Seguidores

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Os Cortejos

As Vindimas, era o motivo montado no tractor

Recordar é Viver!
E, hoje recordo a participação de Forninhos num Cortejo Etnográfico em Aguiar da Beira, em que as pessoas encenavam a faina das ditas vindimas, vindimando nas videiras ali "plantadas" e pisando os cachos para obter o produto final, o vinho. O público, como sempre, está atento ao desenrolar da acção.
Cortejos deste tipo, o de divulgar os usos e costumes desta região, bem como as actividades agrícolas, tinham sido realizados na década de 50 do século passado, para apoiar o Hospital da Misericórdia e até hoje ficaram na memória de muita gente. Era uma época, contaram-me, que caso as populações não realizassem estes "Cortejos de Oferendas" (não aconteceram só no concelho de Aguiar da Beira), não tinham direito a cuidados de saúde (e mesmo assim...). Pelo que, não posso deixar de informar os meus leitores de que antigamente (no tempo do Estado Novo) não havia assistência para todos. Só houve assistência para todos aquando da implementação do Serviço Nacional de Saúde, já depois do 25 de Abril de 1974.
Nesse Cortejo, a população local de Forninhos, executou ao vivo o fabrico do queijo da serra e apresentaram uma canção que ficou na memória, tanto que as pessoas que embora não sendo da nossa terra a recordavam. O seu refrão rezava assim:

O meu distrito é a Guarda
O meu concelho é a Aguiar
A minha terra é Forninhos
A minha pátria é Portugaaaal

I
Por estradas e caminhos
Andando, andando sem descansar
Levamos nossas ofertas
Para o nosso Hospital

Refr.

II
Forninhos não esqueceu
O Cortejo, o Cortejo à Aguiar da Beira
E por isso apresenta, e por isso apresenta
O modelo de queijeira

Refr.

III
Junto às nossas ofertas
Trazemos da nossa terra
Dinheiro em bandeirinhas
Nos cestos queijos da Serra

Refr.

E a população de Dornelas com o trabalho da vareja/azeitona cantava assim:

Vamos todas à vareja
Vamos todas raparigas
Os rapazes a varejar
E as raparigas a apanhar

Outra situação criativa que me agrada especialmente é a da Cortiçada: 

O linho da Cortiçada
É um linho muito fino
Para o nosso Hospital
Todo ele é pouquinho 

Refr.

Ora toma-tomá-lá
Façam bem aos pobrezinhos
Ora toma-tomá-lá
Que Jesus lhes pagará.

Seria bom que as músicas e letras dessas marchas não se perdessem e gostaria que no Centro de Dia de Forninhos alguém lesse estas coisas à geração mais velha - fica a ideia.

37 comentários:

  1. Lembro-me perfeitamente do cortejo, ao qual assisti no topo do chafariz de Aguiar da Beira; Forninhos apresentou o modelo de queijeira; os rapazes levavam uma boina a que chamavam "espanhola", tipo "Che Guevara", sem estrela, mas com a preciosa nota. Foi muito bonito.

    ResponderEliminar
  2. Lindas lembranças que devem ficar pra sempre registradas. Legal de ver! beijos, linda semana, chica

    ResponderEliminar
  3. Paula e Xico,

    Eu amo ver esse tipo de tradição sendo cuidada e preservada. Acredito que esse blog tem contribuído muito pra isso também.
    Uma linda semana! Beijos

    ResponderEliminar
  4. I whish that I could hear the music ;-)

    Sincerest greetings from the Netherlands,
    DzjieDzjee

    ResponderEliminar
  5. Olá Paula...
    Post tão bom de ler e aprender... Gostei de tudo! É bom sim preservar a história, momentos e tradições de muita beleza e vida! Canção poética que transmite muito conteúdo!!

