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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Exploração Agrícola: Arrendamentos, S. Miguel

Capela antiga de S. Miguel - Quinta da Ponte, datada de 1833

Como muitos de vós sabereis, S. Miguel, segundo a tradição, foi quem derrotou Lúcifer, que nos dias de hoje chamam Diabo, e está muito ligado com as uvas e, nesta região, também com a exploração agrícola. Eu explico: quando as terras patrimoniais não chegavam, o chefe da família tomava outras de renda. O senhorio entregava então a terra ao arrendatário, mediante uma renda estipulada em dinheiro ou medidas, que se pagava pelo São Miguel, a 29 de Setembro. Geralmente o proprietário/senhorio não marcava o tempo, mas quando era estipulado prazo, o arrendamento terminava com ele; quando não, a época de as deixar era, em regra, também pelo S. Miguel; ao sair, deixava a propriedade conforme a encontrara. 
Antes da emigração era assim. Presentemente, há muitas terras "de poiso".
Também se dizia que a partir do S. Miguel acabava a sesta e deixava de ser obrigatória a merenda, pois com a passagem recente do equinócio e entrada no Outono, o dia solar fica cada vez mais pequeno. 
E quem não se lembra da festa de S. Miguel na vizinha povoação da Quinta da Ponte há uns anos atrás festejada no último domingo de Setembro? 
Esta festa, como outras, passou a ser feita no verão, mas parece, assim ouvi, que no dia 29 de Setembro...todos os anos... é celebrada uma missa e o povo da Quinta da Ponte, ainda bem, guarda dia santo!

Notas
1- Esclareço que em Forninhos a merenda se suprimia a partir do dia 7 de Setembro, há até um dito que diz que ao caminhar para o Outono a Senhora leva a merenda e traz o Diabo os serões. E, no vinte e cinco de Março vêm as merendas e abalam os serões. Mas podem conhecer melhor o costume das merendas aqui.
2- Aproveitei uma foto do Livro «Memórias do Meu Querido Torrão Natal "Quinta da Ponte"» do amigo José da Costa Cardoso, para evidenciar a festa deste Santo que a Igreja Católica celebra no próximo Domingo, dia 29 de Setembro, este ano também dia de eleições autárquicas, na nossa terra muito relacionadas com a "fé cristã".
3- Esta era a antiga Capela da Quinta da Ponte, datada de 1833, vide pilar direito; tinha um alpendre com gradeamento à volta. Com a reconstrução eliminou-se o alpendre e o interior da Capela ficou mais espaçoso.

26 comentários:

  1. Então, Paula, interessante saber esta parte da história daí... Tradições curiosas e bem regionais... Cada lugar com as suas características/costumes e boas coisas para se preservar ou contar... Como é bom relembrar!

    Um abraço! Boa Noite e Um Bom Amanhã...

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    1. Paula, vi o seu comentário por lá... Gostei muitíssimo de saber que Crocus e Açafrão Selvagem são a mesma flor! Curioso!...

      Obrigada, querida... Beijos

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  2. Um excelente artigo, onde se refere e apresenta uma fotografia do livro, de uma pessoa, que tenho tambem o grato prazer de chamar meu amigo; O senhor Jose Cardoso.

    Conheci essa capela de S. Miguel esta primavera, e era muito mais bonita assim, do que como se encontra actualmente.

    Um abraco, e, nao se esquecam de honrar as "santas eleicoes"!

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    1. E Domingo os de Forninhos lá vão, não em direcção à Capela de S. Miguel, na Quinta da Ponte, mas em direcção à Sede da Junta de Freguesia... votar naqueles em quem vêem melhores qualidades para construir um concelho melhor. É a pensar assim que vou votar na Mina de Água - Amadora. Era assim que votaria se votasse em Forninhos - Aguiar da Beira.
      Não votar não é solução, mas cada um é que sabe e cada um vê a capela da "santa terrinha" à sua maneira, mas eu também sou uma que acho que dantes a capela da Ponte era mais bonita.

      Para si e para o Sr. José Cardoso,
      Um abraço meu.

