Contei aqui há uns três meses, a lenda da moura encantada que uma só vez em cada ano estende suas roupas finas numa nascente na Barroqueira (fonte da moura). Entretanto, comentário puxa comentário, a imaginação levou-nos a outras "paragens": às Dornas, um lugar encantador, que logo à entrada, como que a anunciar tão belo lugar, encontramos este arranjo de flores naturais e de rara beleza:
Depois...de passar os labirínticos meandros dos rochedos graníticos e por vezes apocalípticos, sobre os nossos pés e alguns muito procurar o sítio,
eis que vale a pena olhar e sentir a serenidade e frescura do lugar,
não digo que parece estarmos no paraíso, tão distante nos fica o céu,
mas sentimos que estamos noutro mundo!
mas sentimos que estamos noutro mundo!
Diz a lenda que a bela moura encantada vinha aqui banhar-se
neste pequeno lago de água cristalina
E...talvez por isso ainda hoje podemos ver restos da ornamentação
É pois o sítio perfeito para esperar pelo amado e namorar, só que ao pressentir a sua aproximação entre os rochedos deste seu refúgio, a mourinha encantou-o para sempre. Claro que ninguém o vê, só mesmo a objectiva o descobre...e com o passar dos séculos este apaixonado, não correspondido, continua encantado, neste sítio que veio a chamar-se Dornas.
Fotos "As Dornas" de Ed Santos que me apraz divulgar. Tenho pena que as caminhadas não passem mais vezes por este lado da Serra. Os mais velhos já têm dificuldade em descer às Dornas e se os mais novos não passeiam por aqui, com o passar dos anos ficará esquecido este "paraíso".
Uau!!!
ResponderEliminarQue lugar lindo!!!
bjs
Ritinha
Que maravilha de lugar,nada mais calmo e tranquilo!! beijos,adorei!!chica
ResponderEliminarSuperjoia o que nos apresentou, Paula! Mistério, paixão, lindas paisagens e BONITA LENDA!
ResponderEliminarUm abraço carinhoso nesta 5ª feira....
Preciosa a lenda da moura encantada e às Dornas da Barroqueira...Me ha encantado la Fuente. Cuando vaya por esos lares he de visitar este hermoso Paraje.
ResponderEliminarAbraços e beijos.
Olá Paula, que lugar paradisíaco! Talvez por ser o lugar da lenda de moura encantada, o ache semelhante, tanto no que respeita à vegetação como às grutas, a alguns recantos da Regaleira em Sintra e que partilhei há dias. Sítio também de mistério mas de encanto! A vossa terra é muito bonita! Portugal é muito bonito e não vamos deixar que o destruam. Um beijinho Ailime
ResponderEliminarAs Dornas, quase apetece dizer, minhas queridas Dornas.
ResponderEliminarTem magia este sítio, magia essa difícil de descrever a quem por ali andou desde que aprendeu a caminhar e os passos aqui chegavam, acompanhando o pai a caminho do moinho, ali ao lado.
"Cuidado, não caias dentro delas que vais parar ao fim do mundo".
O buraco metia medo e diziam que se ouvia o barulho do mar.
Como podia, se ao longe estava S. Pedro e mais acima os Cuvos.
Mentiroso, o mar devia estar muito longe, embora nunca o tivéssemos visto.
Contornando o ribeiro, descidos uns quantos penedos, estava, como sempre lhe chamei, a Gruta. A água que escorre, fazia e faz uma pequena lagoa, tão cristalina e tão fresca que quase não apetece tocar, por respeito a ser imaculada.
Sempre soube bem ali sentar, vendo o muro, ou o que dele resta, coberto de musgos, heras e fetos, malditas silvas, ou se calhar não, pois cobertas de amoras ficam lindas.
Por tudo isto, é difícil descrever o Encanto.
Passem por lá, sentem à beira da água, fechem os olhos, ouçam o barulho da mó do moinho de outrora, o ralhar dos gaios, o piar, se for tarde, do mocho e da coruja, as lamechices da raposa e lá longe, muito longe, o lamento da moura que aqui verte suas lágrimas.
