Vamos deixar também aqui registado um gesto que se fazia antigamente. O Homem (neste caso a Mulher) e o animal numa tarefa de renovar a terra.
Utensílio em madeira com travessas. Eram-lhe aplicados dentes com cerca de 25 cm que poderiam ser de madeira ou de ferro. Era usada no amanho dos terrenos depois de lavrados e na cobertura das sementes quando lançadas à terra. Puxada, geralmente, por uma junta de bois. Na nossa Beira era-lhe colocada uma pedra para fazer mais peso (vidé foto).
Chegado ao final, dá-se a volta, a Grade é virada para o outro lado e volta-se em sentido contrário. Este ritmo continua nesta rotina até a terra estar toda alisada e só no fim se pensa no cansaço.
Fotografia cedida pela família Guerrilha.
Gostei de ver a mulher em frente das vacas . As mulheres tambem sao valentes . Quanto a grade ponham lhe a pedra para fazer o peso e outas vezes eram os filhos que iam em cima como o meu pai me ponha a mim e ao meu irmao , era um passeio muito agadavel . N . C.
ResponderEliminarPor aqui era assim tambem que se fazia, me lembro de ver meus tios na lida, com grades e arados puxados por bois.
ResponderEliminarSabe que tenho saudades!!! Mesmo tendo o progresso facilitado por demais a lida, ainda assim tenho saudades daqueles bons tempos.
abraço
Tina (MEU CANTINHO NA ROÇA)
Na terra de mue avós e pais, era chamado de "Arado", pois era usado para arar a terra para o novo plantio.
ResponderEliminarTinha também o carro de boi atrás, que eles nos levavam pra passear. Eu amava isso.
Deu até saudade do barulho que fazia o tal carro de boi.
Gosto demais de seus posts, são muito originais.
Beijos
Como é bom lembrar os tempos antigos.
ResponderEliminarAinda me lembro quando o meu avô ia semear o milho, levava as sementes e a grade no carro de bois. Eu e os meus irmãos também ia-mos, para podermos andar em cima da grade, era muito divertido. Hoje estas grades foram substituídas por freses que são arrastadas pelo tractor.
Olá a todos!
ResponderEliminarSabem...também fazem parte do meu imaginário os dias de Primavera (na época das sementeiras) passados às vezes debaixo de uma árvore. E lá ficava eu...brincando ao "faz de conta" (como se o terreno fosse um caderno, os regos as linhas, a ponta da charrua a lapiseira e o lavrador o escritor).
Mais uma vez obrigada a todos os que cedem belíssimas fotografias a este blog que nos faz reviver saudosas memórias, entre elas, esta que nos mostra a tia Agostinha, que hoje ainda nos pode falar de todo o seu saber. A respeito desta tarefa dizia-me: “…às vezes na grade iam os meus netos, o Tiago e o Miguel”. Portanto, estas rotinas fazem parte de um passado recente, pois o Miguel e o Tiago devem ter hoje 20 anos, por aí...
Hoje, o modo de vida em nada se assemelha ao de outros tempos. Embora vivamos tempos difíceis e conturbados, temos melhores condições de vida, mas a vida dos nossos antepassados será sempre uma referência da nossa história colectiva, à qual não devemos ficar indiferentes.
Boa noite a todos!
ResponderEliminarSe bem me recordo, houve uma altura em que quis aprender a arar a terra; Pois lá vai: Certo dia andava um grande senhor a lavrar uma terra, e eu curioso, queria aprender... esse Senhor vira-se e diz, arranja umas pedrinhas que eu te ensino a lavrar. Inocente, lá se arranjaram umas pedras, fui até á sua beira e disse. "elas aqui estão" esse Senhor agarrou nas pedras na sua mão, após, tendo a minha colocou-a sobre a rabiça " onde se segura o arado" colocou as pedras sobre as costas da minha mão e com a sua sobre a minha, apertou-a até eu não aguentar e de rastos lá fui atrás do arado.... aprendi o quam era difícil ter uma alfaia daquelas nas mãos.