    Um beijo

    ResponderEliminar
  6. Muito boa tarde e obrigada a quem de direito por mais esta linda "pérola".
    Pena por não ter podido presenciar, mas contente porque é sinal de tenho menos uns anitos.
    Mas aqui renascem as memórias do que não vimos, mas ouvimos contar na boca dos antigos, os cortejos e seus propósitos.
    Pelo aqui relatado, deduzo que no tempo do Estado Novo o factor etnográfico do qual as aldeias do concelho tinham "vaidade" em dar a conhecer o que de melhor tinham e orgulhavam nas suas tradições, na esperança de contribuirem para a criação de melhores condições básicas de cuidados de que tão carentes estavam.
    Tudo feito com alegria e companheirismo singular, mas carregado de simbolismo, aqui atestados por estas belas quadras que trauteio (as primeiras) enquanto escrevo.
    Presentemente, Forninhos ainda mostra as suas tradições e raça, como demonstra a realidade desta bela foto em que os amigos Samuel e Agostinho Branco, enquanto "embebedam" os pés na pisa, parecem cantar ".. A minha terra é Forninhos...".
    Há que preservar estas mostras que nos ensinam e tanto gostamos de rever, como se deduz da atenção e curiosidade de quem teve o privilégio de assistir a este desfile.
    Aguardemos o desfile deste ano e boa semana de trabalho a todos os leitores.
    Um grande abraço para o Centro de Dia por nos lerem.

    ResponderEliminar
  7. Como diz o ditado popular, "recorda é viver". Que linda história, antigamente se passava muito trabalho mas ninguém esmorecia cantando seguiam em frente cada vez mais fortificado.
    Também acho um suplicio comer romã, catar cada grãozinho, sou meio esganada,comi muitas casca junto.
    Bjos e tenha uma ótima semana.

    ResponderEliminar
  8. Olá Paula,
    bonitas quadras essas de Forninhos! É bom que isso não se esqueça, mantendo as tradições e estimulando os mais novos.
    Uma boa semana e o meu abraço,
    Manuel Tomaz

    ResponderEliminar
  9. Anónimo6/03/2013

    Es importante conservar todo nuestro Patrimonio Cultural y prolongarlo a generaciones Venideras...Preciosos Cantos y grandes Tradiciones vinícolas y agrarias que deben conservarse en el Tiempo.
    Abrazos y besos.

    ResponderEliminar
  10. Essas tradições não podem morrer..precisamos conservar elas. Gostaria de participar de uma desta..desde minha infância tenho vontade.
    Parabéns pelo blog, assuntos interessantes e bons conteúdos encontramos aqui.
    Já estou te seguindo.
    Um grande abraços.Sandra

    ResponderEliminar
  11. É sempre bom recordar outros tempos e muito desse tempo acaba por perder-se se não houver alguma recolha. Para isso existe este blog, para aprendemos mais um pouco e porque o aprender não ocupa lugar.
    Ensaiados pelo Sr. Professor Sobral, a apresentação de Forninhos no Cortejo das Oferendas decorreu com grande sucesso e toda população local aderiu e foi participativa.
    As queijeiras foram 2 raparigas: Aida (Carau) e a Arminda Mota, dos Valagotes.
    Os rapazes levavam bandeirinhas de papel e uma nota de 20$00 (vinte escudos), as raparigas levavam um queijo no cesto.
    Consegui esta informação/e /quadras cantadas pelos de Forninhos, Dornelas e Cortiçada, através da minha tia Margarida, mas se alguém tem mais informação sobre os Cortejos das Oferendas ou dos recentes Cortejos Etnográficos da Feira de Actividades de Aguiar da Beira ou se houve outros, agradecia.

