Este Cruzeiro, fica a caminho do Santuário da Sra. dos Verdes, mas ainda dentro da povoação e, para mim, é um dos mais bonitos e interessantes que já vi.
Aquando do alargamento da Rua, deixaram-no estar onde, possivelmente sempre esteve, mas como sempre, em Forninhos não se dá valor ao que temos, e por isso, em vez de se lhe fazer uma base condigna do seu valor histórico/arquitectónico, puseram umas tábuas a segurar um pouco de massa de cimento onde o colocaram.
Aceito que nessas épocas se desse mais importância à religiosidade de que ao valor arquitectónico, mas já me custa aceitar, que nos dias de hoje, se ignorem estes valores, como é o caso, pois não vi ainda qualquer menção a este Cruzeiro, tanto na Monografia do Concelho como em qualquer escrito de Forninhos.
Confirma-se que este bonito Cruzeiro sempre esteve neste lugar (Rua do Porto).
ResponderEliminarNa minha próxima visita a Forninhos, quero calmamente observar este Cruzeiro. Sempre achei que as Alminhas é que eram pintadas e não os Cruzeiros. Mas parece-me ver vestígios de uma pintura, em vermelho, pode confirmar isso Sr. Eduardo?
Este cimento desvirtua um monumento com estas características. Um trabalho feito á “paiadão” que nos dias de hoje já devia estar corrigido. Ainda há pouco tempo foi corrigido um pormenor no Forno Grande, praticamente invisível, pelo que seria de tal celeridade se verificar noutro tipo de património também.
O património artístico-religioso existente na nossa terra deve encher-nos de orgulho e merece que o respeitemos e estimemos. Não deixemos que se degrade e quando for necessário reconstruir, faça-se tudo sem mudar o seu estilo e características iniciais. Que as autoridades, quer religiosas quer civis, se dêem as mãos na preservação e manutenção do nosso valioso património.
ResponderEliminarEste Património religioso, como lhe chamamos, são o ditos cruzeiros, mas á que ter um certo respeito por Eles, pois se bem me lembro, quérem dizer muitas coisas: Morte, Desespero, Tristeza, muitas lagrimas ali derramadas por entre queridos que naquele lugar já padeceram.
ResponderEliminarReportando-nos à História e como já escrito no Post anterior, os Cruzeiros são bem mais antigos que as Alminhas. Na antiguidade este tipo de monumento já era erguido para assinalar uma morte, uma tragédia, etc.
ResponderEliminarExistem escritos de que a Igreja substituiu estes monumentos pagãos por cruzeiros de pedra, nos mesmos lugares utilizados por esses povos, com a mesma função. Infelizmente não sabemos se em Forninhos tal aconteceu, pelo menos, com alguns Cruzeiros, porque não existe qualquer escrito.
Se calhar, porque na aldeia sempre nos habituamos desde crianças à presença de Cruzeiros e Alminhas, nunca olhamos para estes monumentos com a devida atenção, nem nunca nos interessamos por conhecer da sua origem/história, que importava agora conhecer, pois nem todos os Cruzeiros que existem em Forninhos assinalam uma morte.
- O Cruzeiro do lado de cima da Fonte da Lameira, por exemplo, é o resultado de uma campanha realizada em 1940, ano dos centenários nacionais a que Forninhos também correspondeu. Antigamente, neste mesmo lugar, existiu um outro, em pedra e mais baixo. Este Cruzeiro que desapareceu, podia muito bem ter sido o centro a partir do qual se desenvolveu o povoado. Onde se encontra este Cruzeiro???
- O Cruzeiro que está no adro da Igreja é um Cruzeiro Paroquial, se este Cruzeiro ou outro deu origem à velha capela-mor, isso também não sabemos!
Um corte de vegetacao em volta do mesmo, tambem lhe dava mais visibilidade!
ResponderEliminarUm abraco dalgodrense.
Eu acho que as alminhas são mais antigas que os cruzeiros, pelo menos eu penso isso, os cruzeiros só apareceram alguns séculos depois de Cristo e as alminhas estavam de algum modo ligadas á vida para além da morte.
ResponderEliminar“Nós penamos e vos zombareis, mas lembrai-vos que em breve, como nós sereis”
Este cruzeiro é realmente curioso, como se pode ver, tem algumas cavidades e pintadas de ocre, não sei o significado, e tem os extremos das hastes em forma de flor
Olhe que não, olhe que não, ed santos.