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  3. Interessante e adorei a capela! beijos,tudo de bom,chica

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  4. Belo tema.
    Ainda me lembro de algumas pessoas que traziam terras de renda, já no entanto poucas restarem. Digamos que havia dois tipos de renda, apesar de todas "escritas" na palavra dada, aquelas que no bom entendimento duravam anos e anos, chegando a passar de pais para filhos, e aqui lembro o caso concreto de a minha avó Maria Lameira trazer de renda uma terra no alto da Estrecada que depois os meus pais, continuaram a cultivar, e aquelas rendas de curta duração, apenas enquanto durava a produção, caso concreto do arrendamento da erva dos lameiros para as ovelhas, caros, pois dali iria nascer o belo e saboroso queijo da serra.
    Já as merendas, infelizmente foram ultrapassadas pelo "chique" lanche, como se assim ficassem mais saborosas, enfim..., certo porém que na nossa terra ainda se continua a merendar, mas agora mais em casa do que no campo, aonde a sombra de um pinheiro ou árvores de fruto, até as simples azeitonas sabiam melhor que caviar. Um bom pão centeio, um naco de presunto e umas fatias de queijo, o "palhinhas" de dois litros, tinto, claro, mais a cântara de barro de água fresca da mina, tudo isto em cima de uma toalha de linho mais usada que a idade dos donos.
    A sesta já tinha sido dormida e havia trabalho à espera, até ser noite.Noites mais longas a partir do São Miguel, pronúncio do Outono, do primeiro fumo das chaminés das casas, o terminar do verde das árvores e da alegria das animadas festas de verão.
    Recordo a festa de São Miguel na Quinta da Ponte, por ser marcante, não só por termos de atravessa aquela ponte com tábuas partidas e ser arriscado, mas por apesar de ser parecido com as de outras aldeias, ser a festa da despedida, talvez a última do ano.
    E no regresso já cheirava a escola. Estava acabada a folia

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    1. Ainda bem que falas do queijo da serra, principal fonte de receita da nossa região, durante anos e anos, e dos arrendamentos da erva dos lameiros, pois disseram-me que também era costume, quem arrendava e que cultivava as terras no verão, entregando como sabemos a maior parte da colheita ao senhorio, não tendo gado, no final da colheita entregava o arrendamento dos pastos aos pastores.
      Gostava que tu (ou quem souber) dissesse se era assim.

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    2. Que bom comentário, amigo chico, se as pessoas da cidade, por um dia, tocassem o bolinho e a bica do lanche pela merenda das nossas terras, de certeza que trocavam logo os hábitos, mas isso é ainda um privilégio, quase só nosso.
      A palavra desse tempo, era uma escritura que valia, e não havia tribunal que a alterasse, porque simplesmente ninguém recorria a ele, e hoje???
      As merendas acabavam no dia de S. Miguel, mas também havia quem as prolongasse por três meses e antecipasse as piquetas outros três, quanto mais não fosse, o tal naco de pão centeio ou broa de milho, umas azeitonas, que ainda hoje algumas gentes de forninhos curtem (adoçam em agua durante 2 ou 3 meses) e um caneco do pipo aberto.

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    3. Respondendo á Paula, já confirmei em comentário em baixo, acrescento ainda que, realmente os pastos de inverno, quem tinha ovelhas precisava deles, quem não tinha arrendava, por vezes a pastores vindos de outras localidades, como Valagotes, Fonte Fria, Matela ou outras, que deslocavam o gado e lhe era administrado uma certa dose de erva dividida por cancelas que eram previamente deslocadas para o efeito, não podiam comer tudo num dia, e era destas ovelhas, que tinham de ser bem tratadas e pastoreadas que saía o melhor queijo da serra.
      Quando digo pastoreadas, quero dizer: o pasto tem de ser bom, o local é muito importante, e a maneira de lidar com o gado também tinha a sua importância na qualidade e quantidade de leite que uma ovelha podia dar.

