a tia Raquel no carreiro da Perdamêda) |
Em Forninhos, que eu me lembre, as mulheres apesar da viuvez de muitos anos, não voltavam a casar e muitas criaram e educaram 4, 5, 6 e mais filhos, sozinhas. Mas estas mulheres, sem nunca baixarem os braços, conseguiram retirar da terra o sustento para elas e para os seus filhos. A tia Raquel é um desses exemplos, ficou viúva muito nova, o seu marido Luís Coelho, que era Pedreiro de profissão, morreu numa pedreira no dia 28 de Novembro de 1958. Eu sempre me lembro da tia Raquel viúva.
Um dos seus quatro filhos, Ilídio Castanheira Coelho, morreu na Guerra do Ultramar, na Região Militar de Moçambique, no dia 26 de Maio de 1974, tinha 21 anos de idade e está sepultado no cemitério de Forninhos.
Quando o pai morreu o Ilídio tinha 6 anos de idade, nasceu no dia 16 de Agosto de 1952.
Um dos seus quatro filhos, Ilídio Castanheira Coelho, morreu na Guerra do Ultramar, na Região Militar de Moçambique, no dia 26 de Maio de 1974, tinha 21 anos de idade e está sepultado no cemitério de Forninhos.
Quando o pai morreu o Ilídio tinha 6 anos de idade, nasceu no dia 16 de Agosto de 1952.
Estas mulheres foram, são e serão sempre um exemplo de grande coragem, pela força demonstrada por elas, sempre que se levantavam de manhã cedo, para mais um dia de trabalho. Lavravam as terras, colhiam mato para estrumar as camas dos animais, semeavam, plantavam, regavam, tratavam dos animais, da lida da casa, dos filhos...
A Natália Cavaca foi quem cedeu estas 2 belas fotografias.
A Natália Cavaca foi quem cedeu estas 2 belas fotografias.
A minha avó foi sempre uma mulher de força e coragem como diz a Paula. Criou quatro filhos sozinhas. Naquela altura não havia abonos nem subsídios, como há hoje, nunca precisou de relógio, ela sabia as horas pelo cantar do galo e pela sombra.Foi uma mulher de gerra.
ResponderEliminarSer amigos dos avós
ResponderEliminarNão se faz nada de mais
Porque eles são para nós
Os nossos segundos pais
Os avós são nossos amigos
Que jamais esqueceremos
Porque amor igual ao deles
Nunca mais teremos
Tomaste conta de mim
Deste-me a melhor educação
Obrigada avozinha
Do fundo do coração
A tia Raquel! ainda a conenheci, mulher de garra sim.
ResponderEliminarTrabalhou e muito fez para a criação dos seus filhos.
- Bem me lembro deste caminho, deste e de outros do mesmo genero, não sei porquê, mas estes carreiros fazem-me sentir como nos tempos em que ali vivia.
Boa Noite.
Conheci tambem mulheres assim, de fibra, de garra, mulheres fortes e sofredoras, mas não amargas, eram amorosas e doces, e criaram seus filhos com honradez.
ResponderEliminarbjs
Tina (MEU CANTINHO NA ROÇA)
Quem não se lembra da boa disposição da tia Raquel, eu lembro-me dela sempre assim. Era muito amiga da minha avó Coelha, bem como a tia Augusta do Adriano, que também ficou viúva muito nova e criou sozinha os seus muitos filhos.Os filhos mais velhos ajudavam a criar os mais novinhos. Era assim esta geração de mulheres “de armas”, que apesar das poucas posses que tinham, criaram 4, 5, 6 e mais filhos. Muitos dos filhos dessas mulheres quando chegaram à idade adulta, saíram de Forninhos à procura de melhores condições de vida. França, Brasil, América, Lisboa e outras localidades do país, e hoje já vão regressando com a sua reforma. Mas também alguns filhos destas mulheres de antigamente nunca saíram da aldeia.
ResponderEliminarGosto muito do 1.º comentário. Mulheres como a tia Raquel não usavam relógio, orientavam-se pelo canto do galo e pelo sol/sombra. O seu vestuário era saia, blusa, avental e lenço na cabeça. Quando o frio apertava usavam um xaile grosso. Nos pés calçavam tamancas ou chinelas. Algumas andavam mesmo descalças. Aos Domingos ou dias de festa é que havia diferença, por vezes usavam sapatos, tiravam o avental e algumas o lenço, exibindo um bonito carrapito com uma travessa. Era com esta travessa que se penteavam.
