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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Os Barbeiros

O barbeiro, o Álvaro, afia a navalha à porta da barbearia

Vamos hoje ao tempo do preto e branco para falar de uma profissão que já fez parte do dia a dia da aldeia – O Barbeiro. O Barbeiro agora é raro, mas em Forninhos existiram algumas barbearias em permanência, como a barbearia do tio Joaquim Gonçalves (Joaquim Xispas, como era conhecido), que muitos se recordarão. Depois vieram os Salões de Cabeleireiro, a profissão perdeu o interesse, e as barbearias passaram à história, apesar de haver ainda resistentes nesta profissão.
A barbearia era também ponto de passagem para o convívio, como o prova esta fotografia que a nossa conterrânea Natália Cavaca, enviou por correio, o que agradecemos.

8 comentários:

  1. Pois é Paula os barbeiros agora são raros, com a vinda dos Salões de Cabeleireiro, a profissão perdeu – se. Em Forninhos ainda temos um barbeiro que é o Ernesto. Onde vai muita gente de Forninhos e de outras terras vizinhas, é muito bom ainda existir esta profissão na nossa terra, principalmente para as nossas gentes mais idosas.

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  2. Não me lembro os barbeiros receberem alqueires de centeio em troca de cortar o cabelo e barba, mas lembro vividamente da barbearia do tio Joaquim. Tinha um espelho e uma cadeira que andava à roda que na altura devia ser o orgulho de qualquer barbeiro e de uma maleta em madeira onde guardava a navalha e outros utensílios.
    Houve tempos que Forninhos teve algum comércio em que se vendia um pouco de tudo, desde petróleo, urnas, tecidos a metro, etc., teve carpinteiro, sapateiro, retratista, costureira e outros ofícios que se perderam e que se não forem divulgados a nova e futuras gerações nunca saberão como foi a vida na nossa aldeia.

    Saudações a todos

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  3. Boa tarde a todos.
    Uma cadeira giratória na barbearia de uma aldeia, já era um luxo, pois, normalmente era um mocho (banco sem encosto) ou, na melhor das hipóteses, uma cadeira normal.
    No meu tempo de juventude, em Dornelas havia três barbearias que funcionavam aos sábados á tarde e Domingos de manhã, antes da missa, e o pagamento era anual, um alqueire de cereal, milho ou centeio, pelo corte de cabelo quando necessário e barba uma vez por semana. Este modo de pagamento era normal nas aldeias do interior.
    Parece realmente muito pouco, mas fazendo bem as contas, verifica-se que, por exemplo: um barbeiro se tivesse 100 clientes, recebia ao fim do ano 100 alqueires sem outro trabalho a não ser um dia por semana, e para colher 100 alqueires do trabalho nas terras, de certeza que não seria mais fácil.

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  4. De facto que nesses tempos difíceis os alqueires que recebiam eram uma boa ajuda, mas também tinham que aturar os clientes o ano inteiro hehehe.
    No meu tempo de criança havia 2 barbearias: a do tio Joaquim na casa fotografada, mas já não lembro as paredes e porta assim; a do Ernesto, numa casa sita na ladeira da R. do Ribeiro (sentido tanque dos Moncões).
    A barbearia do tio Joaquim tinha a tal cadeira giratória, mas também tinha uma outra normal, em madeira, que era onde se sentavam as crianças, contrafeitas, claro, pois todos nós, crianças, queríamos era sentar-nos na cadeira que rodava. No entanto, no que toca a pagamento também lembro que muitas vezes no corte de criança o barbeiro não levava dinheiro, mas por incrível que possa parecer, só agora me apercebo que o dinheiro nem sempre foi moeda de troca entre barbeiros e clientes.
    Estamos sempre a aprender.

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  5. Olá!!!
    Volto a comparar Forninhos com meu cantinho, tínhamos aqui só um barbeiro o Sr.Pacífico, com uma máquina velha que puxava os cabelos ao cortar fazia a criançada chorar a valer.Hoje sempre se comentam por aqui do antigo e único barbeiro que fez muita criança correr para não cortar os cabelos.
    abços
    Tina (MEU CANTINHO NA ROÇA)

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  6. É também nesta profissão que se comprova que as novas tecnologias mudaram os hábitos e modo de vida das pessoas e que esta mudança não aconteceu só em Forninhos, porque por todos os lados aconteceu o mesmo.
    As antigas gerações aprendiam com os mais velhos e montavam a sua barbearia. Em Forninhos há ainda um barbeiro – o Ernesto, mas já não há aprendizes, e mesmo o tradicional corte e penteado feito pelos barbeiros também está a desaparecer, os homens cada vez mais cuidam da sua aparência e preferem cortes mais modernos e para tal procuram o/a cabeleireiro/a e não o barbeiro.

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  7. Anónimo6/03/2011

    Ja comentaram tudo sobre as barbearias,mas eu ainda quero dizer que a barbearia do tio Manuel Pirolas era a mais frequentada visto estar no meio da lameira ,ate os caixeiros viajantes que vinham abastecer as tabernas iam ali cortar o cabelo, esses pagavam com dinheiro, o resto dos clientes, era uma barba por semana e um corte de cabelo por mes, um alqueire de milho por ano, se fosse centeio, era metade. Nos Sabados ia aos Valagotes, ai pagavam-lhe com os requeijoes e outras coisas caseiras...
    O meu primo Alvaro substituiu o pai, ele nao so cortava o cabelo aos homens, mas tambem a mulheres e criancas.A tal cadeira que andava a volta era americana, foi o irmao do tio Pirolas que a ofereceu.
    Um bom verao para todos.

    Natalia

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  8. Acho que todas fotografias do tempo do preto e branco tiradas na década de 60, do século passado, e que aqui temos publicado, revelam cor e a alegria, traduzida pelas expressões da juventude que viveu esse tempo. Nota-se bem que nessa época os jovens aproveitavam todos os momentos para conviver, na rua, de casa em casa, noutros eventos e manifestações. Foi uma geração de ouro, não acham?
    E assim vamos recordando os tempos de amizade, os acontecimentos, profissões e tarefas tão diferentes dos tempos de hoje.
    Obrigada madrinha por todas as “pérolas” que me enviaste e que agora aqui ficam para fazer o seu curso nas memórias presentes e da história da aldeia e das gentes de Forninhos.
    Beijo gdre da tua afilhada,
    Paula

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