Gostaria de voltar à Serra, desta vez, sem fantasia nem modos de brincar, mas sim, encarar e ver esta serra como foi, como é, e como vir a ser.
Não sabemos, e possivelmente nunca viremos a saber o que se passou aqui, embora pese, as tecnologias avançadas de hoje, umas vezes não há dinheiro, outras, porque não há tempo para estas coisas, outras ainda porque não há interesse, enfim, uma série de desculpas esfarrapadas que a mim não convencem.
Já se fizeram escavações em vários castros da região onde foram encontrados utensílios como, machados e foices, objectos de adorno, moldes, punhais, lanças etc., quem sabe se neste também se não encontraria coisas interessantes?
Gruta, possível habitação que pode remontar a dois mil anos a.C.
Provável fortificação do castro, pode remontar à idade do Bronze
Provável fortificação do castro, pode remontar à idade do Bronze
Final Século 1300-1200 a.C.
Esta serra, não tem só mitos e lendas mouriscas, tem também vestígios que podem remontar até dois mil anos a.C. e parece ter havido continuidade, tendo em conta: a quantidade de pedaços de cerâmica encontrados, o castro (habitações redondas), que provavelmente serão lusitanas pré-Romanas, lagaretas, sepulturas antropomórficas escavadas na rocha, outras enterradas em cemitério, isto, possivelmente já na idade media, uma capela que embora destruída, o seu santo resistiu até aos nossos dias.
Lagareta/Lagarinho com cova em forma de asa de andorinha
Sepulturas antropomórficas (idade media)
Sepulturas de pedra enterradas em cemitério
Tudo isto, leva-nos a ver esta Serra com vida por alguns milhares de anos continuados até um passado ainda recente, pode muito bem ser um livro fechado que, aberto nos poderia contar mais um pouco de historia.
Será que não merecia um pouco mais de interesse da parte da arqueologia?
Sepulturas antropomórficas (idade media)
Sepulturas de pedra enterradas em cemitério
Tudo isto, leva-nos a ver esta Serra com vida por alguns milhares de anos continuados até um passado ainda recente, pode muito bem ser um livro fechado que, aberto nos poderia contar mais um pouco de historia.
Será que não merecia um pouco mais de interesse da parte da arqueologia?
Mais uma vez temos de reconhecer que a Freguesia de Forninhos é fértil em vestígios medievais.
ResponderEliminarVou, para já, apenas debruçar-me sobre os relacionados com a morte durante a “Idade Média”. Falar das já conhecidas e desaparecidas sepulturas antropomórficas do Cemitério do antigo povoado de S. Pedro e da grande falta de coragem de as recuperar (mais que não seja para os vindouros)e também das encontradas sepulturas escavadas na rocha, que também são testemunhos arqueológicos, com toda a certeza mais antigas do que as outras.
Para melhor percebemos, todos, este achado, Sr. Eduardo, esclareça-me, estas sepulturas escavadas na rocha:
1. Encontram-se em terreno privado ou público?
2. Registam imperfeições? Ou, revelam um trabalho bem executado, com tempo?
3. Encontram-se orientadas no sentido nascente-poente, isto é, de forma a que o defunto ficasse com a cabeça virada para nascente?
Se tudo isto merece um pouco mais de interesse por parte da Arqueologia?
No meu entender, a falta de interesse por parte da arqueologia deve-se principalmente à falta de interesse de outros intervenientes oficiais locais.
O que é ponto assente e disso ninguém tem dúvidas é que foram membros da Junta de Freguesia de Forninhos que escavacaram o Cemitério, partiram e destruíram as urnas, consentiram que particulares levassem parte e cabe a eles toda a responsabilidade por este e outros actos. Com uma actuação diferente tudo poderia ter sido diferente.
Já ouvi dizer que, na altura dos factos, o Presidente da Junta da altura, reencaminhou o caso para a CM AGB.
Provas?
A ser verdade, então, há que imputar responsabilidades também à Câmara. Mas sem uma prova que de facto houve reencaminhamento não me posso pronunciar sobre…
Mas isto é passado… e o presente é que este património está na nossa terra, portanto quem tem de primeiro intervir, em termos de valorização e de possível de recuperação, são os organismos oficiais locais.
Claro que agora a desculpa é a crise e a falta de €€€€ …pois é… desculpas esfarrapadas que a mim também não convencem…
Ja agora uma pergunta: Esses restos dos sarcafagos partidos alguem sabe onde andam?
