Há já algum tempo escrevi um artigo que intitulei Forninhos: Terra de Pedreiros, mas não sei se todos os forninhenses ficaram conscientes de que fomos mesmo uma terra de mestres-pedreiros, por isso hoje trago-lhes um documento que testemunha quão importantes eles foram para esta região no século XVIII:
António Ferreira do lugar de Forninhos comarqua de Linhares bem assim António Esteves do mesmo logar de Forninhos comarqua de Linhares...eles oficiais de pedreyros tabaliam em fazerem a obra da capella de sam Miguel sita em o termo desta mesma villa ao cimo do povo (...).
Capela de S. Miguel da Matança; esta obra foi feita por mestres-pedreiros de Forninhos! Uma capela bem mais bonita do que a de Santa Eufémia (mais acima) que gostamos de visitar em dia de romaria, mas estou convencida que depois deste 'post' quem é forninhense vai querer visitar esta capelinha na primeira oportunidade.
Contributo: João Nunes.
Contributo: João Nunes.
Adorei a capelinha e por certo haverão bons motivos pra visitá-la! bjs, lindo fds!chica
ResponderEliminarE por certo não serei a única a querer visitá-la.
EliminarNa nossa região existem muitas capelas, quase todas um pouco descaracterizadas, mas esta, estou convencida que mantém as características primitivas, por isso é tão linda.
Bom domingo!
Paula, gostei da foto da capelinha! Século XVIII!...
ResponderEliminarAdmiro essas construções antigas e tão resistentes...
Uma boa noite de sábado... Abraços
A capelinha é bonita, mas o mais importante é que com este artigo conseguimos dar mais um passo no crescimento da história de Forninhos, Anete!
EliminarUm abraço.
Vislumbrei de longe e reconheco que nunca em tal entrei. Queira Deus fica para Agosto pois jamais imaginei que aqui nos finais de mil e setecentos, andasse a mao de mestres de Forninhos e tal me acicata mais a curiosidade.
ResponderEliminarPensava eu, de forma errada e agora reconheco tal, que os pedreiros de Forninhos. embora reconhecidos pelos seus meritos nas redondezas, se limitavam ao mesmo que foi escrito na monografia da minha terra a que apelido de "Coisa" que na pagina do capitulo de "A arte dos oficios" a tais dedica seis linhas, tento porventura esquecido o Prumo para definir estas gentes estoicas. Nem um nome, nem um feito, apenas o que na escola se perguntava sobre a profissao e a resposta perpetuada sobre os nossos avos, tal como na pagina 174 da dita, vinha do dicionario universal, pois localmente nada tinha sido estudado.
Rezam os doutos sobre os pedreiros, "uma das profissoes mais antigas do mundo asssociada a construcao...transforma um material inerte e frio, num muro, numa casa ou ate mesmo numa obra de arte.".
Mas que raio se pesquisou e nada se encontrou?
Andariam porventura alguns pelas serranias de S. Pedro, a medir nem sei, lagares e lagaretas e os restantes a ver no dicionario o significado das coisas?
O documento fidedigno, refere dois Oficiais Pedreiros de Forninhos na construcao desta bela capela, mas a ligeireza da empreitada, escorria celere por entre carquejas, feiras e cesteiros que Forninhos jamais teve.
Agora que teve geracoes de bons, dos melhores Pedreiros, alto e para o baile. Teve!
Por tal aqui trazidos estes mais de dois seculos decorridos e outros muitos anos depois no post "Forninhos, Terra de Pedreiros".
O problema nao reside essencialmente no descritivo das profissoes, mas sim de quem recebeu 323 paginas e ainda bem que nao foram abertas, muitos por nao saberem ler, outros para guardar como "biblia" de uma "religiao, outros mais acertivos, pagaram 10 euros para gozarem devaneios e buscar verdades.
Porque esconderam e misturaram a mestria das nossas gentes?
Misterios que o euro encobre, porventura.
Bom Post. Parabens!
Pois, somos pessoas, vemos, lemos e não podemos ignorar o que não escreveram sobre os pedreiros de Forninhos. Ir ao diciconário ou à wikipédia é fácil, difícil é fazer todo um trabalho de investigação no campo!
EliminarÀ pergunta: Mas que raio se pesquisou e nada se encontrou?
