Forninhos existe um lugar a que chamam “o barreiro”, mas não indica necessariamente a existência de argila ou fornos naquele lugar.
Um abraço de amizade também para si
Muito bom este artigo.
ResponderEliminarMais convém dizer que em tempos estes moinhos, tal como o da carvalheira, deste bem me lembro de ali ir levar sacos de milho ou centeio e mais tarde trazer a farinha; farinha esta que tanto servia para dar aos animais ou mesmo depois de bem peneirada para fazer o Nosso belo pão de centeio ou de milho, este último bem amarelinho e parecia que era doce.
Mas para que isso podesse acontecer, muito trabalhinho havia a fazer, do semear até ao colher.
O velho moinho, o forno no Largo da Lameira, esses e outros seria bom que as entidades ou alguém que podesse, os reconstruísse, seria uma mais valia para todos os Forninhenses.
Sim: regenerar o moinho da Carvalheira e outros fornos onde o povo ia cozer pão, seria bom. Oxalá isso um dia possa acontecer. Em Forninhos o forno Grande chegou a estar bem degradado e a JF recuperou-o e ainda hoje está pronto a ser utilizado sempre que necessário.
ResponderEliminarTambém o forno do Lugar hoje ainda coze. A nossa aldeia ainda tem em bom estado os dois fornos comunitários.
É bom também saber que achaste o artigo bom "serip". Obrigada.
Eu gostava muito das ceifas e das escanadas, de ver e de ouvir toda aquela gente a cantar, na hora da merenda toda aquela gente se juntava em volta da toalha estendida no chão, o que se comia já tu falaste Paula mas esqueceste-te das nossas famosas batatas albardadas de que eu tanto gostava, lembro-me de a minha mãe cozer o pão à noite no forno da tia Maria de Urgueira, o pão que a minha mãe cozia era mais o de centeio, de que eu não gostava muito do miolo, mas lá comia umas côdeas, pois naquele tempo não havia outro, mas eram bons tempos que já não voltam, mas vendo estas fotos já dá para matar as saudades.
ResponderEliminarTambém sou de opinião que no topónimo de forninhos não tenha havido o “fornilhos” uma vez que temos documentos antigos que referem este lugar como fornos, e á proximidade de outro lugar com o mesmo nome (Fornos de Algodres).
ResponderEliminarPor outro lado, também não acredito que fornos tenha a sua origem em fornos de cozedura de pão; isto porque, para haver estes fornos era porque havia habitantes, e se havia habitantes, havia povoado, e este povoado, já teria nome, não acham? Enquanto que, se houve fornos de cozedura de cerâmica, o povoado pode, muito provavelmente, ter nascido no lugar destes fornos ou por ali perto.
…/…
Caros amigos e acompanhantes do blog, como sabem, já há bastante tempo que escrevo e exponho aqui os meus pontos de vista, fi-lo com muito gosto e empenho embora as minhas opiniões não agradassem a todos, mas uma coisa podem ter a certeza, sempre o fiz com boas intenções, assim como creio, o fazem todos os que temos participado, e deixo aqui os meus votos sinceros para que este blog continue a levar as noticias e mostrar as belezas desta terra a todos os conterrâneos espalhados por esse mundo.
Mas como tudo que tem principio, também tem fim, chegou a altura de me afastar.
Foi muito bom, e agradeço do fundo do coração, o incentivo e o carinho que eu sempre senti da vossa parte.
Um abraço amigo para todos.
Tenho muita pena que o meu amigo se afaste, porque os seus artigos tem todos muito valor. Mas suponho que tenha falta de tempo e e compreensivel!
EliminarNo entanto venha por ca de quando em vez, mas entretanto um grande abraco.
Albino.
A história é interessante e bonita, diga-se. Gostei de ler, descansou-me e fez bem. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarPaula,
ResponderEliminarCada vez que venho aqui aprendo mais. Quanta coisa interessante existe sobre a história de Forninhos.
As fotos antigas são as provas de que o tempo não pode apagar o que foi visto e vivido.
Muito lindo!
Beijos
Quanto a mim, o nome da aldeia pode, talvez, também derivar de uma situação que já contei. Seriam os primeiros habitantes da nossa aldeia, os homens do povoado destruído dos Moradios? Fornos não é só nome de terra é também substantivo de profissão ou condição.
