A nossa serra é protagonista de histórias, lendas, mitos, contos, narrativas, mistérios... já aqui contei a lenda da "cadeira do Rei" e a lenda em que os cristãos que habitavam em Forninhos expulsaram os mouros para ocupar as suas terras... mas, hoje, esta peça, é sobre uma moura encantada, que vive escondida na Serra de S. Pedro, o berço da nossa identidade enquanto povo.
Em toda a parte, há lendas de mouras encantadas e em Forninhos também se arranjou uma história que fala duma moura encantada que vive escondida entre enormes penedias e uma só vez em cada ano - na manhã de S. João, antes do nascer do sol - aparece numa fonte/ou nascente e estende as suas finas roupas e espalha o seu ouro, que só entregará a quem naquela noite a apanhar...mas nunca se deixou sequer ver, pois ao pressentir a aproximação de alguém, magicamente se recolhe até ao ano seguinte; e, por isso, lá entre as enormes penedias, continua encantada, linda, a guardar, pelos séculos dos séculos, grande tesouro.
Por seu turno o Pe. Luís Ferreira de Lemos, conta que em Penaverde, há no sítio da Portela, um penhasco que tem longínqua semelhança com uma cabeça humana emergindo dos ombros é o "penedo da moira". Foi ela que o para lá trouxe à cabeça, numa rodilha de ovos e nele se meteu com os seus tesouros de ouro e prata. E todos os anos na manhã de S. João, antes de nascer o sol, põe cá fora as suas riquezas, apoderando-se delas o primeiro que lhas vir. Partir o penedo? - É perigoso: rebentaria uma explosão que arrasava meio mundo...
São lendas que ainda hoje se ouve contar pela voz dos mais velhos e toda a gente diz que há em todas as regiões histórias sobre as mouras encantadas e tesouros escondidos. Então fica aqui um desafio: quem souber alguma, por favor, sirva-se e deixe-nos aqui em comentário esse contributo.
São lendas que ainda hoje se ouve contar pela voz dos mais velhos e toda a gente diz que há em todas as regiões histórias sobre as mouras encantadas e tesouros escondidos. Então fica aqui um desafio: quem souber alguma, por favor, sirva-se e deixe-nos aqui em comentário esse contributo.
Linda lenda essa e faz parte de uma história de um povo. Esquecê-las ? Jamais. Conservá-las e divulgá-las como vocês fazes, isso sim! beijos,chica
ResponderEliminarQue lindas história, lembro d emeu pai contar essas lendas. Esse é um pedaço da história que não devemos perder.
ResponderEliminarTenha uma ótimo dia.
Acho muito joia as lendas, contos, fábulas... como aqui vc contou, Paula! É bem interessante e empolgante saber!
ResponderEliminarTambém achei bonita a imagem!! (Salvarei p mim, ok?!)
Um Beijo... Boa Noite... Aí são 23h06?!
Linda lenda Xico amigo. Adoro lendas
ResponderEliminarE gostava de retribuir pois tinha uma ótima oportunidade para saber se por lá as houvesse.E se não contava é porque não é terra de lendas.
Terra de garranos à solta, veados, verdes campos, arvores únicas e água pura com pouco mais à mistura. Mas não é lenda. È a verdade do Gerês...
Beijinho
Amiga Manuela.
EliminarA lenda, o post e o blog, são da nossa amiga Paula.
Eu apenas vou contando com gosto, umas pequenas coisas.
Beijo.
Lindo texto e será que uma lenda não tem um pouco de realidade?
ResponderEliminarAbraços.Sandra
Nas lendas, as moiras encantadas são descritas como de grande beleza, cantando e penteando os seus longos cabelos, dourados ou negros como a noite, com um pente de ouro e prometem tesouros a quem as libertar do encanto.
ResponderEliminarTambém diziam os antigos, são as almas das donzelas que foram deixadas a guardar os tesouros que os mouros esconderam, antes de partirem para a mourama, caso do sítio de S. Pedro em Forninhos.
Escorraçados pelo ardiloso exército cristão da nossa aldeia, constituido mais por animais alumiados do que gentes, o rei, sentado na cadeira, adianda hoje chamada Cadeira do Rei, ordenou a retirada para as suas terras tão distantes, mas triste por ter paixão por aquele lugar, do qual se despediu nestes termos:
"Adeus ó nabais dos Cuvos
Adeus ó vinhas salgadas
Adeus lugar de S. Pedro
Onde tinhamos as nossas moradas"
Há quem diga que o rei tinha duas filhas, que ficaram como guardiãs dos tesouros, entre os quais ainda hoje se procura, a grade e o cambão de ouro.
