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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O Rio da minha aldeia


O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, 
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia 
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios 
E navega nele ainda, 
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
A memória das naus. 
O Tejo desce de Espanha 
E o Tejo entra no mar em Portugal. 
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia 
E para onde ele vai 
E donde ele vem. 
E por isso porque pertence a menos gente, 
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo. 
Para além do Tejo há a América 
E a fortuna daqueles que a encontram. 
Ninguém nunca pensou no que há para além 
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada. 
Quem está ao pé dele está só ao pé dele. 
Alberto Caeiro

Esta imagem inspirou-me a ler o poema "O Tejo é Mais Belo", do livro "O Guardador de Rebanhos", de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa. 
Falar de qualquer rio é sempre agradável, principalmente para aqueles que durante muitos anos com o rio conviveram. Mesmo, sem querer, a nossa vida está sempre, num qualquer momento associada a um curso de água. Rio ou ribeira. 
Forninhos pertence à Região Demarcada do Dão e para nós, forninhenses, o Dão é sempre o mais belo de todos, quando o não é, é pelo menos o melhor. Nasce na Barranha, concelho de Aguiar da Beira, e a foz deste rio é no Mondego, albufeira da barragem da Aguieira.
Mas gostava de deixar uma pergunta no ar - a todos os leitores - Qual é o rio mais belo de todos? 
Todos têm a sua beleza e características próprias, mas de certeza que existem particularidades que os diferenciam.

30 comentários:

  1. Que lindo poema do Pessoa e não saberia responder qual o rio mais belo. Eu diria que é o menos poluído! Aqui em P.Alegre temos um lindo rio, o Guaíba. Porém para achá-lo lindo, temos que fazer um esforço de imaginação e pensá-lo sem poluição, azulzinho o u verde e não marrom como se apresenta. Pena! beijos,tudo de bom,chica

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  2. Por momentos viajo no tempo e sento-me na secretária da escola primária.
    Seria porventura dia de redacção e o tema seria este: " O rio da minha aldeia".
    Mandava a senhora professora que cada um dissesse o que sentia.
    Penso, sem convicção absoluta que a minha terá sido mais ou menos esta:
    " Eu gosto muito do rio da minha terra, chama-se rio Dão, quando chega a Forninhos, já traz peixinhos, não sei aonde os foi buscar, se calhar ao mar que nem sei onde fica, apenas a senhora professora diz que bastante longe. Coitadinho do meu rio que já deve vir cansado. Os mais grandes da escola, de vez em quando faltam, dizem que para ir tomar banho ao rio e apanhar bogas e barbos. Um dia escondido com outros da minha idade fomos espreitar, estavam a cortar uma vara de amieiro e com um canivete abriam uma rolha, metiam um fio e mais abaixo uma pedra. depois um anzol e prendiam o fio à vara, enquanto outros apanhavam gafanhotos e depois iam pescar. E apanhavam!
    Também por isto, gosto muito do rio da minha terra, mesmo quando ele se zanga e afoga os lameiros em volta. Se calhar quer dormir numa cama mais larga, mas não sei, sei que gosto muito dele, dos salgueiros e silvas que dão as amoras e o enfeitam.
    Um dia vou aprender a nadar nele.
    Senhora professora, por favor não conte aos mais velhos que fomos ao rio espreitar...".

    Francisco Almeida, 3ª classe.

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  3. Lindo poema, Paula! Gosto demais de rios... Eles me inspiram e me transmitem tranquilidade, paz!
    Espiritualizando um pouco, o rio que mais gosto é o Rio da Vida, Jesus! Ele me oferece a Água Viva que sacia a minha sede interior...

    Um beijo e carinho

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  4. Paula,esse rio Tejo é famoso aqui no Brasil tb! Muito lindo e inspira sempre os poetas! Bjs,

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  5. Para mim o rio da minha terra (Dão) é o melhor, porém sou de opinião da Chica, para hoje achá-lo belo (até há anos era), tenho de pensá-lo sem poluição e tenho de imaginá-lo tal qual o Xico, com água límpida em que é possível ver os peixinhos.
    Eu não aprendi a nadar nele, muitos aprenderam, mas é pena que daqui para a frente ninguém se abeire dele, para nadar, pescar.. ou, como diz o poeta, só para estar ao pé dele.

