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sábado, 6 de setembro de 2014

Na linha de partida

As andorinhas são aves migratórias que visitam o nosso país entre a primavera e o outono, altura em que se reproduzem. No final do verão migram para zonas de clima mais quente, como a África, onde permanecem durante o inverno.


Em meados de Agosto assisti ao que me pareceu ser um encontro de andorinhas. Nunca tinha reparado, mas é nos fios de electricidade e de telefone que elas juntinhas e alinhadas preparam o primeiro voo. Quer dizer, o primeiro voo de partida, já que o primeiríssimo deve ter sido uma espécie de trambolhão do ninho abaixo!
Fîquei a apreciá-las e a lembrar que em tempos aprendi que o voo das andorinhas marcava o fim do Verão e a chegada do tempo frio do Outono, mas as palavras de Outono deixarei para essa altura, a de Outono.
Grupo após grupo, atentas ao sinal que vem não sei de onde, ou de que maneira, elas estendem as asas e organizadamente voam, em bando, voo planado ou rápido.

Vai andorinha vai,
leva contigo um abraço
em tuas asas tão lindas,
no carinho do regaço

Quadra de Xicoalmeida. 

34 comentários:

  1. Por aqui são os pássaros bem-te-vi estão a anunciar a mudança do clima. O dia está ensolarado, tomara que faça um dia bonito! Um abraço, Yayá.

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    1. Obrigada Yayá por acrescentar mais um pouco ao nosso saber. Fui ver no google imagens dos pássaros bem-te-vi e achei-os lindos. Por cá choveu, mas são dias como este que melhor possibilitam mostrar um pouco do muito que fotografamos na nossa aldeia. Um abraço, Paula.

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  2. Adoro quando vejo essas cenas! Aqui em frente ao meu prédio, várias delas assim ficam. Acho um presente! abração,tudo de bom,chica

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    1. Eu quando vou a Forninhos, agora, é que reparo em coisas que nunca antes tinha reparado. Dantes nunca me lembraria de tirar fotografias como esta e...outras.
      Um abraço e bom fim de semana.

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  3. Lindo o que escreveu e narrou sobre os voos das Andorinhas... Há mistérios lindos dos seus pousos e andanças...
    Refexão poética que amei ler agora, Paula!
    Beijinhos

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    1. Pela maneira como se organizam e voam, em bando, é facto de que em qualquer direcção elas não gostam de voar sozinhas e pensei, para mim, que o fizeram sempre assim.
      Beijinhos.

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  4. Que linda postagem Paula...adorei o versinho...e como são lindas as andorinhas!
    Beijos!
    Mariangela

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    1. O autor do versinho é o XicoAlmeida. Apesar de não ter pedido autorização para o publicar, tomei a liberdade de o fazer, para deste modo completar melhor a postagem. E acho que finalizei bem :-)
      Beijos**

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  5. Partem, mas deixam uma saudade grande.
    Todos nós, ainda gaiatos, era dia de festa quando na aldeia alguém gritava que já tinha visto uma andorinha. Corria célere a notícia: "elas já chegaram"!
    De um dia para o outro parecia ter chegado um cargueiro carregadinho delas de África, contentes e chilrreando desalmadas pelo regresso à sua segunda casa. Ou primeira, talvez. Estavam casadas com o local e aqui viriam para dobrar a família; lindas de morrer, asas pontiagudas, voos rasantes no cheirar da humidade de um charco, rápidas no apanhar da comida, não em terra mas no ar, dos insectos preferidos.
    Vinham cansadas da viagem, sob o enorme Atlântico, mas ainda teriam de arrumar a casa para a "lua de mel". Com lama e palha faziam e fazem pequenas taças, inveja de arquitectos, os seus ninhos, com a vantagem de serem considerados sagrados e intocáveis. Andam à vontade e despreocupadas com todo o tempo do mundo.
    Afinal estas pequenas aves traziam também com elas o símbolo de esperança e renovação, a primavera e a alegria de acordar com a sua irreverência matinal.
    Fizeram a casa, criaram e ensinaram os rebentos, registaram estes (os da imagem em Forninhos) e para o ano voltarão.
    Irão tristes por deixarem metade do ano para trás, o lar de família, mas no princípio da próxima primavera, estarão de volta, sabendo que a maioria dos seus ninhos estarão intactos a não ser que alguma forte intempérie dê cabo deles.
    Tão delicadas e ao mesmo tempo dedicadas e esforçadas.
    Gostava de ouvir o que as ondas dos oceanos para elas sussurram nesta longa viagem...elas que pouco mais pesam que uma dúzia de gramas e que pela lenda foram consideradas sagradas.
    Quem sabe, um milagre!
    Por cá vos esperamos na Primavera.

