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sábado, 27 de novembro de 2021

Míscaros, 2021

Tenho notícia que está a decorrer o VIII certame gastronómico do míscaro, na Vila de Aguiar da Beira, mas não tenho imagens, por isso uso duas de anos anteriores, com Forninhos representado com os seus produtos agrícolas à venda.



Às 22h00 vai atuar a artista Rosinha
A apanha dos míscaros é amanhã, 28 de Novembro, pelas 10h00 e parece que a animação vai continuar com a atuação de grupos de concertinas: "Clave Sol" "Grupo da Farra" "Os Abadenses". Também há magusto, patrocinado pela Associação de Produtores de Castanhas AguiarCast e o grupo "Raízes da Terra" encerra o dia.
Ainda bem que este ano o certame voltou, mas temos de nos acautelar, se não corremos o risco de voltarmos a não poder ter um Natal em família. 
Mas digam lá se não há fins-de-semana saborosos?

sábado, 20 de novembro de 2021

Na terra do tio Sam

A pesquisar sobre soldados de Forninhos que foram à Guerra, encontrei mais um combatente da Primeira Guerra Mundial que terá nascido em 1890, em Forninhos, Bispado de Vizeu, que se alistou no Exército Americano a pedido do tio Sam. Assina António Francisco de Figueiredo.
Na pergunta n.º 4 ele responde que é estrangeiro. Natural que fosse assim. A história diz que um terço da população da América nasceu no exterior ou os pais nasceram, pelo que quarenta e três línguas eram faladas em uma divisão do Exército criada em Nova York. Impresso na parte inferior dos cartões de pré-alistamento militar estavam as seguintes palavras: "Se a pessoa é de ascendência africana, rasgue este canto".
Olhem o cartão de registro:


Do que consegui perceber, trabalhava numa pedreira de pedra britada "Pacific Portland Cement Company Quarry, Fairfiel, Solano Co., Califórnia, EUA" e tinha experiência militar (assim responde à pergunta 11). 
Na pergunta 9 ele declara a esposa e uma criança de 2 anos como dependentes e Jwo ? e no n.º 12 ele solicita suporte de Jow ? e família.
Jwo será de Jeová? 
Na minha terra não sei se houve outra religião, mas no Livro dos Batismos da Paróquia de Forninhos, referente a 1890 não encontrei o registo deste António, apenas consegui saber através da pesquisa feita em  https://www.familysearch.org/pt/ que faleceu em Agosto de 1970, tinha 80 anos e deixou descendentes.
Sendo natural de Forninhos, fica a dúvida se o nome "Figueiredo" é do ramo dos Fernandes Figueiredo de Forninhos, ou dos Figueiredo originários da Moradia (nesse caso, talvez o registo conste no Livro das Antas) e que casaram em Forninhos, entre eles Francisco de Figueiredo e o irmão Augusto Figueiredo, pai de Felisbela Figueiredo Saraiva que emigrou para os EUA e foi lá que faleceu.
Assim se presta homenagem a estes homens e se vai fazendo história...

terça-feira, 9 de novembro de 2021

12 Anos de Pedras Pequeninas

Saudamos o passar de mais um ano de Blog, este ano, por alturas do Cristo-Rei inaugurado a 17 de Maio de 1959, dia de Pentecostes e seu significado. Discursou o Cardeal Cerejeira, que proferiu a frase: "Este será sempre um sinal de Gratidão Nacional pelo dom da Paz".

Cristo Rei em 1959

Imagem retirada do Blog "Restos de Colecção"

A ideia de erguer o Santuário Nacional de Cristo Rei surgiu em 1934 durante uma visita do Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa, ao Brasil. Depois de ter visitado o imponente Cristo Redentor do Corcovado no Rio de Janeiro, quis construir figura semelhante a admirar Lisboa.
O despotelar da II Guerra Mundial acabou por impulsionar esse desejo.
A 20 de Abril de 1940, em Fátima, os bispos portugueses reuniram-se e formularam este voto: "Se Portugal fosse poupado da Guerra, erguer-se-ia sobre Lisboa um Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, sinal visível de como Deus, através do Amor, deseja conquistar para Si toda a humanidade"
Em 1941 o terreno foi comprado e a primeira pedra foi lançada a 18 de Dezembro de 1949 e a construção demorou 10 anos, de 1949 a 1959.
As crianças portuguesas participaram amplamente na campanha de angariação de fundos, numa iniciativa denominada "Pedras Pequeninas"
Esta campanha durou entre 1939 e 1958 e supunha que os mais novos iam guardando, ao longo do ano, o dinheiro que lhes era oferecido, para depois o ofertarem no Presépio das respectivas paróquias, a 28 de Dezembro.
O Órgão de Propaganda do Monumento Nacional a Cristo Rei noticiava que Aguiar da Beira e Forninhos, da Diocese de Viseu fizeram um cortejo infantil, de géneros, rendendo o leilão na primeira 355$00 e na segunda 370$00.
Parabéns a Nós!

Clicar para ler


Perto de nós, Dornelas no Natal de 1954 contribui com a quantia de 365$00 e Penaverde 50$, etc...

Fonte: "O Monumento" II Série, N.º 19, Dezembro de 1955, páginas 3 e 4.

Mesmo em tempo Covid e de condicionamentos vários, este espaço continuou na demanda de que para compreender o presente é preciso primeiro conhecer o passado.

Viva o BlogDosForninhenses!

sábado, 6 de novembro de 2021

Velhos são os trapos

Na economia doméstica antiga, nada se perdia, tudo se criava..."No aproveitar é que está o ganho" - dizia-se. Os farrapos, os restos de tecidos, reaproveitados foram uma das primeiras formas de reciclagem...
Reduzidos a tiras, mandavam-se tecer, em arcaicos teares manuais e saíam mantas que serviam para a cama, para o berço dum filho e até para apanhar a azeitona!

novelos feitos de trapos/farrapos

Tear

Manta de farrapos

Mais alguns exemplos do que se podia e pode ainda fazer com os velhos trapos:

Passadeira de farrapos

Tapete feito com trapos

O mesmo tapete, mas virado ao contrário

Clicar nas imagens para ampliar.

E como esta é a altura do ano em que mais lembramos e honramos os que já partiram, aproveito para lembrar que ligada à fiação Forninhos teve fiadeiras e, pelo menos, uma tecedeira, chamada Nazaré Esteves. Penso que era avó da Luzia, pois casou com Daniel Almeida, no dia 11-01-1897, conforme registo:


Podia confirmar com a minha tia Margarida, como era costume, se houve mais tecedeiras, mas a minha tia deixou-nos ontem e o funeral foi hoje ao início da tarde, no cemitério de Forninhos. Tinha 85 anos. 
A minha tia ajudou-me a construir a história do BlogDosForninhenses e eu não esquecerei as conversas que tínhamos ou a sua admiração, o apoio, por quem se dedicava ao conhecimento do passado. Ganhei dela uma visão do mundo e da vida que não tenho.
Obrigada tia Margarida pelo que nos deu. Será sempre lembrada.

Tia Margarida

Será rezada a missa do 7.º dia, na igreja de Forninhos, dia 13/11, pelas 16h00.