ResponderEliminarSera que esses particulares, caso fossem convencidos nao os cederiam para que possam ser musealizados ao ar livre ja se ve!
Um abraco de amizade dalgodrense.
O Pe. Luís Ferreira de Lemos escreveu:
ResponderEliminar“Foi Forninhos a herdeira mais quinhoeira do espólio artístico-religioso e arqueológico de S. Pedro dos Matos, na Gralheia – uma estância pré-histórica…”.
“De lá vieram pedras para construções, provenientes de casas desmoronadas (destruídas) e da capela. Vieram sepulturas – urnas de pedra – para bebedouros de animais e pias para fazer sulfato.”
Se a destruição do antigo povoado não se sabe ao certo quando aconteceu, muito provavelmente terá sido no fim do domínio romano, a destruição do Cemitério não foi assim há tantos anos! E estas urnas de pedra para dar de beber ao gado, descobertas e levantadas por uma escavadora ou “caterpilar”, foram levadas por quem lá andou “à procura do tesouro” e são estas pessoas que sabem perfeitamente e sem margem para dúvidas quem as possui.
Conclusão: Quem dirige politicamente a nossa aldeia sabe bem, ou, tem como saber, quem as lá tem.
Porque não as recuperam? Respondo: Não sei (???) mas por falta de €€€ não é de certeza!
Para responder às questões apresentadas por aluap.
ResponderEliminarEstas sepulturas, encontram-se em terreno privado, num pinhal a sul da lagareta que se encontra também num pinhal privado perto do santuário da Sra. dos Verdes e assinalada na caminhada deste ano.
A nascente e a cerca de 30m está um quadrado escavado noutra rocha, que mede 20x20cm de lado e 12cm de fundo, possível suporte de uma ara ou cruzeiro.
A sepultura tem 1,70m de comprido e 50cm de largura na parte superior e 40 na parte inferior, e está com a cabeça virada para nascente. Parece-me um trabalho bem executado, e encontra-se em bom estado, embora tenha sido escavada numa rocha isolada e pequena, onde só cabia uma.
Vamos mas é criar uma associação para recuperar as urnas!
ResponderEliminarEsta junta de guitarradas não tem capacidade para isso, eles têm de se preocupar com as ervas que não deixam o pessoal que vem de fora tomar o seu cafézinho descansado.
Paula, tu podias tratar de organizar isso, visto teres mais conhecimentos e capacidade.
Vamos por mãos á obra e não esperar por eles!
Que palhaçada está que até mete dó escondem se tras de nomes ficticios para poderem atacar a jf.Agora a jf é responsabilizada pelo passado , presente e futuro, mas afinal qual é o problema é a jf ou os membros que a contituem .Tudo quer mandar opinar se fazem melhor candidatem -se para se poder avaliar as competências agora criticar há muito quem o faça mas não os vejo fazer melhor ou se quer contribuir com algo de utilidade para fareguesia falam ...falam ...mas não os vejo fazer nada hehe
ResponderEliminarcpts
Tem por objectivo este post, divulgar e só isso, e seria muito bom que fosse bastante participado com opiniões construtivas pelas pessoas que conhecem esta serra.
ResponderEliminarNão está aqui, de modo algum, criticar seja quem for muito menos a J.F. que, quanto a mim, tem feito o seu trabalho da melhor maneira que pode, o tempo ainda é pouco, mas confio nesta jovem equipa.
O património nesta serra, é vasto e valioso, por isso merece a sua divulgação seja de que modo for, mas não pode ser protesto para comentários desvirtuados do essencial e seria bom que não se utilizassem nomes fictícios com diz Fernando (não será este um nome fictício?) para se escrever, realmente, o que não gostaríamos de ler.
Em forninhos anda-se sempre á caça dos culpados para tudo. Tanta coisa que acontece por aí, como em todo lado, porque ha pessoas que furam as regras, não respeitam ninguem.
ResponderEliminardeixem-se de crucificações parvas e façam algo bonito por essa linda terra!
Como (z.) diz, e muito bem, há muita coisa bonita para se fazer em forninhos, e uma delas, é divulgar o seu património, o que até hoje não aconteceu, ou se o foi, não teve o seguimento que lhe era merecido.