Uma, será esta de que aqui se fala e que aparece na manhã de S.joão.
A outra, sofrida e saudosa ao ver partir o seu amado para as terras da mourama, deambulava pela serra na esperança do seu regresso.
Andou, andou e deu por si num sítio encantador,
um pequeno lago de àgua cristalina, por debaixo de uma gruta, no sítio a que veio a chamar-se Dornas, junto ao malogrado Moinho da Carvalheira.
Era o sítio perfeito para esperar pelo amado e sonhar. E chorar.
Diziam que quem passava por ali em noites de luar, sentia um perfume intenso e uma melodia quase celestial; devia ser um sítio encantado.
Raramente o caudal de água que alimentava o moinho secava, diziam que eram as lágrimas da moira chorando pelo seu amado que o alimentava.
E o barulho da mó, o bater do seu coração.
Um dia a princesa deixou de chorar... e o moinho morreu.
XicoAlmeida, não sei se vivem duas mouras encantadas na Serra, mas uma coisa é certa, nem só de mouras e mouros vive o mito da Serra de S. Pedro: os visitantes apreciam também essas grutas profundas, buracos enormes pela rocha abaixo até às profundezas - as Dornas.
ResponderEliminarContam-me até que num buraco ouve-se lá no fundo um barulho parecido com o marulhar das ondas do mar e que das Dornas se extraiu areia para fazer o talegre, que populares transportaram lá para cima!
Descobri depois que o talegre foi construído por soldados em 1938, mas fiz uma recolha junto de pessoas idosas que me disseram que lá esteve outro, em tempos remotos, mas ninguém já se lembra dele.
A propósito da expulsão dos mouros gostei muito do que escreveste sobre a sua despedida, eu não conhecia. Portanto, obrigada. Agora fica publicado aqui e assim quem nos visitar fica também a saber.
Bela surpresa esta intervenção sobre a expulsão dos mouros, do Lugar de S. Pedro. A verdade é que a história do nosso lugar tem raízes históricas que muito têm a ver com lendas, pois detrás delas há sempre um facto histórico!
Olá Paula, boa tarde,
ResponderEliminarTambém na minha Sarzedas de Vasco, se contava uma lenda da moira encantada: Diziam que ela aparecia a estender roupa ao sol, mas que desaparecia quando as pessoas se aproximavam. Mas na verdade, não consta que alguém a tivesse visto. Infelizmente, com o passar dos anos a lenda foi esquecida, porque com o despovoamento, crianças é coisa que por lá cada vez há menos...
O meu abraço e uma boa semana.
Pois...uma das razões porque as lendas são esquecidas é sem dúvida devido ao despovoamento das nossas terras...
ResponderEliminarÉ evidente que a lenda da moura encantada não passa da tradição popular romanceada em relação com o povo mouro que em remotas eras viveu na Serra e que, no nosso caso, por lá enterrou um tesouro, mas nas vizinhanças da penedia (da foto que se publica) é conhecida pelos mais velhos "a fonte da moura" e dizem que nunca seca. Efectivamente encontra-se aquele sítio verde todo ano.
Merecia uma exploração minuciosa aquela nascente.
Passe também uma boa semana e bem-haja por colaborar connosco.
Este é um daqueles temas que me encantam, sem precisar de ser desencantado.
ResponderEliminarHabitualmente, é no dia de S. João que se acredita que as moiras aparecem com os tesouros e se pode quebrar o encantamento.
Dizem que podem estender a meada de ouro e por vezes figos, num penedo ao luar ou de dia ao sol.
Fica ao gosto da moira...
Os figos fazem algum sentido (já não sei bem se eram figos ou maçãs), pois havia quem apanhasse estes frutos lampos, no dia de S. João.
Eu próprio fiz isso, numa macieira que tinhamos em Valongo e dava maçãs de S. João.
Mas adianta, antes que a "nossa" moira se canse...
O encantamento da moira, só podia ser feito por um moiro, que assim a deixava a guardar os tesouros.
Dizem que apareciam mais junto das fontes, como o caso da nossa "moirinha" de S. Pedro, que por ali ciranda neste dia junto à fonte com o seu nome, no síto da Barroqueira.
Daí a expressão popular de que quem casou em terra alheia, "bebeu da fonte".
