Este modelo era mesmo assim que se chamava: "ferro de passar a ferro". Em ferro (portanto, pesado), com pegas em madeira para levantamento da tampa que assenta no corpo, onde para aquecê-lo colocavam dentro as brasas que retiravam do lume e, assim, ficava pronto para passar a roupa a ferro. Tem orifícios para permitir a entrada e saída de ar quando estavam a passar e, acho eu, manter por mais tempo as brasas acesas.
Como curiosidades, na altura em que não havia "dinheiro no bolso", para acender o lume as pessoas pediam brasas a quem tinha já a lareira acesa - aos vizinhos - e era prática corrente, aos Domingos, pedir emprestado o ferro à vizinha para passar a roupa.
O carvão feito de troncos e raízes de urgueiras também servia para aquecer estes ferros e para na forja aguçar diversas ferramentas. O carvão vegetal era feito numa vala funda com a lenha de urgueiras que se incendiava. Quando chegasse à condição de carvão, abafava-se com terra e no dia seguinte era retirado. Falo do carvão de propósito, para que também falem da Etelvina de Forninhos, uma figura emblemática que se dedicava a esta actividade.
Aqui também tinha esse fero,bem antigamente. Que trabalheira! Eu detesto passar roupas hoje, imagina com esse peso todo! è lindo, mas ... beijos,tudo de bom,chica
ResponderEliminarPassar a ferro com este modelo devia ser mesmo uma grande trabalheira, mas com realismo, chica, temos de ver que com os ferros eléctricos e a vapor (e agora vaporetas c/ ferro de engomar) hoje passar a roupa é mais cómodo e rápido ;)
EliminarBeijos**
Como gostei de ver esta "relíquia"tão bem explicada aqui.
ResponderEliminarEm casa dos meus Pais havia um ferro desses transformado
em bibelô.
BFS.
Beijo.
isa.
Obrigada por vir, de novo, isa.
ResponderEliminarO ferro da imagem é apenas um modelo, mas ao longo do tempo houve modelos diferentes, tal como hoje com os ferros eléctricos.
Eu já não presenciei a minha mãe, minhas avós ou tias a passar a ferro com este ferro, mas quase todos nós vimos já estes ferros como objectos de decoração, só que se calhar a maioria não sabia como eram aquecidos!
Aprender é preciso e o meu objectivo é divulgar Forninhos, sempre...e registar as coisas nossas que um dia já foram assim, mas claro com a ajuda e explicação de alguém mais velho.
Bjo e bom fs.
O ferro de passar a ferro! Já vi alguns assim e acho bem legais, bonitos... Lembram a vida na fazenda! Nunca gostei de passar ferro, sabe, e imagino que com esse o esforço é maior! Rsss... Lavar tudo bem, mas passar?...
ResponderEliminarUm Beijão, querida Paula............ Bom Dia!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Hoje são decorativos. Nos anos 40, bem recordo este objeto, mas ainda mais "tosco", com que minha Mãe engomava algumas peças de roupa. Era necessário alguma habilidade, porquanto algumas vezes, uma pequena fagulha lá queimava a camisa...felizmente poucas vezes.
ResponderEliminarOs meus cumprimentos, Paula.
Manuel Tomaz
Parecida a esta plancha tengo varias similares que se usaban en estas Tierras entre Galicia y Asturias.
ResponderEliminarMuy buen y entrañable Post.
Abraços e beijos.
Muito interessante!
ResponderEliminarjá sou tua seguidora. A tua filosofia de vida tem muito a ver com a minha.