    ResponderEliminar
  12. Muito bom dia.
    Hoje quamdo vinha no comboio para o escritório, em Paço D'Arcos entrou uma senhora já de idade que se sentou a meu lado.
    Ia absorvido a olhar o mar e as praias já com banhistas, quando de repente a "velhinha" me toca no braço e diz: desculpe, o senhor é da Guarda? respondi que Guarda era o meu distrito, ao que me respondeu que tinha nascido numa aldeia chamada Ratoeira, pertinho da cidade da Guarda.
    Como é que a senhora adivinhou? resposta: é que você tem vindo a cantar " o meu distrito é a Guarda, o meu concelho Aguiar, a minha terra é Forninhos...
    Podia ter sido assim mas não foi, inventei porque a quadra desde ontem que não me sai da cabeça.
    É que imagino, conforme ouvi, os ensaios "comandados" pelo professor Sobral e a dona Olímpia (mãe do sr. Herculano)que iam da aldeia até ao Carvalho da Cruz e voltavam; para botar boa figura em Aguiar.
    E botaram!

    ResponderEliminar
  13. Em Julho do ano passado num "post" sobre a XI Feira de Actividades Económicas de Aguiar da Beira, quando Forninhos se preparava para levar a Padroeira Santa Marinha, debrucei-me sobre a "figurinha" que fizeram na IX Feira com o "Voto a N.S. dos Verdes".
    Os Cortejos da década de 50 do século XX, eram realizados em benefício do nosso Hospital, será que agora os Cortejos da Feira de Actividades do concelho são realizados em benefício da Igreja?
    Sabemos que o restauro e a conservação da arte sacra é cara e escassa neste país...
    Mas das actividades agrícolas nada mais há para mostrar? Ou a nossa gente é que começa a ver que este projecto da Câmara "é só para inglês ver"?
    Gostava que olhassem para a foto de abertura, onde se encontra a representação das vindimas que aconteceu, se a memória não me falha, em 2007.

    ResponderEliminar
  14. Boa tarde.
    Sinto-me confuso e supreso por um cortejo etnográfico ser transformado numa procissão, não em direcção à Senhora dos Verdes mas rumando para Aguiar da Beira.
    Cortejo etnográfico, é a faceta do seu património histórico, com o recriar das suas tradições fortemente ligadas aos trabalhos agrícolas.
    Procissão é uma manifestação religiosa de fé, com locais próprios e dias já defenidos pela Igreja. Cada coisa em seu lugar!
    Vamos lá ter a coragem de chamar as "coisas" pelos nomes:
    Quem está mandatado para passar a imagem e tradição dos forninhenses perante todo o concelho e não só, pois outros assistem aos desfiles?
    Quem define o tema a ser representado?
    Quem escolhe as pessoas que o integram?
    Quem dirige os ensaios?
    Há uma adesão abrangente de toda a comunidade?
    São perguntas que faço, por desconhecer e tentar obter respostas esclarecedoras para mim e outros como eu. É um direito que me assiste, pois também sou filho de Forninhos e vivo essa terra.
    Gostaria por isso, que aqui neste local em que insiro estas letras, ver pronunciar-se a professora Mariana, o presidente da Junta e o Sr. padre da Freguesia, para ficar a saber quem "manda".
    Afinal este espaço deverá ter tanta ou mais visibilidade que o facebook da Junta, na defesa do nosso património.
    E não morde ninguém!
    Ou será que Forninhos virou uma terra de medos?

    ResponderEliminar
  15. Deixa essa gentinha para lá...
    Aquele tipo de pessoa que continua como sempre até aqui, a agir "olhando simplesmente para o seu umbigo" acho que "não interessa nem ao menino Jesus".
    Nos Cortejos das Oferendas a nossa aldeia esteve bem representada, porque naquele tempo em Forninhos havia mais cultura...agora faz "figurinha" e as pessoas de outras freguesias comentam a "beatice". São situações que, com uma melhor acção, para a próxima podem e devem ser evitadas...mas enquanto houver promoção politica (indirecta) os bons da fita serão sempre os mesmos. Não se esqueçam é que um filme não pode ser feito só com um actor. E a actriz principal de Forninhos já começa saturar o público, pelo menos, aquele que tem olhos para ver.