Simplesmente magia neste paraíso.
Parabéns Paula por este post que nos mostra um dos sítios mais belos de Forninhos, onde a natureza foi generosa.
ResponderEliminarQuem por aqui passe e pare um pouco, não pode ficar indiferente á sua beleza natural, ao seu encanto, e porque não!? Ao seu mistério.
Nesta altura do ano não corre água, o rio está seco, só se vê a “banheira” da mourinha ainda cheia, mas o seu arvoredo com sombras refrescantes nestes dias quentes de verão, a ornamentação das heras e fetos, o espetáculo curioso e deslumbrante de rochedos esculpidos pelo bater das aguas durante seculos ou milhares de anos, criando, emoldurando efeitos curiosos, não nos deixam indiferentes.
Já se fizeram caminhadas com passagem por este local, estas fotos, creio que foram de uma delas em que eu participei, já lá voltei, e quero voltar mais porque este é dos lugares mais acolhedores da serra.
Aconselho-vos a vir cá, garanto-vos que a moirinha não se importa e não vai fazer o mesmo que fez ao seu apaixonado que em vez de corresponder, o encantou para sempre.
Mas pelo sim pelo não, quando cá vierem tragam a vossa princesa, não vá o diabo tece-las, uma vez que este local não é só belo mas também misterioso.
No meu ponto de vista, as Dornas do Moinho da Carvalheira, que tão bem conheço há tantos anos, são a fronteira entre dois mundos rurais, o terminar das serranias que emolduram S. Pedro e Cuvos, já aqui milhentas vezes faladas, enaltecidas, quase endeusadas, frias, mas de imponente beleza na sua austeridade.
ResponderEliminarDeixando penedos e aridez para trás, não obstante carregados de história, a Carvalheira é o ponto de viragem, como se a pequena lagoa formada por debaixo das Dornas, fosse a mãe da fertilidade que Cabrancinhos abaixo, o pequeno riacho leva até Forninhos.
Por entre lenteiros, depois lameiros e ainda depois, hortas verdejantes, fecundas e viçosas, neste vale encantado da minha terra chamada Forninhos que tal como a moura nos continua a encantar.
Reparando bem e tentando desligar da nostalgia da serra, encantada para "turistas", má e medonha para quem ali absorvia na labuta ventos e geadas, tantas vezes excomungada num "raios partam estas fragas que o vento fustiga e nem se mexem", não serão tão bucólicas. Mas vamos continuar a tê-las como tal.
ResponderEliminarTerras de centeio e feno, recolha para a feitura de estrume sob a forma de carumas e giestas depois transformadas pela cama do gado.
Os Cuvos, junto ao ribeirito, lá iam dando um raquítico milho e apesar de tudo, bons chícharros.
A partir da Carvalheira, sim, começava a ficar desenhado, qual hall de entrada de nossa casa, a estabilidade e fartura, mesmo sendo na força dos braços e na coragem e sabedoria de quem a terra trabalha.
Basta ver ainda hoje, até ao limiar da nossa terra, a qualidade de terrenos, mananciais de àgua, frutas, uvas, legumes, tanta coisa.
Nisto tudo terá estado a razão de tantos povos que marcaram e deixaram marcas espalhadas pelo mundo, a terem elegido e ocupado como se deles fosse.
Era apetecível
E tudo começou naquele pequeno ribeiro que ainda curto mas de percurso sinuoso, no local das Dornas parou, moeu alguns grãos de centeio, comeu e descansou.
Namorou com a mourita, pediu conselhos a quem hà séculos ali estava e largou rumo ao local que é hoje Forninhos.
Foi fácil, era a descer e deslumbrado, este ribeiro, tal como a moura, por ali ficou.
Até hoje!
