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sábado, 20 de abril de 2024

A Guerra da fome

Diretamente não entrámos na guerra, graças ao volfrâmio que tanto se vendia aos ingleses como aos alemães. Mas não esquecer que se viveram nessa altura carências alimentares, havia senhas de racionamento entregues a cada família onde era tudo discriminado. Cada senha dava direito a cada família receber 1 quilo de arroz, 2 quilos de massa e meio quilo de açúcar. "Livro-vos da guerra. Mas não posso livrar-vos da fome"...disse um dia Salazar nos idos anos 40; só que por causa da falta de alimentos muitos forninhenses emigraram, pois ansiavam dar uma melhor vida ao seus, sobretudo a nível alimentar e alguns acabaram alistados para essa Guerra que durou de 1939 a 1945.
Publico hoje quatro cartões de alguns desses forninhenses, onde é possível ver a data de nascimento entre outros dados.


Jose Saraiva, filho de pai incógnito (?) e de Ventura Amália ou Amália Ventura, nascido a 15 de Maio de 1897, em Forninhos, Aguiar da Beira, Guarda, Portugal.
Pré-alistamento militar: 16 de Fevereiro de 1942
Valley Falls, Cumberland, Providence, Rhode Island, Estados Unidos da América
Nota
Era o marido da tia Felisbela, que muitos de nós conhecemos; está sepultado no cemitério de Forninhos.


Francisco Ferreira,  filho de José Ferreira e Justina de Mello, nascido a 16 de Março de 1900, em Forninhos, Aguiar da Beira, Guarda, Portugal  
Pré-alistamento militar: 16 de Fevereiro de 1942
New Haven, Conecticute, Estados Unidos da América
Curiosidade
O seu pai, José Ferreira, levou-o para os EUA quando fez 18 anos, para não o deixar ir para a Grande Guerra em França e acabou alistado no exército Americano para combater na II Guerra!!


Alfredo de Almeida,  filho de José Augusto Almeida e Rosa Fernandes, nascido a 19 de Maio de 1900, em Forninhos, Aguiar da Beira, Guarda, Portugal
Pré-alistamento militar: 16 de Fevereiro de 1942
Danbury, Fairfield, Conecticute, Estados Unidos da América
Nota
Irmão da tia Etelvina Fernandes


António Diaz Sobral, filho de Abel Dias Sobral e de Ermelinda Cardoso, nascido a 5 de Maio de 1901, em Forninhos, Aguiar da Beira, Guarda, Portugal
Pré-alistamento militar: 16 de Fevereiro de 1942,
Cumberland, Providence, Rhode Island, Estados Unidos da América
Nota
Um dos irmãos da tia Adélia Sobral, que muitos de nós conhecemos.

⚔️ 

Nem só os combatentes da Guerra do Ultramar devem ser lembrados ou homenageados, os da I e II Guerras também o merecem. E também é sempre bom sabermos dados dos nossos antepassados.

15 comentários:

  1. Tristes tempo aqueles...Reduzir gastos de alimentação, tristeza! Lindo fds! beijos, chica

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    1. Os portugueses passavam fome e não era por falta de alimentos no país, era porque os nossos alimentos eram vendidos aos ingleses!
      Infelizmente ainda há quem diga que Salazar é que era um verdadeiro ministro das finanças!!
      Bj, bom fs

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  2. Olá, querida amiga Paula!
    A cada ano, vou lendo dos amigos portugueses sobre o 25 de abril e aprendendo muita coisa por trás do ocorrido...
    Gostei do conteúdo da sua referência.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos com carinho fraterno

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    1. São os que viveram o 25 de Abril, quem nos ajudam a conhecer a história da mudança de uma ditadura para uma democracia; no caso, ajudam-nos a conhecer a ascendência e descendência familiar dos forninhenses: José Saraiva, Francisco Ferreira, Alfredo de Almeida e António Sobral, que partiram para os EUA antes do início da II Guerra Mundial.
      Bom domingo, bj