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  6. Paula, bonita escolha!
    Como sabes sou oriunda de uma ilha, sem rios, só ribeiras... mesmo a que é Grande só é grande quando chove! As outras estão secas no verão e no inverno correm em fio... mas, de repente, correm em fúria e provocam grandes estragos.
    E lá, na escola primária, éramos obrigados a decorar os rios de Portugal e seus afluentes, os caminhos de ferro, as serras... sabíamos lá o como era um rio, fazíamos lá ideia de como seria um comboio, só sabíamos que deitava vapor, que apitava e que dizia "café com pão, café com pão"... e serras... de Ponta Delgada avistávamos a serra... um monte verde... onde dentro repousava a bela lagoa do Fogo.
    Adotei o Mondego! Quando o conheci ainda era o bazófias... no verão não tinha água... e passeávamos sobre as suas areias douradas. Agora é lindo e faz brilhar a bela cidade de Coimbra, que me adotou!
    O Dão também é lindo e passa aqui por mim diluído no Mondego.
    Um beijo.

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  7. "O rio da minha aldeia não faz pensar em nada....", dizia Alberto Caeiro.
    A mim faz e muito, claro que abstraindo-me do cariz poético.
    O pessoal da "gandaia", os putos, conheciam o rio Dão, ribeiras e riachos, a frescura da nossa aldeia, cúmplìce de fugas, afinal o nosso altar.
    Não aparecendo em casa a tempo e horas, normal, as nossas mães não colocavam outra hipótese que no pico do calor, não tivesse-mos ido para o rio.
    Afinal, casa , escola e rio, mas "pirralhos d'um raio" que nunca mais chegam para derrepenar uns feijões ou escanar umas espigas de milho. Tinham razão e a gente sabia e sentia por antecipação o azucrinar dos ouvidos, o normal!
    Chegávamos cansados e felizes, em tronco nu, calção ou cuequita esfrangalhada, escuros como africanos e cheios de apetite. O rio era danado...
    mas para nós o melhor do mundo, acolhedor e sem perigo de nos afogarmos, melhor, dependia dos sítios. Havia e há um especial, a Curva da Revolta que para quem conhece era apelativa. Ali sobrava uma ou outra árvore de fruto que o dono nunca chegava a provar, claro! Por outro lado, uma autêntica baía, pouco funda, espraiada por juncos, limos e lírios das ribeiras, milagre para aprender a nadar. Nunca nos deram piscinas, mas arranjamos a nossa, a melhor do mundo!
    Aprendi a nadar mais abaixo, no tão falado Poço dos Caniços, quando os rapazes, os mais velhos, me atiraram lá para dentro, aquilo era fundo e pouco me lembro, acho que cheguei a ver os anjinhos e até hoje não sei se foi o Zé Clementina ou o Tónio que me foram buscar lá em baixo.
    Tinha na inocência, condescendido com a epopeia e certo, certo, aprendi a nadar.
    Um paraíso o meu rio Dão, que apenas me deixava triste quando via os olhos do meu pai a olhar para o caminho, mais tarde vim a saber, a preocupação era o guarda-rios, um tal Herculano.
    Não tinha tirado a licença para o motor de rega trazer a água do rio para o feijão, milho e abóboras que levavam dois dias a regar. Não pelo homem, mas por quem o mandava, como se trabalhar dia e noite fosse um roubo...
    Entretanto, o rio dava peixe, tanto que nem era preciso anzol, bastavam as mãos nas lorcas da raíz dos amieiros e por debaixo dos calhaus e eram tantos...além de uma ou outra enguia que por vezes "ferrava" e doía.
    Mas, pensando na injustiça que faziam aos nossos velhotes, pegava-mos numas cobras ribeirinhas e atirava-mos para longe, gritando: " Ladrões, levem as cobras que a gente fica com o peixe..."!
    Assim fomos sendo moldados, entre S. Pedro e o rio Dão!

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  8. Para mim por razoes obvias, o rio mais bonito e o meu "Mondego"!
    Mas como diz todos tem as suas belezas e o rio Dao, nao lhe fica a traz!

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  9. Para mim o mais belo é o rio Criz; tem peixes e cobras, que fazem dele um rio selvagem. Infelizmente para o Criz, e para o Dão, construíram uma barragem a que deram o nome de Aguieira !... Estando o mal feito, melhor seria FOZ DO DÃO.

