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segunda-feira, 23 de julho de 2012

E assim começava a Festa do Povo

Nos dias que antecediam a festa começavam os preparativos, recortava-se as bandeirinhas para enfeitar as ruas e largo da Lameira, dantes colavam-se num cordão com uma massa, mistura de água e farinha. No dia que chegavam os foguetes era logo lançada uma descarga anunciando a sua chegada. Assim começava a festa. Não era só em Forninhos. Era em muitas terras onde havia festa. Recordem esta semana,  alguns momentos mais fortes.





BOM LAZER A QUEM ESTÁ DE FÉRIAS, SE FÔR O CASO.
BOA VIAGEM A TODOS AQUELES QUE NESTA SEMANA E SEGUINTES VÊM A CAMINHO DA NOSSA TERRA.
E BOM TRABALHO A QUEM ESTÁ A TRABALHAR.

Voltamos sine die com um novo Post.
Um abraço a todos os amigos bloguistas,
Paula

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Andores, a tradição já não é o que era!

Estas fotografias foram tiradas num largo muito particular da nossa aldeia, na Lameira, no tempo do Sr. Pe. Flor.Vejam como a gente desse tempo decorava os andores e reparem que além das crianças as verduras também eram quase uma obrigação, pois davam sempre um toque verde ou não fosse a festa do 15 de Agosto, a festa de Nossa Senhora dos Verdes:

andor do Sagrado Coração de Jesus

algures no ano de 198_

andor de Nossa Senhora dos Verdes

logo a seguir vem a Cruz e as respectivas lanternas
Obs. 'A tradição já não é o que era' e esta é daquelas expressões que merece reflexão, porque quando se conclui que já não é o que era, foi porque falhou a passagem de testemunho ou os conteúdos culturais foram adulterados. Voltem a ver a procissão do ano passado aqui para melhor perceberem o que mudou.

domingo, 15 de julho de 2012

Noivos e Padrinhos de Casamento

É através das fotos antigas que percebemos melhor a nossa história local, por isso, quero partilhar convosco mais uma fotografia, cedida pela Céu, que disse que os pais, tio Zé Guerrilha e tia Agostinha, são os padrinhos de casamento.

Conseguem identificar os noivos?

Através desta imagem conseguimos perceber como era o altar-mor e um pormenor que só os mais velhos terão visto, o estrado, onde o Sr. Padre celebrava a missa virado, de frente, para o Sacrário. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Memórias 1965: Procissão de Santa Marinha

Fotografias do Sr. Pe. Matos e Margarida Albuquerque, do dia 18 do mês de Julho do ano de 1965, Domingo, da passagem da Procissão de Santa Marinha:


A casa que se vê na foto era de construção recente 
e ainda tem o mesmo perfil,


As casas desta foto foram reconstruídas e retocadas de novo e pode-se ver algumas coisas importantes para a história local, a placa da paragem da carreira para Fornos de Algôdres era junto à casa do Sr. Freitas (antes era do Sr. José Vaz e D. Ana), a Santa Bandeira tem a imagem da atual, o Guião seguia ao meio da procissão e o andor da padroeira em 1965 foi transportado por quatro homens da Irmandade. Pode dizer-se que passou a ser transportado pelas raparigas solteiras (e virgens) devido à sua história/lenda? 
Quem conhecer algumas pessoas poste nos comentários. Obrigada.

