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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

RENASCER

Se às vezes digo que as flores sorriem/E se eu disser que os rios cantam/Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores/E cantos no correr dos rios...

Imagem de 2011
Olhamos esta foto e estremecemos de raiva, face à impotência de alterar rumos e destinos que nos escapam, de querer fazer algo que não está nas nossas mãos, de querer mudar e não ter ferramentas, nem poder para as mudar.
Afinal uma carroça pode despoletar sentimentos tão contraditórios como beleza e raiva.

Imagem de 2017
Tirei esta fotografia no passado dia 26 e pensei que afinal a aldeia que os nossos antepassados construíram com suor de sol a sol, pode renascer no riso colorido das flores.

-/-
Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...

É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...

Alberto Caeiro, in "O Guardados de Rebanhos"
Heterónimo de Fernando Pessoa

domingo, 24 de setembro de 2017

E se as ofertas não são ofertas?

Entre 2013 e 2016 vimos a freguesia de Forninhos a cometer erros de palmatória, a vender baldios e pior ainda a permitir o seu registo por usucapião, o que é ilegal, isto quer dizer, que os "compradores" entraram na posse do bem ou direito a passagem há mais de vinte anos, o que é mentira.
Ao longo dos séculos, os baldios foram objecto de cobiça dos mais poderosos, sendo muitos os episódios e todos estes episódios enfrentaram a contestação das populações, originando revoltas, algumas das quais bem próximas, no período do Estado Novo, tão bem relatadas por Aquilino Ribeiro em "Quando os lobos uivam". Não se estranha por isso que, Forninhos  também conteste no século XXI a sua privatização.

FACTOS

Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 39/76, de 19 de Janeiro:

"Os terrenos baldios encontram-se fora do comércio jurídico, não podendo, no todo ou em parte, ser objecto de apropriação privada por qualquer forma ou título, incluída a usucapião."

1.º baldio - artigo 2898 - 5.873m2 
Não se conhece a Acta que aprovou por unanimidade a venda destes 5.873m2, sabe-se apenas que foi vendido no mandato de 2009/2013 a € 4,00 o m2 o que dá = € 23.492 e foi escriturado por usucapião.


Curiosamente os "compradores":
- oferecem uma capela ao cemitério
- uma churrasqueira c/ telheiro e balneários para o parque de merendas
- há placas beneméritas a prová-lo.

2.º baldio - artigo 2900 - 3.878m2 a € 4,00 = € 15.512,00 e foi escriturado por usucapião.
Conhece-se a Acta.



- oferecem uma estátua ao emigrante (está no parque de merendas)
- dá-se um almoço à população
- oferecem portas e janelas para a sede da Junta (mas agora assumiram no comício do psd que não foram oferta) - também não há placas beneméritas a provar esta oferta.

E se as ofertas não são ofertas? 

Vou levantar um pouco do véu: a Polícia Judiciária, investiga a freguesia de Forninhos porque a minha terra esqueceu a sua história, não respeita as leis existentes e porque afinal de contas "não bate a bota com a perdigota". Simples.



Em 1979 a Junta de Freguesia de Forninhos passava guias de pagamento, o normal seria em 1980 existir também prova igual e há, há pelo menos guias de receitas (feitas em computador) dos baldios vendidos no mandato 2013/2017. Do 1.º baldio, vendido entre 2009/20013, é que não se conhece «nada». Por enquanto...

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Unidos por Forninhos

As terras do interior, todos sabemos, debatem-se com muitas dificuldades, cada vez mais as pessoas procuram o litoral e ainda o estrangeiro, mas verdade seja dita, nada ou pouco tem sido feito para inverter esta situação. A desertificação do interior condena, desde que não se acomodem. Ninguém está condenado ao insucesso desde que lute com afinco e hajam apoios sérios, que embora transversais, sejam transparentes. Mas claro, os forninhenses não podem esperar algo diferente quando se faz o que sempre se fez. É por isso importante fazer diferente, identificar essas diferenças e potenciá-las. Na diferenciação está a possibilidade de despertar curiosidade e atrair atenções. Acima de tudo, é preciso potenciar Forninhos. Basta mais do mesmo!


Este é o nosso propósito, que no ponto de partida se reclamasse  por um Forninhos Unido  e é por isso que deste modo simples vimos dar a cara lavada pela nossa terra, sem apontamentos maldizentes. O que nos poderão criticar, será apenas a nossa honradez uma palavra esquecida... por outrém. 

Por aqui, bem...
Um ou outro amigo no termo condigno, uns conhecidos ao engano por culpa própria e o "anjo" do costume que onde cola não larga...
Tiro o chapéu a alguns termos, tais como "Juntos" e "Futuro".
Pensava que essas premissas tinham ficado na gaveta há 8 anos. 
"Considero" que gosto do cartaz, tipo a modo empresarial: um vinhateiro, uma empresária e um vendedor de sonhos, o resto e com respeito, enche o painel.
Mas pergunto e por serem responsáveis (presumo), afinal como estão as contas da freguesia, será que amanhã as vão tornar públicas?
Será que amanhã vão esclarecer o povo de Forninhos do porquê de andarem a ser investigados pela PJ?

