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domingo, 5 de fevereiro de 2017

Dominus Vobiscum

Há 50 anos e tal anos a língua da Igreja ainda era o latim. Em latim se celebravam todos os ofícios, as Escrituras do Antigo e Novo Testamento eram em latim, em latim eram entoados os cânticos e, no entanto, 99% da população não fora iniciada na sua aprendizagem. Sequer o clero dominava aquela língua!

sermão 'berrado' do púlpito no dia de festa da padroeira

Não sou do tempo da liturgia em latim, mas a maioria das pessoas nascidas e criadas em Forninhos, ainda assistiram à 'missa antiga' em que o Sacerdote iniciava a celebração com In nomine Patris et Filii et Spitirtus Sancti virado para o Sacrário ou para Deus, de costas para o povo, só vindo à frente para conduzir os fiéis a responder em latim, língua Católica Apostólica Romana, usada ao longo da celebração. 
Em dia de festa subia ao púlpito para a homilia/sermão.
O povo estava ali a ouvir missa, mas a maior parte das vezes sem entender, pois sequer as leituras eram lidas em vernáculo (língua própria de cada país ou comunidade), só a homilia, mas todos gostavam do latim, mesmo que não o entendessem. Muitos fiéis, não sabiam ler, ainda assim muniam-se dum missal com as orações em latim (à direita) e em português (à esquerda).
Os cânticos também eram entoados em latim. 
Hoje a missa já não é em latim e de costas' para os fieis e eu nunca o vi um padre subir ao púlpito.
O púlpito já não é usado nos dias de hoje...

17 comentários:

  1. As coisas mudaram e muitas, pra bem pior mesmo! bjs, lindo dia! chica

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    1. Pelo menos agora são menos as pessoas a "ouvir missa", mas também pudera, cada vez há menos gente na nossa aldeia!

      Bjo/cont. de boa semana.

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  2. "Et cum spiritu tuo" (Ele está no meio de nós).
    Assim respondiam com convicção os fiéis ao declarado O Senhor esteja convosco.
    A foto é soberba e carrega com ela todo esse ambiente de tempos idos de fervores mal percebidos, pois a maioria ia para não parecer mal, tal como hoje, sendo que hoje na língua de Camões, só a não percebe quem não quer.
    Era criança, mas ainda recordo de estar a ouvir a missa no coro e ver gente analfabeta com o missal aberto nas mãos, para botar figura, pois as respostas saíam numa lenga-lenga de monossílabos, a exemplo de muitos dos padres, como o da foto e que presumo ser o padre Vírgilio (Grilo) que segundo reza a boca popular, tantas benfeitorias fez em Forninhos, "livrando-o" dos Serafinzinhos e do S. Pedro. "Paz à sua alma...".
    Mas gostava de ouvir os Ofícios e a Missa de Corpo Presente, cantados por aqueles padres todos, em latim, embora da letra a gente nada percebesse; como pouco mais vim a perceber apesar de ter andado uns anitos bons num seminário e ter latim como disciplina obrigatória e quando me portava menos bem, lá vinha entre outros castigos o recitar das declinações. Aquela gramática matava e talvez por isso, aquando do meu exame do 12º ano (já ca fora), chumbei a latim.
    Vedetas eram as"meninas" da Juventude da Acção Católica que pela postura do missal em riste, pareciam e talvez por saberem ler, perceber tudo o que ali estava, afinal a página da direita tinha a tradução na esquerda...
    Mas e sejamos sinceros, a maioria esperava pela última frase da missa: "Ite, missa est" (a missa estava dita) e em uníssono e aliviados o " Deo Gratias ".
    Graças a Deus!

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    1. As moças da JAC também tinham um uniforme que as identificava!
      Era como os padres, usavam o seu traje, a batina. Tudo mudou...
      Falava-se ainda há bem pouco tempo que a missa voltaria a ser dita em latim, era giro, o grande senão, a meu ver, é não se entender a língua.
      Ainda hoje, às vezes, catam um cântico na missa de domingo em latim, que gosto ouvir. Todas as pessoas mais velhas o sabem cantar, ao contrário, dos cânticos modernos que são cantados por meia dúzia de pessoas e mesmo a olharem para o papel enganam-se!
      O melhor da missa para algumas pessoas (leia-se:alguns homens) era mesmo "Ite missa est", mas melhor ainda era chegar à missa e encontrá-la dita!

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  3. ....
    ....
    Quando vou á missa (não sou praticante como outrora) no Campo
    Grande , em Lisboa , alguns dos cânticos são em latim...
    Andei na catequese no Colégio Missionário , no Funchal ,até
    ao crisma ,em Santa Luzia .Admirava a vida de missionários
    que nos ensinavam...não latim.... mas a fazer as ostias !!
    E claro muito futebol....alimentados pelo " Corpo de Deus"!