" O falecido, "TIO ANTÓNIO PEGO".
Olá serip,
ResponderEliminarÉ por estes momentos, que as tuas palavras descrevem, que me sinto bem por valorizar e manter viva a memória da nossa gente. Recordá-los é uma homenagem e uma obrigação de quem quer que a nossa terra tenha história.
Cumprimentos a toda a nossa gente.
Boa tarde a todos.
ResponderEliminarLavrar gradar a terra, também era uma arte, uma arte que não se aprendia na escola mas sim com a prática e umas areias na mão apertada também ajudava.
Havia aqueles lavradores que tinham os seus bois ensinados e não precisavam de nenhum moço ou a mulher na frente para os guiar, quando chegavam ao fim do rego era só dizer: ou…. Volta cá cabano (ou outro nome que se desse ao animal, ele entendia) vem cá ao rego… oi… e eles voltavam ao rego no sentido inverso e recomeçava a cantilena, de que os animais gostavam.
Já a grade, o que eu mais gostava de fazer era gradar a terra, mas em cima dela e com a corda para ajudar no equilíbrio e para a arrastar para os cantos.
Esta minha escrita parece um pouco bafustada, mas quem viveu esta vida, entende-a bem. Um abraço a todos.
Eu adorei o comentário que nos lembra o tempo em que aqui e além, nas aradas, se ouvia o lavrador: “ou, ou!, ao rego ou!”
ResponderEliminarSão expressões que tendem em cair em desuso, mas ainda bem que temos o blog para as avivar e de certeza que muitas outras expressões, histórias, tradições estão na memória de muita gente. Muitos, têm passado quase toda a sua vida entre os horizontes em que nasceram e não têm sequer acesso a este blog, nem a internet faz parte dos seus hábitos. Mas há excepções. Partilhar experiências, recordar pessoas, informar, não dói nada, acho eu.
Mas neste post apenas trataremos das antigas alfaias agrícolas que eram usadas pelos nossos avós há séculos! A terra era trabalhada com o sacho ou enxada e com as alfaias agrícolas (charrua, arado e a grade) puxadas por bois ou burros. O primeiro tractor chegou a Forninhos no ano de 1968, um Ford, azul. Era do meu tio António Cavaca à sociedade com o meu tio, Sr. José Matela.
Ola Aluap
ResponderEliminarEstive ausente do Blog,mas já estou retornando,li as postagens que perdi e fiquei impressionada com sua tia,uma mulher muito trabalhadora,forte e incrivel pelo visto.Como se diz "Mulher edifica tua casa",ela soube bem edificar a dela,com trabalho esgotante...incrivel.
Bjs
Deusa
vasinhos coloridos
Bom Dia!!!
ResponderEliminar" Sempre foi e será, para quém ainda guarda a tradição desta Sexta-feira da Quaresma, não se deve comer carne, só peixe ou outro qualquer alimento".
Ora bem, se em tempos aureos o nosso Povo, levava este jejum a serio, penso que seria muito desgastante nestes dias o trabalhinho no campo, cavar a terra com uma enxada, daquelas que a lamina media cerca de 35 a 40 cm, até mesmo agarrar a charrua, sim... trabalhos pesados para o homem, agora vejamos o que seria para algumas MULHERES.
O viver colectivo das aldeias nesses tempos antigos, estava sujeito a costumes e vivências, inclusive na alimentação. Muitos costumes estão já perdidos, como o "Toque das Trindades" e o "Toque do Anjo". Ao meio-dia quando se ouvia o "Toque do Anjo" toda a gente parava para rezar, nos trabalhos, os homens tiravam o chapéu, respeitosamente. O mesmo acontecia ao "Toque das Trindades" às 7 da tarde.
ResponderEliminarHoje, este e outros costumes só a memória ainda os conserva.