ResponderEliminarVou falar do que disse há dias o historiador encarregue de escrever o Livro sobre Forninhos, a terra dos nossos avós, a aldeia que se pode ver da Matela:
Isso de sermos Fornos é um mito! Nos documentos antigos manuscritos, quando se lê “fornos” ou “lugar de fornos”, se o “S” é prolongado, quer dizer “diminutivo”. Disse.
Mas acho que o historiador não tem razão, em diversas coisas. Nos documentos antigos manuscritos que vi nunca vi a referência a “fornilhos”, mas sim “lugar de Fornos”. E nos documentos antigos descritos ou transcritos aparece sempre Fornos ou Forninhos (fornos com o diminutivo “inhos”). Há ainda notícia, embora isso para mim não esteja claro, que o diminutivo “inhos” poderá ter a ver com a proximidade da Vila de Fornos de Algôdres e área geográfica da mesma. Mas concordo com o historiador numa coisa, havendo desde tempos imemoráveis tantos campos cultiváveis de pão (centeio) os fornos/ou/fornilhos utilizados para cozer o pão pelo povo eram fundamentais.
Os habitantes de Forninhos, sabemos, viviam com imensas dificuldades, mas todos ou a maior parte tinham pequenas searas, porque para ter pão na mesa (e que saudável ele era) os campos tinham de ser semeados. Não havia campos incultiváveis. Qualquer campo que não desse milho ou batatas era semeada de centeio: S. Pedro, Santa Maria, Pardameda, Cerca, Gândara, Romeiros, Moradia e tantos outros.
Hoje já não se vê um campo de centeio, já não se ouvem as cantorias das ceifas e as tarefas nas lages estão praticamente em desuso, mas o novo blog continuará a relembrar o passado e dar a conhecer a história antiga da nossa “santa terrinha”. Quem quiser colaborar, colabora, quem não quiser passe à frente, a net dá para todos e para todos os gostos e feitios.
Um excelente Domingo p/ todos.
Volto aos Fornos e Forninhos, com a vossa desculpa:
ResponderEliminarO facto de actualmente nao existirem vestigios de nenhuns, fornos de cozedura ceramica ou de cal, por si so nao quer dizer, que nao os tera havido em tempos da idade media.
Foi precisamente na idade media, em que as nossas povoacoes se teram desenvolvido, ou em alguns caso teram nascido!
A amiga Paula referiu um sitio com o toponimo Barreiro, ora ai esta, barreiro nao esta relacionado com barro!
Como disse anteriormento num primeiro comentario, na nossa regiao granitica, nao havia muitos locais com barro e argila e, mesmo em muitos desses locais, se existia era um bem finito, e provavelmente tera sido esse o caso de Forninhos.
Ninguem me tira a ideia que "Fornos" ou "Forninhos", nunca podera ter relacao com fornos de cozedura de pao, porque a ser assim todas estas povoacoes teriam esse toponimo ou parecido; fornos de cozedura de pao, existem em todas as aldeias e quintas e ate varios!
Para mim e uma explicacao muito simplista e, sem nada afundamenta-la.
Ja agora existe um dito ate com algum desdem, que se diz no meu concelho, dito pela gente de Algodres, quando se referem a Fornos:
"Ali so estavam os nossos fornos"!
Sabendo nos que Algodres, teve carta de povoacao ainda antes da nossa nacionalidade, que era ai o centro da regiao que e hoje o municipio de Fornos de Algodres. Alguem pode crer, que era em Fornos que se cozia o pao para toda a regiao de Algodres?! E preciso muita falta de imaginacao e cultura para pensar assim.
Nao seriam ai ..."os "nossos" fornos de ceramica"...a que o antigo dito se referia?
Quem pode acreditar que semeando-se e colhendo-se cereal em todo o lado, havendo moinhos de vento e de agua em quase todas as aldeias, e com os pessimos caminhos antigos; se cultiva-se, colhe-se, moe-se o grao, de depois de transformado em farinha, era transportada para Fornos ou Forninhos, para ai ser cozida em pao, para depois voltar a distribuir-se o pao, por todas as aldeias e quintas!!! Francamente.