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  5. É bom haver pessoas como a Paula que investem nas tradições e na nossa história comum.
    Beijo

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  6. Olá Paula gostei imenso de conhecer essa tradição. A sua terra é muito rica nessas tradições que associam a lavoura aos santos! E essa foto ilustra bem essa devoção. Cá mais para baixo, onde o Tejo separa a Beira do Além Tejo não se verificavam esses costumes que são lindos! Por isso acho do maior interesse divulgar até para quem não é da zona ficar a conhecer mais as tradições deste ainda tão lindo Portugal. Um beijinho e obrigada. Ailime

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  7. Muito interessante a história de hoje! Esse blog resgata com louvor a história de Forninhos. Muito bom conhecer e não sabia sobre São Miguel. Tb gostei da capela! bjs e minha amizade,

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  8. Oi Paula, você sabe tudo da sua terra, e isso é raro, as pessoas logo se desligam das suas raízes e tradições, eu também sou dessas que valorizam, o nosso passado, a nossa tradição, e gosto muito de saber as histórias, adorei o seu relato, e tô adorando conhecer Forninhos.
    Beijos!
    Beijos

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    1. Fátima eu não sei tudo de Forninhos, mas sei algumas coisas, pois da infância tenho muitas recordações. Também gosto de falar com as pessoas mais velhas da nossa aldeia, já que fontes não há muitas. Mas porque também gosto de me sentir actualizada no dia-a-dia, esta semana, até fiquei a saber que daqui a 8 ou 15 dias (passadas as eleições autárquicas) a Junta de Freguesia de Forninhos vai oferecer-nos um Livro intitulado FORNINHOS A TERRA DOS MEUS AVÓS.
      Estou muito curiosa para ver o que é publicado. Decerto coisas que também foram desaparecendo e de que nós (o novo blog dos forninhenses) nem nos lembramos!
      Beijo, Beijo.

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  9. Paula,

    Forninhos é um lugar rico em histórias lindas.
    Cada vez que venho aqui, fico mais encantada com esse lugar. Como saberia tanta coisa a respeito desse povo tão lindo, se não fosse esse trabalho lindo que você, Xico Almeida e dos outros colaboradores? Parabéns a todos!
    Um lindo dia! Beijos

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  10. Nunca fui rendeiro, mas sei muito bem o que isso era, e o que as famílias passavam quando o ano era mau de colheitas e os senhorios insensíveis queriam os alqueires todos e bem medidos.
    Mais das vezes o milho não chegava para pagar renda da terra, mas tinha de pagar, ficando o rendeiro com feijão que se semeava pelo meio, e as aboboras para alimento dos porcos (com sua licença), assim como a erva, que era semeava depois de tirar o milho, ou por vezes quando as terra eram baixas e o milho se tirava mais tarde, semeava-se a erva antes de o colher, para que, em novembro já se pudesse alimentar as ovelhas, se as tinha, ou arrendar a quem as tivesse. Também era aproveitado a palha para o penso do gado.
    Normalmente, quando havia oliveiras, a azeitona era pertença do senhorio.

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  11. Quanta cultura por aqui Srta! Amei! Se permitir a seguirei! abração

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  12. Bem vindo ao blog dos forninhenses Ives. Obrigada pela visita e pelas palavras deixadas.
    Volta sempre. Abraço.

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  13. Tambens cheguei a ir a festa de S. Miguel mas nao me recordo como era a capela .Nao sabia que por altura de S. Miguel se acabavam as merendas e sestas . Belos tempos antigamente , fazendo fitas para mantas que ainda tenho uma , a minha filha adora deitar se nela . Gosto de recordar esses tempos tao alegres.

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  14. Tempos muito alegres mesmo, Manuela, só que Forninhos retrocedeu no aspecto sociável e os anos vão passando e não há melhoras. Vá lá que nos últimos meses, algumas pessoas mudaram a residência para Forninhos, portanto, lentamente, com o regresso e vinda de pessoas jovens, esperamos tragam já este Outono/Inverno vida à aldeia e quiçá tenham condições para criar o seu próprio trabalho, claro que não falo só da agricultura, mas no campo da culinária e porque não na tecelagem? Estou a lembrar-me também do sabão artesanal. Fazer sabão com a gordura, borra do azeite, foi um hábito que se perdeu e um conhecimento que desapareceu, mas agora está muito na moda o sabão e sabonetes artesanais, porque não o continuar?
    Com a chegada dos novos residentes a Forninhos, daqui a um ano até é possível que o São Miguel volte a ser festejado no final de Setembro e a gentes de Forninhos, para matar saudades, lá vão a pé. Hoje a ponte já não é perigosa de atravessar, pois já não tem troncos (rolos) de pinheiro com torrões e terra.
    Eu fui lá a pé muitos anos…no Outono...à capela e ao baile :-)