Quando vi estas fotos vieram as lembranças de quando passava neste carreiro da Perdamêda com a minha avó Coelha; da tia Raquel com as suas cabras; do tio Casimiro Guerra no seu terreno, a ralar milho ou apanhar chícharos. Nestes anos todos nunca mais por ali passei. Fi-lo em Agosto de 2010, aquando da Caminhada de Forninhos. Diferente a paisagem. Nem consigo imaginar este carreiro antes de ser limpo no ano passado. Na minha memória é assim que me lembro dele, bem batido, com o cheiro das ervas, rosmaninhos e flores selvagens à beira. Havia também umas mimosas do lado onde hoje está a casa do Henrique Lopes. Apareciam no caminho lagartixas e às vezes lagartos grandes. A minha avó contava-me uma história sobre estes bichos, a história do “Sr. da casaca verde”.
ResponderEliminarEste carreiro é um dos mais pitorescos da nossa aldeia. Dentro da povoação, sentido Moncões-Olivais também há um pitoresco. Era um carreiro também bem batido que acho que se prolongava até à Laginha.
Boa tarde a todos.
ResponderEliminarEsta mulher, (não digo senhora, porque este titulo só se aplicava a quem tinha uma vida mais folgada) que ainda está na memória de quase todos os forninhenses, era realmente, de rija têmpera, como outras desta aldeia e outras tantas como a nossa.
Algumas tinham umas velguitas onde semeavam uns feijões e plantavam umas couves, outras nem isso, tinham de trabalhar as terras arrendadas e pagar a renda aos senhorios e, sabe deus com que sacrifícios.
Quando ficavam viúvas prematuramente, lá tinam de criar os filhos sem qualquer apoio.
Fotos como esta, onde se vê a tia Raquel com um molho, creio, de hastes de grão de bico, assim como outras que já por aqui passaram, podiam e deviam estar já acauteladas para futuro museu ou historia da aldeia, se é que os nossos autarcas já pensaram nisso.
Tias Raqueles, ainda há algumas na freguesia, mas não tarda que desapareçam e com estas, o testemunho vivido da transição radical do nosso modo de vida.
Se calhar já pensaram, mas para isso têm de pôr o orgulho de lado, não acha ed santos?
ResponderEliminarEstas fotos têm para aí 30 anos e desde então houve uma transformação radical, o velho mundo rústico extinguiu-se, e as “Raqueles” de Forninhos, essas, estão mesmo em vias de extinção, contam-se pelos dedos de uma mão.
Neste Post fazemos menção especial às mulheres de antigamente, que foram grandes mulheres e que devem ser sempre lembradas. Também houve grandes homens.
ResponderEliminarHá mais ou menos cerca de um ano, lembrámos aqui os naturais do nosso concelho que “pagaram” com a vida a sua participação na Guerra do Ultramar, entre eles o filho da tia Raquel, Ilídio Castanheira Coelho.
Na campanha eleitoral foi prometido um MONUMENTO em homenagem aos Ex-Combatentes. Num ano, em que se comemoram os 50 anos do início desta ofensiva militar, espero que Junta de Freguesia não o esqueça e que este ano seja feita uma homenagem (com ou sem Monumento) a todos os que tomaram parte nesta ofensiva, mesmo os que regressaram com vida.
Sobre este assunto, podia fazer um Post e não um comentário, mas para já fica esta anotação que é para se lembrarem de assinalar esta data. Que não digam que ninguém avisou ou que avisaram em cima da hora!
Conheci muito bem a tia Raquel ,era minha visinha , boa mulher , ficou viuva bastante nova mas criou os filhos com educacao.Ainda andei com a Julieta na escola fomos sempre amigas .
ResponderEliminarEstou a ver as fotos e recordei muito bem a maneira dela , quando vinha de santa maria com o molho a cabeca e as cabras atras . Naquele tempo os terrenos eram todos cultivados , como os carreiros eram estreitos as cabras iam comendo aonde chegavam , os donos diziam que as cabras da tia Raquel comiam tudo por onde passavam, ela tinha uma maneira muito engracada de falar dizia entao que facam os caminhos mas largos , as cabras precisam de comer para darem o leite para fazer o queijo .
Que descanse em paz. N. C.