ResponderEliminarA tecnologia põe hoje ao nosso dispor, meios económicos e muito diversificados, como por exemplo este que estamos a utilizar para levar a todos os forninhenses e pessoas a eles ligadas por qualquer afinidade espalhadas por este mundo fora, informações da sua terra, por isso, se isto é coisa feia, já não sei o que é bonito.
Foi com muita tristeza, que ainda há poucos dias ao passar por uma biblioteca municipal consultei um roteiro turístico onde era mencionado as sepulturas antropomórficas de Aguiar, Coruche, Cortiçada, Penaverde e Carapito, enquanto, Forninhos que tem um património rico, como se vê pelas fotos, e nem uma só palavra.
Não estamos aqui para criticar o passado, mas seria muito bom, e já agora bonito, que os jovens de hoje pensem no futuro.
Memorias dos mais velhos, também não é coisa feia.
Também estou ciente, e disso não tenho dúvidas, que a nova autarquia tudo vai fazer para que esta situação de total abandono se inverta.
Um abraço amigo para todos
A verdade é que o nosso património continua a não ser devidamente divulgado, embora o Presidente da JF de Forninhos o tenha feito na pág. da JF e agora (penso não estar enganada) também o fez na pág. da CM AGB. Contudo, tenho lido e pesquisado algumas coisas sobre este Lugar e mesmo em relação ao Castro é sempre referido como estando dentro da actual freguesia de Penaverde.
ResponderEliminarNós temos a sorte de termos pessoas que gostam de fotografar e, sobretudo, partilhar, e quando falamos e mostramos, aos nossos amigos ou visitantes, Forninhos, todos queremos mostrar o que de melhor temos, até as pedras que fizeram companhia aos pastores e aos resineiros, são diferentes, porque “a beleza está no olhar de quem a vê.”.
Por isso, fico triste quando vejo espelhado em livros da região o que se diz de Forninhos e o seu povo, nomeadamente sobre este Lugar, para além da descrição que referi no meu 2.º comentário, mais descrições depreciativas são feitas. Por exemplo, em relação ao marco geodésico sobre a existência de muros de pedra que podem respeitar a fortificações também de guerra diz-se que: “Foram profanadas e deformados tais muros e socalcos por um “Caterpillar” que por ali andou abrir caminhos (para quê?!!!)”. É triste ler este tipo de descrições.
Em relação ao Castro que tem sido visitado, temos de referir que o mesmo nunca foi explorado. Qual terá sido a época da sua construção? Será um Castro Lusitano como o General João de Almeida o classificou? Terá sido usado pelas gentes de Viriato? Mas os Romanos também lá deixaram marcada nas pedras a sua passagem, pelo que também é provável que o tenham usado. Mas também poderá ter sido construído em épocas mais primitivas.
Pergunto: A resposta não estará nos alicerces da muralha?
Sem uma devida exploração as respostas ficarão para sempre escondidas nos mistérios da pré-história e o mesmo se poderá dizer de outros vestígios escondidos nos pinheirais.
Para fundamentar a nossa opinião neste post., gostaria de transcrever um texto extraído de um livro, Penaverde sua Vila e Termo do Padre luís ferreira de lemos ------ publicado já a alguns anos, é o seguinte:
ResponderEliminar“O castro da gralheira, remontando ao período neolítico, terá sido sucessivamente utilizado pelos Celtas, Lusitanos e Romanos. Estes deixaram lá a sua marca nas almofadas da porta, sinais talvez, de uma possível restauração.
Segundo a opinião do senhor General João de Almeida, tê-lo-iam aproveitado, dado o valor da sua situação, vindo mesmo a desempenhar papel de relevo durante o domínio de Alanos, Suevos, Visigodos e Mouros e ainda nas lutas de Reconquista. O distinto arqueólogo Dr. José Coelho, de Viseu chama-lhe “oppidum” Luso-romano. (em Ver.Etnos).
Pelo atrás escrito, verificamos que alguém já olhou para esta serra e para a historia que ela encerra, competia e compete ás autarquias municipais, uma maior atenção ao seu património.
Relembro também, o magnífico trabalho feito pelo Pe. Luís Ferreira de Lemos que é de facto um trabalho que nos dá a conhecer, partindo de premissas histórico-geográficas verdadeiras, a história desta serra com milhares de anos de vida. Em jeito de conclusão o autor diz:
ResponderEliminar“Parece pois que, nesta cidade morta, se podem ver três períodos da história:
Paleolítico – Cavernas Habitadas
Neolítico – Castro e casas dolménicas
Período luso-romano – as outras casas e basílica.”
