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domingo, 24 de janeiro de 2021

Janela de guilhotina

Não se assustem com o nome - a janela de guilhotina - é chamada assim porque abre e fecha em um movimento vertical, de forma parecida com a guilhotina. É divida ao meio e tem a parte de cima fixa, enquando a parte de baixo é móvel. 
Na aldeia de Forninhos, ainda há resquícios deste estilo da arquitectura barroca, mas não sabemos até quando...É preciso reconstruir sem deixar de preservar, pois a janela tradicional de guilhotina fica bem em variados estilos de construções e tanto fica bem sem cortina, deixando à mostra os seus caixilhos de madeira ou em outro material, além da tradicional madeira, como combina bem com qualquer tipo de cortina, podendo mesmo ser usadas as duplas, ou seja, uma para cada metade da janela (ver imagem).


Estas janelas de guilhotina tinham portas interiores, com o objectivo de proteger a casa do calor no Verão e do frio no Inverno, com uma função semelhante aos das persianas na actualidade, pois a insegurança não fazia parte do quotidiano da população da nossa terra.


Nesta janela (ou no que resta dela) são bem visíveis ainda as portas interiores. Eram geralmente de tábuas de castanheiro e com alguma grossura. Assim, perduram durante décadas ou mesmo séculos e, de certo modo, compensam a fragilidade da janela.

domingo, 17 de janeiro de 2021

Balanço 2020


Com 2020 pelas costas, é altura de fazer um pequeno balanço do que foi o ano que passou para Forninhos.
O primeiro convívio foi a Irmandade de Santa Marinha de Forninhos que o levou a cabo e foi no dia 23 de Fevereiro. Carne, pão e vinho, enchidos...e amigos, uma arrematação com resultados positivos. 
Março ficou marcado pela pandemia, o raio do covid-19 trouxe a lembrança de há mais ou menos 100 anos. Os nossos antepassados (os avós dos mais velhos ou os bisavós dos mais novos) sofreram uma outra pandemia, a pneumónica.
O medo de ser contagiado e a esperança de não o ser marcou o mês da Primavera. A fim de evitar o contágio, ficamos confinados por uns tempos - até 30 de Abril.
Ficamos com a Páscoa e festa em honra de Nossa Senhora dos Verdes - este ano marcada pelo 300.º aniversário do "Milagre" ocorrido nas searas da nossa região - estragadas.
Procissões e celebrações foram todas canceladas!
Este ano não houve Ladaínhas no dia de Santa Cruz (3 de Maio), nem Voto no dia do Divino Espírito Santo (1 de Junho), rua acima...
Salvou-se Santa Marinha, celebrada a 18 de Julho, o andor enfeitado pelas mordomas da Igreja saíu e fica para a história o dia que o pastor fugiu do rebanho que só queria continuar a percorrer o seu caminho...
A imagem de Nossa Senhora, numa carrinha engalanada, marcou a festa de verão (15 de Agosto). A Comissão deu esse toque especial à festa, ainda assim o vírus estragou-nos a maior festa do ano.
Tirou-nos alguma alegria, é verdade, mas felizmente deu-nos uma vitória: a nossa aldeia foi poupada até final de 2020, não tivemos casos positivos e não perdemos ninguém para o "bicho". 
Mas 2020 foi mortífero para Forninhos, perdemos vidas que nos trouxeram muitas tristezas. Pessoas ainda muito novas, de meia idade ou com idades avançadas faleceram repentinamente este ano, muitas lágrimas se juntaram num gemido comum às outras tantas que se engoliram por vergonha. Pessoas que todos percebemos que foram cedo demais e que ainda podiam estar entre nós mais uma, duas, três, quatro, cinco décadas...Forninhos ficou mais triste e vazio...deixa(ra)m saudades!
E a vida continua. Como sempre. Para os que ficam. Com os que ficam.
A conclusão da estrutura residencial para idosos, foi algumas das obras que foram feitas este ano e iniciou-se um parque de lazer que incluiu um parque infantil e geriátrico; ao nível particular houve, tanto quanto sei,  uma casa que foi restaurada no Outeiro e outra arrendada. No contexto do despovoamento desta aldeia, a chegada de dois novos casais, foi uma esperança de dias melhores e de boas perpectivas para o futuro da aldeia. Esperamos que Forninhos atraia muitos mais casais.
Os rostos à frente da Junta de Freguesia não descuidaram Forninhos, as ruas e caminhos  foram limpos, mas devido à pandemia, não foi possível fazer o habitual convívio de São Martinho e de Natal, nem a caminhada na natureza e  festa da freguesia em datas móveis.
A Câmara Municipal de Aguiar da Beira procedeu no ano 2020 à pavimentação betuminosa de alguns caminhos da freguesia e tal leva-nos a crer que Forninhos ainda está no mapa do concelho.
Por aqui, e em mais um ano de blog, trouxemos as imagens e as notícias possíveis do que se passou há séculos e do que se foi passando no ano que já lá vai! Em 2021 cá continuaremos a escrever para que a história, as estórias e memórias da aldeia de Forninhos chegue a todos!
A todos, votos de um bom ano de 2021!

sábado, 9 de janeiro de 2021

As "arremedas" e "desarremedas"

Estava a pensar no que podia publicar e o frio que se faz sentir lembrou-me a antiga forma de tentar prever o tempo que iria fazer durante o ano seguinte a que chamavam as arremedas e desarremedas. Alguém se lembra disto?
Parece que as arremedas funcionavam nos primeiros doze dias antes do Natal (eu, para variar esqueci-me de apontar para confirmar o tempo que irá acontecer), mas o tempo que fez no dia 13 equivale ao tempo que faz em Janeiro, o dia 14 em Fevereiro, o dia 15 a Março...e o dia 24 a Dezembro. A minha fonte diz que "o dia de Natal não arremeda, nem desarremeda", i.é. o dia de Natal não imita (arremedar quer dizer imitar) dia nenhum, começa a desarremedar, pela lógica, será contar ao contrário...o dia 26 imita Dezembro, o dia 27 imita Novembro, o dia 28 imita Outubro...e o dia 6 de Janeiro imita Janeiro. Será assim?
A sabedoria popular diz que as desarremedas (depois do Natal) são bem mais certas que as arremedas (antes do dia de Natal).
Existe uma outra versão que diz que os primeiros doze dias de Janeiro indicam os doze meses do ano que acabou de nascer, mas já estamos no dia 9 e se não me falha a memória ainda não houve um pingo de chuva, o que pela lógica até Setembro não vai chover. Acreditam?!
Esperamos estar cá para testar tal.



Continuação de Bom Ano p Todos e não se arrepiem com o gelo da fotografia, já foi tirada no dia 27 de Dezembro/20, o que significa - seguindo a lógica de "desarremedar" - o mês de Novembro/2021 será tal qual o provérbio "Novembro à porta, geada na horta".