Este ano, quando vinha de visitar este local encantador com um amigo conhecedor dos tempos em que percorria aqueles caminhos, não como hoje, a passear mas em trabalho para estes lados, dizia ele, que num certo local próximo de onde hoje extraem saibro e despejam os resíduos, havia uma pequena elevação onde havia uma cruz, e que ele e todos que por ali passavam com destino á carvalheira, cuvos ou barroqueira, se viravam para trás e se benziam, pedindo para voltar porque julgavam ir para o fim do mundo, vínhamos nós nesta cavaqueira, e me dizia que quando chegássemos ao dito local me indicava o preciso sitio onde estava a cruz.
ResponderEliminarQuando chegamos, qual não foi o espanto, OLHA, OLHA !!! No meio do caminho onde estivera a elevação, estava desenhada uma cruz muito bem feita com uma sachola, desenhada no duro saibro, mesmo no centro do caminho que não passava despercebida a quem passava. Possivelmente feita por alguém que ainda por ali passa e se lembra.
É assim, para lá da serrinha, não há só encanto e muito suor deixado pelos antepassados, como tão bem nos descreve o nosso amigo Xico, mas também, medos e muitos mistérios.
Das vezes que passei no caminho que regista o gesto há muito feito e que perdura como marca da passagem dos nossos avós também assinalei a “cruz”. E muitos, de geração em geração, antes de subir, encosta acima, até ao cume da Serra viravam-se para trás e benziam-se, não sei se amedrontados, mas sempre a pedir auxílio e protecção a Nossa Senhora dos Verdes que, daquele local se avistava (a Capela).
ResponderEliminarMas a vida era difícil para todos os que a ganhavam com o suor do seu rosto e corpo e, a verdade é que, para se verem livres de aparições e medos, ao passar em certos e determinados sítios, faziam figas feitas com os dedos cruzados como um amuleto, noutros benziam-se ou rezavam.
Acho que não há canto nesta Serra que não tenha mistérios, seja em ruínas de passado distante ou em “dornas” e “loijas” quase inacessíveis e é por isso que continuaremos por aqui, porque esta terra merece estar no espaço global com a imagem que só ela tem, linda, muito linda!!!
Obs.: Para melhor perceberem, até ao final do mês irá permanecer em destaque, no lado direito da página, a foto da Cruz no caminho.
P.S: Já agora, sobre a "Cruz" eu devia ter dito "a caminho dos Cuvos e Barroqueira...", pois a subida da Serra faz-se por outro caminho. É que descobri que o limite é bem ali onde ainda hoje está a cruz, mas há que sublinhar que dantes havia mais elevação; depois as "máquinas" ao compôr o caminho baixaram-no. A Cruz, diz o meu pai era mais funda e entre o sinal da Cruz e o "Sobe-e-Desce" está um penedinho onde descansavam as pessoas com os molhos às costas.
EliminarEsta foi uma Serra muito importante na nossa região, o nosso verdadeiro berço. Orgulhe-mo-nos disso. É que estas coisas, lá bem longínquas, continuam ainda ligadas aos dias de hoje.
Bom fim de semana.
Paula,
ResponderEliminarEstava com saudade de vir aqui, e aprender mais sobre Forninhos.
Que imagens lindas vocês nos trouxe hoje.
Essas coisas me encantam, e meu pensamento vai longe.
Feliz por estar de volta. Ainda um pouco perdia, mas eu me acostumo logo. rs
Um lindo final de semana! Beijos
Olá.
ResponderEliminarQue lindo lugar.
Fiquei encantada ,me deu impressão de um ar de mistérios rsrs.
Um ótimo dia.
Chego a pensar, talvez um pouco cúmplice do imaginário que nos era criado, a nós crianças depois da ceia, enrolados junto à fogueira da cozinha e no regaço da avó, enquanto qual incenso, o fumo da lenha que ardia e a chaminé connosco partilhava, ouvíamos histórias a que este ambiente nos transpunha para lá, locais mágicos e ao mesmo tempo medonhos, bebendo e vivendo cada palavra.Com isso dormíamos e sonhavamos e quando não, lá vinham os pesadelos.
