Há 50 anos e tal anos a língua da Igreja ainda era o latim. Em latim se celebravam todos os ofícios, as Escrituras do Antigo e Novo Testamento eram em latim, em latim eram entoados os cânticos e, no entanto, 99% da população não fora iniciada na sua aprendizagem. Sequer o clero dominava aquela língua!
sermão 'berrado' do púlpito no dia de festa da padroeira |
Não sou do tempo da liturgia em latim, mas a maioria das pessoas nascidas e criadas em Forninhos, ainda assistiram à 'missa antiga' em que o Sacerdote iniciava a celebração com In nomine Patris et Filii et Spitirtus Sancti virado para o Sacrário ou para Deus, de costas para o povo, só vindo à frente para conduzir os fiéis a responder em latim, língua Católica Apostólica Romana, usada ao longo da celebração. Em dia de festa subia ao púlpito para a homilia/sermão.
O povo estava ali a ouvir missa, mas a maior parte das vezes sem entender, pois sequer as leituras eram lidas em vernáculo (língua própria de cada país ou comunidade), só a homilia, mas todos gostavam do latim, mesmo que não o entendessem. Muitos fiéis, não sabiam ler, ainda assim muniam-se dum missal com as orações em latim (à direita) e em português (à esquerda).
Os cânticos também eram entoados em latim.
Hoje a missa já não é em latim e de costas' para os fieis e eu nunca o vi um padre subir ao púlpito.
O púlpito já não é usado nos dias de hoje...
As coisas mudaram e muitas, pra bem pior mesmo! bjs, lindo dia! chica
ResponderEliminarPelo menos agora são menos as pessoas a "ouvir missa", mas também pudera, cada vez há menos gente na nossa aldeia!
EliminarBjo/cont. de boa semana.
"Et cum spiritu tuo" (Ele está no meio de nós).
ResponderEliminarAssim respondiam com convicção os fiéis ao declarado O Senhor esteja convosco.
A foto é soberba e carrega com ela todo esse ambiente de tempos idos de fervores mal percebidos, pois a maioria ia para não parecer mal, tal como hoje, sendo que hoje na língua de Camões, só a não percebe quem não quer.
Era criança, mas ainda recordo de estar a ouvir a missa no coro e ver gente analfabeta com o missal aberto nas mãos, para botar figura, pois as respostas saíam numa lenga-lenga de monossílabos, a exemplo de muitos dos padres, como o da foto e que presumo ser o padre Vírgilio (Grilo) que segundo reza a boca popular, tantas benfeitorias fez em Forninhos, "livrando-o" dos Serafinzinhos e do S. Pedro. "Paz à sua alma...".
Mas gostava de ouvir os Ofícios e a Missa de Corpo Presente, cantados por aqueles padres todos, em latim, embora da letra a gente nada percebesse; como pouco mais vim a perceber apesar de ter andado uns anitos bons num seminário e ter latim como disciplina obrigatória e quando me portava menos bem, lá vinha entre outros castigos o recitar das declinações. Aquela gramática matava e talvez por isso, aquando do meu exame do 12º ano (já ca fora), chumbei a latim.
Vedetas eram as"meninas" da Juventude da Acção Católica que pela postura do missal em riste, pareciam e talvez por saberem ler, perceber tudo o que ali estava, afinal a página da direita tinha a tradução na esquerda...
Mas e sejamos sinceros, a maioria esperava pela última frase da missa: "Ite, missa est" (a missa estava dita) e em uníssono e aliviados o " Deo Gratias ".
Graças a Deus!
As moças da JAC também tinham um uniforme que as identificava!
EliminarEra como os padres, usavam o seu traje, a batina. Tudo mudou...
Falava-se ainda há bem pouco tempo que a missa voltaria a ser dita em latim, era giro, o grande senão, a meu ver, é não se entender a língua.
Ainda hoje, às vezes, catam um cântico na missa de domingo em latim, que gosto ouvir. Todas as pessoas mais velhas o sabem cantar, ao contrário, dos cânticos modernos que são cantados por meia dúzia de pessoas e mesmo a olharem para o papel enganam-se!
O melhor da missa para algumas pessoas (leia-se:alguns homens) era mesmo "Ite missa est", mas melhor ainda era chegar à missa e encontrá-la dita!
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ResponderEliminar....
Quando vou á missa (não sou praticante como outrora) no Campo
Grande , em Lisboa , alguns dos cânticos são em latim...
Andei na catequese no Colégio Missionário , no Funchal ,até
ao crisma ,em Santa Luzia .Admirava a vida de missionários
que nos ensinavam...não latim.... mas a fazer as ostias !!
E claro muito futebol....alimentados pelo " Corpo de Deus"!
