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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Nabos

Semeia-me no pó e de mim não tenhas dó


Agosto não é apenas o mês das férias, dos emigrantes e das festas da aldeia, Agosto, é mês de semear nabos. O lavrador diz
 que o nabo gosta de ver o sol de Agosto, mas o que corria mesmo em Forninhos ea que os nabos queriam ver os lavradores ir ao S. Bartolomeu, ou seja, no dia de hoje, 24 de Agosto, já os lavradores viam nascidos os nabais para consumo no Outono e Inverno, (mais do cevado que das pessoas, diga-se!).

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Pandemia não impede Forninhos de Homenagear N.S. dos Verdes

Por mais vontade que haja, as coisas nem sempre acontecem como desejamos. Este ano não se fez a missa solene ao ar livre em honra de Nossa Senhora dos Verdes, mas como diz/canta o Poeta: Há Sempre Alguém...que organiza e com fé, devoção e as devidas cautelas os forninhenses receberam nas ruas da aldeia a imagem da Senhora dos Verdes, transportada em viatura, permitindo que todos assistissem à sua passagem mesmo a partir de casa.
Esta foi a forma encontrada pela Comissão de Festas do Ano do Corona que não quis também deixar de abrir as porta da Capela em moldes especiais, de forma a garantir as condições de segurança.
PARABÉNS!





Mais uma vez, foi lamentável a posição/decisão do Pároco de Forninhos, que podia ter celebrado a missa no Santuário, com lugares devidamente marcados, de forma a garantir o distanciamento social entre o público ao ar livre.





Como podem ver, o recinto é espaçoso e as famílias cumpriram as cautelas/regras legais e recomendadas pela mordomia e assim a missa campal seria.


ex-voto 

Ignorando os 300 anos do Milagre ocorrido nos campos da região, optou por realizar a missa no interior da Matriz, onde não existe higienização diária do espaço, nem medição de temperatura e o distanciamento nas filas também deixa muito a desejar...
A passagem de álcool em gel nas mãos para receber a hóstia ou o uso de máscara de protecção são suficientes?!

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Verão, férias, festa...

Em modo de férias, duas matérias "em cima da mesa": primeiro, um dos locais de maior atracção da minha infância: O Poço dos Caniços; segundo: A Festa de Agosto de toda a gente nos idos anos 50, 60,70,80...

No Poço dos Caniços

Com uma parte boa e uma má, deixo aqui alguns comentários relevantes sobre as duas matérias...

-Noutros tempos, descia-se aquela ladeira em direcção ao Poço dos Caniços, a escassas dezenas de metros, começavam todos a correr para ver quem era o 1.º a mergulhar; tempo em que as águas eram ainda limpas.
Após uns belos mergulhos, deitavamo-nos em cima da grande pedra, que se encontra junto àgua e ali se permanecia; era o nosso "bronze".
Observando a foto era capaz de me atrever a dizer que foi tirada na praia fluvial, a cerca de 200 metros a juzante da Ponte, local este onde se faziam alguns piqueniques, assim como se passava o tempo à pesca...

- O nosso rio Dão era a nossa praia de água doce no verão, quando iamos passas as férias. Nas tardes juntavamo-nos e iamos até ao rio tomar banho e comer a merenda.
Estes jovens são: Natália, Santa, o irmão Adelino, Teresa Russa, Agostinho Branco, Augusta Castanheira, Filomena Ingina, Ana dos Anjos, José do tio Abel, Margarida Cavaca e António Russo.
O rio agora leva pouca água, mas naquela altura levava bastante, os terrenos dos lados eram regados com aquela água, onde se cultivava batatas, bom milho e outros cereais. Também se pescava bom peixinho, depois de arranjado e frito era uma delícia.
Boas férias para todos.

