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sábado, 23 de setembro de 2023

Outono outra vez


"O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura..."

Miguel Torga

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Trovoadas de verão

"A oito de Setembro de 1938, formidável trovoada, de como nunca houve memória, fez abater aqui uma verdadeira tromba de águas que transformou as ruas em ribeiros caudalosos, afogando animais nos cortelhos e poleiros. Os rios cresceram assustadoramente. Na ribeira, dois moleiros estiveram em perigo de vida, agarrados à cumieira do moinho ameaçado de desmoronamento pela força da corrente; colhidos lá dentro de surpresa, só no tecto encontraram refúgio.
Esbarrocou terras, arrancou árvores, derrubou muros, levou e enterrou centenas de alqueires de milho e toneladas de batata, sem falar nos prejuízos que deu, inutilizando terras de cultivo. Felizmente, catástrofes assim são raras".
Este texto, retirado do livro "PENAVERDE SUA VILA E TERMO, do Pe. Luís Ferreira de Lemos, fala numa trovoada na nossa região, no ano de 1938, "Foi uma trovoada que desabou sobre o concelho de Aguiar da Beira, as terras altas do concelho de Sátão e as do Alto Paiva. Este, em Reris (Castro Daire), inundou a loja de um comerciante, inutilizando sacas de arroz e açúcar". Com ligeiras diferenças, podia também referir-se ao que aconteceu esta semana em quase todo o território português.


Na aldeia de Forninhos a forte trovoada de 1938 também fez estragos, derrubou muros de lameiros, lenteiros e hortas, tudo levando à sua frente. Desmoronou um moinho nas Caldeirinhas e dois na Eira e também desmoronou o lagar de azeite do Senhor José Baptista, já desactivado para aí 2 ou 3 anos antes da enxurrada, devido a um incêndio, segundo a informante Maria Augusta Guerra.

sábado, 2 de setembro de 2023

Tília de uma vida

Ali no Oiteiro vive uma "Árvore sagrada das antigas civilizações germânicas, dotada de uma longevidade pouco vulgar, a tília..." da Tia Eduarda.

frente da casa

Não sei a sua idade, já não conheci a tia Eduarda, uma irmã da minha bisavó Maria Matela, mas sempre que ali passo fico encantada pela imponência do porte, pela majestade do aspeto. Esta tília redondíssima fascina-me!
E quando ouço falar dos serões lá passados à sua sombra, no verão, entre amigos, lembro logo do título duma canção que andou na moda "Dragostea din tei", que significa "O amor sob as tílias".

Do lado de quem sob a ladeira

Talvez por isso há quem diga que se a tília falasse já a tinham cortado há algum tempo atrás...não sei, acho que se a tília pudesse falar contaria histórias de maravilhar, mas só quem as viveu sob a sua sombra as pode recordar...
Eu vejo a tília da tia Eduarda como uma guardiã fiel e embora sem as companhias de outrora, a sua vida ainda não acabou. "Diz-me a tília a cantar: Eu sou sincera,
eu sou isto que vês: o sonho, a graça,
deu ao meu corpo o vento, quando passa,
este ar escultural de bayadera...
E de manhã o sol é uma cratera,
uma serpente de oiro que me enlaça...
Trago nas mãos as mãos da Primavera...
E é para mim que em noites de desgraça
toca o vento Mozart, triste e solene
e à minha alma vibrante, posta a nu,
diz a chuva sonetos de Verlaine..."
(...)Florbela Espanca - A Voz da Tília (Charneca em Flor, 1930).

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Balanço da Festa de Agosto

A festa de Agosto, é sinónimo de encontro de pessoas que já não vemos, há pelo menos um ano e isso é positivo, permite-nos dar beijinhos e abraços sentidos a todas elas, sem o estranho covid a pairar no ar. 
Todo o movimento/agitação que trouxe à vida comunitária, também é/foi positivo.
A atuação das concertinas, voltou a dar aquele ar de festejo popular à moda antiga no terreiro do Santuário. Foi uma boa aposta para a tarde do dia 15.
O ponto menos positivo da festa foi a atuação dos grupos musicais da noite, que ficaram muito aquém do habitual. A meu ver, temos vindo a decair desde a última festa antes da pandemia. Não havia necessidade.
Da programação religiosa, o Facebook está cheio de fotografias e vídeos, realçando o melhor: procissão, andores, capela e como cada imagem vale por mil palavras, como dizem os manuais de comunicação...está tudo dito.
Aos Mordomos fica o reconhecimento pelo empenho e esforço feito e os nossos Parabéns!

Andor de N.S. dos Verdes- 2023

Vejam mais fotografias em:
Para melhorarmos apenas duas achegas, pois as tradições por vezes já não são o que eram e vão-se perdendo pormenores:
1. Se é para continuarmos a levar os andores em tratores, porque deixamos de transportar o Mártir São Sebastião e o Menino Jesus como era de tradição e os trocamos pelo Santo António e pela Virgem de Guadalupe?
2. E se deixamos de levar o Menino Jesus, porquê vestir alguns meninos com o traje  da Cruzada Eucarística? 
A acompanhar os tempos, o reatamento das tradições está a aparecer por todo o lado, menos em Forninhos não sei porquê. Já nem falo das representações bíblicas dos anos 70 e 80 do século passado que nos fizeram tão felizes e motivava as pessoas a acompanhar a procissão e outras a deslocarem-se ao Santuário para ver chegar os andores. 

sábado, 5 de agosto de 2023

Forninhos - Festa de N.S.dos Verdes 2023


O cartaz da Festa em honra da Senhora dos Verdes está bem bonito, com fogo de artifício! Mas acho que o fogo já não tem lugar, está proibido. Estava aqui apenas a olhar e a lembrar-me dos foguetes das festas. No dia que chegavam era logo lançada uma descarga anunciando a sua chegada e assim começava a festa de Agosto...e na manhã cedo do dia 15 toda a gente despertava ao som da alvorada, era bonita essa salva de foguetes...os foguetes acompanhavam a procissão e ainda havia, à noite, os foguetes de lágrimas.
É uma pena os foguetes terem acabado, acho que muitos partilhamos essa saudade dos foguetes. 
Venha daí. O programa é interessante, visto que contém as atividades religiosas e profanas desta festa.
Nós já cá estamos. 
Regressamos no final de agosto.  

domingo, 30 de julho de 2023

Caninhas

Os gladíolos também chamados de palmas, na nossa terra são conhecidos popularmente por "caninhas"Existem numa grande variedade de cores e são muito utilizadas em arranjos florais ou em vasos, pois são lindas, vistosas e têm longa duração.

(gladíolos, foto da net)

A seguir hão-de vir "as caninhas de São José". Acho que lhe puseram este nome, porque quer as imagens, quer as pagelas que representam o santo, geralmente mostram uma açucena florida na mão.
Também fazem lindos arranjos e exalam um perfume acentuado. 

(açucenas, foto da net)

Mas há mais caninhas na nossa terra

foto da net
De cor laranja-avermelhadas, normalmente são misturadas com outras flores.