Ultimamente, tenho-me preocupado com o que ouvi e muito francamente concordo consigo. Só que para alguns é mais fácil e cómodo acreditar na tradição secular de cultura de pão, do que desenvolver todo um trabalho de estudo e investigação do que nos deixaram ao longo dos séculos!
ResponderEliminarNa área de Forninhos ainda hoje encontramos pequenos pedaços de cerâmica e li que quando o fogo de Agosto de 1995 pôs a descoberto muita coisa, foram encontrados, ao fundo da vertente ocidental da Forca, uns grandes blocos informais de cerâmica que pela sua configuração seria ali “a fábrica” onde se cozia a cerâmica.
Na minha opinião, perante a referência a um povo destruído e “à fábrica” onde se cozia a cerâmica, entendo que, os últimos moradores deste lugar dos fornos vieram para sueste e aí se fixaram e construíram a nossa aldeia, antes de ter este nome. O diminutivo “inhos” terá a ver com a proximidade com o concelho de Fornos de Algodres e a área demográfica e nada tem a ver com outro lugar do concelho de Moura.
Eu como quero conhecer cada vez melhor a história da minha terra e cada vez mais tenho vontade de partilhar o que quer que seja, não entendo como um Contribuidor que sempre disse gostar da nossa história se afasta dela e insere um comentário, em que diz que tudo tem um FIM, ainda por cima, neste post, sinceramente é das coisas mais tristes que tive de ler neste blogue.
Pois entao esta a ver, evidencias de fornos ceramicos existem, entao para que se ha-de ir, para fornos de cozedura de pao! Como disse acima, esses existem em todas as aldeias e quintas e ate mais que um em cada. E nao e por isso que esse toponimo existe em maior numero de povoacoes!
ResponderEliminarEstou a alinhavar mais uma entrada, sobre este mesmo tema, para colocar no "Aquidalgodres", porque pelos meus lados tambem andam com as mesmas estupidezes!
Um abraco de amizade.
Tenho seguido com atenção todos os vossos comentários acerca de Fornos, diminuitivo ( inhos )será com grande prazer que alguém com mais conhecimento um dia nos diga com certezas, Fornos e Forninhos nasceram de uma antiga localidade " industria cerãmica" e que por qualquer motivo se mudaram de Fornos para dar lugar a Forninhos.
ResponderEliminarJá anteriormente li neste Blog, desse grande incêndio que eventualmente terá destruído essa fábrica entre outras coisas.
Normalemente as cerâmicas ou quaiquer outra " Industria" teriam a sua matéria prima em locais próximos da sua localização, o que nem sempre é verdade.
Noutras épocas nada era dificil para quém trabalhava, do longe se fazia perto, por essa razão digno-me dizer que existindo essas cerãmicas em Fornos ou Forninhos, nada tao simples que transportar a matéria prima de um ou para outro lado.
Referindo-me aos fornos de cozedura de pão, pois como o Sr. Al Cardoso, refere estes existiam em todas as quintas ou Aldeias, era um bem precioso para o nosso sustento; cearas de centeio, trigo e milho estes eram uma constante em todo a região.
Todos, os mais velhos se recordam, em Forninhos, que em são Pedro, Cuvos, Santa Maria e outros locais, ao passar só se viam estes terrenos bem cultivados.
Hoje e com tristeza vejo tudo abandonado.
Um bem haja a todos.
Eu não sei de onde vem o nome da nossa terra mas, o livro que eu tenho que é “Aguiar da Beira – A História, a Terra e as Gentes” na página que fala de Forninhos diz: O nome primitivo desta povoação foi Fornos, tomando o diminutivo “inhos” para se distinguir do concelho de Fornos de Algodres, não muito distante, a origem do topónimo pode derivar de Fornilhos, designação pelo que são conhecidos os pequenos fornos utilizados pelo povo.
ResponderEliminarO que não nos esclarece de onde vem o nome Forninhos, e recentemente ouvi dizer como diz a Paula que o nome nunca foi fornos, embora neste livro que eu tenho diga que o nome era Fornos.