Esta obra acende, assim, uma luz mais nítida acerca da verdadeira história daquele local, mas poderá descobrir-se muito mais e para isso acontecer, a autarquia tem de PROCURAR soluções, começando por saber (tal como me foi dito por um ex-membro da JF) se, aquando da descoberta das sepulturas enterradas em cemitério, houve ou não participação por parte da JF de Forninhos deste achado à Câmara e, em caso afirmativo, tem de haver um registo, quer no arquivo da JF, quer no da CM, que poderá ser um Documento/Requerimento, uma Acta ou outro, e ver-se da hipótese de tirar o processo da gaveta e dar-lhe o devido seguimento.
Se na realidade nada foi feito, então, tem de ser feita uma verdadeira intervenção junto da Câmara e esta ENCONTRAR uma solução, pois, como bem diz ed santos, as autarquias têm de ter e mostrar outra atenção pelo património das suas freguesias.
Sem querer sair do tema central deste post, que é a arqueologia, vou desviar-me um pouco para a economia.
ResponderEliminarNuma aldeia do interior como a de forninhos, as possibilidades de desenvolvimento são escassas, a indústria não existe, a agricultura não dá para viver e os subsídios não vão durar sempre.
Por iniciativa própria, e possivelmente com dificuldades, abriram duas casas de turismo nesta terra, mas estas, como outras onde os seus proprietários tiveram a coragem de investir, não podem sobreviver sem o apoio das autarquias, e este apoio traduz-se promovendo o turismo nestas regiões.
Independentemente de escavações nesta serra ou não, o desenvolvimento turístico em Forninhos pode muito bem ser impulsionado, uma vez que há excelentes condições para isso.
Como já foi bastante divulgado neste blog., há muitas casinhas que podem ser recuperadas, há ainda tradições que convinha preservar, é uma aldeia limpa e muito sossegada e tem uma serra que, aberto um percurso pedestre por entre o penedio, castro, grutas, e tanto mais que esta serra tem de lindo, com locais para repouso e tendo em atenção, não só uma ou duas vezes por anos, mas sim sempre aberto e ao dispor de quem por lá queira passar, com locais de descanso e miragem e até, porque não, assinalar os locais e deixar a história ao dispor da imaginação dos visitantes.
No meu dicionário risquei a palavra “impossível” e substituía por “difícil”, mas neste caso, creio que nem será assim tão difícil, basta a vontade e imaginação para se tirar proveito do que temos, que neste caso, nem sequer se pode invocar a falta de verbas porque não seria assim tanto, uma vez que já há duas casas para alojamento em forninhos.
Eu dou os meus parabens a ed santos pela sua boa vontade em partilhar estas fotos com todos os que interessam pela historia,patrimonio e cultura da nossa terra. Eu pelo menos fiquei a conhecer melhor a historia deste lugar.Quem dera outros divulgassem a nossa terra desta maneira
ResponderEliminarPois é, Lopes, por vezes fico triste e apetece-me mesmo desistir de divulgar as coisas boas que esta terra tem. Há cá tantas pessoas que podiam e deviam participar e não o fazem, neste blog nem em outro que até já participaram, é pena.
ResponderEliminarColoquei uma foto da imagem de S. Pedro de Verona, que foi patrono da extinta capela da serra onde “viveu”, talvez séculos, uma vez que esta imagem é do século XVI e que agora foi restaurada, mas nem isto despertou interesse ou curiosidade por parte das gentes de Forninhos.
O ed santos tem feito um bom trabalho para divulgar esta terra e ainda bem para vocês! há terras que não têm pessoas assim, que não parece ser o caso da vossa. Eu também queria dar os meus parabèns à Lopes pelas boas participações que tem neste blog sempre muito positiva. Nota-se que é uma pessoa interessada no bem comum e na defesa da sua aldeia.
ResponderEliminarUm muito obrigado a “Z”, é bom ter estes alentos, mais a mais quando vêem de pessoas desconhecidas. Mas o mérito principal das divulgações da nossa terra, deve-se a aluap, esta sim, com a sua persistência muitas vezes com adversidades que sempre conseguiu ultrapassar. A ela se deve o maior mérito e impulso para que as noticias da nossa terra cheguem aos nossos conterrâneos espalhado pelos quatro cantos do mundo.
ResponderEliminarUm abraço amigo e um bem-haja.