Boa semana
Abr
MG
Além das hóstias, o António deve também ter adquirido nesse Colégio outros conhecimentos que lhe foram úteis e favoráveis para a vida...
EliminarEm todo o lado os Colégios e Seminários contribuíram para a elevação do nível cultural de quem teve a oportunidade de passar pelos mesmos.
Um abraço.
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Eliminar.....
No Colégio..Missionário..
Aprendi a rezar
A Orar e Amar
A Benzer e Acreditar
Subindo o Monte pela Levada
Aprendi..
Não sei se a Perdoar...
Mas Cresci..Construi..
Somei e Sorri..
Rezei e sofri..
Joguei e comi...
Latim não aprendi..
Mas..
Do Corpo de Deus...
Alimentei...
O Meu Caminho Reguei..
E Aqui cheguei..
Com Gozo vos digo..
De Mim Sempre Gostei..
Abr. Paula
MG
Nota .Peço desculpa pelos erros .Prometo que um dia
vou escrever s/ erros.O improviso e porque sou mesmo
assim...ás vezes sai ostias e não hóstias !
Vocês não merecem mas é certo que me perdoam...?
Abr
MG
Eu lembro-me das missas em latim e ainda me lembro dos sermões no púlpito
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Eu só me lembro de nos dias de festa vir um padre de fora para fazer o sermão ou a homilia. Normalmente eram esses Srs. Pes. quem referiam as histórias dos nossos santos, fossem lendárias ou não!
EliminarAbra/cont. de boa semana.
E há púlpitos maravilhosos nas nossas igrejas! ... Bj
ResponderEliminarSê há!
EliminarNa Igreja de Forninhos, não encontramos aquele púlpito ricamente trabalhado; sendo os altares em talha dourada, bem podia o púlpito ser dourado também, mas não é...
O da Capela de Nossa Senhora dos Verdes é também simples, mas sempre é mais bonito que o da Matriz (para mim) e está de acordo com o interior da Capela!
Penso que as coisas melhoraram na comunicação... Outras permanecem ou, como disse a Chica, pioraram... Infelizmente...
ResponderEliminarUm bj... Muita paz nesta semana p vc...
Em tempos idos, as pessoas levavam a sua religiosidade mais a sério e, diga-se, com exageros impostos pela igreja ou por alguns elementos do clero.
EliminarA certa altura a Igreja apercebeu-se que era preciso acompanhar os tempos, as novas ideias, então algumas coisas permaneceram, outras pioraram. Verificamos muito isso nas nossas festas e romarias, às tantas não se consegue perceber, onde começa a religiosidade e acaba a festa popular!
Bj/boa semana.
Sou desse tempo...sou jurássica!
ResponderEliminarNesse tempo, pelo menos nas aldeias, os homens ficavam à frente e as mulheres atrás durante a missa.
Vi isso em Cortegaça, quando vínhamos cá de férias.
Adoro estas memórias.
Beijinhos.
Também sou do tempo dos homens à frente e mulheres atrás, na missa...e nas procissões!
EliminarHoje algumas já ficam à frente ou ao lado dos homens, mas no que respeita às nossas procissões de antigamente, a ordem observada era: à frente, os homens, as crianças e associações religiosas; atrás, as mulheres.
Beijinhos.
Boa noite Paula,
ResponderEliminarAdorei este "post" que me fez regressar muitoooooos anos atrás.
Até vir para Lisboa a missa era em Latim e não entendia nada. Os cânticos já eram português. O padre de costas para as pessoas que de missal na mão iam respondendo.
Nesta altura ainda se usava o véu na cabeça! Como sou jurássica como a Elisa!
As coisas mudaram, mas ainda existe muito conservadorismo que me preocupa, uma vez que há cada vez mais pessoas a "fugir" da igreja.
Aqui onde moro o Padre (que agora é Vigário) ainda faz as homilias no ambão (onde são feitas as leituras) embora a maioria dos padres já faça as homilias junto do altar ou até próximo do povo.
Um beijinho e continuação de boa semana.
Ailime
A nossa Igreja, aos domingos estava sempre cheia de gente de Forninhos, Valagotes e Qt.ª da Ponte. Agora há pouca gente nas aldeias, mas também as fés são outras!
EliminarFoi fácil traduzir para o idioma nacional os textos, comentários e orações, difícil foi/é encaminhar as pessoas para a missa.
Dependendo do horário, ao domingos alguns homens nem põem os pés na igreja, preferem passar o tempo na sueca e no chincalhão.
Como um dizia (e agora não interessa o nome): os homens devem ser encaminhados e não arrastados...
De títulos paroquiais nada entendo: Abade, Prior, Reitor ou Vigário, se calhar porque nenhum destes títulos serviu ao povo de Forninhos para designar o seu pároco.
Bom fim de semana.
Beijinhos.