Embora sendo um ano de pouca colheita, aqui e além, pelo S. João a figueira brinda-nos com a primeira camada dos seus frutos - os figos lampos - que são maiores que os da segunda colheita da figueira que ocorre por altura das vindimas. Acho que até é costume, em Forninhos, dizer-se que os do S. João são "figos de três ao prato", quer dizer que são enormes e três enchem um prato. Também há outras figueiras que dão os "bêbaros", mas nunca mais ouvi o termo, mas também não sou fã de figos...
Figueira Lampa |
Parecem não maduros hoje, mas nós sabemos que se calhar amanhã já lá passa algum "lampareiro" e colhe a novidade...e por falar em novidades da época, embora não haja muitas, é também tempo de cerejas e elas aí estão para estimular o pecado da gula, pois quando são boas, começando a comê-las é difícil parar...estas são de graça, portanto, bom proveito!
Cerejeira |
Por fim, gostaria de partilhar convosco um poema de Bernardete Costa, que me lembra a minha adolescência em Forninhos:
"Abraçando a madrugada
colho as cerejas
no sorriso da árvore;
à noite conto estrelas
que me prometem um pedaço de céu.
Como uma raínha
coroada de estrelas
e brincos de cereja feita princesa
de novo sou uma menina
reinventando sonhos à janela."
in "Cerejas aos Molhos"
Belo tema e excelentes fotos, sobre estes dois manjares que nesta altura de tanto calor, deliciosamente nos refrescam.
ResponderEliminarIsto para quem gosta, como felizmente é o meu caso.
Lampos é um pouco o sinónimo de precoce, um pouco fora do seu tempo, por isso mais apetitoso na curiosidade da novidade.
Adorei o poema.
Parabéns!
Adorei as fotos e que bom quem tem a sorte de saborear esses primeiros figos de S.João. Lindo poema!
ResponderEliminarMeu marido, na Itália, no campo, apanhava os figos e se deliciava com aquela gotinha açucarada que se forma quando estão fresquinhos. Os comia com o avô, debaixo de uma árvore em meio ao trabalho do campo.
beijos,ótimo dia, tudo de bom,chica
De cá das férias, estou a ver seu lindo post, Paula!
ResponderEliminarFigos e cerejas, gosto mais de figo com creme de leite em cima...
Um abraço carinhoso...
Oi, Paula... Retornei...
EliminarSabe, respondendo o que comentou por lá, o Brasil é um país tropical e enorme... Assim, enquanto no Sul tá frio agora, no Centro-Oste/Brasília tá frio seco/sem chuva e aqui no Nordeste onde estou agora chove nesse tempo, mas temos sempre sol como vê nas fotos... As estações no nosso país não são tão definidas!
Tchau, querida... Até mais...
As fotos e o tema, fazem recuar uns anos atrás quando miúdos, tipo pardais à solta, iamos à "xinxada" dos figos lampos e das cerejas ainda caroça.
ResponderEliminarNão eram roubos de bradar aos céus mas, gosto pela aventura e o gozo de azucrinar o juízo aos donos das àrvores e mostrar que eramos espertos no gosto de provocar e aproveitar.
O local de eleição para isso, era o Sítio do Lugar, onde abundavam nos quintais, figueiras de figos brancos e pretos mas, interessavam os lampos ou lâmparos, como também se dizia.
Estávamos nun dia à tarde junto à fonte a jogar à carica, na sombra da oliveira, quando passa a Ti Maria e o Ti Manel para acartar água.
Ele um poço de bondade, ela má como a pele das cobras, desconfiada, desconfiada de tudo e de todos. E sovina. (o que aquele homem deve ter passado nas mãos dela...).
Faziamos tempo para repetir o "assalto" à figueira mas, ela que desconfiava de nós atirou:
Ti Maria: Pois! Hão-de lá ir outra vez à minha figueira apanhar os figos lampos, que eu dou-vos o arroz. Vão ver como elas vos mordem.
