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domingo, 30 de junho de 2019

XXXV Jogos Tradicionais

Tal como foi anunciado, aconteceram os 35.ºs Jogos Tradicionais no campo de futebol de Forninhos, 


participados pelas freguesias do concelho, como sempre acontece


Na luta da tração com corda, gosto da envolvente, 
nem sol, nem chuva, apenas a névoa ao fundo...

 é linda a nossa paisagem...

corrida de cântaros

corrida do saco

jogo da raiola

o jogo do porco ensebado, tanto quanto sei não é/era
um jogo praticável em Forninhos

Jogo da malha

Parabéns aos vencedores. Parabéns aos participantes e um obrigada aos dinamizadores. Venham os próximos. 

Fotos disponibilizados pelo Município de Aguiar da Beira. Obrigada.

domingo, 23 de junho de 2019

Tempos de "ócio"

Como é que as mulheres de antigamente ocupavam os seus tempos de "ócio"?
Antes de mais, falar de "ócios" para uma mulher casada nos anos 40, 50, 60...na aldeia só pode ser uma piada de mau gosto, já que essas mulheres tinham sempre que fazer: lavar roupa, varrer a casa; preparar a comida para o vivo (os animais), pois na maior parte dos casos estava a cargo das mulheres; acartar lenha, preparar as cinco ou mesmo seis refeições do dia, amassar e cozer o pão. Depois disto tudo, que tempo havia de restar às mulheres da aldeia que se possam mesmo dizer "tempos de ócio"?
Os poucos momentos que tinham ainda assim eram passados a trabalhar: sentadas ao soalheiro passavam o tempo a remendar meias, a bordar, a fazer meia com cinco agulhas (anos 40 e 50), a fazer malha com duas agulhas, a fazer renda (mais tarde nos anos 60)...
Ou seja: mesmo nesses momentos, o tempo livre era para uso da casa e família.
Era o tempo de criar sete, oito, nove, dez, onze, doze filhos. Era um amanhecer cedo e deitar tarde, desde as sementeiras às colheitas. 
E, à noite, sob a luz do candeeiro, de azeite, de petróleo, era quando se podiam sentar na máquina de costura para deitar uns fundilhos nas calças dos maridos e dos mais pequenos ou transformar a roupa dos mais velhos para os mais novos. Até que um dia...
Correu no povo que não era bom coser à noite pois aparecia "a costureirinha", uma personagem de outro mundo, uma alma penada que faltara ao cumprimento de uma promessa.
Segundo testemunhos, à noitinha ouvia-se o tic-tic-tic de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar da linha e até, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada. O som podia vir de qualquer casa vizinha onde houvesse uma máquina de costura a trabalhar, mas, certo é, que estes inexplicáveis sons deram origem à "lenda-da-costureirinha" (no Google há várias lendas associadas) foi assim que se deixou a costura nocturna e era nas tardes livres - quase sempre ao domingo - que as mulheres se sentavam a costurar na máquina.
Era o tempo de uma sociedade que tinha os seus medos, os seus mitos, as suas crenças e o seu modo de ser e de estar na vida.
A minha avó materna, lembro que tinha a sua máquina no quarto de dormir junto à janela virada para a rua e era onde as suas filhas nas horas vagas se sentavam a costurar. Foi na máquina da minha avó que a minha mãe aprendeu a coser roupas e a minha avó disse várias vezes em vida que quando morresse a máquina ficava para a minha mãe, mas na partilha dos herdeiros não lhe coube a máquina.
Entretanto, a minha mãe comprou uma máquina manual que colocava sobre a mesa e enquanto cozia rodava a manivela com a mão. Eu pedia-lhe que me deixasse coser (parecia fácil), mas ela não me deixava, não fosse a agulha partir-se ou eu picar-me nela!
Depois vim para a Grande Lisboa e o tempo foi passando e acabei por não aprender a alinhavar e a coser.

foto retirada da wikipédia

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Jogos Tradicionais

Este ano realiza-se em Forninhos a trigésima quinta edição dos jogos tradicionais do concelho de Aguiar da Beira.
Malha, raiola, cantarinha, salto a pés juntos, corrida do saco, luta de tração com corda, corrida de cântaros, subida ao pau ensebado e muitos outros que passam de geração em geração são os jogos anunciados no site da Câmara Municipal de Aguiar da Beira.
"TRADICIONAIS" quer dizer iguais a si mesmo ao longo do tempo. O ser sempre igual é que confere a tal tradição a um acto, a um evento, a um jogo.