Desencantar uma moira tem com certeza segredos, não fossem tão misteriosas. E cuidado, se não for bem feito, pode dobrar o encanto e não se ficar com o tesouro.
Boa noite .Ja tinha ouvido falar nesta Lenda , mas já estava esquecida .Gostei de aqui ler a lenda da Moura Encantada muito bonita.
ResponderEliminarPaula e Xico,
ResponderEliminarJá ouvi várias lendas, sim. Só não lembro exatamente para poder contá-las aqui.
Eu amei essa lenda, e acho que tem muito fundo de verdade, em todas elas.
Um lindo dia pra vocês! Abraços
Olá amigos, e são estas lendas que vão passando de geração em geração que dão encanto a estes lugares alimentando de alguma forma a alma do povo. Beijinhos e continuação de uma boa semana. Ailime
ResponderEliminar
ResponderEliminarOlá Paula , estive a ler as suas lendas ..Belas como todas as do nosso país tão rico em tradições .Ainda bem que as vamos registando , pois os nossos vindouros agradecerão os nossos registos . Tenho andado exactamente ocupada com lendas do meu concelho e , por isso tenho vindo menos aos blogues . Deixe-me referir aqui os belos altares que estão nas outras postagem ; são um encanto .Vá em frente ...Beijinhos
Irei...se Deus quiser irei em frente, porque este espaço tem como principal missão preservar a nossa história, além de ter um papel educativo e social, claro, daí que se não continuar, sinto que contribuo ainda mais para o empobrecimento e esvaziamento de Igreja e Capela e, sobretudo, mentes!
EliminarBeijinhos**
Acho interessante, mas, bicho da cidade, não conheço nenhuma.
ResponderEliminarBeijo
Antigamente, S. Pedro era o local de eleição para os pastores, que por ali abundavam, vigiando os seus rebanhos.
ResponderEliminarTisnados pelo sol do verão, vergados pela "palhoça" que os protegia da chuva no inverno.
Todos eles conheciam a lenda da moira encantada e dos tesouros enterrados.
Um houve no entanto, e na curiosidade da sua juventude, que ansioso aguardava a manhã de S. João e nesse dia se deslocou com o seu rebanho para junto das Lojas da Barroqueira e bem cedinho, ainda um pouco escuro, sentou-se num calhau e aguardou.
Eis senão, por entre os primeiros raios de sol, a vislumbra, era ela!
Afinal a lenda era real.
E ela quanto mais se aproximava, mais bela e sedutora lhe parecia, no seu longo vestido branco imaculado, esvoaçando na brisa, juntamente com os longos cabelos negros, negros como a noite. Na mão uma simples e bela cestinha dourada. Sentou-se num penedo, retirou pequenas coisa também douradas da cesta e estende-as na pedra, para a seguir começar a pentear seus cabelos, enquanto cantarolava e à distância olhava o jovem pastor.
Este siderado não aguentou o lhar, fechou os e cantou para ela:
"Ó linda moira encantada
Encantada de magia
Tanto o coração esperou
De te poder ver neste dia
De te poder ver neste dia
O dia de São João
A pentear teus cabelos
Sentada na penedia
Sentada na penedia
Nas Lojas da Barroqueira
Ó linda moira encantada
Quero estar à tua beira
Quero estar à tua beira
E pentear teu cabelo
Enquanto rodas o fuso
Segurar no teu novelo
Ó linda moira encantada
Encantada de magia..."
O pastor faz um terrível esforço para abrir os olhos e encarar a reacção da moira, mas esta já havida sumido.
Rápida e celeremente correu em direcção às lojas, com o rebanho atrás e entrou naquele labirinto medonho de granito, que penetra no coração da serra.
Mas o pastor e suas ovelhas, nunca mais apareceram.
Dizem que na manhã de S. João, bem cedo, se ouvem as campainhas das ovelhas, junto à Fonte da Moira.
Parabéns!
ResponderEliminarNo imaginário forninhense sempre esteve presente a figura da moura encantada, com referências a sonhos, visões e contos passados de gerações.
Será que os antigos, que praticamente viviam nesse local e conheciam todos os cantos e recantos alguma vez no S. João passaram à “acção”?
Nós de Forninhos conhecemos pessoas que tentaram encontrar o tesouro enterrado pelos mouros (uma grade de ouro e um cambão)…escavaram…e...escavacaram...e nada!
