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segunda-feira, 1 de março de 2010

Casinhas também são relíquias

As casinhas de Forninhos
Já foram muitos ninhos
De crianças que lá nasceram.
Com as novas modernices
E com algumas casmurrices
Correm risco de desaparecer.



Foram feitas com trabalheira
E muitas horas de canseira
Para ali seus filhos ter.
Porque eram seu abrigo
Imaginar eu não consigo
Que as façam desaparecer


Nestas casinhas houve amor
Mas também lá teve muita dor
E muita angustia mal contida
Quantas vezes não havia pão!
Mas havia um grande coração
Para vencer as agruras da vida.



13 comentários:

  1. Muitas casas antigas feitas com pedras
    Merecem obras de recuperação
    O Turismo Rural foi saída para algumas delas
    Mas é urgente outros apoios de conservação

    Boas para todos!
    Ora vamos lá falar de relíquias...

    De facto Forninhos tem imensas casinhas de pedra que são verdadeiros tesouros, basta fazer uma caminhada pela aldeia e descobrem-se relíquias que podem ser o sonho de qualquer um. As casas continuam lá, foram-se as pessoas, não as pedras. Eu costumo dizer que a vida tem o poder de juntar, separar e voltar a juntar pessoas e histórias. A nossa freguesia tem potencial para (re)nascer e não morrer, mas para isso tem de haver uma real política de apoio e incentivo à recuperação desses imóveis, que ajude aqueles que não têm condições para recuperar este tipo de habitações. Habitações onde durante anos e anos ali nasciam e cresciam vidas. Entretanto, o número de pessoas a partir na busca de melhores oportunidades de vida também cresceu. Aos poucos foram-se muitos filhos da terra e a aldeia ficou mais despovoada, mas as pedras essas ficaram. Ora, o tempo também passa pelas pedras e faz estragos e por isso é urgente criar incentivos à recuperação de muitas destas casas antigas, apoios para (re)transformá-las, como quem dá corda a um relógio, mas para trás.

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  2. Olá a todos.

    No concelho de Viseu, há uma aldeia que foi totalmente abandonada, excepto um habitante que resistiu, e hoje é um homem feliz, segundo me disse, por ver a sua aldeia toda restaurada.
    Esta aldeia, chama-se Póvoa Dão e pode ser visitada na net. As suas casas restauradas, foram praticamente todas vendidas e hoje é uma aldeia turística de referência, apesar de, em certas alturas do ano parecer quase uma aldeia fantasma por os donos das casas as utilizarem só para férias e fins-de-semana.
    Em forninhos, estas casinhas poderiam ser recuperadas e colocadas ao dispor de visitantes, com a vantagem de estarem inseridas numa aldeia com muita vida onde se pode ainda desfrutar da natureza quase no seu original.

    Uma boa semana de trabalho.

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  3. Os meus melhores cumprimentos.
    Este tema é deveras interessante e diz-me bastante.Eu recuperei uma casa antiga na aldeia da minha mulher e posso dizer-vos que além de ser bastante dispendioso,a burocracia é tal que só pensamos em desistir.Portanto só posso acrescentar que é de lamentar que não se apoie, incentive e facilite a recuperação destes exemplares e que não se olhe com outra postura para o património histórico das nossas aldeias que deveria ser mantido, mostrado, caso contrário muitos serão deixados ao abandono,acabando por cair.
    Este problema é um problema em todo o nosso Portugal, em que há imensos edificios com uma arquitectura popular magnífica,mas degradados e abandonados por várias razões, como por exemplo,os herdeiros não se entendem com as partilhas e devido a isso fica o edificio ao abandono, ou então,o proprietário não tem posses para fazer obras e deixam o imóvel simplesmente morrer. É preciso apoiar e não entravar esses proprietários.

    É a minha opinião.
    A. Tavares

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  4. Felizmente Forninhos não é uma aldeia abandonada onde não se vê vivalma, antes é uma aldeia onde nos 365 dias do ano se vêem pessoas, gente de raízes, e mesmo os que lá não residem muitos são os que recuperaram casas e que de vez em quando ainda vão tendo tempo para uma escapadela. Isto, claro, não quer dizer que recuperando-se casas se possa com isso fixar pessoas. Mas a sua recuperação poderá fazer delas um cartaz que atraia o turismo, além de mostrar uma aldeia mais típica e bastante mais catita :)) Agora não duvido que se forem dados apoios, certamente vão aparecer forninhenses que vão querer recuperar essas suas habitações ou que o foram dos seus antepassados. Mesmo que seja por poucos dias no ano, haverá alturas em que veremos a população aumentada.

