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domingo, 28 de setembro de 2014

A meia-porta

Antiga Habitação de Forninhos

Hoje a porta com meia porta já só se encontra nalguma casa velha ainda não recuperada. Existiam de certeza só em casas pequenas, sem janelas que dispunham duma cozinha e 1 quarto. Com sala haveria poucas. Creio eram assim, algumas casas de há cinquenta anos.
Porquê e para quê uma meia porta, nas habitações antigas de Forninhos? Segurança? Não, na altura essa questão era completamente desconhecida. Mas tinha a função de:
Arejar
Não tendo janelas, este tipo de casa não era muito arejada e a meia porta servia para arejar o espaço, pelo menos quando se podia tê-la aberta.
Mais: como as comidas era sempre feitas ao lume e nestas casinhas não havia chaminé, então a meia porta era como se fosse o exaustor da época.
Clarear
As casas desse tempo não eram só pequenas, eram escuras também. Então, para entrar mais claridade, a porta inteiriça estava aberta em quase todo o ano, só se fechando nos dias muito frios.
Namorar
Não menos importante poderá ter tido esta função, namorar à meia porta: a rapariga não passava para fora e o rapaz não passava para dentro. Mesmo que se abrisse a porta inteiriça, ficava sempre fechada com o pintcho aquela meia porta.
Para tudo isso servia aquela meia porta, que chamam postigos em algumas terras. Em Forninhos não conhecem esta porta por postigo, por tal coloco a questão: como se chama a porta com meia-porta?
Outra abertura que havia em muitas casas de Forninhos, disseram-me, era o alçapão. Mas o alçapão só existia nas casas com dois pisos, a de altos e baixos. De altos e baixos quer dizer com lojas para animais e despensa no rés-do-chão; e por cima, habitáculo das gentes. 
Para que seria esse buraco quadrado de meio metro de lado ou pouco mais?
Para que as viandas do porco de ceva fossem dadas sem ter de entrar no cortelho e sujar os pés ou lidar com o animal de cada vez que lhe deitavam comer. Por baixo havia a pia para o porco e, assim, escusavam também de ir à volta e perder tempo e apanhar chuva e frio. É que naqueles dias de antanho nevava muito em Forninhos! 
Por acaso na casa dos meus avós maternos havia um alçapão à entrada do chão da cozinha que dava acesso à loja do bácoro!

26 comentários:

  1. Muito legal te ler e gostei da parte do namoro..Ela na janela e ele lá fora...Um lindo domingo,bjs, chica

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    1. Essa era a função mais gira :-)
      Gostava que os descendentes de quem lá viveu conservassem este belo exemplar.
      Bjs e bom domingo.

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  2. Sempre assuntos bem interessantes vocês trazem aqui... Leva-nos a pensar e também a descobrir usos e costumes muito curiosos! Pra mim foi muito bom saber hoje da meia-porta... Já vi algumas, acho que no Nordeste daqui...
    Um beijo, Paula... Bom domingo!!

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    1. Obrigada.
      Eu lembrava ver em Forninhos casas com este tipo de porta e já tinha procurado, numa altura que tirei fotos a portas com cravelhos, mas «nada». Desta vez, tive sorte e encontrei uma!
      No entanto sabe como é Anete...quando menos se espera está lá uma porta diferente. Foi o que aconteceu com uma dessas com cravelho, publicada em Jan/2011 que foi foi substituída logo no ano de 2012!

      Vide 'post' dos cravelhos em:

      http://onovoblogdosforninhenses.blogspot.pt/2011/01/portas-cravelhos.html

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  3. Bom dia, na minha região (Algarve ) ainda existe casa como a que mostra, a meia porta não impedia de namorar com muito romantismos e meiguices, na minha região a mei porta chama-se inteiriça.
    AG.

    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

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    1. Mas inteiriço não é algo feito de uma só peça? Se bem que, no caso, há 2 em 1.
      O mais lógico seria meia porta inteiriça.
      Dá que pensar...
      Obrigada.

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  4. Bom dia Paula,
    Adorei saber esses pormenores sobre as meias portas e nesse caso da foto até acho um recanto acolhedor!
    (Arranjadinha a casa dava para passar um fim de semana;))!
    Até já estou a imaginar como faria;))!
    Na minha aldeia existiam portas com postigo, mas não me recordo de meias portas! Cada região tinha e tem os seus costumes!
    Já o alçapão quase todas as casas com dois pisos o tinham!
    Na maioria servia apenas de despensa!
    Os animais tinham o seu lugar fora da habitação, por motivos dos cheiros!
    No entanto sei que nem todos poderiam dispor de um pequeno espaço em redor da casa e a loja teria então as duas funções!
    Adoro vir aqui e parece que estou a ver o que se passava em tempos idos e de que fui testemunha durante os meus primeiros anos!
    Desejo-lhe e ao Xico um bom domingo.
    Beijinhos,
    Ailime