Beijo
Na minha infância não havia electricidade de maneira que o ferro de engomar a carvão, era peça mais usada aos domingos de manhã antes da missa. Em Forninhos não se usava carvão; acedia-se a lareira para cozinhar e fazer comida para os animais e, aproveitavam-se a brasas para encher o ferro e toca a passar a roupa domingueira; algumas vezes saltava uma faúlha e lá tinha que se limpar e voltar a passar; muitas pessoas não tinham 3 tostões para comprar uma caixa de palitos (fósforos), também tinham pouca lenha; as vizinhas além de pedirem umas brasas para acender o lume (lareira), também perguntavam se tinham o ferro quente, para aproveitarem a boleia. A tia Etelvina, que morava na casa, que hoje pertence à Olívia, era a única pessoa em Forninhos que fazia carvão para vender para fora da povoação; ela tinha um terreno em Valongo junto ao nosso; ficava a Sul do terreno onde a minha irmã tem os carvalhos; conheci duas filhas, que julgo que foram para o Brasil, pois a mais nova ainda a fui ver numa casa perto da Igreja de StºCondestável em Lisboa, onde morava em solteiro o Dr. Ezequiel da Quinta da Ponte; um certo dia, quando o poço de Valongo tinha pouca água e havia gente por perto, atirou-se ao poço e começou a pedir por socorro....belo teatro.
ResponderEliminarA electricidade só chegou a Forninhos no fim do Verão de 1956, estava eu já em Lisboa há cerca de 2 meses.
Bjs.
E com a chegada da energia eléctrica apareceram os Philips, Siemens, Bosch, Moulinex, etc. e tal...e desapareceram os "ferros de passar a ferro".
EliminarGrata por falar da Etelvina e do seu teatro que, doutra vez junto com o Xabregas assaltaram as tulhas de cereal do "Sr. Amaral" (era feitor, ao tempo, o Sr. Alves) para matar a fome às filhas.
A m/ tia Margarida disse-me que teve duas - a Adélia e a Conceição, que foram para o Brasil, sim.
A tia Etelvina era prima direita do meu avó Cavaca.
E fico-me por aqui, para dar aos habituais comentadores e até quem sabe aos leitores passivos, a oportunidade de saberem mais acerca desta personagem da nossa aldeia.
Olá Paula,
EliminarVim agora a saber que a Etelvina também era prima direita do meu pai, afinal ambos somos ainda primos dela!
E esta héin, como diria o Pessa...
Agora mais me seduz a história desta mulher.
Um abraço.
Recordo este utensílio ainda na minha meninice. Ao mesmo tempo recordo a minha mãe, ainda nova, a passar a ferro aos domingos e um ou outro dia de festa.
ResponderEliminarDurante a semana era a roupa de cote que não precisava destas mordomias, era lavada com o suor e vincada pelo trabalho.
Mas domingo, era domingo e às primeiras picadas no sino da igreja, era tirar as brasas da fogueira, debaixo da panela grande para carregar o ferro.
Tinha de "passar" a capa da irmandade do meu pai para este levar à missa.
E a gente via e não compreendia como aquele bocado de ferro esquisito punha uma coisa amarfanhada numa coisa tão bonita.
Agora percebo, era a necessidade e a sabedoria que se juntavam.
Um abraço.
Assim era a vida e assim era a filosofia de família e vizinhança.
ResponderEliminarTambém os tecidos mais utilizados para a roupa de trabalho e de andar todos os dias (de trazer a “cote”) eram à base algodão, como a chita e a popeline. Usava-se ainda o nylon e tirilene, que não precisavam de ferro.
Só a roupa domingueira, de casamentos,baptizados, crisma, etc. ou quando se ia ao fotógrafo tirar uma foto de família, é que era passada/engomada.
Abr./Paula
ResponderEliminarOlá , Fátima ! Também na minha terra os ferros da minha infância eram iguais ao que mostra .Tenho na casa de Idanha a-aNova 2 .Mas tenho também 2 que eram de aquecer em cima do fogão de lenha que para além dos cozinhados servia para aquecer a água numa caldeira que possuia e para aquecer esses ferrinhos com que se passava a roupa .Também guardo o fogão ; é lindo ..
Bjinhos
Etelvina a mulher-homem, uma figura quase lendária que ainda hoje perdura na memória das pessoas através da sua história e estórias de vida.
