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quinta-feira, 26 de março de 2020

SOLIDÃO



O tempo voltou atrás mais vazio.
Neste lugar das Alminhas havia outrora o dever de parar e rezar pelas Almas do Purgatório; na Quaresma o costume de "Cantar às Almas"; de fazer um compasso de espera da Irmandade e só depois prosseguir. Obrigação religiosa. 
Eram tempos de sentimentos, agradecimentos e penitências. 
Tempos de fé e respeitos na obrigação de cumprir com os preceitos delegados pelos mais velhos.
Estes, ao pouco foram perecendo, um ou outro, ainda por ali passavam a caminho da missa ou do Centro Social, que a fé ainda os ia ajudando no encosto da bengala e meio cansados, descansavam numa breve e fervorosa entrega, persignada com o sinal da cruz.
Depois ainda havia tempo para umas curtas conversas caseiras...
Agora e nos poucos que restam, instalou-se a solidão e medos muitos, mais pelos seus  e curiosamente dos vizinhos, que deles próprios.
A saudade mais sentida, é verem o mundo deles que foi longo, virado do avesso, estarem ali confinados, apoquentados, sem poderem espairecer, nem sequer ver uma Alminha.
E é verdade, na aldeia não se vê uma alma de gente...

Foto de Ana Constança, tirada a 26 de Dezembro de 2006.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Primavera Virulenta

Chegou a primavera! As cerejeiras já estão floridas e os malmequeres bravos, já estão em flor há mais de um mês (Fevereiro foi quente e luminoso).
Há por todo o lado flores: flores azuis, liláses ou rosadas, flores que deslumbram pelo seu cromatismo lumínico...os pássaros chilreiam sem descanso de manhã à noite...
Tudo tão bom, mas o raio do covi-19 não condiz com a época do Abraço do Homem à Natureza (ou Mãe). 
Esta situação afecta-nos a todos, nesta estação primaveril não podemos ver e sentir as cores e os cheiros da nossa primavera, não podemos viajar, nem saborear o bolo de azeite ainda morninho.
É tempo de clausura.
Flor da Oliveira

Então, com uma imagem de Longenvidade, de Luz e da Maciez da Vida, como é a da Oliveira, desejo-vos uma boa estação.

Tenhamos esperança...
Nada de medos, somente é preciso sermos cuidadosos, a fim de evitar o contágio, e isso só é possível com a quarentena por uns tempos. O vírus é mais contagioso do que virulento, a sua virulência é muito inferior a outros, mas não deixa de ser um problema.
Que cada um faça o seu melhor.
Enfim, Tudo de Bom.
Boa primavera, que ela afaste o maldito vírus.
Para os do outro lado do Atlântico, em especial do Brasil, bom outono.

domingo, 15 de março de 2020

1720- 2020- 3.º Centenário "do Milagre"

300 Anos

300 é um número bonito. É redondo. Cheio. Imponente. Grande. Importante.
Em anos representa muita vida. Muito nascimento, muita morte, muito casamento, muito trabalho. 
Muita decisão, muita indecisão. Muita lei, muita disputa, muito consenso, muita união e muito afastamento.
Representa muito, muito de bom, muito de mau, de assim-assim, de nem-por-isso.
Este 300 guarda nele muita coisa. Guarda nele muita vida. A vida da nossa região. A nossa vida.

clique na legenda para ler

Esta é uma fotografia do ex-voto que se encontra no interior da capela de Nossa Senhora dos Verdes de Forninhos, invocativo do Milagre ocorrido nas searas da nossa região, destruídas pelos bichos. Era de 1720. Uma data que deve ser um marco, por isso a destacamos, para que cada um de nós faça jus, quando chegar o momento, a este acontecimento comemorativo de valor que, nesse tempo, deram à nossa aldeia.
Se não puder ser a 3 de Maio (dia de Santa Cruz) ou 1 de Junho (dia do Espirito Santo) face ao surto de Covid-19 que seja a 15 de Agosto (Dia da Assunção de Nossa Senhora). 
A calendarização definitiva deverá sempre ser feita tendo em conta as orientações da DGS -Direcção-Geral de Saúde.

Agora algumas curiosidades (que encontrei com a ajuda do Google, num forum de genealogia) sobre pessoas do passado, que se calhar estiveram presentes a cumprir o Voto a Nossa Senhora dos Verdes. Nestes campos...no meio de gentes, de vontades:
22-09- 1718 foi dia de festa na aldeia. O pároco, Manuel Ribeiro celebrava o casamento de Manuel Pais e Maria da Ascensão. Com uma particularidade: o noivo era filho do Revº Padre Francisco Pais Velho, falecido à data e de Maria João, também já falecida.
É interessante esta informação porque parece que, na altura, a paternidade dos padres era encarada e assumida com alguma naturalidade!
A noiva era filha de Manuel Vaz, falecido e Maria Afonso, falecida.
Testemunhas: Geraldo de Aguiar, Manuel Fernandes, Jerónimo e João Aguiar.
Do Livro de registos mistos (1699/1761).
PT-ADLSB-PRQ-PAGB07-004-M2_m0076.tif
Em "dia e mês" de 1736 foi um dia triste na aldeia. Falecia uma filha da terra Bernarda Fernandes (nascida em Forninhos com o apelido Luís), filha de Manuel Luís (nascido na vila de Pena Verde) e Maria Luís (nascida em Forninhos com o apelido Nunes).
Tinha uma irmã, Maria Dias (nascida com o apelido Luís) e um outro irmão...
Bernarda casou-se com António Fernandes.

Dessa época, quem conhecer outros nomes, outras pessoas, por favor, deixo-nos aqui em comentário esse contributo. Agradecemos todos.

Nota final: Estamos  a caminho do 1.º centenário da fundação da Irmandade de Santa Marinha, 2026 é já ali... 1 de Outubro de 1926.....1 de Outubro de 2026.
No passado existiram confrarias, mas devido ao seu progressivo declínio, tem-se por certa essa data. Vamos continuar a destacar esta data também, pois valorizamos o património legado pelos nossos egrégios avós.

domingo, 8 de março de 2020

Homenagem a todas as Mulheres


Eis uma imagem, de algumas mulheres de Forninhos, nos anos 60. 
Para elas e para todas as outras neste Dia 08.Março.2020 vai o nosso Obrigada, por tudo, o que com grandes sacrifícios fizeram por Forninhos, enquanto Mulheres, Mães, Companheiras, Amigas, Pessoas importantes no desenvolvimento e progresso da sociedade actual, quer como catequistas ou noutras actividadades ligadas à igreja ou à comunidade.

FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!!