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    1. Eu, olho muitas vezes para a arquitectura simples destas casas (em Forninhos há muitas) e penso como era possível nelas viveram famílias numerosas!
      À primeira vista, se calhar hoje ninguém queira morar neste tipo de casinha, mas arranjadinha por fora e por dentro decerto não faltariam pessoas, como a Ailime que vive num grande centro urbano, a querer passar uns dias aqui.
      Esse é o desejo de muitos!
      Sobre as casas de dois pisos, hoje os animais já estão mais afastados, mas era assim num passado recente. Os animais (vacas, porco, burra) ficavam por baixo, excepção feita para as galinhas que tinham o poleiro (como em Forninhos dizem) por baixo do patim das escadas.
      Já o pormenor que abordamos, o alçapão com acesso à loja do porco que havia em algumas casas, era apenas funcional, mas havia outras casas que tinham um "buraco" na parede para não ter que se entrar na loja/cortelho. Punham lá a pia e a função, desta solução, era também deixar as viandas sem ter que entrar, lidar com o animal e sujar os pés. Contaram-me é que acabaram por tapá-los porque muitas vezes os lobos vinham ao povo e comiam da pia dos porcos.
      Pormenores duma arquitectura que nos faz regredir no tempo, mesmo!
      Beijinhos.

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  5. Não faço ideia de como se chamará uma porta daquelas, mas "inteiriça", duvido, já que de inteiriça nada tem...!?... E sinceramente nunca tinha visto uma porta assim. No Alentejo o postigo era apenas uma abertura pequena na porta inteiriça, digamos assim, que se abria e fechava para entrar a luz e arejar, também para namorar, presumo eu, e para falar com alguém sem precisar abrir a porta...:-)
    Também gostei da explicação do alçapão em determinadas casas, algo verdadeiramente típico do norte do país, onde os animais eram tantas vezes alojados nos pisos térreos das casas.
    Um bom resto de domingo, Paula!
    xx

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    1. Para mim, postigo também é algo como uma janela, uma abertura na parte de cima da porta, que em Forninhos chamam de janêlo.
      Agora uma assim, o que me disseram é que devia ser uma porta com portão. Eu dei-lhe o nome "meia-porta" por aberta a porta inteiriça ficar uma meia-porta.
      Por falar em animais, algumas tinham ainda um buraco para os gatos, pois era rara a casa que não tivesse um gato e o tal buraco para que pudessem passar.
      Boa Semana, Laura.

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  6. Adoro o que aprendo por aqui. Não conhecia a existência desse tipo de porta.

    Cresci em Luanda e pouco sei da vida na aldeia, A maior experiência que tive foi quando regressei de Luanda em 75 e fiquei colocada em Hombres (S.Pedro d'Alva).

    Beijinhos.

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    1. Olá Lisa.
      Como diz e rifão:
      "Aprender até morrer" ou "nunca é tarde para aprender". No caso, é bom nós forninhenses sabermos a sua função, para valorizar estas casinhas, património nosso que são.
      Beijinhos.

