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sábado, 25 de maio de 2019

Água-Pé, o vinho dos pobres

Tirando os pedintes que andavam de porta em porta e os ciganos que não tinham poiso certo, os jornaleiros eram os mais pobres das vivências de antigamente na nossa aldeia. Nada tinham de seu, que não fosse a força braçal, tão últil para os trabalhos da gente abastada.
Acontecia que o jornaleiro por não ter posses para preparar uma refeição, comia e bebia aquilo que o patrão lhe dispunha em cada ocasião. E, como os ricos são, regra geral, avarentos, dispunham ao pobre jornaleiro pão duro e barolento, uma sardinha conservada à força do sal e uma tira amarelada de toucinho rançoso e o vinho era o das borras do pipo ou algum já muito avinagrado, pois esses trabalhadores não podiam passar sem o exilir H2O roxo e bebiam tudo o que lhe viesse aos queixos. 



Só que jornaleiros havia que exigiam boa pinga durante a jornada de trabalho, lançando, se caso fosse, o ultimato de que, sem bom trato não tocariam na enxada nem na rabiça do arado. Quantas vezes não se ouviu "pão barolento, vinho vinagrento, sardinha salgada, cava tu enxada"
O ideal seria uma botelha de vinho tirado do pipo grande, do qual o patrão se servia, mas isso nem pensar! 
Valia então aqui muitas vezes a perspicácia de alguns patrões. 
Em Forninhos, por exemplo, havia um patrão que fornecia aos jornaleiros água-pé, um vinho mais fraco, menos alcoólico, que podia beber-se em maior quantidade e era o que geralmente os trabalhadores dos ranchos e campanhas consumiam no trabalho do dia a dia e também às refeições, por tal, a rotularam num pretérito não muito distante de vinho dos pobres (em alternativa, há quem a chame de champanhe dos pobres, dado que, por vezes, a água-pé tem um ligeiro pico que pode passar por gaseificado).
Conta-se até que esse patrão, na hora do jantar (hoje o nosso almoço) tocava uma corneta para um familiar do seu trabalhador ir buscar ao seu armazém água-pé. A água-pé era fundamental, para o trabalhador prosseguir com as suas tarefas, ao ponto de fazer parte do "contrato da jorna".

domingo, 19 de maio de 2019

Um olhar sobre a paisagem

Mas o nosso passeio a pé, não ficou pelo "desencanto da serra", mais para diante num caminho que é muita a subir, de longe avistamos um colmeal e um apicultor nos seus trabalhos, que fotografamos. Afinal a paisagem não é só calhaus, a paisagem é sempre diferente a cada passada...


Dei um leve tratamento para se conseguir ver melhor (mais perto) as colmeias e o apicultor.


Não é demais dizer que ficamos bem contentes e continuando o nosso passeio pela serrania, encontramos muita e variada flora com interesse apícola.

FIM

sábado, 11 de maio de 2019

O Desencanto da Serra

Há umas semanas atrás, tive a possibilidade de apreciar as belas flores que nascem nos montes, mas deparei-me também com este cenário que as fotos documentam. 
Numa terra onde o ouro é a natureza com as suas belas paisagens, urge mentalizar as pessoas para a importância de preservar esse nosso tesouro. Comportamentos como este só mostram desinteresse pelo património e bem comum, contribuindo para ficarmos cada vez mais pobres.




Provavelmente os poluidores não vão ler, mas ao menos que sirva esta divulgação para mandar limpar.

sábado, 4 de maio de 2019

Flores dos Montes

Os montes de Forninhos e de muitos lugares de Portugal encontram-se revestidos de tons primaveris, assim, aqui deixamos estas singelas flores fotografadas no último fim de semana de Abril quando passeamos pelos caminhos que vão até à nossa serrania, onde a natureza encanta.


Desejamos a todos um bom fim de semana.
Paula&Xico.