Foi bom falares das “loijas” da Barroqueira. Loijas essas, que no imaginário forninhense também são atribuídas aos mouros, que para o povo eram uns selvagens no antigamente, que viviam lá ao longe, e que tinham de ser expulsos.
ResponderEliminarSe tiverem oportunidade de fazer uma recolha oral, como eu já fiz, contam que em S. Pedro antigamente viviam os mouros, aquilo estava cheio de “loijas”, eles enfiavam-se lá dentro e não se conseguiam apanhar, porque aquilo era um labirinto e sempre que os tentavam apanhar, eles metiam-se lá dentro…até que um dia declaram-lhe guerra. Como não tivessem homens suficientes, juntaram todos os rebanhos, puseram em cada chifre de cada animal uma vela, levando os homens grandes archotes na mão. Julgando ser um numeroso exército, os mouros decidiram fugir e na precipitação da fuga e na incerteza, esconderem um tesouro e deixaram uma moura encantada a guardá-lo, pelos séculos dos séculos.
Esta lenda era contada com tanta convicção que cheguei a questionar-me: Será que foi mito ou realidade?!
Forninhos é uma pequena aldeia mas, propícia ao imaginário, tais os cantos e recantos que a constituem.
ResponderEliminarSão as nossas lendas, como tantas outras por este país mas, as nossas serão porventura especiais, não por serem nossas, mas pela beleza encantadora daquelas penedias que prendem mistérios insondáveis. A serra de S. Pedro.
A nossa história local a isso propicia. A nossa descendência e passado, foram reais.
Tão fértil em fantasia, que ainda há gente que teima em ficar "lendária", por razões diferentes, só que infelizmente também reais!
Lendas da nossa terra, só conheço a lenda da moura encantada.
ResponderEliminarAqui onde eu vivo nem Sintra há uma lenda que é assim.
Dizem os mais velhos que na serra de Sintra há um tesouro encantado escondido debaixo de um penedo. E quem conseguisse derrubar o penedo atirando-lhe ovos ficaria com o tesouro. Uma velha meteu então na cabeça que esse tesouro havia de ser dela. A velha começou a juntar tantos ovos quanto podia, quando já tinha bastastes ovos começou pouco a pouco a carregar os ovos até ao penedo e começou a atirar os ovos um a um para o penedo com toda a força que tinha. Quando acabou com os ovos e o penedo continuava ali lavado com ovos, a velha ficou muito zangada.
Ainda hoje esse penedo tem musgos amarelos, dizem as pessoas que por causa dos ovos que a velha atirou.
Obrigada Maria pela lenda do penedo dos ovos, da Serra de Sintra.
ResponderEliminarQuantas lendas não haverá esquecidas e até perdidas sobre povos antigos e outras coisas mais?!
Bom dia.
ResponderEliminarAqui me fico e somente pelas bonitas e encantadas paisagens da nossa serra e toda a zona envolvente.
Locais estes que quebram todo o stress, passando umas horas nessa linda serra, visitando todo o seu " património".
Tal com o sr. Xico diz e é verdade, aquele penedio esconde muitos mistérios.
Quando quero mostrar a nossa serra a minha maior dificuldade é escolher as fotos a publicar no nosso blog, porque são mais que muitas...
ResponderEliminarOptei por deixar esta com a mensagem de que a moura pode estar escondida nas entranhas desta montanha penedia e que há "penedros" que escondem mistérios de um povo que há muitos anos viveu nesta região.
Esta é pois a lenda da "moira encantada", quem quiser vê-la, vá visitá-la junto da fonte com o seu nome, onde vai estender finas roupas e suas riquezas que guarda e que só entregará a quem, nesta noite de S. João, antes do sol nascer, a apanhar.
Boa sorte;)
A "nossa" moira, hoje devia estar mais radiante que nunca. E mais bela!
ResponderEliminarNoite de São João, ainda mais especial por ontem a lua ser vista muito maior que o normal e muitíssimo mais luminosa.
E a "encantada" deve ter aproveitado.
Junto à Fonte com seu nome, deve ter-se espraiado, estendendo seus longos cabelos negros e recebendo magias.
E hoje, no dia de encantos e desencantos, outros tesouros terá trazido.
Será que alguém a viu?
Acho que ela nunca irá ter força em partir.
Foi o lugar de São Pedro que a encantou e por ele ficou enamorada e seus segredos guarda.
Afinal, ela já é umas das "nossas"!
Que nunca te percas nas loijas da Barroqueira e apareças todos os anos, neste dia.