    Bom tema :))

    Ó gente da minha terra: Participem!

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  5. Como diz o nosso comentador Tavares, os Municípios, ao invés de protegerem e apoiarem a recuperação destas casas antigas que outrora foram habitações com vida, vida activa, vida dura diga-se de passagem, optam pelo contrário, complicam e desencorajam quem se queira “aventurar”a restaurar uma destas casinhas e preservar a sua originalidade.

    Há Municípios por este país fora, que resolveram incentivar as pessoas a fixarem-se a troco de uma pequena compensação monetária com os casamentos e nascimentos, quanto a mim, nada mais errado, seria muito mais útil o incentivo em apoio técnico, como por exemplo: isenção de pagamento de licenças de construção e apoio técnico nos projectos para os jovens que iniciam a sua vida conjugal na sua terra e queiram construir aí a sua casa
    E para estas casinhas, podia também, e devia ser aplicado o mesmo incentivo, a exemplo do que acontece em alguns centros urbanos com as suas zonas históricas.

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  6. Também na minha opinião, aqui está um bom tema.Com a recuperação de muitas casinhas a aldeia fica mais bonita e de certeza que vão aparecer pessoas que fartas da vida agitada das cidades vão querer visitar-nos e aproveitarem o sossego e ar puro do meio rural. Vivo nesta terra que me viu crescer, onde tenho as minhas raízes, memórias de uma altura onde havia mais gente, onde fazíamos juntos o caminho para a escola.Hoje a escola está fechada por falta de numero de crianças, crianças e jovens que são cada vez menos.Cada vez há mais casas fechadas,umas porque as pessoas faleceram, outras porque são propriedade de forninhenses não residentes que só vêem em alguns fins de semana e férias.Os jovens (mesmo os naturais) não querem viver nas aldeias.
    No meu ponto de vista e nada mais vale do que isso é que não existem apoios que incentivem á recuperação de casas e fixação das pessoas. Hoje fica mais caro recuperar uma casa antiga do que fazer uma de raiz.

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  7. Pois é …o problema da diminuição populacional é bem mais difícil ou impossível de resolver, mas também é verdade que no nosso concelho nada se faz para inverter esta tendência. Da minha geração muitos fomos os que saímos da aldeia e isto há cerca de 20 anos e de lá para cá outros jovens têm saído, mesmo os jovens estudantes naturais, que mesmo com uma licenciatura, não regressam. Fazem visitas de fins-de-semana e de Verão para matar saudade, mas não se fixam.
    No meu ponto de vista Forninhos até é uma aldeia com “vida” e boa qualidade de vida, onde muitos recuperam habitações(é certo que muitas estão fechadas a maior parte dos dias do ano), mas lá está…são recuperadas por quem tem posses para tal, porque quem não tem possibilidades: chapéu! As licenças, taxas, impostos são de valor bastante elevado e a autarquia não apoia, facilita, comparticipa…O Município serve sim para gastar dinheiro em paralelos, caminhos, tapar buracos, sem qualquer retorno válido e assim se tapam os olhos a alguns para que não vejam as reais necessidades. Não sou nenhuma iluminada, mas as casinhas antigas de Forninhos, são relíquias como nos diz, e bem, o autor do Post, são património, fazem parte da nossa entidade como povo e deveriam merecer do Estado e Autarquia atenção e reconhecimento.

    Sigam o bom exemplo de muitos outros concelhos, que têm vindo a restaurar as suas aldeias.

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  8. Desde sempre, Forninhos foi uma aldeia que viveu da agricultura, consequências, julgo eu, de feudos que duraram até á década de 60/70.A partir daí, as suas gentes optaram pela emigração o que levou muitos filhos destes emigrantes a seguirem a sua vida nos países que acolheu os seus progenitores.
    Já antes deste fenómeno da emigração, muitos dos naturais de Forninhos, se deslocavam da sua terra, principalmente para Lisboa. Apesar de tudo isto, não se pode dizer que Forninhos seja uma aldeia desertificada, antes pelo contrário, por todo o lado vemos novas construções e outras restauradas, sinal evidente que os Forninhenses não esquecem os laços que os liga á sua terra, exemplo disso, vemos Agosto, em que as ruas e pontos de convívio se enchem.
    As gentes de Forninhos nunca foram empreendedores, ao contrário do que se passa numa freguesia ao lado que tem dois talhos, duas alfaiatarias, padaria, cabeleireira, farmácia, funerária e um lar que dá trabalho a muita gente.
    Forninhos, pode e deve apostar na área do turismo.
    Nesta terra ainda se pode desfrutar da qualidade de vida que muitas pessoas procuram para descansar, depois de uma vida inteira vivida nos grandes centro urbanos, isto não só para os naturais, como para quem se queira juntar a nós.
    Constatamos que a jovem JF. Já está a dar os primeiros passos, que eu julgo positivos, no sentido do futuro, como a exploração das serra e a monografia, sinal evidente que estes jovens estão atentos, mas vão precisar muito da colaboração do Município, e o apoio á recuperação das casinhas seria muito importante.