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  7. Confesso que me fascina sobremaneira a foto desta pequena e modesta casa, pelo simbolismo, tal como nao sera facil comentar este autentico e raro "achado", pois por detras da "meia porta" esta uma porta inteira que ainda nela tem um postigo ( mais tarde aproveitado para caixa de correio).
    No interior duvido que tivesse cozinha e quarto, muito menos sala, mas sim quase tudo resumido num espaco e como tantas casas similares, chao de terra batida que infelizmente abundavam nestas casas terreas.
    Ampliando a imagem, fica mais perceptivel que ao sair da casa, a primeira porta vai do chao ate a ombreira por inteiro, a porta que dava seguranca, trancada por dentro e que atraves do postigo em noites escuras e sem luar dava para falar e saber se quem vinha, vinha por bem.
    Mas como o texto bem explica, havia que arejar e iluminar o reduto e sair para a rua, para a lide do dia a dia, por vezes deixando criancas em casa sem ser as escuras e daqui vem o que pode ou poderia ter como fundamental esta "meia porta". Estar a casa de porta aberta durante o dia, afinal as pessoas eram de cordialidade extrema, tudo quase familia, mas protegia as criancas e impedia que os animais nela penetrassem, invadissem e vandalizassem, nao esquecendo que ate as galinhas andavam "ca fora...".
    Claro que nestas circunstancias, muitos namoricos fizeram historia, no verao do lado de fora mas de "portas" abertas, nas tardes e noites frias e porque a porta de dentro tinha de estar aberta quer pelo cheiro dos cozinhados, quer pelo fumo de lenha muitas vezes verdes da fogueira, la namoravam a meia porta de distancia.
    Continuando com a imagem ampliada e observando com atencao, sou tentado a crer que a "meia porta" era acrescentada pelos motivos que enunciei e conforme as necessidades. Reparem que olhando para a foto, a porta de dentro abre da nossa esquerda e a meia de fora da nossa direita, como demonstram as dobradicas enferrujadas, sinal, penso que vieram posteriormente, mas abertas as duas o que vemos por fora, sinais que ficou desabitada ainda nao ha muitos anos, a parreira com cachos bonitos sobre o beiral de telha antiga com caleiras ja de metal que "acanam" as aguas e um "moderno" tanque de lavar, tudo bem enquadrado, como se ao se abrirem as portas escancaradas, passados anos ca fora fosse diferente...e foi sendo.
    Quanto ao buraco do alcapao, tal era referente a casas de mais que um piso e recordo de na casa do meu avo Francisco haver um e grande, mas que ia em direccao ao "forro" ou sotao, como dizem e que servia de guarda a coisas queridas e que como tal ali se guardava ou escondiam, agora para para baixo, para as lojas de arrumacao ou animais a serem servidos de viandas, apenas recordo de ouvir a minha mae falar na casa da minha avo Maria e que mais tarde ficou para a minha tia Rosa, que havia um buraco do qual tinham medo, porque quando os lobos andavam "sobejos" selvagens e esfomeados, disputavam a aldeia e dela tomavam conta, na procura de mitigar a fome, nem que fosse uma simples vianda dos porcos.
    Afinal em que ficamos neste excelente post tao bem ilustrado...
    "Venham visitar Forninhos, "Meia Porta" esta aberta!

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    1. Não concordo totalmente contigo, Xico. Algumas tinham divisões para separar a cozinha do restante espaço, um simples taipal ou tábuas lisas. Sala, sim, acho que não tinham, a sala de jantar era a cozinha!
      Depois, ampliei a foto e creio que não há ali um postigo ou janêlo. Parece-me é que incorporaram ali uma caixa de correio, daí as tábuas salientes.
      Do que me lembro, os donos desta casa viviam próximo, numa casa com pátio, daí se calhar continuarem a tratar da parreira...puseram um caleiro...e o tanque de lavar roupa pode estar ali "por estar à mão de semear". Hoje, não vivem em Forninhos.
      De resto, concordo, a meia-porta protegia as crianças e impedia que os animais nela entrassem, cães, galinhas e até porcos que por vezes andavam cá fora, como sabes.
      Do buraco no "forro" também a casa dos meus avós maternos tinha/tem um com acesso ao sótão.

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  8. Oi Paula !
    Gostei muito da foto, lembrei da casa dos meus avós, lá a casa era grande com salas e vários quartos, mas se usava as portas repartidas, e sempre as mantinham a parte de cima abertas feito janelas, e minhas tias falavam que a principio os namorados ficavam sim do lado de fora, só depois iam se chegando, rs. São essas estorias que se cruzam em vários lugares de um passado ainda recente ou quase, adorei !
    Beijos!

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    1. Belas recordações Fátima!
      Quanto às casinhas dos "velhos tempos" muitos olham e dizem que Forninhos acompanhou o progresso, já eu fico a pensar se isto é evolução ou abandono!
      Beijos.

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  9. Paula,

    Lá no interior do Brasil, onde meus avós moravam, tinha algumas casas com portas iguais a essa da imagem. Engraçado, eu era tão pequena, que nunca me atentei pra isso. Gostei das explicações. Namorar separado por meia porta não deve ser muito bom, não é mesmo? rs
    Deu uma saudade enorme e gostaria de rever uma casinha de meia porta.

    Paula, eu também não gosto de filmes daquele tipo, por isso, não assiti ainda. Embora, admire demais o trabalho de Peter Jackson, e posso imaginar, pelo que vi no Hobbiton, que as paisagens devem ser muito lindas.

    Uma linda semana! Beijos

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    1. Olá Lucinha,
      Como já referi, há algum tempo procurei em Forninhos casas com este tipo de porta, só que não encontrei nenhuma. Recentemente várias coincidências, puro golpe de sorte para mim, levaram-me a esta rua e eis que vejo uma! Senti-me feliz, porque lembrava bem ver este tipo de porta na aldeia e agora mais feliz estou porque quanto sei sou a primeira a postar o assunto. :-)

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  10. Aqui no sul , também tinha esta meia porta, acho que agora não existe mais, mas não era tão baixinha era bem alto , pois são bastantes imigrantes italianos e alemães e eles são bem altos, lembro que era bem prático para os bebes não saírem para fora , enquanto as mães estavam fazendo algo , então abriam a parte de cima para arejar.
    bjs e uma ótima semana.