    ResponderEliminar
  16. Pôxa, Paula.
    O ditado diz que "depois da tempestade vem a bonança", mas agora é caso para dizer que "depois da bonança vem a tempestade". Sinal dos tempos!
    De facto Forninhos mais parece um campo de concentração de beatice, sem outros horizontes que não sejam a Igreja, a qual merece todo o respeito.
    Mas com situações anedóticas desta índole, quase apetece chorar. Porque carga d'àgua se "mistura" a Santa Marinha no mesmo espaço em que cantou o David Carreira?
    Parece que anda tudo louquinho...

    ResponderEliminar
  17. Vamos, mas é seguindo ao Norte...freguesia da Cortiçada...
    O refrão "Ora toma-tomá-lá" era cantado pelas raparigas, que com a espatela tascavam o linho no cortiço.
    Digam lá se isto não era bonito?

    ResponderEliminar
  18. Boa Noite .Gostei muito de ler estes comentários sobre os cortejos .Eu nao sabia que faziam cortejos ,nunca conheci nada disso ,

    ResponderEliminar
  19. Cortejo de Oferendas para o Hospital da Misericórdia de Aguiar da Beira.
    Parabéns Paula por trazeres ao blog dos forninhenses o Cortejo que se fez em tempos idos, bem generoso e animado das freguesias do nosso concelho de Aguiar da Beira. É bom recordar esse acontecimento, mas para que ficasse mais completo era bom que alguém enviasse fotos alusivas e contasse um pouco mais do que se passou nessa altura em que as freguesias desfilaram pela avenida principal da Vila de Aguiar e paravam junto ao chafariz Cabicanca. Interessante o nome - Cabicanca!

    Para o hino alusivo ao queijo da serra que Forninhos representou, vai mais um verso:

    Por estradas e caminhos
    Andando, andando sem descansar
    Levamos nossas ofertas
    Para o nosso Hospital.

    Bem-haja primo professor José Sobral por ter feito a letra e música do hino que representou a nossa Freguesia de Forninhos e um abraço da prima Margarida.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E muito bem-haja tia Margarida por não se importar de partilhar connosco do que se lembra e sabe.
      Se pessoas como você e outras não tivessem saído para longe de Forninhos, poderia a nossa terra ser melhor representada. Assim:"em terra de cegos quem tem olho é rei".

      Beijinhos**

      Eliminar
  20. Muito interessante essa comemoração e curioso saber que se não fizessem a festa haveria problemas para atendimento no posto de saude.Uma bela recordação nesse hino!Boa semana e grata por seu comentario no blog da Anete,

    ResponderEliminar
  21. Olá amigos, muito bom recordar essas tradições! Algumas delas ainda assisti em pequenina, como essa de pisar as uvas! Não sabia desse pormenor de não haver assistência médica se não se efectuassem esses cortejos de oferendas! Tempos muito difíceis e penosos, mas que apesar de tudo não tirava a alegria do povo que entoava as mais variadas canções talvez para ganharem força anímica que os ajudasse a superar o frio e as dores quando se dirigiam para esses trabalhos. Há que perseverar e divulgar essas pérolas como diz o Xico acima. Um beijinho e obrigada por partilharem. Ailime

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada cara Ailime pelas visitas a que já nos habituou e que muito nos honram.
      Deixe-me apenas acrescentar uma coisa:
      Estes "cortejos de oferendas" eram de facto para apoiar o hospital e para ele trazerem médicos o que felizmente aconteceu.
      Mas as consultas e tratamentos eram pagos na mesma!
      Um abraço, amiga.

      Eliminar
  22. Quando fizeram esse cortejo eu devia ser pequenita nao me lembro nada mas sei da historia pelo meus familiares e cantavamos essas quadras quando iamos nas excursoes .
    Nesse tempo na nossa aldeia a gente era simples mas com muito talento para os que estao vivos e se recordam desse dia vao os meus parabens.