*****
Diz a tradição que eram nove irmãs gémeas: Basília, Eufêmia; GermanaGenebra; Liberata (também conhecida como Vilgeforte); Marciana; Marinha; Quitéria e Vitória, nascidas na cidade de Braga, no ano de 120, filhas de um casal de pagãos, Calcia, e de um oficial romano, Lúcio Caio, régulo de Braga, o qual, quando elas nasceram estaria ausente da cidade. Como na cidade ninguém acreditava que as gémeas pudessem ser filhas do mesmo pai, o acontecimento causou enorme embaraço à mãe que, teria encarregado a parteira de as afogar. Em vez disso a mulher, que era Cristã, levou-as ao Arcebispo para que as baptizasse e lhes desse destino. Foram então entregues a amas cristãs, crescendo e vivendo perto umas das outras, até aos 10 anos de idade.
Por esse tempo, o César romano ordenou a perseguição aos cristãos na Península Ibérica e nessa perseguição, os soldados viriam a descobrir as gémeas, que foram detidas, sendo levadas à presença do régulo. Este acabou por constatar que elas, afinal, eram suas filhas e quis convencê-las a renunciar à sua fé e a abraçar o paganismo.
Diz a lenda que Santa Marinha por ser muito formosa, seu pai prometeu-a a um alto funcionário, mas esta recusou-se obstinadamente a casar para não abjurar da sua fé, nem sacrificar o tálamo virginal. Naqueles tempos, recusar casório equivalia a uma sentença de morte, e face à sua resistência, mandou que junto com as suas irmãs ficassem enclausuradas no Palácio.
Sucedeu que as prisioneiras durante a noite, por intervenção sobrenatural ou com a ajuda da própria mãe, lograram alcançar a liberdade. Todavia, Santa Marinha, teria sido apanhada e condenada à morte. Tudo suportou: açoites, carnes golpeadas com pentes de ferro, as costas e peitos queimados com ferros em brasa, metida numa fornalha em chamas, sendo então degolada em 18 de Julho de 130. 
Por ser demasiado lendária a sua história e por tal se duvidar da sua existência, a segunda e definitiva morte ocorreu séculos depois. Segundo reza a segunda versão, Santa Marinha nascera em Antioquia, que era a capital da província romana da Síria, nos idos séculos III ou IV. Para evitar o ultraje contra a sua fé, mas acima de tudo contra a sua pureza virginal, atirou-se do telhado do palácio e caiu num fosso onde estava um dragão, porém, armada da fé, duma cruz e duma espada, venceu e derrotou o demónio. Escapou ao demónio, mas caiu nas vis garras do governador romano, em cujas mãos padeceu martírios sem conta e cruel morte. Seja como fôr, ganhou a merecida palma do martírio e de Santa e castíssima Virgem.

Representação Icnográfica
A sua representação icnográfica conhece algumas variáveis. 
Em Forninhos é representada com uma palma de martírio numa mão e o livro fechado (símbolo da pureza) na outra mão. Uma simbologia muito diferente da Santa Marinha de Antioquia que aparece com uma palma de martírio numa mão e a espada mata-dragões na outra ou a cravar uma cruz na bocarra do dragão ou até arrastando o hediondo animal, trazendo-o cingido pelo seu cinto de castidade, duma cruz ou espada.
A sua história foi de grande importância para os forninhenses e terá sido por isso que passou a ser transportada por quatro raparigas solteiras (e virgens). 

Na minha terra o povo todo é católico (e nem sei se houve outra religião), a maioria vai à missa e a maioria não conhece a história da sua Padroeira, porque os Srs. Padres de agora não se interessam por conhecer, nem dar a conhecer a história da "sua" paróquia.
Espero que este ano ao invés da fábula "do trigo e do joio" (que no ano passado tivemos de ouvir por 2 vezes: quer na missa de Domingo (17/7, dia do Jubileu), quer na missa do dia dedicado a Santa Marinha), se dê a conhecer a história da nossa Padroeira. Toda a gente sabe que Santa Marinha é a nossa Padroeira, mas poucos saberão quem foi.

Hino da Nossa Padroeira


refrão
A Vós hoje recorremos
Ó Virgem Santa Marinha
Sois a Nossa Padroeira
Farol que nos ilumina

Sua vida ainda em botão
Ofereceu-a ao Senhor
E Jesus bondosamente
Ofereceu-lhe o seu amor
refrão
A Vós hoje recorremos
Ó Virgem Santa Marinha
Sois a Nossa Padroeira
Farol que nos ilumina

A sorrir sofreu tormentos
A cantar levou a Cruz
Ainda neste mundo estava
Já toda era de Jesus
refrão
A Vós hoje recorremos
Ó Virgem Santa Marinha
Sois a Nossa Padroeira
Farol que nos ilumina


Ao Sr. Pe. Matos, que foi pároco de Forninhos de 1962/1968, se deve o hino da Santa Marinha.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Valagotes - Festa de Santo Antonio