ResponderEliminarMulher necessitada e trabalhadora que tinha como base principal de sustento a feitura de carvão em terrenos baldios ou à revelia dos proprietários de pinhais, à descarada e sem medos,palavra que não lhe assistia por ser temerária.
Quando descobriam que ela tinha usado em proveito próprio a lenha para fazer carvão, já ela o tinha vendido. Ardilosa, deitava a mão ao que podia, dizem que não era ladra mas sim por necessidade para o sustento da família.
Muito avançada para a época, apesar de vestir saia comportava-se como um homem,
Quando tal se proporcionava e eram bastas vezes, encostava a enxada e demais material do carvão, à porta da venda (taberna) e entrava.
Silêncio e respeito por esta figura alta, pernas arqueadas, chapéu de homem na cabeça.
Junto aos homens, servia-se de meio quartilho de vinho e puxava do seu cigarro.
Ali era "um" boémio junto dos seus pares que a aceitavam com tal e onde se sentia bem.
Outras histórias haverá.
Sabias que ela ceifava tal qual um homem? E na tarefa da resina ganhava o mesmo que os homens, 15$00 por dia? A discriminação não era a brincar, era mesmo a sério e as mulheres ganhavam, por dia, para aí metade!
EliminarSe calhar tinham medo dela, por isso fazia o que lhe apetecia.
EliminarDepois da padeira de Aljubarrota, a carvoeira de Forninhos.Devia dar um grande filme.
Passar a roupa antes dos ferros eléctricos era quase uma tragédia comparado com agora.
ResponderEliminarAs brasas vindas da fogueira e colocadas no seu interior, mantinam-no aquecido.
Era um processo difícil porque os tecidos de outrora eram feitos à base de fibras naturais ( de origem animal, como a lã, ou vegetal como o algodão e linho), não eram propícios a serem logo usados depois de lavados, havendo muitas vezes a necessidade de que fossem engomados. Acrescente-se a isso que, sendo o ferro aquecido por brasas, não havia quase possibilidade de controlar a sua temperatura, o que contribuía para tornar ainda mais penoso o seu uso. A pessoa que usava o ferro de "brasas", devia necessariamente ter de trabalhar em pé por um longo período, coisa que certamente não contribuía para promover a saúde, além de que antes já tinham feito outras tarefas como tratar dos animais e regar a horta.
Outras haveria ainda para fazer, mas enganavam a canseira cantarolando enquanto enquanto o ferro fumegava.
Penso que não era só em Forninhos...
Olá Aluap e Xico, como me lembro bem desses ferros e como antigamente se faziam milagres! Até aos 13 anos em que vivi na minha aldeia natal onde não havia eletricidade a roupa era toda passada desta forma, para mim tarefa bem penosa. Em criança gostava de observar a minha mãe e outras vizinhas ainda novas na época que com tanto esmero passavam os lençóis , toalhas e as roupinhas das crianças com toda a dedicação e ficava tudo uma perfeição. Devo confessar que nem com as facilidades de hoje (ferros a vapor e outros) consigo que a minha roupa fique passada daquela forma tão perfeita. Muito longe disso. Grata por trazerem estes temas tão interessantes para os mais antigos recordarem e os mais jovens saberem como era:)). Bjs e boa semana. Ailime
ResponderEliminarNa introdução ao post é feita referência à forja e à Etelvina carvoeira, por isso deixo algumas dicas sobre a forja.
ResponderEliminarBom seria que alguém viesse complementar e/ou rectificar.
Era na forja que se afiavam os picos, as facas, foices, machados, guilhos, sacholas, etc. e faziam e consertavam as ferramentas e outros utensílios como dobradiças, braseiras, grades e portões.