    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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    1. Muito boa observação Simone!
      Em Forninhos, com certeza os homens altos tinham que curvar-se para entrar na porta, que é baixa!
      Esta casa é de facto baixa, mas há outras que parecem bem mais baixas porque as ruas/calçadas de Forninhos foram no passado elevadas acima dos níveis das soleiras das portas. Um erro do passado que se calhar nunca vai ser corrigido.
      Bjos e boa semana.

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  11. boa tarde
    Esta é mais uma velha tradição, pois que eu tenha conhecimento quase todas as casas tinha esta meia porta.
    Talvez esta tambem ajudasse a refrescar a casa na altura do calor, abria-se a porta grande e podia-se estar á vontade dentro de casa só com a meia porta fechada.
    Que esta tenha a ver com o namoro...pois nunca tinha ouvido falar.
    Em casa dos meus Pais tambem havia este tipo de meia porta, pois bem me lembro.
    Abraço.

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    1. Olá serip, não sabia que na casa dos teus pais havia este tipo de porta. Gostei de saber :-)
      Na realidade ouvíamos falar mais do namoro à entrada do portão...sei lá...(no meu imaginário era no portão duma casa com pátio) e talvez por isso não associamos ao portão/meia-porta.
      Para fazer o post tive de falar com pessoas mais velhas, tal como faço sempre e sobre as funções da porta foi o que me disseram.
      Fico na dúvida é se a rapariga ficava do lado de dentro da meia-porta com ela fechada no pintcho ou se namorava com ela aberta!
      Abraço.

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  12. Andei recuperando algumas postagens anteriores, dada a minha grande ausência. Em muitas delas encontro semelhanças com os costumes e arquiteturas de Fortaleza. Essa, da meia porta, então! Ainda encontramos algumas, no interior do estado. Bem interessante, os supostos "porquês" de seu uso! Em Fortaleza, cidade em que nasci, chama-se postigo às pequenas janelinhas da porta inteiriça, algumas com uma só, outras com duas. O que vocês chamam de "pintcho" é o que chamamos de ferrolho, creio. As portas mais modernas (não tanto!) , de madeira, costumam ter 4 persianas do meio para cima, que se abrem independentes, com ferrolho, tornando a casa mais fresca, quando estão abertas. Toda a porta continua fechada, para maior segurança.
    De todos os "porquês" da "meia-porta", o mais interessante foi o relacionado ao namoro, sem dúvida!
    Adorei, Paula! Trazer a historiografia de uma cidade, é tudo de bom! Parabéns, a você e aos que fazem este extraordinário espaço!
    Meu abraço.

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    1. Sim, o pintcho creio é o ferrolho, um ferro corrediço, uma lingueta de ferro, com que se fecham portas e portões.
      Mas pintcho é como se diz em Forninhos, porque o correcto é pincho.
      Reparo que algumas pessoas hoje põem no fim dos textos uma notinha tipo: "Este artigo não respeita o novo Acordo Ortográfico", pois eu não respeito o tal Acordo, por minha vontade, como ainda no blog dos forninhenses não respeito as normas de escrita da língua portuguesa oficial, isto porque aprecio demais o linguajar de Forninhos e por isto dispenso muitas vezes as aspas!
      Também apreciei tudo o que fez o favor de colocar no seu comentário. Obrigada e um abraço tb.

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  13. Boa noite.
    É verdade, para que fique mais esclarecido, essa meia porta, não era de todo em casa dos meus pais, mas sim numa casinha por eles adquirida em tempos e que ficava geminada com a deles.
    Era nessa casinha que existia essa meia porta e que eu cheguei a utilizar; dave jeito; estava a apanhar ar, estava isolado/acomodado do exterior e os animais tabém não podiam entrar, de referir - que como acima já foi descrito: - havia galinhas, cães, gatos, tudo á solta pelos páteos e ruas da minha terra.
    Mais devo informar que as casas no Outeiro, lugar maravilhoso, quase todas as casinhas antigas eram adornadas com a meia porta/cancela.

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  14. se conheci essa casa, amigo Pires, nao fora o teu pai pessoa chegada da minha familia e ainda bem e com todo o gosto.
    Claro que quando aqui trazemos estes pormenores, esses residem numa chamada de atencao para o que uma parede simples e antiga, tem sem ter dinheiro escondido, tanta riqueza. Tu, de ca, sabes bem como nos, mas o "nosso" Outeiro.
    Virem e com o devido respeito, Forninhos do avesso, nada se compara.
    De costas para o povo, na "sua casa" sem ser arrogante, mas como dizes e bem, "Lugar Maravilhoso".
    E sempre com cancelas e meias portas, abertas a todos...
    Um abraco.

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