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    1. Sobre andorinhas as coisas que tu sabes, Francisco António! Eu não fazia ideia que os ninhos delas são em forma de taça e que no ano seguinte a maioria estarão intactos!
      Outra coisa:
      Fui pesquisar essa lenda que as considera "sagradas", mais por conhecer aquela outra que conta que quando iam para África, no final do Verão, se cruzavam com os tralhões que vinham de África para a Europa e que as chamam de "putas".
      Os tralhões diziam para as andorinhas:
      - Eh andorinhas putas, foram poucas e vieram muitas (isto porque as andorinhas são aves que fazem muita criação).
      E as andorinhas respondiam:
      - E vós, tralhões loucos, vão muitos e virão poucos (pois os tralhões aparecem em Setembro e desaparecem, normalmente ainda este mês, porque caçados pela rapaziada, nos custilos, com muita facilidade).

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  6. Um post de uma ternura ímpar!

    Beijinhos.

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    1. Talvez abusivamente, e a propósito de ternura, não resisto em registar um pequeno pormenor à sombra do qual fui criado.
      O tio Alfredo, chamava por norma à sua esposa, Augusta," a minha andorinha". Carinhosa e ternuramente!
      Os meus pais.
      Beijinho.

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    2. Fico contente com o que disse, Elisa. Beijinhos e tudo de bom para si.

      Xico, o teu pai chamava "andorinha" à tua mãe, talvez por ser um nome ternurento... afinal acaba em "inha". Elas também são graciosas.
      Também, se calhar, não é a toa que chamam a tua mãe de Agostinha em vez de Augusta!

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  7. Uma bela imagem!
    Provavelmente combinam a hora e o dia da partida!!!
    Por aqui vemos poucas!
    O regresso ao outono vai proporcionar-nos belíssimos momentos como este!
    Bj amigo

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    1. Na volta...pois o que aqui vemos deve ser mesmo o primeiro passo para depois, no dia e hora, cada uma estender asas e voar em bando.
      Para o ano já vou preparada para fotografar o voo, pois o lugar de Forninhos é propício. É uma aldeia rural, mas o progresso também cá chegou, pois tem fios/linhas de telefone e electricidade bastantes...algumas fotos até ficavam melhores se não houvesse tantos fios pelo ar...esta com as andorinhas...já fica bem assim!
      1 beijo amigo tb.

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  8. Por aqui tenho andorinhas.

    Por acaso ainda não reparei se já partiram.

    Beijinhos

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    1. Aproveite então para reparar em coisas que antes não tinha reparado ;)

      Beijinhos e bom domingo!

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  9. Um post tão singelo e tão bonito!
    Adoro aves, e tenho pelas andorinhas uma ternura muito especial, que vem desde a infância. O monte da minha tia tinha tantos ninhos de andorinhas nos beirais , feitos de lama, em forma de taça, sim. Aquilo era uma maravilha de ver, porque os ninhos eram imensos.
    "Por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera", mas a Primavera poderá ficar um pouco mais triste.
    Um bom domingo para todos!
    xx

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    1. Lindo a parte final do teu comentário!
      As andorinhas fazem sempre pensar em recomeço... ou do tempo quente, da Primavera; ou do fim do Verão e chegada do tempo frio do Outono.
      Agora que falas nos beirais o que lembro de ver é andorinhas de cerâmica nas varandas das casas dos 1.ºs emigrantes.
      Bom Domingo!

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  10. Boa noite Paula, um "post" cheio de imensa beleza que me sensibilizou!
    As partidas mesmo das andorinhas fazem-me lembrar outros voos, neste caso estou a referir-me aos emigrantes jovens (e não só) como o meu filho mais velho que está num outro continente e com quem acabei agora de falar!
    Vai e vem tal como as andorinhas, deixando aqui muita saudade e dor no peito!
    Os versos do Xico muito belos!
    Desculpe o meu desabafo!
    Beijinhos e bom domingo.
    Ailime

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    1. Agora foi o desabafo da Ailime que me sensibilizou. Sei como são essas partidas, pois os meus 2 irmãos são emigrantes; ainda não se despediram e as saudades já cá estão!
      Desejo-lhe um bom domingo tb. Beijinhos.

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  11. Hoje comento cheia de pena de não vos ter dado a atenção merecida há já alguns dias.
    Por aqui e por ali, no convívio anual da família do meu marido, em Trás-os-Montes e agora os preparativos para a partida até aos Açores. Vai ser um choque chegar lá e não ver a minha mãe... na última despedida foi igual.
    Com tudo isto, não irei deixar de vir aqui com mais atenção.
    Beijinhos

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    1. Olá Teresinha, na verdade eu também (até hoje) não fui capaz de a visitar, ou melhor, comentar os últimos post´s do "Mãos da Teresinha". Como sigo muitos blogues, sempre leio os que gosto, mas não tenho tempo de comentar todos. Às vezes até agradeço o aparecimento das redes sociais já que proporciona que muitos migrem para outros midias
      E, quanto às partidas, eu nem quero pensar que alguém que eu amo muito vai morrer um dia :(
      Bjs e boa viagem até aos Açores.