Repito: A Eon e Cp.ª de arqueólogos em momento algum quiseram saber da memória e história local de Forninhos, a real preocupação do grupo era o estudo interdisciplinar de comunidades alto medievais (séculos V a XI) do território de Viseu, financiando pela Fundação Calouste Gulbenkian que o estenderam a Forninhos, somente para justificar o dinheiro que a Freguesia lhes pagou!
Só aqueles que guardam a "bíblia" da religião que fanaticamente seguem é que não querem ver!
Esta aldeia há-de ficar para além de mim e de ti, que ou menos fique com referências que nos orgulhem.
É necessário que existam lugares próprios para louvar a Deus, quanto mais lugares existirem, melhor. As reuniões com finalidade religiosa exigem local e sacerdotes e pastores para orientarem os fiéis. Parabéns pelo compartilhamento. Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarNo decurso do século XVIII, a população cresceu e percebe-se porque se tornou necessário dotar as paróquias de templos que se adequassem à demografia das localidades, mas no século XXI falta gente nas nossas aldeias e sou de opinião que os existentes são suficientes.
EliminarUm abraço.
Está a parecer-me que essa Monografia de Forninhos peca em exactidão e falta de aprofundamento nos assuntos da região.
ResponderEliminarRealmente, "cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso", e cada terra com as suas particularidades em termos de artes e ofícios. Ser pedreiro é uma arte, para além do ensinamento técnico, essa capela linda é a demonstração de que os pedreiros eram artistas.
Viva a Liberdade! Boa semana para todos.
xx
A monografia de Forninhos (que no fundo é só um ensaio de monografia) é a pior obra que a Freguesia fez ou mandou fazer!
EliminarÉ caso para dizer que tal aconteceu porque o que interessa a quem dirige Forninhos é ficar na fotografia a bem da vaidade e dos interesses pessoais!
Era preciso contratar quem a construísse. Certo. Contrataram uma empresa criativa (a EON) de Viseu!!
Pois há 223 anos, na então Vila da Matança (vizinha de Forninhos) era preciso contratar quem construísse uma capela e 2 pedreiros vieram de Forninhos e acabou por fazer-se uma obra perfeita, com boa cantaria, que é um orgulho para todos nós.
A monografia de Forninhos não fala desta obra, não fala da importância dos pedreiros de Forninhos para a região, não fala em nomes. Os únicos nomes referidos na obra são de dois emigrantes brasileiros (que nem de Forninhos são!), mas que pagaram há uns anos atrás uma "Igreja Nova" numa localidade anexa de Forninhos, cuja obra é de arquitectura vulgar!
Obviamente que o nome desses emigrantes aparecem na obra porque em Forninhos há tradições que nunca mudam, a do servilismo, bajulação e subserviência.
E porque Abril vale sempre a pena, vamos continuar a lutar pela VERDADE.
Manhã de Abril..
ResponderEliminarHá 42 anos.Nessa manhã de Abril nascia um Dia Novo,Diferente
nasceu Uma Nova Esperança . Nasceu a Liberdade !
Para quem se lembra dos dias resignados e de Medo , dos dias
escuros e dificeis , esta manhã de 25 de Abril de 1974 , fez
de Portugal um país Aberto , de Sol , de Esperança , mais Capaz e Evoluído ! Caiu o Fascismo ! Nasceu o direito de cada um lutar pelos seus interesses,de cada ter o Direito , antes só de alguns ! Acabou o Medo !
Nasceu a liberdade de expressão e opinião !
Hoje é possível o Povo saber mais verdades , as verdadeiras verdades ,hoje é possível cada cidadão defender-se, protestar lutar por tudo aquilo a que acha que tem direito.
Como se faz neste blog por Forninhos e em tantas outras plataformas por esse Mundo fora !!
Lutar pela Verdade nasceu nesta manhã há 42 de anos !!
Pelos seus mentores e para os que idealizaram a Revolução a minha Vénia !! Obrigado .
Obrigado á Paula e ao Xico por me terem permitido há cerca de dez meses atrás apresentado de forma veemente o meu protesto
e assim poder classificar este espaço de Diálogo e Democracia
só possível com pessoas inteligentes, cultas e mente aberta..
Aos que até hoje não foram capazes de dar a cara e o nome, que esta manhã de Abril os faça ponderar pela Dignidade das Coisas que também passa pelo futuro Digno de Forninhos e das suas gentes ! Sem crianças e sem homens felizes o que será de Forninhos dentro de 50/100 anos ??
Por mim , ensinei-os a Gostar , a Amar , a Respeitar,levei-os ao Rio , á Igreja , levei-os dezenas de vezes em Segurança !!
