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domingo, 27 de maio de 2018

Depois de alguns dias...

Estivemos ausentes por alguns dias, mas estamos de volta para recuperar o tempo perdido. Na verdade, nada se perde. Ganha-se.
Então...no decorrer deste período (cerca de duas semanas, em relação ao último post onde demos conta do programa de festas em louvor do Divino Espirito Santo) o XicoAlmeida colheu umas fotografias das terras agrícolas ao redor de Forninhos,


onde o agricultor colhe o suficiente para ele e família, 
em toda a roda do ano.


Além de boas árvores de fruto, como as cerejeiras, a cultura hortense principal é: 
milho, feijão, batata,

pois a cultura do centeio e trigo, já acabou. Lá aparece -muito raro- uma ou outra leira dele, mas já não é como dantes. Nem admira, o padeiro traz o pão e o trigo à porta.


 Aqui, um exemplar de casebre em granito para animais, arrumações, palhas, etc...


Estamos no fim de Maio. As cerejas começam a ter cor de amadurecimento. 
Alguma dela até já se come...


...por tal facto,  vê-se no cruto das cerejeiras caravelas para espantar a passarada, principalmente, os estorninhos, que nesta altura do ano fazem questão de "ajudar" na colheita.

À beira das casas ainda há latadas (parreiras), 
que fornecem bagos de cachos que se vão defazer no lagar


Mas a sua cultura principal é nas vinhas.

E termino com uma quadra do hino da nossa terra: "No concelho é a primeira/na produção de bom vinho/É uma terra hospitaleira/tem de tudo um bocadinho".

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Festa do Espírito Santo


A festa do Espírito Santo está a aproximar-se...
Este ano terá lugar nos dias 20 e 21 de Maio e podem desde já consultar o cartaz oficial.
Esta festa sempre foi muito importante para nós, mas também para os povos vizinhos de Forninhos, que se deslocam à Senhora dos Verdes para "cumprir o Voto" e darem a sua contribuição, para que a festa, a tradição, não acabe.
Junte-se a nós a realizar esta bonita tradição e rogar a Nossa Senhora protecção para os campos e colheitas.
Não faltará também animação. Estão confirmados os Grupos RHP e  3.ª GERAÇÃO.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Há 160 anos...

Se há coisas que não entendo, é o menosprezo pela  nossa história.
Hoje, 4 de Maio, foi um dia que devia ter sido assinalado, as fronteiras da freguesia de Forninhos continuam as mesmas que foram em 1858 delimitadas pela Câmara Municipal de Aguiar da Beira, feita através das antigas demarcações que são: 
"do Moinho da Gandra ao Leirão da Portela, daqui ao Comareiro da Horta do Clemente que é hoje da Maria Pinta, daqui à passagem das Androas, daqui à Corte do Vale Longo de António Ferreira daí à Corte das Laijeiras dos herdeiros de Francisco da Fonseca Alentejano, daí à Igreja da Senhora dos Verdes, daí às Cortes do Bartolomeu dos Lagarinhos, daí à Figueira do Fontelheiro daí à Levada da Debuinha à do Porto, daí segue estrada abaixo Perdamoira até ao cabo dos Soitos da Gandra e fecha na quelha da Vinha dos Cortiços.".
Ficava proibido entrarem cabras e bodes quer fossem soltos quer presos na Coutada. Por cada cabeça que nela fosse encontrada ainda que fosse nos caminhos por causa dos olivais, pagariam seus donos 120 réis por cada transgressão; ficavam exceptuados destas penas os donos das que fossem encontradas a pastar somente pelas canadas antigas (Cortes da Laja dos Cordeiros e Cortes da Porqueira).
Se há coisas que também não entendo, é  como nos deixamos ser  dirigidos por autarcas que desconhecem aquilo de que nos deveríamos orgulhar, as nossas raízes, a recolha do nosso espólio material e imaterial para ser perpetuado, ou então somos aquilo para que fomos fadados...
Como em muitas terras, a maioria cala-se; os mais velhos ainda por respeito a "pessoas importantes" da terra, um jugo que levam para a cova e por tal pouco ensinaram aos filhos sobre a nossa terra, dos confins de S. Pedro, os povos que há tantos séculos por ali se enfrentarem em renhidas guerras e se foram tantos, como registam as pedras de granito, testemunho vivo de onde descendemos.
E, conforme vamos ouvindo em registos da voz de quem ouviu de quem, a luta pela posse de S. Pedro com os da paróquia de Penaverde, teve registos  sangrentos ao ponto de dizerem que num dia de festa ao S. Pedro de Verona, tal eram os confrontos que o templo começou a ruir e por tal o seu declínio.
A Junta de Freguesia de Pena Verde, em Outubro de 1939, ainda reclamava acerca dos limites entre aquela e Forninhos, pelo que a Câmara resolveu ir ao local a fim de "serem resolvidas as dúvidas que existiam entre os habitantes das referidas freguesias."
Penso não estar a inventar, mas até muitos anos atrás sempre ouvi dizer que a paróquia de Dornelas também exigia a sua delimitação até à ponte do rio Dão (ponte dos Caniços). Felizmente não aconteceu.
E pronto, é o que vai sobrando da nossa história, pois datas comemorativas são as mesmas, haja pão e coza o forno, no último domingo do mês, festa no Centro, dia da freguesia (imposto), comes e bebes, etc...mesmo que sintam que persiste uma rotina nessas comemorações!
Pena que ninguém se tenha interessado pelo dia de hoje, pena que ninguém se tenha interessado pelo dia 2 de Dezembro de 2017, em que fazia 220 anos em que a nossa igreja matriz, havia sido benzida. Eu falei com o Sr. Padre e nada ligou, o bispo estava doente e depois me falaria, até hoje, devia andar a rezar missas à dúzia.
Depois dizem que tudo se acaba... 