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  12. Uma foto extraordinária, sugerindo pintura. É a prova da inevitável sucessão das estações.
    Tenham um feliz domingo.
    Beijo da Nina

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    1. Obrigada Nina.Também lhe desejo um feliz domingo!
      Como as andorinhas aparecem e param por aqui, até é possível pintar um quadro assim, pois o cenário está montado.
      Beijo*

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  13. Anónimo9/08/2014

    Paulamiga (ou será aluapamiga?)

    Émile Zola dizia que "O amor, como as andorinhas, dá felicidade às casas.". Adoro essas aves simpáticas e negras. Na casa dos meus avós maternos, em Portalegre, um casal de andorinhas fez o ninho num beiral.

    Na altura tinha seis anos (hoje vou a caminho dos 73 no dia 20 deste mês) e segui o trabalho do casal. Para mim era maravilhoso, (mas um tanto misterioso... rrrsss) ver a habilidade dos dois.

    Portanto entendo bem o teu texto que, de resto é simples, mas singular; assim dou-te os meus parabéns, por ele, pela quadra que lhe acrescentaste e pelo teu blogue.

    Já te sigo ejá comentei. E como Amor com Amor se paga...

    Qjs = queijinhos = beijinhos - e até rimam

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    1. Boa tarde, Henrique, sabe que quando criei o novo blog dos forninhenses não pensei que teria tantos seguidores, pois na minha primeira experiência os "seguidores" eram uma dúzia de forninhenses, um grupo bem específico.
      O tempo mostrou-me o contrário e surpreendi-me com tanta gente interessada em comentar os post´s sobre uma aldeia chamada Forninhos, então com a sua presença...eu fiquei sem palavras, sem saber o que responder-lhe tal o seu estatuto profissional e homem conhecido que é.
      Já passei pela sua Travessa e gostei bastante da apresentação. "Fazer Amizade com as pessoas é uma das melhores coisas do Mundo. E a blogosfera propicia isso."
      Concordo.
      Registar as vivências do passado já me proporcionou conhecer boas pessoas e já fiz belas amizades por aqui, mas também já perdi amizades, principalmente porque não quiseram continuar a cultivá-las e de maneira alguma vou ser amiga ou dar atenção a quem não me dá atenção ou quem escrevia aqui uma coisa e por detrás dizia outra, mas isto em qualquer área da minha vida.
      É bom ter a presença das andorinhas nas casas, como é bom num blog ter comentários, mais ainda quando eles acrescentam conhecimento. Ainda bem que veio até aqui e nos segue. O blog dos forninhenses agradece a sua visita comentada.
      Abr./Paula.

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  14. As andorinhas estão se preparando para vir pra cá. Mandem um bilhete por elas. hahaha Adorei o verso do Xico. Bem dizem uma andorinha sozinha não faz verão.
    Bjos tenha um ótimo início de semana.

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    1. Levam uma carta escrevida
      Saudades que ficam por ca
      Vao procurar outra vida
      Cuida delas Anaja

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  15. Oi Paula !
    Mais um espetáculo da natureza, é muito lindo e misterioso essas revoadas em grandes grupos de pássaros, mais conhecidos pelas andorinhas, tem até o ditado popular que diz, que uma andorinha só não faz verão, então sinta-se privilegiada de poder observar esse fenômeno ao vivo, deve ser uma coisa muito linda de se ver.
    Beijos!

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    1. Se um andorinha só
      Não faz a Primavera
      Dela ninguém tenha dó
      Pois tem tanta companheiro
      que mesmo que a gente não veja
      Sente a Fátima Oliveira

      O chilrear tão candente
      Mal chega a madrugada
      Aguenta coração da gente
      Temos vida renovada

      Beijos

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  16. Vi um docomentário que dizia que elas dormiam voando , achei
    tão interessante , agora não lembro se era uma espécie diferente a que temos.
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  17. Hei Xico, adorei o verso em prosa, você sempre essa pessoa muito especial.
    Beijos!

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  18. Agradeço todos os comentários.
    Obrigada pela presença e tal como as andorinhas voltem sempre! Pois como diz o provérbio brasileiro "se uma andorinha só não faz verão" também nos blogues é muito bom não estar só. Mas bom, bom, era que os forninhenses tivessem noção de que, nunca em Forninhos, um só, seja ele quem fôr, fez/ou/faz tudo sozinho!
    Um abraço meu.

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