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  10. Este rio, que é o nosso rio, o rio Dão que passa por Forninhos, este é o mais belo rio que conheço, ou melhor já foi.
    - Já foi..., pois que em tempos era limpo as suas águas corriam serenas e límpidas, hoje vejo-o bem sujo, as suas margens cheias de árvores e mato; já não é o que era, com muita pena minha.
    Este da foto ainda parece o dos velhos tempos, mas como no Inverno que está prestes a chegar e com ele as chuvas.
    Bonita foto.

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    1. serip,
      A foto é do Inverno de 2010, altura em que as águas estiveram em bom nível, choveu muito nesse ano.
      Ainda bem que referes a falta de limpeza, pois acho que vale sempre a pena falar do que vai mal...água mole em pedra dura tanto bate até que fura…

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  11. Para mim, transparece no rio uma homenagem a Fernando Pessoa e a isso me associo, por dele gostar demais!

    "Entre o Sono e Sonho"

    Entre o sono e sonho,
    Entre mim e o que em mim
    É o quem eu me suponho
    Corre um rio sem fim.

    Passou por outras margens,
    Diversas mais além,
    Naquelas várias viagens
    Que todo o rio tem.

    Chegou onde hoje habito
    A casa que hoje sou.
    Passa, se eu me medito;
    Se desperto, passou.

    E quem me sinto e morre
    No que me liga a mim
    Dorme onde o rio corre —
    Esse rio sem fim.

    Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

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  12. Em 8 de Junho de 1758, diz o Cura José de Campos que o rio que há em Dornelas "...é chamado rio Dão que tem seu princípio na quinta da Barranha distante desta freguesia uma légua, e corre ao redor desta freguesia em algumas partes sossegado e em outras corre rápido; corre do nascente para o poente e vai perder o nome em o Mondego na Foz do Dão perto de Coimbra distante desta terra dezoito léguas, e logo desde o seu nascimento vem regando terras e no sítio desta freguesia que corre pelo mesmo vale se faz mais aprazível com árvores silvestres como são freixos, álamos, caniceiros e salgueiros. Tem em si vários engenhos como são pizões, moinhos, lagares de azeite. Não é navegável, e o peixe que produz em maior abundância são bogas, bordalos e barbos. Tem nesta freguesia duas pontes, uma de pedra e outra de pau; os moradores desta freguesia usam as suas águas livremente...".
    Para mim, é um mimo ler e reler estas coisas, pois respostas idênticas podiam constar nas memórias de Forninhos.
    Mas o mais incrível é que, 255 anos depois, sobre Forninhos, nos tempos que correm e decorrem ainda há pessoas com o poder de nos fazer pensar no Cura Baltazar Dias, que sobre o rio da nossa terra escreveu "zero", não referindo, assim, coisas dignas de memória sobre a terra dos nossos avoengos!

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  13. Boa noite Paula, e cá estou eu de novo de lágrima no olho ao ler este poema! Não o conhecia desde que o mencionou num dos meus "posts" há uns tempos atrás!
    E como fiquei emocionada! É belíssimo.
    Na minha aldeia há muitos ribeiros e também há um rio!
    É o Tejo.
    Um Tejo de barcos pequenos (botes) que já deu de comer a tanta gente pobre de outros tempos!
    Um rio que me observa lá de baixo e que parece guardar as saudades e as lágrimas derramadas pelos meus entes queridos que partiram!
    É o meu rio, um rio que não me canso de olhar, que não me canso de amar.
    Que poderia até nem se chamar Tejo.
    Um beijinho e obrigada por este excelente “post”!
    Bom fim de semana. Ailime

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  14. Quando faço um 'post' sobre o nosso rio, também a mim me faz reviver o meu passado, em muitas situações, semelhante ao seu, Ailime.
    No nosso rio (e ribeiros) não navegam barcos e o peixe que produz é pouco, mas quando as suas margens eram cultiváveis e tinham em si moinhos e lagares de azeite, ajudaram a matar a fome a muita gente, também.

    Bom Fim de Semana.