Embora não sendo natural da freguesia de Forninhos, não creio que os meus amigos se importaram, de que seja eu a divulgar a festa de Santo António, da vossa freguesia, mais propriamente na povoação de Valagotes!
O Santo António venera-se numa pequena capela românica, com o seu portal em arco de volta completa e, com um campanário mais recente, mas mesmo assim de alguma antiguidade!
No Domingo vai animar a festa uma Banda da "terra de Algodres"; o K5.
Venham divertir-se e conhecer esta freguesia, todos quantos a não conhecem!

domingo, 8 de julho de 2012

TINA



Hoje, somente uns versos.

A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.

A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.

Fernando Pessoa.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

No Domingo à tardinha...

Quem por aqui foi passando sabe que ultimamente escrevi muito sobre temas sérios. Confesso que preciso de mudar de assunto. Assim, hoje fui um pouco mais atrás e puxei cá para cima umas fotos que já aqui tinha deixado de duas equipas de futebol e sobre as quais já escrevi.

Durante vários anos, o equipamento de Forninhos era o do Belenenses e era no terreiro da N. Senhora dos Verdes que as equipas jogavam, local onde existiu durante muitos anos o campo de futebol e toda a aldeia e simpatizantes os acompanhavam. Os jogos que se organizavam por estes anos eram informais, bem como as equipas que se formavam. Jogava-se normalmente aos Domingos à tarde, com equipas de terras próximas. Os testemunhos dos elementos destas equipas, esses, são vários, mas transcrevo uma amostra, contributo do nosso amigo Xicoalmeida. Cá vai:
O campo da Sra. dos Verdes era paradigmático; os descontos de tempo de jogo eram passados pelas duas equipas, para desprender a bola presa na árvore que se encontrava dentro do campo.Quando caía, era mais festejado que um golo.
Jogávamos pelas terras vizinhas, aonde não tínhamos fama de bonzinhos, nem abstémios.
A mais difícil era para mim Dornelas, dado que jogava a avançado e levava “porrada” sempre de um defesa “maluco” chamado Pacheco, com o dobro do meu tamanho e se calhar idade.
Em Sezures o jogo durava a tarde toda!Parecia as 24 horas de Le Mans. Cada vez que a bola saía do campo, pela ribanceira em direcção à estrada, ir e vir, era meia hora.
Gozo, gozo dava a Matela: ou levavam meia dúzia para cima ou não acabava o jogo. O árbitro era o castiço e caseiro do Castanha.
Recordo uma vez que me invalida mal um golo por fora de jogo, refilei como de costume e para variar, deu-me ordem de expulsão.Senti o caldo entornado; o Tonho Gordo sai da nossa baliza, qual touro Miura, remata à baliza adversária, agarra no poste e era uma vez uma baliza!Um piparote aqui, outro acolá, nada de especial, nem de anormal.
No fim, no tasco junto aos tanques, lá estava a bela punheta de bacalhau, às vezes só bacalhau com sal e tudo, pão e vinho, muito vinho, e o Vasco Latoeiro. Tínhamos fama! 
O regresso de qualquer aldeia era sempre em festa, empoleirados no tractor do Tónio ou Samuel Cavaca, garrafão na mão a cantarmos a Grândola Vila Morena ou a laranja doce tem a casca fina... 
A equipa tinha fama de raçuda, de armar confusão e de beber (se calhar éramos apenas nós...) e talvez por isso nos tenham convidado para o jogo de inauguração do Campo de Futebol de Aguiar da Beira (anterior ao actual).
O Ti Zé Maria Índio, bem me disse para encostar a lateral direita que eles não me seguravam; o primeiro golo foi canja!
O pior foi a partir daí, metem um novo defesa chamado Zé Alberto, que tinha estudado comigo, bronco, a ameaçar que me partia as pernas, a seguir vem o Rui do café Brasil, a dizer o mesmo.Pensei: se mas partem, não marco mais nenhum, tenho de despachar isto; bastaram cinco minutos: Vai buscar!
2-0 para Forninhos.
Confraternizamos e no fim nem a Forninhos fui. Tinha ido de Lisboa mais o meu primo Graciano, irmão da Iracema, nesse dia e nesse dia voltamos.
Vínhamos contentes pelo resultado, mas tristes pela festa no tractor!