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Um Forninhos fidalgo


Há ano e meio atrás, soube que Forninhos passou a dispôr de mais uma unidade de alojamento, a "Casa de Campo Fidalgos do Dão", na Quinta de Santa Maria, herdade privada de produção vinícola e frutícola, sob a gerência de Fernando Pires.
Congratulei-me naturalmente, com o facto da nossa terra estar tão apetecível para o turismo, ao ponto de ter agora três Casas: "Casa das Camélias da Beira", "Casa da Fonte da Lameira" e "Casa Fidalgos do Dão", inserida numa quinta com um vinhedo muito bem tratado e de que gosto muito e que pode agora turisticamente promover a vindima e o pisar das uvas.
Lê-se ainda por aí que "podíamos ter outra, que só não está a funcionar por culpa da Câmara". Será verdade? 
Arrefeceu contudo o meu entusiasmo, quando soube que esse novo espaço não tem a menor utilização turística e que a pessoa que a gere sequer reside em Forninhos, mas em Lisboa, deslocando-se de quando em vez a Aguiar da Beira para participar nas Sessões da Assembleia Municipal. Será também verdade?
Sei que a estória do turismo rural já é velha e todos sabemos que pelo país rural inteiro alguns proprietários apenas apostaram neste tipo de turismo para justificarem os fundos públicos que receberam para a construção ou remodelação das casas antigas e solares, porque na prática, algumas apenas foram aproveitadas para sua habitação permanente e nunca receberam hóspedes.
Não sei se a "Casa Fidalgos do Dão" foi ou não construída ou remodelada com dinheiros públicos, ainda assim custa-me a aceitar que nos dias de hoje se aprovem licenças e projectos desta natureza e, depois, quem por lá passa encontra a casa fechada, quando cheia traria receita fiscal ao Estado. Só assim se justificaria mais uma casa de turismo em Forninhos. Ou não?
Há muito que digo que muita gente apareceu endireinhada desde a década de noventa não se sabe como, mas como não existe ninguém para fiscalizar anda tudo por lá ao "Deus dará"...
Dizem que alguns até se serviam dos fundos públicos para comprarem uma "bomba" de 4 rodas.

Foto do exterior retirada daqui:http://www.fidalgosdodao.pt/index.php/casa

sábado, 9 de setembro de 2017

Em 1939 o Porto (Forninhos) era assim


Para sabermos mais um pouco dum local que todos nós conhecemos, deixamos uma foto tirada há muito tempo atrás, por António Marques, ao seu sobrinho Virgilinho, a quem pertence esta magnífica fotografia (Obrigada Sr. Virgílio mais uma vez pela colaboração), onde se pode ver o ainda existente Cruzeiro do Porto, mas adorava ver esta fotografia com maior resolução, porque talvez alguém pudesse identificar os adultos.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Vinho, vinho meu...

"Sei bem como se podem mandar amostras para concursos. Às vezes o que lá está dentro não é exatamente igual ao que vai para o mercado"
João Portugal Ramos, Enólogo e produtor de vinhos

1.º concurso de vinhos de Forninhos - 18/07/2010

Sobre a prova de vinhos, naquele dia encontravam-se a conversar na Lameira, o António com o Alberto, mais o Fernando que vive em Lisboa. A determinada altura diz o António:
- Quase não era necessário haver provadores, já todos sabem quem vai ganhar...
- Felizmente que o concurso vale o que vale... Mas se houvesse gente para enfrentar o poder instalado e exigir transparência, outro galo cantaria retorquiu o Fernando.
- Tens razão, diz o  António,  por vezes, é mais fácil estar no nosso cantinho e nada fazer  para mudar as situações.
-Mudar o que está mal, queres tu dizer - retorquiu o Alberto.
- Sim, mas é muito difícil...todos se calam. (silêncio).
Resignados, os três amigos dali abalaram sem mais demoras, pois chover no molhado estragaria a pinga!
Mais à frente, nova paragem, e diz ainda o António para o Alberto:
- Olha lá, achas que o que ganhou outra vez, é de cá?
- Outra vez essa pergunta, responde o Alberto, sabes bem que eles é que percebem da poda. Seja branco ou tinto, está tudo controlado...
Já farto da conversa e a leste destas artimanhas e já com a garganta seca o de Lisboa, o Fernando, quase suplica:
- Afinal, bebemos ou não um bom tinto da terra?
- Nem é tarde, nem é cedo, vamos à minha adega. Dizem ao mesmo tempo os dois.
Foram e demoraram, mas ainda hoje o lisboeta diz que eles mereciam ganhar o prémio de melhor vinho de Forninhos.