Ti Manel: Deixa p'ra lá mulher que são garotos, se foram eles foi para desougar. Não vem mal ao mundo.
Ti Maria: Eu lhes digo se são garotos, as mães que lhes dêm comida.
São mas é o diabo em figura de gente.
Livrem-se de por lá os apanhar outra vez.
Deviam ter vergonha. Levam tudo a eito.
Ao que um dos nossos respondeu: Ó Ti Maria, vergonha é os figos caírem ao chão.
Não respondeu.
E lá foram de cântaro na mão ela a resmungar e a esconjurar-nos e ele, o Ti Manel, disfarçadamente olha para nós e num sorriso pisca o olho. Era o convite na sua cumplicidade. Bom homem.
E nós gritamos: Tire-nos as figueiras da frente, que nos vamos a elas!
Aqui por Lisboa, também já se podem ver à venda nas frutarias os belos figos lampos, enormes, mas enorme é também o seu preço: 5.00 Euros o quilo. Vou esperar por Setembro, para comprar os outros, mais baratos... já que não há por aqui figueiras onde se possa "furtar" um, para matar os desejos.
ResponderEliminarO meu abraço, Paula,
Manuel Tomaz.
Que pena pelo computador não poder provar um :(
EliminarAbraço.
A árvore que dá os figos, sejam lampos ou mais tarde pelas vindimas os outros, é de facto uma árvore estranha e curiosa. A figueira.
ResponderEliminarPossívelemete das únicas que dá fruto sem o ser, pois com as flores ou sementes, faz o recheio do figo.
Nunca no quintal ou pomar se lhe viu uma flor.
Parece obra do diabo!
Dizem que depois de Judas nela se ter enforcado, ficou amaldiçoada.
Talvez crendice popular, daí se dizer que é tão má que faz rebentar os lábios a quem come figos perto dela, ou conforme o provérbio popular " uns comem os figos a outros rebentam-lhes na boca".
Tão amaldiçoada que dizem que seca o leite às mulheres que por ela passam.
Tão ruim, que nem pecado é roubar-lhe figos.
Talvez por isso, os melros e estorninhos, indiferentes à maldição a tenham como abençoada e "lhe chamem um figo"!
Na nossa terra, este ano, a fruta amadureceu mais tarde do que o normal, mas as novidades sempre aparecem com o tempo e assim, quase sem se dar conta, aparece o primeiro figo.
ResponderEliminarEu não gosto muito de figos, mas penso que não haverá melhor para os apreciadores que olhar para a figueira e ver ali "à mão de semear" um figo lampo, grande maduro, a olhar...à espera de ser saboreado...
É como as cerejas, assim, que começavam “a pintar” íamos logo a elas...roubadas era quando sabiam melhor!
Pena que estes figos e as cerejas durem tão pouco!
Que lindos frutos, aqui já tive pés de figo,que doce maravilhoso se faz com esse fruto. Mas vou procura para compra rum pé de cerejas que lindos frutos. Muitas vezes não comemos os frutos deixamos par aos pássaros e também para apreciar a beleza de umapé carregado de belos frutos.
ResponderEliminarBjos Aluap e tenha uma ótima semana.
Obrigada Anajá. Além da divulgação, é também importante para nós sensibilizar o consumidor para este património agrícola.
EliminarBjos
Olá Xico, essas deliciosas frutas nos levam a pensar nos doces, aqueles que as doceiras fazia para as festas, gosto muito de figo cristalizado, tento fazer todos os anos, ainda não consegui, mas um dia farei o melhor figo açucarado.
ResponderEliminarRapaz tu já sabe mas de Canela que eu, gosto muito de lá, vamos sempre no inverno apreciar deliciosa gastronomia. Quando vires, terás que vir aqui me visitar, é perto da minha cidade, deve ter uns 150 km daqui de Osório. A serra é muito bonita e super hospitaleira com os visitantes.