Já em Outubro de 2011 escrevi sobre o fogo de Agosto de 1995. Os fogos, bem sabemos, são uma calamidade, porque destroem tudo por onde passam, mas este fogo não destrui “fábrica” alguma, somente pôs a descoberto muita coisa, como as pedras, povoados destruídos, assim como pôs a descoberto uns grandes blocos informais de cerâmica, que talvez seria a respectiva “fábrica” e existindo referência a essa protuberância rochosa, cuja configuração lembrava fornos de cerâmica é mesmo uma estupidez a ideia de ter sido os fornilhos que deu nome a esta terra. Só que pelos meus lados, todos querem agradar, dizendo que sim, é bem visto, blá, blá, blá. Eu já acho que não é dizer que sim, é muito bonito e blá, blá que melhor servimos a nossa terra e a vontade de agradar pode ter um resultado oposto. Espero sinceramente que tudo o que aqui é escrito sirva para pôr os pontos nos “is”. Para mim, o nome primitivo foi Fornos e esta povoação nunca se chamou “Fornilhos”.
ResponderEliminarComo indústria local, reza a história que Forninhos teve fabrico de azeite em um antigo lagar, contudo a principal cultura desde sempre foi a hortense: milho e centeio, feijão e batata. Era assim, pelo menos, em tempos que não vão longe.
Muitos habitantes de Forninhos semeavam nas terras secas de S. Pedro, Cuvos, etc., centeio e milho. A terra era lavrada com o arado puxado pelas vacas, onde não chegava o arado eram feitos cadabulhos com a enxada. Cada vez que penso como era difícil a vida naqueles tempos, mais orgulho tenho deste nosso povo trabalhador que repetia tantas vezes: “Haja Saúde e Coza o Forno e o Pão que seja nosso”.
Este Post é só mais uma homenagem ao trabalho manual realizado por muitas gerações de forninhenses, seres humanos que tinham muitos sonhos (tal como nós hoje), alguns dos quais não conseguiram realizar.
Feliz dia do Trabalhador!
Olá boa tarde, pois é por muito que se procure ou tente compreender o nome de Forninhos vai permanecendo em mistério, em Forninhos e como em todas as terras deste Portugal sempre existiram fornos para cozer pão, e outros produtos que eram necessários, muitas dos nomes das terras nada têm a ver com o que lá se fazia ou com o que lá se encontrava, quem sabe se Forninhos não foi fundada por um punhado de habitantes de Fornos e que por serem tão poucos, se passaram a chamar "Forninhos", porque a meu entender deveria chamar-se MOINHOS, uma vez que ainda hoje os vestígios da existência de moinhos serem ainda bastantes, mas essa é a minha opinião.
ResponderEliminarEu como fui criado na cidade não tive a sorte de ver como era o trabalho no campo, tudo o que sei aprendi já tinha eu alguma idade e que por isso sei muito pouco, mas uma coisa posso dizer, QUE BEM SABE O PÃO FEITO ARTESANALMENTE, COMO ANTIGAMENTE ERA FEITO, como a vida mesmo há tão pouco tempo era bem diferente dos dias de hoje, tudo é feito de maneira diferente, para se comer um pedaço de pão muito trabalho tinha de ser feito, "COMER O PÃO QUE ODIABO AMASSOU" por dar mesmo muito trabalho.
Amigo Ed Santos, não se despeça diga simplesmente um até já, boa sorte.
5/01/2012
Paula, seu blog é recheado de cultura. Gosto de ler seus comentários e ver suas postagens.Você escreve com o coração e motiva o leitor com as histórias de sua terra.
ResponderEliminarParabéns menina!
PAZ e LUZ!
Mazza Cimini
Pois é…a comunicar é que me sinto verdadeiramente participativa e isso tento transmitir aos meus “Contribuidores” e também leitores. Infelizmente são poucas as pessoas que escrevem com o coração, há muitas palavras neste blog escritas que nunca foram sentidas, mas estão escritas “para inglês ver” e é só saber traduzi-las (não é difícil).
ResponderEliminarMuito mais havia para dizer, mas neste momento não me apetece escrever o que penso sobre... gosto mais de pensar e escrever sobre as coisas antigas da minha terra, coisas que vão ficando para trás e só posso estar orgulhosa da nossa gente antiga.
Grata pelas suas palavras,
Um abraço amigo para si/Paula Albuquerque