ResponderEliminarDaí as Dornas serem para nós o baú de todos os segredos e mistérios, uns de medos e respeito, com muitas, muitas interrogações, outros a fronteira que o pequeno lago por baixo das mesma deveria transmitir e que teima em guardar.
Os medos vinham de gerações e crendices continuadas.
Diziam nossos pais quando brincávamos junto ao moinho daq Carvalheira: não vás para longe e tem cuidado, se cais nas Dornas vais parar ao fim do mundo.
Outras vezes a chamada de atenção vinha embrulhada na crença das feiticeiras por ali bailarem em trejeitos dantescos, como que dizendo que até ali, desde a serra,, aquilo não era apenas das mouras, mas também delas.
O tio Carlos Bragança e família andavam a tratar da lavoura, ali aonde os campos começam a revelar fertilidade ao longo do ribeiro, quando a burra que ajudava nos trabalhos fugiu para as Dornas e ali caiu de rabo para baixo (era mesmo burra pois tinha obrigação de saber o perigo que corria por ali andar à tantos anos...).
Aos gritos desesperados do dono, acorreram os cunhados que com muito esforço salvaram o animal. Não fora a sorte e teria ido parar ao fim do mundo, como nos diziam.
Raios, ali devia haver bruxaria!
E assim, entre cenas reais e imaginárias, se vão consolidando os mistérios aqui enterrados e bem guardados...
Com ligação ao açude das Dornas conta-se de facto que o tio Carlos Bragança enquanto tirava água a cabaço para regar, a burra que estava a pastar desprendeu-se ou escorregou e caíu para o ribeiro. Assim que deu conta, largou o cabaço e segurou a burra com os ombros e pediu socorro, mas não o ouviam. A páginas tantas desaparece a água do rego e aí são os familiares que lhe gritam que "não há água"!!!!
ResponderEliminarMas o povo é bom observador de pessoas e coisas, logo perceberam que algo devia ter acontecido e conseguiram tirar a burra daquela inferneira subterrânea.
Parece fantasia, mas não é. No passado as culturas eram regadas com a água do açude das Dornas que corria por si e quando havia pouca era então tirada ao cabaço, um utensílio muito usado na nossa terra, em que o utilizador tinha de ter os pés no fundo e tirava a água para fora.
Quantas histórias ligadas a estes recantos haverá ainda por conhecer?
Questiono-me sobre a origem do termo Dornas ter servido de nome de baptismo deste local.
ResponderEliminarAs dornas tal como sempre conheci (infelizmente agora quase relíquia de museu), era aquele recipiente alto e cilíndrico de madeira que transportava os cachos de uvas da vinha para o lagar, tanta vez por carreiros traiçoeiros, em cima do carro de bois.
Estas a que o texto se refere têm porventura alguma semelhança com as de madeira.
Uma coisa me parece incontestável, desculpem a redundância, ambas estão ligadas ao liquido.
As de madeira, criadas para estarem ligadas ao vinho.
Estas milenares, criadas pela água e para ela servir e dar seguimento ao ribeiro.
Ou quem sabe se no campo da fantasia, os utilizadores do moinho da Carvalheira, em anos tão longínquos, ali não guardavam, talvez à semelhança de pastores e lavradores,aqueles antigos garrafões empalhados e seguros por um rabeiro?
Sabe-se lá!
Sabe Paula, parece que me encantou também a mim!
ResponderEliminarSe bem que lá para os meus lados, há muita frescura parecida, só que não é encantada...
A mousse também a fiz com leita condensado sim.Depois posto
Bjis, bjis
Que bela história e belas fotos também!!
ResponderEliminarAbraços.Sandra
São lendas que existem e encantam um dos enamorados,temos também as nossas lendas e feitiços originárias da sabedoria popular, interessantes. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarPara o homem e mulher da minha terra este local sempre teve algo místico, falo do tempo em que as pessoas de Forninhos não tinham televisão ou antes da migração ou emigração, em que as pessoas eram capazes de tudo por um pedaço de terra de cultivo. Levantavam-se de madrugada para ir para as terras, para estarem lá ao nascer do sol e ficavam por lá todo o dia a trabalhar. Trabalhava-se todos os dias da semana. Diversão só ao Domingo!