-Este é o melhor local fluvial desta redondeza, daí a sua importância no tempo, digo no tempo, porque hoje com a facilidade que está ao dispôr dos jovens, já não querem estes locais que são nossos.
Quero lembrar os mais novos, inclusive a Paula, que este local, no tempo não era exclusivo de Forninhos, os de Dornelas deslocavam-se frequentemente ao poço dos caniços, por vezes fazia parte das "aventuras" noturnas dos rapazes de Dornelas e, por vezes, mesmo de noite, lá encontravamos também os de Forninhos, mas cabíamos todos.
Bons tempos que não voltam.

A Procissão da Festa

- A festa de 15 de Agosto para os forninhenses era a festa maior do ano porque era no verão e os ausentes vinham passar as suas férias. Ainda não emigravam para França e outros países, vinham mais os lisboetas.

- As procissões antigas eram diferentes das procissoes de agora, antigamente eram grandes, os andores iam cheios de crianças vestidas com os trajes correspondentes ao santo que ia no andor, não faltava a banda de música, nem os foguetes e ia sempre muita gente a acompanhar a procissão; quando eu ia vestida no andor ou de cruzada para mim era um orgulho.
Hoje as procissões são pequenas, já não levam quase ninguém, já vão poucas crianças vestidas de cruzada e nos andores.

- E aquelas "santinhas de açúcar que vendia a ti Isaura?
E a imagem de Nossa Senhora dos Verdes que os homens dobravam e colocavam no chapéu?
E as bebedeiras de "alegria" que começavam com a Moradia, passavam pela Matela e acabavam entre os de Forninhos?

- Nas procissões sempre me lembro e desde que fui para Forninhos de ver os mais pequenos vestidos com faixas de cruzados, eu ainda fui assim algumas vezes na procissão, pelo que não deveria acabar, mas...onde estão as crianças?

De férias,  envio um abraço virtual para todos vós.

sábado, 1 de agosto de 2020

Do ângulo perfeito


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É para nós um privilégio destacar esta pintura e a sua autora, Ana Constança, em que os pormenores vão ao mais ínfimo detalhe para "copiar" o original. 
Muitos Parabéns!
É um desenho feliz de uma casa típica da nossa terra que pertenceu inicialmente a duas irmãs, as professoras D. Maria e D. Júlia, filhas de António Saraiva da Quinta de Colherinhas, Dornelas e de Rita de Jesus, de Lusinde, Penalva do Castelo. No entanto, António Saraiva morreu a 01-06-1901 e Dona Rita volta a casar, diz o assento a 12-02-1905 com José Rodrigues, jornaleiro, de 28 anos, natural de Forninhos.
Mais tarde, uma parte, veio a pertencer ao meu tio Abel Albuquerque e sua esposa, Céu; e, a outra parte, ao Sr. Antoninho Bernardo e D. Mimi.
Muitas terras eram doadas em coutos às Ordens Militares, monásticas e mitras, mediante uma renda e tem também esta casa uma coutada  que pertenceu à Casa dos Condes de Anadia em Mangualde -  pelo menos o nome "coutada" parece ter origem nas porções de terras que o Rei dava a cultivar.
Cultiva-a a tia Cardosa, casada com o tio António Cardoso, tio da tia Céu "do Rei Pedro".
Em Fevereiro de 2011 um violento incêndio reduziu a cinzas esta casa (duas em uma) cheia de memórias...
Mas o que lá vai, lá vai, e o tempo não volta atrás...
19-10-2021:
Após a publicação de 01 de Agosto de 2020, encontramos mais elementos:
- A Professora Maria nasceu a 20-12-1885 e foi batizada em Forninhos no dia 17-01-1886.
- A Professora Júlia nasceu a 26-03-1889, foi batizada em Forninhos no dia 22-04-1889 e casou com Augusto António Vaz, natural de Forninhos, no dia 27-07-1921. Este faleceu em 08-02-1960, em Santo António dos Olivais, Coimbra. Ela faleceu em 24-03-1969.