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domingo, 28 de setembro de 2025

Fazer diferente

Aquilino Ribeiro dá o mote [1946]


"Árvores, árvores!
Está dito e redito, provado e contraprovado, que o regime pluvial duma região é condicionado acima de tudo pela arborização. Mas não é tudo. A árvore com o seu reticulado subterrâneo reprime a água, disciplina-a de modo que, mercê da sua acção moderadora, nem estalam as madres das nascentes que arrasam os campos, nem os rios correm a monte levando pontigos e alpodras. A árvore, além de condensador ideal, é um repartidor exímio, almotacé chamam em certos municípios da serra ao homem encarregado de distribuir a bancada de água pelos paroquianos.
Ora estes derradeiros tem-se desarborizado desalmadamente sem rei nem roque. Oiteiros, outrora vestidos de verde movediço e espumoso dos bosques, estão hoje hediondamente nus. A falta de combustível por um lado, a construção intensiva por outro, levaram aos despovoamento das matas. Em breve os castanheiros serão tão raros como na fauna marítima o é a baleia, e os velhos pinheiros donde era grato ouvir as rolas e os carrubados para sulipas e outras aplicações rendosas. O pior é que se faça a derrubada e não se lance à terra penisco e lande correspondentes.
O homem de hoje procede como se o mundo acabasse amanhã. Quão longe em seu ânimo daquele felá que aos cem anos andava a plantar árvores com espanto do califa! A Lusitânia devia ter sido um bela terra, habitada por gente ágil, esperta, valente e formosa, quando era floresta pegada desde o Minho ao Algarve.
Hoje o que se vê são narizes tortos, os semblantes da vil tristeza."

AQUILINO RIBEIRO: "Aldeia, Terra, Gente e Bichos", acompanhado por uma fotografia das nossas Dornas.

domingo, 7 de setembro de 2025

Biodiversidade na Natureza

O milho foi domesticado na América Central, há 10 000 anos. Os Maias cultivavam-no à mistura com o feijão, a pimenta de chili e as abóboras. As plantas apoiavam-se umas às outras e o feijão enriquecia a terra com nitrogénio, ajudando o milho a crescer.
Exatamente como os nossos ascendentes faziam!
Milho, feijão, grão, abóboras, tudo misturado, hoje não sei dizer se foram coisas descobertas por eles ou elas passaram nos testemunhos orais de quem trouxe o milho nos barcos comerciais da América para a Europa (?)

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Sei que nos modernos métodos de cultivo, os atuais separam todas as plantas, talvez porque achem aquela mistura menos produtiva nos nossos dias, mas ainda bem que a minha prima Bela ofereceu esta fotografia, para lembrar esta mistura e como os nossos antepassados conheciam as vantagens da biodiversidade na natureza!!

Nota Pessoal:
Mais uma vez, tenho de dizer BEM-HAJA a todos os que ainda cedem fotografias a este blog, pois ainda é uma página que se consulta e isso dá-me vontade de continuar pelos nossos ascendentes.
Obrigada a Vós e Eles.
Todos!