Por norma instalava-se numa casa térrea de terra batida, geralmente de pequena dimensão. Tinha no interior um maciço de pedra onde se colocavam as brasas de urgueira ou carvão da mesma, a "fornalha" (quem sabe se o carvão tinha sido fabricado pela minha prima Etelvina, e digo isto porque descobri que era prima direita do meu pai) e sobre ela uma pedra vertical com um buraco onde passava o bico do fole, construído em madeira e couro, de grande dimensão a accionado por uma alavanca manual.
Próximo da fornalha estava o cepo com a bigorna, onde o malho moldava o ferro e junto, a pia com água para o temperar.
Não se lembram de ouvir os nossos pais e avós antes das grandes sementeiras dizerem "é preciso levar isto à forja para levar uma quentura"?
Acho que havia ali uma forja no Oiteiro, nas traseiras, da casa da ti Aida, creio que era mesmo do tio Zé Lopes, que aqueceu muitas ferramentas.
ResponderEliminarMas pode ser que alguém de Forninhos se lembre melhor disto e nos diga se a principal forja da aldeia era essa aí do Oiteiro(?).
E os Ferreiros de Forninhos, será que era alcunha da profissão ou apelido?
ResponderEliminarVai ser interessante investigar isto, porque a ser um modo de vida e ganha pão,
teriam que ter uma forja para fazer o trabalho de reparar os utensílios para o dia-a-dia.
De realçar que à época para transportar as taleigas de grão e cereais, os moleiros usavam para o efeito cavalos e mulas por aqueles caminhos íngremes e acidentados o que levava a terem de as ferraduras ser mudadas.
Forninhos tinha moinhos activos, será que também tinha ferreiro e/ou ferrador, ou vinham de fora?
E não diziam que o ferreiro até arrancavam os dentes com uma turquesa?
Quem souber que diga...
Óbviamente que queria dizer "...para transportar as taleigas de grão e farinha..."
EliminarAs minhas desculpas.
Sobre os "Ferreiros" volto a dizer: acho estranheza numa família tão numerosa não haver um familiar com sensibilidade para escrever uma linha sobre os seus antepassados!
Eliminar- Mas enfim.
No entanto temos de concordar que o teu avô Francisco e a minha bisavó Teresa eram "Ferreiros", mas eu nunca ouvi falar do ferrador de cavalos e mulas, ou que esta profissão já fez parte do dia a dia da nossa aldeia. Se fez, pensa - por que raios iam omitir uma profissão dessas no desfile que recordou artífices de Forninhos?
O Zé "ferreiro" até retratou um simples lavrador?!
Os nossos trisavós ou quadriavós, sim, podiam ter sido ferradores, ferreiros, forjadores. Ferreiro(s) é alcunha.
Olá amigos, na minha aldeia ao lado da casa dos meus avós maternos existia uma forja e como era muito curiosa fica muitas vezes à porta a observar todas essas operações que o nosso vizinho ferreiro forjador fazia! Deliciava-me e depois tive o privilégio de ter um avô que embora trabalhador do campo (sabia ler) e no tempo do azeite também trabalhava nos lagares – trabalhava em tudo) e eu sempre atrás da minha avó fazendo-lhe companhia quando ela ia levar o almoço aos locais onde ele trabalhava. Explicava-me tudo o que fazia, porque fazia. Um avô que não esqueço e que para a época (nasceu no início do sec. XX) estaria um pouco à frente em todos os aspectos. Humilde, simples e muito bom. Partilhava tudo com a suas três netas)Por este facto adoro o vosso Blogue que é como que uma homenagem a todos os Grandes Homens do nosso Povo que na sombra foram grandes Heróis dando-nos o seu testemunho e exemplo. Obrigada pelo vosso trabalho lindo. Beijinhos e boa semana. (Grata pelo poema que deixou no meu palavras). Ailime
ResponderEliminarRecordar é Viver!
EliminarSabe, comecei este projecto com muita determinação, acreditando que era possível fazer algo diferente pela minha terra e...assim foi. Se hoje em Forninhos (todas as gerações) falam mais da história,património, tradições, gentes forninhenses, eu não tenho dúvidas, que tal se deve ao "novo blog".