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  15. Rendas e S. Miguel, assim reza o tema.
    Mais oportuno não poderia ser, pois escasseiam as horas para o dia 29 de Setembro, dia do Santo e dia de eleições autárquicas em Portugal. O nosso querido, mas desgraçado país, fidalgo pobre acomodado, vestindo as plumas aburguesadas da penúria, lá vai pagando as rendas a sua senhoria, a Troika, melhor, quem ela representa e está investida.
    Em Forninhos, pelo menos era conhecida a cara do ou "Senhorios", mas eleições à porta, onde está o S. Miguel e o Lúcifer? Será que o Lúcifer vai ser derrotado? Quem tudo quer, tudo perde!
    Muito sabão se tem gasto, não daquele caseiro feito de restos de gorduras, mas daquele fino, tipo graxa e que escorrega bem pelas costas, enquanto continuam de olhos fechados e a dormir a sesta.
    Se pensam que a Senhora lhes leva a merenda, leva o Diabo os serões. E assim vão acabar as festas, o dever de cumprir promessas assumidas, já tem o adiamento calculado. Um monumento aos emigrantes, uma placa numa rua, inventar uma avenida nem que seja em S. Pedro, quiçá, um hotel nos Valagotes que já merece!
    Até já esquecia o Largo da Lameira. Acho que o adiamento da obra, tem como culpado a Associação de Farmácias, tem falta de botox, paciência, o Largo que aguente a cara.
    Ah, estou feliz, o livro! "Forninhos a Terra dos Meus Avós".
    Mas será que este neto está a sonhar? Só pode!

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  16. É curioso como só este ano, em Agosto, ouvi o provérbio: “ao caminhar para o Outono a Senhora leva a merenda e traz o Diabo os serões”. De verdade, não me lembro ouvir este provérbio, mas aplica-se tão bem à chegada do tempo frio e noites grandes do Outono, que não resisti. Até já ando a pensar na roupa de lã e nas castanhas! Bom, não era isto que os antigos tinham em mente quando inventaram este provérbio, mas acho que aplica-se bem ao dia de hoje. Lembro-me nos muitos serões à fogueira que passei em Forninhos, comer de vez em quando castanhas e fazer camisolas e cachecóis de lã que é um excelente hobby.
    Também ouvi que na festa de S. Miguel, na Ponte, já por lá bebiam vinho doce e isto quer dizer então que já muita gente tinha vindimado pelo S. Miguel.

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  17. Até aos meus 13 anos fui todos os anos à festa do São Miguel das uvas na Quinta da ponte, como íamos mais para a paródia já nem me lembrava como era a capela, os dias já eram mais pequenos a festa para mim acabava mais cedo, porque tinha de estar em casa antes do anoitecer. Ao serem mais pequenos os dias, as noites ficavam maiores e lá vinham os serões, lembro-me da minha avó Coelha, da minha tia Arminda irmã da minha avó e do meu avô Carau irem para a casa dos meus pais para passarem os serões, como não havia televisão jogávamos ás cartas e contava-se lendas antigas, algumas sobre almas do outro mundo e feitiçarias, por causa dessas lendas quando me ia deitar ficava cheia de medo.