Tenha uma ótima semana.
Adoro figos e cerejas. Aqui na minha terrinha, quando encontro um ou\e outro, é no supermercado, vindo do sul. Quando estive em Portugal em mês de junho, me "esbaldei" comendo cerejas.Não me lembro de ter visto figos...já faz tantos anos, foi em 1979!
ResponderEliminarO poema, é lindo. Obrigada, pela partilha.
Li o seu comentário, há pouco, no blog da Anete. Agora, lá em cima, vi que ela já explicou sobre as variedades de clima no Brasil. Nessa época, até neva, nos estados do Sul. Aqui,no Nordeste, é sempre verão.
Adorei essa postagem: que vontade de comer figos e cerejas!
Beijos, Paula,
da Lúcia
Apesar de já haver figos lampos à venda, há muito mais cerejas. Esta fruta têm no mês de Junho valor comercial elevado.
ResponderEliminarJá os figos da segunda colheita (Setembro) não apresentam valor comercial (os da figueira lampa), porque os da figueira "Pingo de Mel" são bem vendidos, em fresco e para secagem.
Em relação a esta variedade, no final de Agosto/2011, tive oportunidade de fotografar e mostrar a “produção” duma figueira "Pingo de Mel", eram figos grandinhos e docinhos, Pelo vulto e aspecto, era uma figueira carregada de anos. Desapareceu logo a seguir, porque a cortaram, não sei se foi pela idade, por fazer sombra à casa, ou, outra razão, mas que é pena ver desaparecer esta património agrícola singular, é!
Figos ecerejas uma divina combinação.
ResponderEliminarBeijo
Em cada quintal ou horta, havia uma figueira.
ResponderEliminarNa maioria dos casos, quase comunitaria.
Qual o interesse de os figos irem para a terra, se faltava o gado para comer os restos.
Comam e que bem lhes provem. Era assim.
Junto a minha casa, a casa do Tio Antonio Grilo.
Boa gente!
Quem desce o Outeiro, do lado direito onde a Isilda trata o quintal, lindo por sinal, a melhor couve...
Quem sabe, sabe.
Dizia, no canto havia uma figueira, lampara que o Tio Grilo nos deixava assaltar.
Soube que que se foi.
Ele e a figueira.
Porventura ainda existem os figos da piteira, ali ao lado__
Aqueles com espinhos e para os tirar, precissavamos de azeite para esfregar,e os tirar_
Figos da piteira, nunca comi, mas quem gosta muito é o nosso amigo JSeguro. Temos de trazer aqui um dia esses figos "dos picos" para as pessoas que gostam.
ResponderEliminarE quem nunca "plantou uma figueira", se me entendem!
Olá Paula, maravilhoso "post"! Sinto sempre aqui os aromas da minha infância! Os meus avós paternos tinham algumas figueiras e uma delas, já centenária, tinha ramagens que batiam no chão proporcionando uma sombra tal que parecia estarmos dentro de uma tenda gigante o que nesta época era uma delícia. Aprecio imenso figos de todas as qualidades (os preços por aqui é que não são muito convidativos:))! Na minha terra são conhecidos pelas mesmas denominações! Quanto às cerejas também aprecio e o poema então é uma pequena pérola. Deixo-lhe um beijinho desejando-lhe um excelente fim-de-semana. Ailime
ResponderEliminarÉ natural que Forninhos seja uma aldeia, na qual abundam figueiras e muitos, muitos figos.
ResponderEliminarHaverá quem não tenha um gosto especial por eles, apanhados da figueira, fresquinhos no orvalho da manhã, ou no acalmar do calor, ao findar o dia.
Mas, secos e docinhos, quem não gosta?
Da figueira e sua deliciosa sombra, ninguém prescinde.