E, está certo o que a Ailime entendeu. A pequena dimensão da minha terra, mais não é do que metáfora de uma qualquer terra, onde há uma história antiga construída pela gente de quem somos herdeiros.
BOA SEMANA. Tudo de bom e bem-haja pelos seus comentários.
Paula
Bem me lembro destes ferros antigos de brasas ,ainda passei algumas vezes com eles ,mas nao sabia que havia uma senhora em Forninhos que fazia carvão .
ResponderEliminarBoa noite, como me lembro de ver a minha mãe passar a roupa com um ferro destes, para tentar controlar temperatura molhada a ponta do dedo língua e passava-o na base do ferro, como eram pesados não era necessário de fazer força para melhorar o vinco na roupa, em minha casa tenho um ferro do tipo apresentado a foto e um outro mais antigo e que era mais utilizado pelos alfaiates, pois estes eram aquecidas num fogão, iliminando assim o risco de queimar a roupa com alguma fagulha que podesse escapar.
ResponderEliminarEsse ferro espalhava carvão. Ficamos felizes quando o ferro elétrico foi fabricado:))) Um abraço, Yayá.
ResponderEliminarEu já passei roupa com um desses. Lá na fazenda de minha avó tinha ferro elétrico, e esse outro igual a esse da imagem. Mas, a moça que passava roupa, não gostava das coisas modernas. Então, eu pedia pra ela me ensinar a passar com ele. Rs Era pesado, mas eu gostava do cheirinho do carvão.
ResponderEliminarIsso porque eu estava me divertindo. Imagino como deveria ser cansativo passar uma pilha de roupas com esse objeto. Já com ferro elétrico é horrível. Eu não gosto de passar roupas. Mas, odeio ainda mais roupa mal passada. Rs O dia que inventarem uma máquina de passar roupa, vou ser a primeira da fila pra comprar. Rs
Doces lembranças essa imagem me trouxe.
Um lindo dia! Beijos
O apelido Ferreiro abrangia uma das familias mais numerosas de Fornihos. Xico Ferreiro daqui, Daniel Ferreiro, dali e por aí adiante.
ResponderEliminarNa realidade era uma alcunha que ainda hoje perdura e advinha da profissão exercida na arte de malhar o ferro.
Segundo me contaram, o avô do meu avô já era ferreiro e a forja situava-se entre a agora casa do Tio António Cavaca e a do Tio António Carau.
O meu tio José, irmão do meu pai, poderá ter sido o último ou dos últimos a trabalhar na forja, depois partiu para Angola aonde teve e criou os filhos e por lá morreu.
Tal como a forja que morreu por cá.
Etelvina a mulher-homem.
ResponderEliminarDesculpem voltar a esta personagem mas estou seduzido pelas suas histórias, tal como talvez vocês.
Consta que quando ia para a resina, parava à porta da taberna e emborcava logo meio quartilho de vinho. As outras ficavam cá fora à espera e se abriam o bico, da sua boca soltavam-se palavrões e raios e coriscos por todo o lado.
Estranha e enigmática esta mulher.
Contam que um dia em Valongo por "maluqueira", atou uma filha com um rabeiro, ao toro de uma videira.
Um senhor que trabalhava num terreno próximo, indignado com tal vil acto, correu para a Etelvina de sachola em riste e intimou-a a soltar a filha, caso contrário rachava-a ao meio.
Parece incrível mas a Etelvina teve medo e libertou a filha.
E uma história houve que também foi badalada. Disseram-me que quando as filhas emigraram para o Brasil:
Eliminar-Ai que já vão na Ademooonteeeeee.
Acho que tenha sido assim.
Parecia que as filhas já iam a atravessar o atlântico, entenda-se!
Excelentes fotografias de valioso património....
ResponderEliminarCumprimentos
- E T E L V I N A -
ResponderEliminarDa minha parte por aqui me fico nesta saga extraordinária desta mulher-homem.