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  3. Boa Noite

    Blog de Forninhos

    Por este tempo , minha Mãe 5/6 anos , minha tia com menos um . O Pai delas , meu avô João de Gouveia, emigrou para o Curaçao.
    A miséria , a fome , a dureza da vida desafiou os audazes , os corajosos , os que contrariaram o destino.
    Foram ás centenas em plena Guerra ,Atlântico abaixo , para servir os holandeses nas minas de gás nas costas da Venezuela.
    Muitos esqueceram - se das mulheres na Ilha da Madeira.
    Outros , meu avô , entre eles , enviaram o salário , o dinheiro suficiente para que se reduzisse a Miséria em cada lar, renascendo a Esperança .
    Na minha Familia em 1950/55 as coisas mudaram. Em 1964 os namoros foram ricos.
    Meu pai e meu tio casaram com as filhas de João de Gouveia. Graças a largas dezenas de metros de poios e poios , trabalhando muito
    deixaram.para trás as senhas para milho e mandioca. Arroz ou leite. As madrugadas de espera tinham acabado.
    Com uma sogra de " luxo" José e Mário tiveram filhos com larga fartura , apesar de poucos luxos . O passado era passado.
    Todos a remar no mesmo sentido. Trabalhando duro. Nunca voltando a cara á luta. Com Amor.
    Os filhos desejados , os dias de Sol impediram que mais alguém emigrasse.
    Construiu - se . E depois ....
    ...precisei de passar muitas amarguras para ter uma sogra de " luxo " como meu Pai.
    Uma beirã de gema que gostava de mim como um filho e nunca me roubou paz e
    nunca me apontou armas. Apostou no meu progresso. E prosperidade.

    Mas tudo este caminho tem um nome João de Gouveia. Obrigado Avô João ,Machiqueiro
    do caraças. Guerras á parte , ninguém imagina estes tempos...

    A minha vénia ao Blog de Forninhos por fazer este caminho de profunda saudade.

    Abraço

    António Miguel Gouveia

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    1. Muito obrigada.
      As suas palavras são um estímulo que nos faz gostar (ainda mais) de fazer deste Blog um ponto de encontro entre as gentes que se ligam à nossa terra - Forninhos.
      Abraço
      Bom Dia da Liberdade

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  4. Tempos que ninguém deve ter saudade...
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. Porque recorda o Estado Novo, uma vida pobre.

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  5. Agora e olhando para trás, neste mar revolto, parece um regresso ao passado, os ricos mais ricos, os pobres mais pobres e a maioria dos jovens não tem noção do que foram dias negros e noites mal dormidas, pois eles viviam disso, das escutas, dos medos.
    Na minha aldeia, até hoje subsiste a doutrina salazarista, résteas de retornados a quem os pais apenas contavam o que tinha ficado, mas voltaram vivos e nem todos com parcos haveres, mas estava cá o estado para os acarinhar e depois cuspirem na sopa.
    Contem aos vossos filhos o que foi a revolução e porquê, sem medos nem vergonhas, a não ser que fossem dos mal agradecidos.
    Abril Sempre!!|!

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    1. Olhando para trás, perdemos umas quantas histórias dessas épocas, principalmente sobre os nossos heróis, porque não fomos capazes de ouvir os nossos avós, na aldeia no tempo antigo, sobre a Primeira Grande Guerra (1914-1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
      Paz às suas almas.
      Sobre a Guerra Colonial (1961-1974) ainda há quem possa contar como foi, como o meu pai e todos aqueles que ainda estão vivos e que estiveram presentes nessa Guerra.
      Este assunto merece que todos nós pensemos como melhor lembrar os combatentes e os emigrantes...

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  6. Boa noite de quarta-feira minha querida amiga Paula. Sou apaixonado por Arte Urbana. Obrigada pela visita e comentário.

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  7. Boa noite Paula,
    Muito se sofreu neste País por se viver num regime fascista ditatorial!
    Salazar livrou-nos da guerra, mas quantos não teriam morrido de fome ou com doenças derivadas pelas carências alimentares.
    Enquanto isso de Santa Apolónia partiam inúmeros vagões carregados de mantimentos para a Alemanha, se não me engano, segundo testemunhos de empregados da CP desses tempos.
    Belo trabalho que aqui partilha com os registos dos Forninhenses que emigraram nessa época tão dura.
    Um beijinho e uma boa semana.
    Emília

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    1. Mas volta e meia ainda se ouve dizer que o país está a precisar de outro Salazar!
      Volfrâmio é um dos livros de Aquilino Ribeiro que retrata bem o Portugal em plena II Guerra Mundial.
      Mostra o que foi a corrida desenfreada da população ao minério de volfrâmio durante a guerra no interior de Portugal, para o exportar para a Inglaterra ou Alemanha para fabrico de armamento, indiferente à mortandade que grassava na Europa.
      Quantas histórias haverá sobre este período...
      Quantas histórias haverá iguais à do Francisco Ferreira?
      O seu pai levou-o para os EUA quando fez 18 anos, para não ir para a Grande Guerra em França e acaba alistado no exército Americano para combater na II Guerra!
      Beijinhos
      Boa semana

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  8. Na era do Salazar eu era muito pequena, mas pelo que reza a história a repressão e a tortura era uma constante. Não quero tempos desses para mim.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. "Fascismo nunca mais" !
      Esta frase exprime bem o repúdio ao regime de Salazar.
      Bom 1.º de Maio👏

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