Estes jogos são um bom momento de disputa, perícia e convívio, estão abertos a todos os que gostem de participar e se queiram inscrever.
No final, são premiados os melhores em cada categoria e reconhecidos todos os participantes.
Que os jogos se cumpram e ganhem os mais aptos na pontaria e perseverança para ser o primeiro.

sábado, 8 de junho de 2019

Divino Espirito Santo - Dias 9 e 10 de Junho

Já está na rua há quase um mês, o cartaz da festa do Espírito Santo 2019. Forninhos convida quem a nós se quiser juntar. 
Esperamos por si! Porque só quem nunca foi à festa do Espírito Santo é que não sabe o que perde...em Forninhos não há festa mais bonita!


Manhã cedo, começam a chegar ao Santuário gentes de longe, em cumprimento das suas promessas, dar é importante, mesmo que a dádiva seja pequena.
Mas o  momento alto é por volta das 11h00, com a chegada das procissões, irmandades de várias paróquias, pena a fotografia colocada no cartaz ser minúscula. Juro, que às vezes não percebo: a festa é publicitada como sendo em honra do Divino Espírito Santo e depois o que vemos publicitado em grande escala são os patrocínios que se associam a esta festa!! A parte religiosa encontra-se cada vez mais ofuscada pelos animadores de baile e pelos patrocinadores!
Isto não é uma crítica, apenas é uma constatação fácil de ver em qualquer dos programas de todas as festas do nosso concelho que se encontram afixados nos mais variados lugares.
Todos sabemos que as festas são feitas para divertir as pessoas e darem lucros, reconheço o esforço de quem as promove, mas a parte religiosa que faz parte intrínseca da nossa cultura, que é uma espécie de catálogo de identificação da nossa vivência, está desprezada por todos nós. Repito: todos nós!
Estamos a tempo de parar e pensar.
Se não respeitarmos a nossa cultura, a nossa vivência colectiva, estamos não só a defraudar a nossa história, como estamos a construir um futuro que facilmente desabará. 
Depois da missa campal, segue-se o almoço nos pinhais. Família e amigos juntam-se para celebrar os valores que cimentam a nossa vivência em sociedade.
Dar amizade e alegria é o mais importante das festas. Reconhecer e agradecer uma qualquer benção é um acto de grande humildade e humanismo. Saber dar e receber são valores superiores.
Venham daí! De certeza que ainda chegam a tempo.

sábado, 1 de junho de 2019

Cantigas de roda



01.Junho.19 - DIA DA CRIANÇA, em Portugal

Uma imagem, de algumas crianças de Forninhos, nos anos de 1960, para elas e para todas as outras, neste dia vai o nosso obrigada, por tudo o que fizeram naquele tempo em que as antigas cantigas de roda ecoavam na aldeia:

Ai, ai, ai,
minha machadinha!
Quem te pôs a mão,
sabendo que és minha?

Outras vozes de crianças, respondiam:

Sabendo que és minha,
também eu sou tua.
Salta, machadinha,
pró meio da rua.

Enquanto isso, carros-de-bois chiavam pelas ruas, umas vezes indo, outras regressando dos campos.
E baliam ovelhas e cabras, vigiadas pelo pastor, entre toques do sino - do Anjo ou Trindades.

Foto retirada da monografia de Forninhos, pág. 79 que ofereço à Anete do blog  "ciranda de frases".