    ResponderEliminar
  23. Bom dia.
    Quando abri o computador, alimentava a vaga esperança de que as pessoas a quem ontem havia lançado o repto de se pronunciarem neste espaço sobre "os cortejos", a tal atendessem.
    Tal não aconteceu mas, não foi uma desilusão. Era de prever, já que o medo dorme com a noite e acorda com a manhã.
    As mentes "iluminadas", não carecem de aqui beber para saciar a sede.
    Mas é bom que saibam que apenas neste post já vieram, se calhar mentes esclarecidas, dos seguintes sítios:
    Cascais, Linda-a-Velha, Brasil (6 comentários), Holanda, Oeiras, Estados Unidos (2 comentários), Espanha, Amadora, Mangualde, Almada e Suiça.
    Isto dá-nos alento e força anímica.
    Afinal quem promove Forninhos?

    Bom dia de trabalho.

    ResponderEliminar
  24. Diz-se, e é verdade, que antigamente as pessoas passavam mais necessidades, mas eram mais alegres e divertiam-se.
    Esta onda de solidariedade para ajudar os Hospitais da Misericórdia mobilizou o país por esta altura, sendo que o concelho de Aguiar da Beira demonstrou também o seu espírito solidário, tendo as verbas revertido para o Hospital da Misericórdia de Aguiar. Só que, infelizmente, essas pessoas humildes, solidárias, empenhadas e dinâmicas, ainda vivos alguns, e delas temos de ter orgulho, não viram quaisquer melhorias.
    Uma fotografia do Cortejo das Oferendas era bem vinda para publicação.
    Esta imagem de 2007 ou 2008, já retrata um cortejo que se realiza aquando da Feira de Actividades de Aguiar da Beira, no 3.º Domingo de Julho. Também gostei muito do seguinte, cujo tema foi “O Retratista”. A partir de 2009 a “beatice” e “politiquice” afastou pessoas e o interesse que havia!
    Por isso, não admira nada começarmos já a sentir nostalgia do tempo de há 8, 7, 6, 5 anos atrás.
    "Os Coveiros de Forninhos" seria um bom tema para este ano (2013). Opinião pessoal, somente!

    ResponderEliminar
  25. "Os coveiros", no plural?
    Mau, sinal de muita actividade, pois o cemitério ainda há pouco foi ampliado e depressa fica cheio. Lagarto, lagarto, lagarto.
    Cruzes canhoto. Vade retro satanás.
    Então e depois o cortejo era feito por quem, pelos que escaparam à moléstia?
    Quantos são, quantos são?
    Àparte a brincadeira, ainda não ouvi da boca de alguém que este ano Forninhos esteja presente, mas a estar que seja com dignidade.
    O facto é que a nossa terra está um pouco moribunda em muitos aspectos e os tempos de desfilar com o tema da "queijeira", já não voltam e a ruralidade vai-se esfumando.
    O que não duvido é que não faltará romaria para ir ver actuar a Ana Malhoa.Afinal Forninhos, no seu melhor, já se habituou a ouvir música.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  26. Claro!
    Se antigamente cada um dava o seu contributo, a colaboração era de todos, porque é que hoje existe um "clubinho" que acha são a "vida" da aldeia?
    Penso que todos devem participar nas "coisas" e "eventos" que se vão fazendo, até porque Forninhos antes de haver "poder local" e "centro de dia" contava com todos!
    Esta é e será a minha "demanda", pois ainda acredito que as gentes da minha terra continuam a ser simples, solidárias, empenhadas, dinâmicas e gostam de conviver!

    ResponderEliminar
  27. Mas que grande "demanda" tens pela frente apesar de ainda acreditares na simplicidade, dinamismo e convivência das pessoas. No acreditar está o empenho.
    Acho que o estado tem culpa no cartório ao proibir o lançamento de foguetes pois o seu barulho espevitava as pessoas, mantendo-as acordadas e efusivas.
    Agora adormecem na cadência das ladainhas, acompanhado por outro foguetório.
    Como cantava o António Mourão:

    "Ò tempo volta para trás
    Dá-me tudo o que eu perdi
    Tem pena e dá-me a vida
    A vida que eu já vivi...".