    Boa semana
    Abr
    MG

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    1. Além das hóstias, o António deve também ter adquirido nesse Colégio outros conhecimentos que lhe foram úteis e favoráveis para a vida...
      Em todo o lado os Colégios e Seminários contribuíram para a elevação do nível cultural de quem teve a oportunidade de passar pelos mesmos.
      Um abraço.

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    2. .....
      .....
      No Colégio..Missionário..
      Aprendi a rezar
      A Orar e Amar
      A Benzer e Acreditar
      Subindo o Monte pela Levada
      Aprendi..
      Não sei se a Perdoar...
      Mas Cresci..Construi..
      Somei e Sorri..
      Rezei e sofri..
      Joguei e comi...
      Latim não aprendi..
      Mas..
      Do Corpo de Deus...
      Alimentei...
      O Meu Caminho Reguei..
      E Aqui cheguei..
      Com Gozo vos digo..
      De Mim Sempre Gostei..

      Abr. Paula
      MG

      Nota .Peço desculpa pelos erros .Prometo que um dia
      vou escrever s/ erros.O improviso e porque sou mesmo
      assim...ás vezes sai ostias e não hóstias !
      Vocês não merecem mas é certo que me perdoam...?




      Abr
      MG

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  4. Eu lembro-me das missas em latim e ainda me lembro dos sermões no púlpito
    Um abraço e uma boa semana

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    1. Eu só me lembro de nos dias de festa vir um padre de fora para fazer o sermão ou a homilia. Normalmente eram esses Srs. Pes. quem referiam as histórias dos nossos santos, fossem lendárias ou não!
      Abra/cont. de boa semana.

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  5. E há púlpitos maravilhosos nas nossas igrejas! ... Bj

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    1. Sê há!
      Na Igreja de Forninhos, não encontramos aquele púlpito ricamente trabalhado; sendo os altares em talha dourada, bem podia o púlpito ser dourado também, mas não é...
      O da Capela de Nossa Senhora dos Verdes é também simples, mas sempre é mais bonito que o da Matriz (para mim) e está de acordo com o interior da Capela!

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  6. Penso que as coisas melhoraram na comunicação... Outras permanecem ou, como disse a Chica, pioraram... Infelizmente...
    Um bj... Muita paz nesta semana p vc...

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    1. Em tempos idos, as pessoas levavam a sua religiosidade mais a sério e, diga-se, com exageros impostos pela igreja ou por alguns elementos do clero.
      A certa altura a Igreja apercebeu-se que era preciso acompanhar os tempos, as novas ideias, então algumas coisas permaneceram, outras pioraram. Verificamos muito isso nas nossas festas e romarias, às tantas não se consegue perceber, onde começa a religiosidade e acaba a festa popular!
      Bj/boa semana.

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  7. Sou desse tempo...sou jurássica!
    Nesse tempo, pelo menos nas aldeias, os homens ficavam à frente e as mulheres atrás durante a missa.
    Vi isso em Cortegaça, quando vínhamos cá de férias.
    Adoro estas memórias.

    Beijinhos.

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    1. Também sou do tempo dos homens à frente e mulheres atrás, na missa...e nas procissões!
      Hoje algumas já ficam à frente ou ao lado dos homens, mas no que respeita às nossas procissões de antigamente, a ordem observada era: à frente, os homens, as crianças e associações religiosas; atrás, as mulheres.
      Beijinhos.

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  8. Boa noite Paula,
    Adorei este "post" que me fez regressar muitoooooos anos atrás.
    Até vir para Lisboa a missa era em Latim e não entendia nada. Os cânticos já eram português. O padre de costas para as pessoas que de missal na mão iam respondendo.
    Nesta altura ainda se usava o véu na cabeça! Como sou jurássica como a Elisa!
    As coisas mudaram, mas ainda existe muito conservadorismo que me preocupa, uma vez que há cada vez mais pessoas a "fugir" da igreja.
    Aqui onde moro o Padre (que agora é Vigário) ainda faz as homilias no ambão (onde são feitas as leituras) embora a maioria dos padres já faça as homilias junto do altar ou até próximo do povo.
    Um beijinho e continuação de boa semana.
    Ailime

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    1. A nossa Igreja, aos domingos estava sempre cheia de gente de Forninhos, Valagotes e Qt.ª da Ponte. Agora há pouca gente nas aldeias, mas também as fés são outras!
      Foi fácil traduzir para o idioma nacional os textos, comentários e orações, difícil foi/é encaminhar as pessoas para a missa.
      Dependendo do horário, ao domingos alguns homens nem põem os pés na igreja, preferem passar o tempo na sueca e no chincalhão.
      Como um dizia (e agora não interessa o nome): os homens devem ser encaminhados e não arrastados...
      De títulos paroquiais nada entendo: Abade, Prior, Reitor ou Vigário, se calhar porque nenhum destes títulos serviu ao povo de Forninhos para designar o seu pároco.
      Bom fim de semana.
      Beijinhos.

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