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  18. Obrigada Maria por este belo comentário!
    É bom o blog dos forninhenses poder contar com o teu contributo e de todos os que fazem deste espaço um recanto de partilha de memórias e saberes, para além de contribuírem para a história e memória dos nossos avós, pais e tios.
    O nosso povo e quase todos os que conheço, para ser franca, contavam lendas de feiticeiras e muitas historietas sobre espíritos, chegando a garantir que viram pessoas falecidas e ouviram fulano e cicrano. Ainda há em Forninhos quem acredite nas almas do outro mundo. Um dia, aqui, falaremos melhor das feiticeiras, bruxas, espíritos e almas do outro mundo...visões, a meu ver, irreais.
    Voltando ao tema, após a ceia vinham os serões, passados na casa de familiares amigos. Alguns destes serões eram passados na V/ casa, até eu, em miúda, lá passei alguns. No dia que o Sá Carneiro morreu, estava lá eu, a avó Coelha, tia Arminda, etc...para ver a novela e lembro-me que a emissão foi interrompida (Sá Carneiro faleceu na noite de 4 de Dezembro de 1980).
    Nem todas as casas tinham televisão. Passados meia dúzia de anos, sim, já quase todas tinham e os serões referidos, para uma grande parte da população passaram a ser 'coisa' do passado.
    Como ir, neste Domingo, ao S. Miguel, a pé, faz parte do passado, porque
    no passado é que a população das nossas aldeias foi numerosa. Forninhos já teve cerca de 700 habitantes e a Quinta da Ponte cerca de 250. Hoje Forninhos tem 200 e poucas almas, mesmo com a vinda de novas "alminhas" não perfaz sequer o número de 250.
    Parece que os novos residentes já estão hoje em Forninhos. Espero e desejo que não desistam de lá viver, pois nesta aldeia os que deixaram a cidade vão encontrar sossego e rapidamente vão esquecer o stress, além de que os mais jovens, de Aguiar da Beira e Moradia, vão encontrar muito boas condições em Forninhos, na área do turismo e na agricultura, há muitos campos abandonados nas margens do rio Dão, além de outras terras que podem ser regadas por boas nascentes de água corrente, de poços, etc. e creio que hoje não vai ser preciso pagar rendas em dinheiro ou medidas, pelo contrário, vão tirar o máximo de rendimento, traduzido em euros e talvez, consigam em pouco tempo empregarem "gente de fora", ou seja, trabalhadores assalariados.
    Muito boa sorte :-)

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  19. Embora tenha vivido sempre na cidade, lembro-me muito bem dos serões passados à lareira em casa da minha avó materna, quando lá ia passar um fim de semana ou Natal, pois a televisão ainda era um assunto para muitos desconhecido e até coisa do diabo, pois porque algumas pessoas ainda lhes custava acreditar em ver as pessoas dentro daquela caixa, como sinto ainda alguma nostalgia desses tempos que nunca mais voltaram a não ser na nossa imaginação, tantas aventuras e desventuras vividas e contadas pelos mais velhos e que a todos nós deliciava em as ouvir, mas como a Paula disse e bem, depois do aparecimento da televisão todo mudou e nada mais voltou a ser o que era e foi, cada qual ficou em sua casa e ver a novidade das novas tecnologias.
    Assim se foi perdendo o convívio dos serões, quebrados agora no verão durante as férias, com a chegada dos emigrantes e imigrantes que se juntam à noite na esplanada ou no balcão de uma ou outra casa a contar as peripécias do seu dia a dia.

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  20. Amanhã já é Outubro. O tempo voa e em poucos dias a sombra da praia foi trocada pelo nevoeiro.
    Começa a apetecer ficar em casa, no serão, degustando umas castanhas, conversando ou então, porque não, ler o Livro dos nossos avós, o tal..!
    Talvez lá venham ditados antigos como "quem tudo quer, tudo perde".
    Nós netos, esperamos que no adeus de S. Miguel, restem umas uvas moscatel, uns figos e maçãs Bravo de Esmolfe e um pouco de vergonha.
    No tempo já frio destas noites longas de Outono, ouvir e ler coisas de feiticeiras e bruxarias.
    Nem vão incomodar as gargalhadas e algazarra da pequenada, neste novo Forninhos, em poucos dias renovado e povoado por tanta gente regressada.
    São os novos residentes, que ontem vieram "cumprir" um dever cívico. Um exemplo!!!
    Pena é que já andem meio perdidos nas brumas do nevoeiro...
    Obrigada S. Miguel!

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