Depois o  equipamento mudou para a cor verde e de lá para cá então... tudo mudou. Outros tempos?
Xicoalmeida, disse:
Os tempos não mudaram, as pessoas, sim!
No meu tempo, jogávamos na Sra. dos Verdes, se tivéssemos um campo na altura como esse agora, ainda hoje lutávamos na Liga Europa ou na Champions (brincadeira…).
A seguir ao 25 de Abril, com o calor da Revolução dos cravos, num belo Domingo (salvo erro) mobilizamos uma parte do povo de Forninhos e “invadimos” o pátio da casa do Sr. Amaral. Exigimos que nos entregasse um terreno que tinha pinheiros pequenos, que lá faríamos um campo de futebol.
Não foi fácil, mas aquilo valia dinheiro e a maior parte dos ricos, já se sabe!
Devemos ter-lhe parecido um bando de malucos e possivelmente em situação de recurso, comunistas assassinos.
Não sei, o que sei foi o resultado.
Nesse local está hoje o campo de futebol de Forninhos.
Arrancamos para lá e houve festa rija, com o saudoso Ti Zé Carau a lançar uma descarga de foguetes.
Danados para a brincadeira.

Forninhos sempre foi uma aldeia pequenina, mas penso que o segredo do sucesso dos Domingos à tardinha... estava na amizade e união entre todos e na enorme vontade de fazer mais e melhor pela cultura e desporto. 

domingo, 1 de julho de 2012

XI Feira de Actividades Económicas do Concelho de AGB

Divulgamos uma iniciativa da Câmara Municipal de Aguiar da Beira, a XI Feira de Actividades Económicas que acontece nos dias 19, 20, 21 e 22 de Julho. Em termos de atracção musical destaca-se no Sábado, dia 21, David Carreira. Outra atracção será o Cortejo Etnográfico que se realiza na tarde de Domingo, dia 22, no qual se exibirão diversas freguesias que desfilarão nas ruas da Vila de Aguiar da Beira.Tanto quanto sei, a nossa freguesia vai estar representada com a "Virgem Santa Marinha" padroeira da paróquia de Forninhos. 
Já no âmbito da IX Feira, em 2010, Forninhos desfilou em representação com a Senhora dos Verdes e a procissão de ladainhas, o Voto. 
Eu não tenho nada contra a N.S. dos Verdes, N.S. de Fátima, Santa Marinha ou outros santos e santas, mas era uma caridade que alguém explicasse a certas pessoas da minha terra e ao Sr. Padre também, que existe no nosso país a Lei da separação entre a Igreja e o Estado, onde este não se deve meter na Igreja, nem esta nele e alguém lhes diga, sff, que os santos são para estar nas Igrejas ou Capelas e só devem sair para ir em procissão em dias religiosos próprios e Santa Marinha sai em procissão no seu dia, que é o dia 18 de Julho e então aí o povo entoa os cânticos "Ó Virgem Santa Marinha" "Salva Nossa Padroeira". E que a Irmandade de Santa Marinha é um património importante e que impõe respeito na celebração de festas religiosas em honra dos santos, ladaínhas e funerais e não deve desfilar em Cortejos!
A freguesia de Forninhos lamentavelmente já se apresentou na IX Feira com o "Voto a N.S. dos Verdes" e acho que não tem necessidade de em tão curto espaço de tempo fazer outra vez "figurinha" num Cortejo Etnográfico!
Gostava muito mais de voltar a ver a minha terra homenagear pessoas que deram algum contributo para o progresso da nossa terra com as suas artes e ofícios, muitos em complemento dedicavam-se ao cultivo agrícola, pelo que das actividades agrícolas temos  muitas tradições extintas ou em vias de extinção, que o difícil é escolher uma! Porque não apresentar o linho, por exemplo?



A Feira de Actividades Económicas é uma ocasião especial para visitar e conhecer o concelho de Aguiar da Beira. VENHAM ATÉ CÁ!