Por mim Semiei , usei a Liberdade , Construi !!
E não paro de Construir !
Há 42 anos....nasceu a Liberdade !
Força Gentes de Forninhos..
Abraço
MG
Boa tarde António.
EliminarSempre senti que em Forninhos há muito fascismo e pouco Abril. Não que eu tivesse na altura que lá vivi a mínima noção de regimes, de liberdade, de coisas assim, não, mas eu achava que a maioria das pessoas não caminhava para a democracia e ainda hoje penso que falta acontecer por lá o 25 de Abril.
As pessoas têm medo da verdade e, verdade se diga, que quem dirige a comunidade para isso contribui.
A nossa aldeia evoluiu num passado longínquo e 42 anos após a Revolução do Cravos será que evoluiu?
R: Melhorou-se na qualidade de vida, mas muito menos do que era/é necessário.
Um abraço amigo e não tem que agradecer, este espaço tem a opção comentários aberto a todos e não a 'A', 'B' ou 'C'.
Viva a Democracia!
Uma " voz " da Democracia , na minha terra , morreu.
EliminarLilia Bernardes , aos 60 anos, apagou-se !!
Jornalista que durante anos denunciou a " podridão" de um "regime"!O regime da " setinha",o "Jardinismo"!
Que em todos os lugares , mesmo com 200 habitantes , mesmo com 200 mil , não importa , as vozes não se apaguem , as vozes , as letras , os ecos , os poemas
os gritos , os blogs.Estudos hoje divulgados apontam no sentido das senhoras serem civicamente + activas
mas acentua a pouca intervenção civica dos cidadãos!
Infelizmente eu faço parte desse leque , pela vida " negra " profissional que escolhi , mas quando se apaga uma dessas vozes " fico mais pobre "!
É o caso de hoje !
Num país de corruptos e de " sacos azuis " se ninguem
tiver coragem morremos de " angústia" e sofrimento !
Perdoei-me o desabafo ! Abril tem destas coisas !
Abr
MG
Em Forninhos chamamos regime da "chaminé".
EliminarPessoalmente penso que dantes havia mais gente que ousava tomar a palavra e dizer as coisas como eram!
Os de agora, de Forninhos falo, gostam mais de colocar as pessoas em altos pedestais para não lhes notarem os defeitos e falhas!
Tenho um apreço enorme por pessoas como Lilia Bernardes que vão contra a corrente, sempre no sentido da nascente.
Paz à sua alma.
Porventura descendentes de modestos pedreiros, com ele foram aprendendo e aperfeicoando o trabalhar da pedra, estudando e evoluindo, ao ponto de alguns se tornarem Mestres Pedreiros, equivalente a Mestre de Obras que tornava mais complexas as suas funções por se assemelharem aos arquitetos e engenheiros. Eram capazes de desenvolverem projetos (chamados de “riscos”), administrarem obras e realizarem fiscalizações, medições e diagnósticos construtivos.
ResponderEliminarPor tal e por tais atributos sobejamente conhecidos naquela epoca na nossa regiao, aqui se trazem sob a forma documental para que o registo da sua nao sendo homenageada como dveria, na caia no esquecimento de uma aldeia que por ignorancia esquece a sua riqueza.
É bem empregue a frase de uma cigana que passou por Forninhos: "mal-empregada fortuna".
EliminarBoa tarde. Meu Avô paterno e o meu pai sempre trabalharam em pedra. O meu Avô faleceu muito cedo, ele ia para a serra partir a pedra com explosivos, um dia o explosivo não explodia, ele ia ver o que se passava, quando se aproximou deu-se a explosão e ele morreu.
ResponderEliminarEscreveste com maiúscula a palavra Avô e eu gostei muito!
EliminarJá me tinha referido 'por alto' ao teu avô e pai no 'post' Forninhos: Terra de Pedreiros e, antes, MAR/2011, quando fiz o 'post': Mulheres de Antigamente, mencionei como exemplo de grande mulher a tua avó Raquel que ficou viúva muito nova, com 4 filhos, porque o seu marido que era pedreiro de profissão, morreu numa pedreira, sendo que dos seus quatro filhos, um morreu na maldita Guerra do Ultramar!
Depois da morte a vida continua, como sempre, para os que ficam, com os que ficam. Por Forninhos passaram muitos homens que nunca conheci, de um tempo que não era o meu; por isso eu agradeço aos que os lembram aqui, completos de bom e mau, porque são pessoas e não deuses!