ResponderEliminarPelo menos, em Portugal os Cruzeiros são muito anteriores às Alminhas. Ambos são testemunhos de como se acredita na comunhão dos Santos e da vida eterna, mas as Alminhas representam as Almas do Purgatório. E no Cristianismo primitivo só existia Céu e Inferno, a ideia do Purgatório surgiu mais tarde.
O que pode acontecer, em relação às Alminhas existentes em Forninhos, é as mesmas ser do mesmo tempo dos Cruzeiros, até porque ainda é de tradição oral que antigamente quando passavam em frente de um qualquer Cruzeiro, fosse ou não Alminha, quase toda a gente rezava pelas Almas do Purgatório. Também na Quaresma o costume de "Cantar às Almas", de que no ano passado aqui fizemos referência, se reza pelas almas junto às Alminhas e Cruzeiros.
Quanto a este bonito Cruzeiro, embora no meu 1.º comentário tenha escrito que se confirma que sempre esteve neste lugar (Rua do Porto), após um olhar mais atento, o que me parece é que houve ali uma ligeira mudança, não do lugar, Rua, mas a base, peanha, foi elevada a um nível superior. A mesma devia estar situada onde está o cimento, mas como a Rua foi elevada, elevaram também o Cruzeiro. É o que me parece.
Oi Ed Santos
ResponderEliminarFiquei encantada com este cruzeiro...como voce bem disse, hoje em dia não se dá valor merecido a história...
Mas sinta-se privilegiado, pelo menos ali está o cruzeiro de Forninhos
Aqui na minha aldeia, "São Bartolomeu", onde fica o meu cantinho...tambem tivemos um lindo e grande cruzeiro, mas com o tempo, e a negligencia do povo, acabou-se, nem mais o lugar existe...só a história, que muito poucos conhecem.
abraço
Tina ( MEU CANTINHO NA ROÇA)
A partir da Idade Média a Igreja passou a ser o centro de tudo. O povoado/população cresceu à volta das suas Igrejas, Capelas e Cruzeiros. Atendendo à história de Forninhos, de certeza que a nossa Freguesia também cresceu à volta de um Cruzeiro, Capela/Igreja.
ResponderEliminarEu continuo a achar que o lugar onde está hoje o Cruzeiro dos Centenários pode ter sido o centro a partir do qual se desenvolveu o nosso povoado. É neste Cruzeiro onde, anualmente, no Domingo de Ramos, a paróquia faz neste local a cerimónia da bênção dos ramos. O ano da construção deste Cruzeiro foi 1940. Onde se fazia a bênção dos ramos antes de 1940? Noutro lugar, noutro Cruzeiro ou no mesmo lugar, mas junto de um outro antigo Cruzeiro?
Desculpem insistir neste assunto, mas este desaparecido Cruzeiro também faz parte da nossa história e não deve passar ao lado.
Sera que nao havera alguem com uma fotografia do cruzeiro antes de 1940, pelo menos se houve-se nao se tinha perdido tudo!
ResponderEliminarPois era...por isso eu sempre digo que as fotografias antigas são documentos valiosos que nos ajudam a contar a história, mas se calhar antes de 1940 ninguém tinha máquina fotográfica, embora Forninhos tenha tido um Fotógrafo, ou melhor, um Retratista, que ainda conheci, o Sr. Carlos Guerra. Só com muita sorte aparecerá uma deste ou junto a este desaparecido Cruzeiro.
ResponderEliminarMas quem nos segue atentamente, conta-nos que é verdade sim Sr.! Houve naquele mesmo lugar um Cruzeiro bem antigo, simples, apenas com uma Cruz.
Também nos conta uma visão do Domingo de Ramos n´outros tempos. A bênção dos ramos não era feita junto a este Cruzeiro, nem noutro. Era feita na Igreja. A Igreja nessa época não tinha Hall. Um pequeno grupo de pessoas ficava no interior da Igreja (sem ramos) e cantavam versos em latim com as portas encerradas. A restante população ficava no exterior com os ramos e só quando acabam de cantar é que se abriam as portas (as portas de Jerusalém) e entravam as pessoas com os ramos de loureiro e alecrim, enfeitados com laranjas e maçãs. Os homens levavam ramos bem altos. A bênção dos ramos junto ao Cruzeiro dos Centenários é recente.
Há muita memória ainda viva.