Palavras bonitas para um modesto trabalho.
ResponderEliminarNo fundo todos os que por aqui andamos procuramos divulgar a nossa terra e partilhar coisas muito nossas e que são de todos.
Oxalá a divulgação deste trabalho fotográfico de qualidade aguce a curiosidade e ponha as pessoas a olhar, a reparar e a valorizar mais este lugar com tanta história ainda por conhecer e por contar...
Não está, nem nunca esteve nos meus propósitos criticar os jovens de hoje, sei perfeitamente que para eles, é o que é, e o que era já foi, mas gostaria de chamar a atenção para um facto:
ResponderEliminarOs antepassados não tinham cultura a não ser o trabalho árduo do dia adia, a única preocupação deles era arranjar comer para dar aos filhos.
Os da minha geração, aprenderam até á 3ª ou 4ª classe, outros nem isso, e os nossos filhos debandaram á procura de uma vida melhor, o que é perfeitamente justo e compreensível, os que por cá ficaram, são pouco letrados, como é o meu caso, não conseguimos fazer o que realmente queríamos e gostaríamos.
Por sua vez, competia aos professores locais ensinar e incutir nas crianças logo de inicio, a importância de conhecerem as suas origens. Mas umas vezes, porque os professores nem sequer são da região, outros porque não estão vocacionados para isso, e assim se vão perdendo as ligações ao passado e o conhecimento da nossa própria terra, como atrás disse Lopes, e eu acredito que a maioria dos jovens de forninhos desconhece que esta serra foi por muitos e muitos anos habitada.
Boa tarde,
ResponderEliminarQuando ouço falar na serra de Forninhos, assim como nas pedras, na história das pedras e nos caminhos com pedras, e nas paisagens com pedras, só me ocorre uma palavra: desflorestação. Assisti com muita pena ao incêndio de 1994 de toda a zona circundante da aldeia e lamento ver que ao fim de 16 anos nada foi feito para re-florestar a zona. (já se tentou fazê-lo? O que impediu? o Estado? não sei, não estou dentro dos assuntos, apenas constato factos). A serra tem história? Qual? Já lá foi alguma equipa acreditada para fazer essa análise? Se sim, quais as conclusões? Se não, porque ainda não foi? Quem tem a responsabilidade de contratar a dita equipa acreditada? (isto se o quiserem fazer). Existem 2 casas de turismo rural, mas o que têm para oferecer aos turistas? Pedras e uma imensidão de giestas? Quais são as atracções que levam turistas a Forninhos? Pergunto antes: querem levar turistas para Forninhos? Se não, porque levaram o Estado a gastar dinheiro nessas casas? Tenho uma "veia" forninsense e é com muita pena minha que vejo que ao fim de largos anos, pouco tem sido feito para cativar a atenção dos turistas e não turistas. E quando falo em cativar, não estou a falar em caminhadas com a malta da terra, quanto a isso a minha verdadeira terra é TOP1 em caminhadas por todas as freguesias, não há "carreiro" que não tenha a famosa placa com o desenho do caminhante. Partilho convosco uma situação que se passou comigo. Há alguns anos atrás (não muitos), levei pessoas minhas conhecidas à famosa festa do 15 de Agosto. Aquilo que devia ser um almoço de familia, foi mais um "fast-food", uma vez que para participar na "tórrida" procissão tinhamos de engolir a comida, e não saboreá-la. (dizem os entendidos que o dia 15 de Agosto é um dos mais quentes do ano e que as 13h é a hora mais quente do dia mais quente do ano). (será a procissão uma demonstração de martirização?) - Não divagando... seguimos então os andores, ornamentados com meia duzia de fitas de árvore de Natal e dirigimo-no para uma capela sem santos... fiquei triste com o ar de desconsolo, de desilusão das pessoas que me acompanharam. Como calculam, não tenciono fazê-lo novamente, pelo menos até que me digam que a hora da procissão foi alterada para uma hora fora da hora de risco máximo de queimaduras provocadas pelos UV, que os andores vão enfeitados com o devido respeito que um andor merece (flores naturais) e que a capela, parece realmente uma capela.
Não considerem esta uma participação maldosa, é apenas uma participação critica, sobre alguem que é turista, e que gostava de ver crescer Forninhos, tal como tantas outras terras crescem, com bom gosto e actividades/ofertas para os "estrangeiros".
Cumprimentos,
Sónia