    Isso era antes dos foguetes serem proibidos.

    ResponderEliminar
  28. Não sabia nada sobre este cortejo até agora, fiquei a saber que os meus pais também entraram no cortejo, além dos meus pais muitos dos participantes desse cortejo eram da minha família, Cavacas e Caraus.

    ResponderEliminar
  29. Boa noite, aqui está mais um tema que nos faz reviver e aprender o que tempos idos fez e com que finalidade, não sei se esses cortejos continuam a ser realizados, mas o que interessa mesmo é a divulgação para estes temas e actividades.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Queres tu dizer:
      O que interessa é divulgar os usos e costumes desta região, com motivos vindos da tradição das actividades agrícolas, certo?
      De toda a informação a que tive acesso, referentes às várias localidades do concelho de Aguiar da Beira, Forninhos foi a única freguesia do concelho que até hoje desfilou com a Irmandade, usando, portanto, os símbolos de um património importante e que impõe respeito na celebração de festas religiosas em honra dos santos, ladaínhas e funerais!
      As restantes freguesias usaram outros meios para se fazerem representar no Cortejo Etnográfico da Feira de Actividades Económicas de AGB.

      Eliminar
  30. Olá bom amigo Xico,

    Ah que saudades do tempo das vindimas no tempo em que ainda apanhava os bagos enquanto os homens vindimavam...E diziam"...o trabalho das crianças é pouco mas quem não o aproveita é louco!"
    Depois era sovar e sair porque eram só homens...
    E a luz entrava morna por entre as folhas amarelas...
    Mas agora, é primavera, tempo de rosas!
    Fraterno abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada pelo comentário, amiga Manuela.
      Era o "castigo" da pequenada, o apanhar os bagos do chão, mas a festa que era a vindima, alimentava-se de estórias, piadas brejeiras e cantigas.
      E cálculos: "este ano a vinha está bem carregada, deve botar para aí cinco dornas de vinho".
      E à noite era a pisa no lagar, no cantar de uma desgarrada...
      Um beijo.

      Eliminar
  31. Realmente no que toca a apanhar os bagos do chão há muitas histórias contadas, embora modificadas de acordo com os lugares.
    Eu lembro-me do meu avô materno, dizer:
    - Vamos lá meninos, toca a apanhar também os bagos do chão.
    - Olhem que uma velha no Douro uma vez fez uma pipa de vinho só com os bagos…sabiam?
    E nós pensávamos...coitada da velha...fartou-se de apanhar bagos do chão! Longe de nós pensar que todo o vinho é feito com os bagos das uvas!
    Hoje, nem as crianças, nem os adultos apanham os bagos, mas também agora não é tempo de uvas...é certo...nem em Julho. Como é que os de Forninhos, obtiveram uvas para vindimar e pisar em Julho, que é quando acontece a Feira de Actividades?
    Já pensaram nisso...?
    Os de Dornelas, para participar no Cortejo de Oferendas, levaram as azeitonas numa oliveira, questionei se o desfile foi feito no Inverno e parece que sim!
    Os tempos hoje são outros, bem sabemos, e é normal a venda de uvas durante todo o ano, mas então quem, em Julho de 2007 ou 2008, arranjou as uvas?

    ResponderEliminar
  32. Haja vontade, consciência e galhardia e não faltam em Forninhos motivos para um tema da nossa identidade. NOSSA.
    Basta fechar os olhos (daqueles que ainda os têm abertos)e fazer uma viagem ao passado ainda recente. Basta recordar como era o dia a dia.
    Haja coragem para isso!

    ResponderEliminar

Não guardes só para ti a tua opinião. Partilha-a com todos.