Obs.: Algumas coisas que escrevo são sobre coisas que não vivi; outras ainda presenciei na minha infância. Mas gosto de escrever sobre elas, gosto de falar com as pessoas mais velhas, pois ajudam-me conhecer melhor a minha terra, a perceber quem sou e de onde venho.
Quando recebo e publico uma fotografia que me faz recuar no tempo, gosto de recordar, fazer recordar, manter vivo aquilo que é tão nosso, porque um POVO só é digno desse nome, quando não renega o passado, que o preserva, que o estuda e o faz recordar e mesmo comover.
ResponderEliminarAqui fica, mais uma vez, o pedido para musealizarem as coisas nossas que um dia já foram assim.
Ola, obrigado paula por essa foto da minha avò, eu que vou fazer 30 anos, tambem andei em cima da grade, quando estava com o meu avô e a minha avò, é tão bom recordar esses bons momentos.
ResponderEliminarSe podessemos recuar o tempo e voltar a estar com as pessoas que adoramos era tão bom (meu avô que deus o guarde, porque no meu coração ficaras até a minha morte), minha avò, madrinha ceu, padrinho zé antonio, meus pais, meu irmão, tia alzira, tio constatino, carina, tiago e miguel.
obrigado paula!!!
beijinhos
Olá Ricardo,
ResponderEliminarÉ sempre com muito prazer que leio as tuas enternecedoras palavras. Sabes, eu, é que estou feliz por poder mostrar estas fotografias, que publico com muito gosto, pois elas documentam um tempo que muitos ainda recordam. Este trabalho só é possível graças ao esforço e perseverança de quem se empenha em fazer o melhor.
Mais à frente ainda vamos voltar ao tema, pois há mais fotografias.
Por agora, envio-te um beijinho com amizade.
Paula
Olá.
ResponderEliminarEm tom de brincadeira.
Alguém me sabe dizer porque é que esta grade está a gradar com os dentes virados para cima?
A que normalmente, os dentes servem para “rasgar” a terra e enterrar os grãos espalhados.
Pois Sr. Eduardo os dentes servem para “rasgar” a terra e enterrar os grãos espalhados. No fim desse procedimento, virão a grade com os dentes para cima, para os grãos ficarem bem enterrados e a terra ficar lisa.
ResponderEliminarresposta errada, LLopes. o objetivo nao é esse. mas vou deixar ainda para outras opinioes.
ResponderEliminarBem, o objectivo acho que não será o que vou indicar, mas o que eu sei é que nas terras desprovidas de água, a terra não era alisada, logo, a grade apenas passava com os dentes. Geralmente nas terras centeeiras. Para os pássaros não comerem as sementes era habitual, quando gradadas, colocarem-se espantalhos (grandes bonecos de palha, vestidos de calça e camisa/ou/casaco).
ResponderEliminarNos terrenos onde há água, onde é possível semear batata, milho feijão, a terra é alisada, como se vê na foto, pois a terra lisa é mais adequada para fazer os regos e dividir as velgas ou belgas, do milho, batatas, feijão.
Boa tarde a todos.
ResponderEliminarVou explicar, segundo o que aprendi em tempos idos, porque hoje já pouco se usa, o tractor veio alterar estes hábitos.
Quando se lavrava a terra no mês de Abril, princípio de Maio, os terrenos ainda estão húmidos e chove, a terra era gradada só com os dentes da grade; quando o tempo já é mais quente e o sol tosta a terra, passava-se as costas da grade para que a frescura se conserva-se por mais tempo.
Era este a diferença dos dentes ou costas da grade
O meu Pai era lavrador e ele fazia o seguinte ; em lameiros regadios , estrumava se a terra , lavrava se com o arado de ferro algumas pessoa atras picavam a leiva para a terra ficar mais ou menos direita , semeava as sementes milho, feijao, aboboras e nabos , passava lhe a grade com os dentes para baixo para enterrar as sementes e esmagar alguns torroes depois a que passava o outro lado da grade para a terra ficar plena.
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