Cruz que delimita Forninhos e Penaverde

Marco divisório de propriedade?

Cruzeiro divisório (da Sapa) Forninhos-Dornelas

terça-feira, 1 de maio de 2018

Maio maduro Maio



Maio, maduro Maio,
Quem te pintou?
Quem te quebrou o encanto
Nunca te amou
José Afonso, Cantigas de Maio (1971)

"Quem te quebrou o encanto/Nunca te amou" Zeca Afonso referia-se aos fundadores da Ditadura, iniciada com o golpe militar de 28 de Maio de 1926, e Zeca Afonso era a favor da recuperação do encanto quebrado dum mês tão cheio de significado, pois o mês de Maio era o tempo do amor e do casamento: a Igreja recusava celebrar matrimónios durante a Quaresma e desaconselhava os crentes de praticarem relações sexuais nesse tempo de recolhimento e sacrifício, que preparava a Páscoa. Acabadas as festividades pascais e antes que viessem em força os trabalhos agrícolas, das sachas, das ceifas, das malhas, das colheitas em geral, os camponeses (que eram 85 a 90 por cento da população, lembremos) tratavam de casar. Quando fazemos a análise dos registos paroquiais verificamos, pois, que na sazonalidade dos casamentos, Maio ocupa o primeiro lugar. Isso deve-se ao que atrás fica dito e ainda, claro, à inegável predisposição primaveril de todos os seres viventes para o amor: "Sempre depois da sesta/Chamando as flores/Era o dia da festa/Maio de amores"
Hoje como ontem, Maio ainda é o mês das flores e mil odores, do verde e fresco das árvores cobertas de folhagem tenra e é também o mês em que as pessoas se sentem mais enérgicas, mais reivindicativas. O 1.º de Maio é o dia do Trabalhador. E foi neste mês em que, nas ruas de Paris, explodiu o movimento estudantil conhecido pelo nome de "Maio de 68".
Estão passados 50 anos desde o movimento estudantil, mas não faltam também hoje aos jovens estudantes de Forninhos (apesar de poucos) causas nobres por que lutar, em qualquer época do ano, mas sobretudo em Maio.
"Sempre no mês do trigo/Se cantará."
"Qu'importa a fúria do mar!/Que a voz não te esmoreça/Vamos lutar."