Obrigada.
Boa noite Paula,
ResponderEliminarLindissima essa capela com uma construção digna de ser admirada e visitada.
De louvar os mestres pedreiros de Forninhos do séc. XVIII, pelo que deduzo não terão tido a divulgação que mereciam pelos trabalhos desenvolvidos.
Que a partir de agora tenham esse reconhecimento.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime
Nem de longe, nem de perto!
EliminarNão vi/li qualquer menção a estes pedreiros, tanto na monografia do Concelho como na da Freguesia!
Compreendo que para a monografia do concelho tanto faz, pois Aguiar da Beira (nosso concelho) sempre foi madrasta para a freguesia de Forninhos, mas é incompreensível que Forninhos, enquanto freguesia, encomende e pague uma obra que faz tábua rasa a este documento que é um testemunho revelador da importância dos pedreiros da nossa terra no século XVIII.
Nos dias de hoje, custa-me aceitar...
Beijinhos.
É gritante a falta de rigor , de um modo geral , em tudo o que por este país se faz , em termos , e no que respeita a Património , Arquitectura , Conservação e Restauro .
ResponderEliminarJulgo que o que vocês aqui falam espelha um pouco o país que somos , nestas matérias !!
Chamo a vossa atenção para o número de horas a que os media dedicam a estas questões ? Nas horas ditas de " ponta" as rádios e televisões , ou muito me engano , dedicam muito pouco á temática do Património !?
Faz parte de uma anti-Cultura perceber o que aconteceu , quem construiu , quem fomentou traços da nossa História recente , 100/ 200 anos ?
As crianças , os nossos homens de amanhã , passam um, dois anos , até três, o sétimo , oitavo e nono , onde estudam a Revolução Industrial , O Parlamentarismo " Inglês " , a Revolução Agrícola , mas , que eu saiba , são incapazes nesses programas incluir uma visita de Estudo ao nosso Interior , ás nossas origens , ao nosso genuíno Património...
Ou seja , podemos correr o risco de ter engenheiros , arqueológos e arquitectos que nunca pissaram terras de Viriato e Afonso Henriques...
Daí , o descalabro e a indefirença e falta de rigor !!
Abraço
MG
Arqueólogos e não Arqueológos...que admito não terem
Eliminaruma tarefa fácil , fase aos recursos e meios ao dispôr,
tal como os Arquitectos,que, aos 30 anos de vida/estudo
lutam para se imporem a recibos verdes , desempenhando
múltiplas tarefas , horas a fio ,ultrapassando só"Deus
sabe como " as vicissitudes do sistema !
Os que resistem á tentação de emigrarem , sobrevivendo
em casa dos pais , depois de investirem numa formação
superior , merecem - me o total respeito !
Teremos de compreender a ordem da pirâmide de cima para
baixo , quem manda e ordena , " sem omoletes " muitas
vezes " o bolo fica torto " !
Só para clarificar a opinião anterior. Portugal tem
gente de qualidade, os mecanismos não fucionam porque
estamos sempre " á rasca " de guito e más politicas !!
Bfs
MG
Curioso ( a ) a reportagem da SIC hoje....
EliminarVilarinho das Furnas, em Terras de Bouro...
História , Cultura , Povo , Saudade e Lendas..
Vejam ..
Abr
MG
Curioso ( a ) a reportagem da SIC hoje....
EliminarVilarinho das Furnas, em Terras de Bouro...
História , Cultura , Povo , Saudade e Lendas..
Vejam ..
Abr
MG
Pena que não seja mostrada por dentro.
ResponderEliminarAmiga, se tiver um tempinho passe pelo Sexta, e junte-se à festa.
Abraço
Não conheço o interior da capelinha; nunca lá entrei, confesso!
EliminarUm abraço.
Amiga...uma arte nobre como muita arte do nosso povo!
ResponderEliminarSer pedreiro...é como a raiz...a base...o princípio!
Um velo povo o de Forninhos com gente que se interessa pelas suas gentes!
Bj amigo
Dos forninhenses, nem todos se interessam, Graça!
EliminarSabem bem que as capelas públicas não nasceram por obra e graça do Espírito Santo; sabem que foram construídas por gente, moradores de localidades, como a Forninhos, mas depois aceitam que a gente que foi válida seja ignorada por ignorantes que se apropriaram do poder da opinião!
Bjo amigo.