ResponderEliminarHavia por lá os pastores com as suas ovelhas e havia os lobos. Dos lobos, hoje restam recordações deles, como património imaterial nas narrativas dos mais velhos (mas isso fica para outro post).
Já as “ Dornas” as pessoas viam este sítio como um abismo e comecei a perceber ao reler umas coisas, não muitas porque não há muitas fontes, que as pessoas eram pouco aventureiras (falo antes da emigração, claro!).Só que hoje fico surpreendida por ver que, nós os forninhenses e outros…somos o resultado disto tudo, somos uma terra que não é capaz de dar um passo em frente…
Um dia talvez alguém me explique porque é que a autarquia municipal (a quem compete desenvolver o concelho) ao longo de tantos anos nunca deu atenção a este local e porque é que as caminhadas até daqui se desviaram! Acho que todos precisamos duma explicação…
No próximo domingo são as autárquicas. Votem em defesa do património desta terra e contra a desertificação - e mais nada.
Bonito post Paula .Estas fotos mostram ,que a natureza e muito bela .Gostei de ler as lendas aqui contadas muito bonitas . Goto das caminhadas na natureza .Beijinhos.
ResponderEliminarPara quem conhece os "ares" desta aldeia, apetece continuar a acreditar em estórias carinhosamente guardadas na tradição arreigadas dos costumes.
ResponderEliminarQuem no local real ainda não sentiu o cheirinho da terra e se deslumbrou num olhar de perder o fôlego pelo que a vista alcança? Apetece sonhar, sonhar...pena é o acordar do sono perfeito...não devia ser assim, pelo contrário, coisas tão belas, bucólicas e ricas,não deviam estar votadas ao abandono.
Poça da Eira, local tão vivo e vivido por crianças e mulheres que com sabão caseiro, tentavam reluzir roupas encardidas a corar nas lajes, agora substituídas por musgos e silvas. Sem gargalhadas e cantigas, muito menos conversas.
Ribeiro dos Moncões que apenas dá um ar de sua graça, quando a chuva tempestuosa o faz transbordar, alagando courelas e lameiros, Olivais abaixo, Romeiros e continuando sem parar...
Nesta altura disfarça o abandono e repulsa no olhar daquilo que era tão belo, repleto de rãs, cigarras, meruges e tanta passarada. Desviava-se a água para as velgas das courelas. Do leito deste ribeiro, resta o perfil delineado por silvas e alguns fetos. Nada bucólico.
A Ribeira de Cabreira e as Dornas, dos locais mais lindos, encantados e mágicos de Forninhos!
Não fosse este blog e já nem se recordaria o lavrador a chamar no lavrar para a sementeira, chamar as vacas ao rêgo, nem poços tirados a cabaço, nem os barbos e enguias apanhados.
Não falando nos moinhos que existiam...
Rio Dão, quase lembrando o rio Jordão da Bíblia, aqui baptismo no nosso rio de tanta lembrança, alegria e aventuras. Está votado ao ostracismo.
São pequenos exemplos do que o ostracismo, inércia e estupidez dos nossos autarcas que a tal tomaram como aliado.
As lendas são bonitas e isso não nos falta. Falta é acordar com coragem sem necessidade de importar o que quer que seja.
Tanta responsabilidade a imputar a Câmaras e Juntas de Freguesia, mas até aí falta a coragem em lhes fazer frente e levá-los a prestar contas pelo depauperar propositadamente o património de todos nós.
Ouvi que um movimento cívico independente, se propôs encetar energicamente esta tarefa, passando do sonho à realidade e hoje não resisto a desejar, a estes bravos que se uniram pela nossa terra e por tal lutam na mudança, as maiores felicidades e dizer que estou do seu lado pelo bem de Forninhos.
Porque sonhos, bastam aqueles que a nossa história já guarda.
Vamos acordar!
Importante o que referes. Só quero deixar uma nota relativa à última parte. Refiro-me a promessas eleitorais e particularmente a uma: sobre os migrantes e, principalmente, emigrantes.