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  15. Olá Paula,
    Lindo o poema de Alberto Caeiro! Quanto ao Rio Dão, conheço-o, mas não tanto como a Paula. Falando em líquidos, também gosto muito do Vinho do Dão, bebido com moderação, como é óbvio. Para mim, o "meu rio" é o Zêzere,
    pois lá desagua a Ribeira de Pera, onde aprendi a nadar, quando garoto. Quero também dizer que gostei muito das "histórias" do Chico Almeida, quando criança em Forninhos.
    O meu abraço,
    Manuel Tomaz

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    1. É muito reconfortante ler as palavras que o Chico deixa aqui...e acolá...não é mesmo?
      Mas foi bom também falar do Vinho do Dão, que são excelentes vinhos de mesa.
      Temos de combinar um repasto e cada um traz 1 garrafa de vinho da sua região ;)
      Um abraço amigo e bom fs.

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  16. Também o Dão é o rio da minha aldeia. E quem não gosta do rio da sua aldeia? Passa, ainda "ribeira" e logo chega a Forninhos. Sou de Dornelas mas fiz a instrução primária em Forninhos. Tempo para iniciar a nossa formação, mas também para a amizade, a brincadeira, e algumas "asneiras" sempre saudáveis. Todos os dias do ano lectivo lá atravessava o nosso rio, a pé. Raramente se usava o carro ou a camioneta da carreira (havia, quando havia, uma vez por semana!) Chegava o calor e lá ia um grupo de colegas mais traquinas, no intervalo do almoço, a correr para o rio.Banho rápido, regresso a correr, mas agora a subir, e sempre atrasados. De peito feito aguentávamos o castigo.
    Apenas desejava falar do nome do rio, mas as memórias...do rio.
    Há alguns anos, a pedido da câmara municipal de Santa Comba Dão, fiz um trabalho de investigação sobre o concelho: "Santa Comba Dão - Uma Monografia". Desse trabalho, vou retirar umas linhas, com alguma informação que, na altura, pesquisei sobre o nome do nosso rio Dão. Apenas pequenas notas. O rio Dão é referido em vários documentos para definir confrontações de vilas e propriedades. Referências que encontramos já no Código Visigótico. Para a região de Santa Comba Dão há, entre outros, um documento do ano 981 (Dip. et Ch. , nº 130): "(...)Damos, do lado direito, pelos limites que dividem (...) pela lomba até ao rio Dão e para lá do mesmo rio a vila (...)". Quanto ao nome: "Nos documentos antigos há referências a este rio como tendo tido inicialmente o nome de "Om". Mas, em documentos do séc X, aparece com o nome de "Adon". Mais tarde, no séc. XII, a grafia evoluiu para "Huone" e "Oom ou Aom". Perdeu o "d" intervocálico. O "d" da grafia actual poderá representar a aglutinação da preposição "rio de Aom". Agradeço à Paula todo trabalho de investigação e o amor à sua terra. É para mim um exemplo. Francisco Gonçalves Ferreira

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    1. Pois é, amigo Francisco, tal como a agua dos rios, a vida segue o seu rumo e não volta para trás.
      Que bom, ouvir pessoas de Dornelas falar de Forninhos.
      Este rio já não acolhe as crianças de Forninhos e Dornelas, já não move moinhos nem se ouvem os engenhos e os motores a tirar agua para regar o milho que crescia viçoso nas suas margens, porque no seu lugar crescem silvas, mas fica a saudade, a nostalgia que só os da nossa idade, da nossa geração compreendem
      Um abraço para todos que nos leem, mas um muito especial para si, que não julgava, mas fico contente por o “ver” por aqui.
      Eduardo Santos.

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  17. Olá Francisco Ferreira, bem-haja pelas suas palavras. Nem calcula como é bom receber comentários como este que aqui deixa!
    Um blog como este requer, pelo menos, que se goste da terra e se procure transmitir saber, por isso, a explicação que, a respeito do nome nos dá, pode crer é muito interessante para "vida" do blog dos forninhenses.
    A forma Adon encontra-se também no foral de Azurara da Beira (Mangualde) de 1102. Porém, no foral de Aguiar da Beira de 1258 lê-se AON.
    Parece que a evolução terá sido Adón - Daón (por metátese) - Dom - Dão.
    Em Forninhos existe um sítio, próximo do rio, chamado de Fonte Dom, que pronunciamos "Dum".
    Grande abraço de amizade e volte sempre que quiser.

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  18. Parabéns á Paula por mais um bom temam aqui trazido.
    Apesar do abandono, não deixa de ser o RIO DA MINHA ALDEIA.