Até nisto a nossa terra tem um sabor especial e história, atendendo a que as figueiras foram introduzidas na Península Ibérica, aquando da invasão dos árabes, que dissiminaram esta àrvore por Portugal e Espanha.
Afinal Forninhos tem sangue de mouros e deles as suas riquezas.
Disso devemos ter orgulho e não renegar.
Boa tarde, não existe a figueira lampa , o que existe São os fixos que amaduram mais cedo, a esses se chamam fiboslampos ou de S. JOÃO, a minha terra é farta em figueiras, naofosse ela junto à capital dos frutos secos,para quem não sabe Torres Novas, em cada canto e a cada passo se encontra figueira e amendoeiras, cervejas isso já quase que São uma miragem ao invés de Forninhos que quase toda a gente tem uma, eu não gosto de figos eu adora, até tenho uma figueira junto à janela do meu quarto para logo de manhã quando me levando basta abrir a janela e amendoeiras comer.
ResponderEliminarAlém dos figos da figueira também existem os figos das piteiras uma planta parecida com os catos, estes estao cobertos por muitos picos que quase não se vêm , têm que ser apanhados com luvas bem fortes e descascados com muito cuidado e eu que o diga, uma das vezes que os comi tive azar, resultado o meu filho teve que arrancar os picos da boca com uma pinça, mas são uma maravilha.
ResponderEliminarJoão, se me permites uma correcção, a figueira-lampa existe, dá é duas camadas, sendo a primeira agora (pelo s. João) e a segunda mais abundante, por altura das vindimas, são os chamados figos vindimos. Daí que, a legenda continua actual.
ResponderEliminarSegundo o dicionário, lampa, significa:
1. variedade de figueira;
2. fruta temporã colhida na noite de São João;
etc..etc...etc..
Além disso, na estracada, por exemplo, há lá uma figueira que dá figos lampos, figos de S. João, e que chamam de "figos-três-ao-prato".
Conhecem-se cerca de 600 espécies de figueiras.
Abraço e bom domingo.
Figos e cerejas, que delícia de lugar! Um abraço, Yayá..
ResponderEliminarPaula e Xico,
ResponderEliminarEu gosto de doce de conserva feito com figo. A fruta, também não aprecio muito.
Que linda a cerejeira. Na época da floração as cerejeiras ficam ainda mais lindas.
Demorei vir aqui, mas não esqueço de vocês.
Uma linda e abençoada semana! Beijos
Yayá e Lucinha,
ResponderEliminarQue o que se publica sirva para, um dia, quem sabe...visitarem Forninhos e saborearem uns figos e muitas cerejas.
Beijos&Abraço.
Adoro figos, sejam lampos ou mais tardios.
ResponderEliminarMas, figos secos...
Recordo como se fosse hoje, o meu pai, Tio António Carau, Tio Guerrilha e Tio Ismael.
Manhã cedo, boina ou chapéu na cabeça, prato de figos em cima da masseira da cozinha e garrafa da aguardente. Era o mata-bicho! O desejum!
Até a geada desaparecia.
No dia seguinte era em casa de outro.
Era o acordo em volta dos figos e o acordar para mais um dia de "pica-o-boi".
Milagres que o figo, faz...
Ah, e entre figos e cerejas, não resisto a uns brincos vermelhos! Adoro e enquanto a época insistir e brindar-nos com elas, é uma conversa séria!
ResponderEliminarPoesia linda como elas, as cerejas
Beijinhos Paula
OLÁ SOU NOVA AQUI MAS VOU FICAR.
ResponderEliminarFOI A AILIME QUE ME RECOMENDOU E GOSTEI MUITO.
SE QUISER PODE VISITAR OS * MEUS CAMINHOS DO RIBATEJO* VOU MOSTRANDO TAMBÉM O QUE CONHEÇO E TENHO JÁ UM CONSIDERÁVEL CAMINHO PERCORRIDO E MOSTRADO.
LÍDIA FRADE