    Um abraço a todos

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  9. Olá a todos!

    Pena também é o facto de ao invés de se construirem tantas casas novas, algumas de estética duvidosa, não se tenham recuperado, com apoios municipais, estas e outras casas ancestrais.
    Não são apenas relíquias, SÃO A NOSSA HISTÓRIA.
    Como foi e é o Castro da Gralheira,algumas muito semelhantes, pois cheguei em miúdo a entrar nalgumas, cujo chão era terra batida!

    Um abraço a todos.

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  10. Forninhos é uma aldeia tal como outras, pertencente a uma região que tem sofrido gradualmente desertificação humana. No entanto, é uma aldeia com potencial turístico e algumas destas casinhas que aqui falamos são testemunhos intactos do património construído, cultural e natural do nosso passado, que retratam hábitos ancestrais, nomeadamente da actividade agrícola.
    A qualquer visitante salta-lhe à vista a pedra. Todos se devem recordar do artigo que saiu no Jornal Correio da Manhã, feito por um visitante, onde deu especial destaque às pedras e isto (a meu ver) porque, é este cenário que confere à nossa aldeia um carácter típico e histórico e que nos casos de pessoas com situação enconómica-financeira favorável está a ser muito bem preservado, mas quem é “pobretana” (digamos assim) não tem qualquer apoio, nem comparticipação do Município e o mais certo é que deixem estas casinhas ruir, cair, desaparecer.

    Se percorrermos a aldeia, vemos muitas casas abandonadas e muitas outras restauradas, mas fechadas. São casas que foram restauradas por foninhenses não residentes, mas que têm por hábito voltar à sua terra, nem que seja só no mês de Agosto. Nessa altura as ruas enchem-se de gente e são muitas as casas que se abrem e juntam famílias e amigos. São casas pertença de forninhenses que não esquecem a sua terra, família e amigos, mas que (infelizmente) apenas são lembrados para os “dias de peditórios” (feitos em alturas onde há mais gente de fora, tal como alguém já por aí escreveu um dia) e não para participarem em eventos realizados pela Freguesia.

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  11. Vivo na cidade, estou habituado ao barulho constante, á confusão, e admito até que acho as aldeias muito monótonas, pois não têm aquele ritmo de vida que estou acostumado, mas por vezes fugir ao acelerado ritmo da cidade faz bem e sabe muito bem !

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  12. Sr. Tavares, também estou infelizmente habituado a todos esses ritmos e barulhos.
    Mas os silencio de cada destas pedras historicas, sussuram-nos o tal silencio, segredos e uma magia transcendental.São a nossa historia, porque o embriao das nossas raizes, a nossa nascença.
    A historia da nossa linda aldeia, é afinal tão antiga e tão recente: à semelhança do Castro da Gralheira, com as suas formas, ainda há quarenta anos entrava em casas cujo chão era terra batida, em forma circular.
    Curioso: cheirava a fumo, mas a felicidade, parecia matar a fome.
    Grande POVO Forninhenses, com tantas razões pra a sua humildade, acolhimento e grande orgulho

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  13. Gostaria de aqui chamar a atenção para dois outros temas que também se inter-ligam, em parte, com este – para o facto de nalgumas casinhas de pedra abandonadas, no seu interior se encontrarem verdadeiras lixeiras e como é fácil de ver, o lixo tem de vir de algum lado! É importante alertar os cidadãos para hábitos de limpeza e conservação destes e outros espaços. Também urge chamar a atenção para o perigo de derrocada de algumas delas, existe uma que aqui não vou situar, mas que refiro que se encontra à beira de uma via onde todos os dias circulam peões e veículos.

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