ResponderEliminarEu, aluap, no ‘post’ “A Festa, religião e as colheitas” escrevi isto:
(…)
Sobre os migrantes e, principalmente, emigrantes, diria que mereciam um monumento simbólico, pois são quem dão vida às nossas festas e aldeias.
(…)
E, pasme-se!!!, fiquei hoje a saber que aqueles que me disseram na “Caminhada na Natureza” do dia 11.08.2013, que o que eu escrevo no blog dos forninhenses não é «nada» afinal vieram aqui buscar a minha ideia do “monumento ao emigrante” para usarem como bem entendem numa campanha eleitoral!
Agora a sério: gostava de entender esta tentação de virem ao blog dos forninhenses buscar tudo o que eu escrevo. É lamentável, mas frequente essa gentinha usa o nosso blog com o intuito de ganhar louros que não lhes pertencem!
Aguardando uma explicação dos "pais adoptivos", apresento cordiais cumprimentos.
Penso não ser assim tão difícil perceber a tentação. Quem não sabe cozinhar, das duas uma, ou se guia pelas receitas ou compra feito, melhor, ainda pode roubar.
EliminarLamento dizer-te que sobre as explicações, para variar, bem podes esperar sentada.
O estoicismo e a verdade, colide com o silêncio dos "inocentes"!
Não fora o respeito pelos invisuais, diria que determinados programas eleitorais, deviam ser escritos em braille..Para os cegos de espírito.
Apenas sinto vergonha que ao quererem homenagear os emigrantes, pensar que ainda detinham algum rebuço e respeito. Não, fizeram a antestreia, precisamente no mês de férias,com o esventrar do Largo secular da Lameira que ainda hoje continua de feridas abertas ao luar...
Possivelmente à espera do melhor sítio para a estátua!
Haja paciência pois a vergonha abunda!!!
Muitas palavras usadas no meio rural não aparecem nos dicionários. Não é o caso da palavra “dornas” que significa vasilha grande, de aduelas, sem tampa, de boca mais larga que o fundo e onde se pisam uvas e se conserva o mosto a fermentar/Vasilha em que se transportam uvas para o lagar.
ResponderEliminarMas, atenção, o sítio das “Dornas” recebeu o nome, não pela semelhança com a vasilha “dorna”, antes significa sorvedouro que forma redemoinho na corrente do ribeiro.
* Sorvedouro = Remoínho de água; Abismo, precipício; Aquilo que sorve ou absorve. Fig. Aquilo que origina mortes, desgraça, etc...
Hoje já não se usam as dornas para transportar os cachos (uvas) para os lagares em carros de bois, são transportadas em jigos como nós em forninhos chamamos, são vasilhas pequenas, de plástico e em tratores, tudo mais fácil.
EliminarAs dornas, permite-me a correção, Paula, eram vasilhas sim, de aduelas, com cerca de metro e meio de altura, algumas com mais, mas de boca mais estreita de que u fundo, isto para melhor segurança quando do transporte nos carros de bois, porque os caminhos eram muito irregulares. Ainda hoje se veem muitas entradas nos antigos lagares onde há um rebaixamento em redondo que servia para “cama” da dorna quando se despejava para dentro do lagar.
Claro que estas dornas não têm a ver com as dornas da ribeira de cabreira, estas são muito fundas, são belas, e têm muito de curioso.
Obrigada. "Mea culpa"!
ResponderEliminarAinda tenho aquela vaga recordação de na vindima do Sr. Amaral e do meu avô Antoninho usarem as dornas e possivelmente os lagares tinham esse rebaixamento.
Já as Dornas da Ribeira de Cabreira são, segundo a tradição, anteriores às dornas das vindimas. "Deus apenas fez a água, mas o homem fez o vinho." Victor Hugo.
Mas ambas estão relacionadas com a agricultura e com os agricultores e fazem parte da história desta terra, só que nem umas nem outras interessam àqueles que a representam a freguesia...
Infelizmente!