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  19. Caro senhor e amigo, Manuel Tomaz.
    Sento pelo que leio pelas suas palavras e não apenas neste tema, coisas comuns. Das coisas de infância, talvez uma daquelas mais marcantes, serão sem dúvida os rios e ribeiros, privilégios de quem os tinha e deles usufruia. Era o nosso baptismo e todos teremos histórias, pena que uns as contem e outros as escondam, pois ninguém as pode esquecer, quem delas tem a recordação feliz, nada como partilhar para os outros um pouco dessa felicidade.
    Do Zêzere, recordo a meia dúzia de anos em Gouveia, a estudar e ir "fugitivo" às trutas antes de Manteigas, água gélida...
    Alinho em absoluto e com todo o gosto com a sugestão da Paula, vamos fazer um encontro,conciliando os afazeres de cada um. Se afinal as pessoas, sem estarem à espera se juntam nos funerais, porque não num dia de festa e sã camaradagem.
    Trago "um cinco litros" caseiro, do Dão, da adega da minha mãe!
    Abraço amigo.

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    1. da minha parte, podem contar com um belo queijo da serra.

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    2. Amigo Xico Almeida,
      muito obrigado pela sua mensagem. Tal como disse a Paula, num futuro próximo, poderemos encontrar-nos para confraternizar. Vinho do Dão e Queijo da Serra da Estrela... já temos. O meu abraço,
      Manuel Tomaz

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  20. Oi Paula,
    Adorei o poema, e mais uma vez seu post me leva a viajar de volta ao meu passado, com a pergunta: qual é o rio mais belo de todos? Lembro logo do rio lá do sitio do meu avó, o rio do Capeba, onde passava minhas ferias, um rio lindo, com águas cristalinas e sempre fria, quase gelada, gostava de andar naquelas águas mais rasas sentindo as pedrinhas massageando meus pés, de tomar banho até ficar com as mãos enrugadas, de ficar por horas nas suas pequenas cachoeiras, que fazia a nossa alegria, onde primas e amigas com barulho de vozes e risadas que se misturavam ao som das águas naqueles dias de ferias felizes.
    Beijos!

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  21. O nosso rio Dão antigamente era bonito tanto no Inverno como no Verão, atualmente está muito abandonado as margens já não são limpas como antigamente, quando era garota os meus pais cultivavam um terreno no salto e lembro-me do meu pai limpar a margem do rio que pertencia ao terreno e assim fazia toda a gente que tinha terrenos à berra do rio. Aos Domingos à tarde lá ia a garotada toda para o rio tomar banho era uma alegria, hoje com as árvores que tem já quase que não se vê o rio o que é uma pena, porque para mim o nosso rio Dão é o mais bonito dos rios.

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  22. Ó MARIA...

    Claro que tens razão
    Tão bonito no inverno
    E tanto como no verão
    Quando andava limpinho
    Lá ficava o coração
    Com crianças a nadar
    Rico, rico, rio Dão
    Não te devem estragar
    Parte-nos o coração

    Enquanto a gente nadava
    Entre gritos de alegria
    As amoras apanhava
    E as frutas na rebeldia
    Sem os donos perceberem
    Quem roubava na surdina
    Foi alguém que se banhava...

    Descalços, quase carrapatos
    No calor abrasador
    Que se lixem os sapatos
    Somos imunes à dor
    E o calor àquela hora
    Já a merenda esperava
    O cheiro a sardinha frita
    Um copo de água da nora

    Os putos ficavam atrás
    Mais um mergulho arrojado
    Quase todos eles lingrinhas
    Tipo peixe mal amanhado
    Que teimavam em pescar
    Tinham medo de ir p'ra casa
    pois a mãe ia ralhar

    Meu rico rio Dão
    Não deixarei de te amar!

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  23. Em diversos pontos do percurso, o leito do rio encontra-se aberto entre rochedos escavados, apresentando uma peculiar grandeza. Contudo, são em sítios que, em regra, só os caçadores têm oportunidade de descobrir
    E no olhar atento do caçador, é descoberta a sua mais pura beleza e riqueza cinegética.

    As margens deste rio, ao longo do seu percurso, proporcionam a formação da casta de uvas que permite a produção do famoso VINHO DO DÃO, um dos melhores e mais abundantes vinhos maduros portugueses.
    Em cerca de 100 quilómetros de comprimento, até à Foz, tão rico é "o nosso" rio que cada metro ele aproveita para fazer história de abundância e estórias que de tão belas se perpetuam no tempo.

    Bem haja, rio Dão em que até o nome é de partilha!

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