Tanto haverá por contar sobre esta mulher, quase um mito, que por vezes saqueava e enganava por necessidade.
Mas também trabalhava e muito, segundo dizem, desafiava a força dos homens, alguns que com ela se deitavam, impunha respeito às mulheres e andava de cabeça erguida.
Vou ter saudade do seu hálito a vinho tinto, da baforada do seu cigarro, até dos seus palavrões.
Tiro-lhe o chapéu à homem.
Obrigada Etelvina por estas lições de vida!
Mais uma ocasião para lembrar que os antigos imaginários portugueses punham as estátuas que faziam em altos pedestais para não lhe serem notados os defeitos. Isto tem foros de verdade e ainda hoje existe o hábito de colocar em alto pedestal certa gente e esquecer a gente comum e trabalhadora, como a tia Etelvina, que no meio da aridez da vida que às vezes prega partidas, não tiveram problemas em mostrar os seus defeitos.
ResponderEliminarSerá que não haverá alguém com uma fotografia ou que possa fazer-nos a caricatura da Etelvina?
Plenamente de acordo e mesmo os que não chegam a altos pedestais, põem-se em bicos de pés.
EliminarEu punha a Etelvina num pedestal, não muito alto para ser vista com defeitos e virtudes.
Quase nem "apete" ter foto, não vá estragar a imagem pré-concebida dela.
Tenho muito orgulho em vir de uma família a quem apelidavam Ferreiros como no caso do meu avô Francisco, contráriamente a alguns que se julgam de "sangue azul", mas adiante porque qualquer profissão é digna desde que haja honestidade.
ResponderEliminarTentei saber junto de gente antiga se houve ferradores em Forninhos, mas na sua memória não há recordação, há a recordação sim de vir um ferrador de fora.
Quem vinha ferrar as vacas e bois, era o Tio Belarmino do Barracão.
Onde se situa agora o"Paga Pouco", era onde se situava o "Tronco", local próprio para levarem os animais a serem ferrados.
Junto a uma oliveira, com varas faziam uma espécie de caixa-forte, para onde eram encaminhados os animais, um pouco à semelhança dos curros que se vê nas touradas.
Prendiam a pata do animal a uma cancela e o ferrador limpava os cascos do mesmo e aplicava a ferradura.
Um abraço.
Paula , quero pedir-lhe desculpa pela troca de nomes que fiz no meu comentáro .Coisas do cansaço e da velhice ...
Um grande abraço
Quina,
ResponderEliminarEu havia entendido o cansaço, mas não entendo essa da velhice!
O tempo passa por todos, mas realmente o que se nota é menos energia para fazer as coisas como antes.
Beijos & Abraço.
Neste momento escrevo chorando, pois essa historia do poço esculto desde pequeno. Etelvina era minha avó, não a conheci, a avó que conheci morreu quando eu tinha 4 anos..lembro pouco desta, era irmã de Etelvina, chamada Maria, ou Vovó do Ipiranga, como eu e meus irmão nos referimos a ela.
ResponderEliminarAs duas filhas citadas por João devem ser Maria Adelia e Maria da Graça. Adelia conheço bem, vive ainda hoje na antiga casa da Vovó do Ipiranga, a Tia Graça mora em Varginha, no Estado de Minas Gerais.
Tenho outra tia, Maria da Conceição, que pelo que eu sei, também é filho do meu avô misterioso. Minha mãe era a mais nova, Alzira(a unica que não é Maria ), que igualmente a Etelvina era uma mulher marcante, horas de uma felicidade contagiante, hora de uma tristeza imensa. Ela me contava como trabalhava duro, ainda pequenina. Minha avó faleceu quando ela ainda era pequena, e ficou só,pois as irmãs estavam todas no Brasil.
Adoraria saber tudo sobre minha família Forninhense, quero poder contar aos meus filhos(que ainda não tenho) sobre suas origens.
Aurélio Fernandes Pereira