As comemorações dos 36 anos do 25 de Abril estão à porta e, por isso, resolvi lembrar aqui hoje um dos acontecimentos mais marcantes da História Portuguesa – a Guerra do Ultramar e todos os que pereceram nela.
Para melhor ilustrar, deixo-vos algumas fotos recolhidas do albúm do meu pai, Samuel Albuquerque, ex-combatente:
Tónio "Xispas"
tio Agostinho "51"
aqui e nas sgts, o meu pai: Samuel "Cavaca"
Forninhos:
● Carlos Vaz de Matos – 13.07.1970
● Daniel de Almeida Esteves – 22.08.1961
● Ilídio Castanheira Coelho – 26.05.1974
● Viriato Baptista – 18.09.1972
Dornelas (Lage Grande):
● José António Lopes Gonçalves – 07.09.1968
Prado/Penaverde:
● Frederico da Fonseca Pinto – 19.08.1971 (Prado)
● Luís dos Santos Marques – 16.03.1969 (Penaverde)
Souto de AGB:
● Ilídio Fernandes Lemos Ferreira – 26.07.1962
Carregais/Eirado:
● Silvestre dos Santos – 16.05.1974
Sequeiros:
● João Lopes Ferreira – 03.12.1963
● José da Costa – 24.12.1967
Coruche:
● Manuel da Costa – 01.05.1970
Aguiar da Beira:
● César Augusto de Campos Ferreira – 29.04.1972
● Manuel de Sousa Lencastre – 24.06.1975
tio Agostinho "51"
aqui e nas sgts, o meu pai: Samuel "Cavaca"
Segundo os dados, nos 13 anos de guerra colonial registou-se um total de 8.290 mortos nas três frentes de combate: Angola (3.250 mortos), Moçambique (2.962) e Guiné (2.070). E, para quem não sabe, destes mais de oito mil mortos, 14 eram naturais do concelho de Aguiar da Beira, homens que tiveram de deixar as suas coisas, que partiram do seu concelho para defender a pátria, para ir para uma Guerra que só a ganância explica e que não mais voltaram. São esses 14 que gostaria hoje aqui de lembrar:
Forninhos:
● Carlos Vaz de Matos – 13.07.1970
● Daniel de Almeida Esteves – 22.08.1961
● Ilídio Castanheira Coelho – 26.05.1974
● Viriato Baptista – 18.09.1972
Dornelas (Lage Grande):
● José António Lopes Gonçalves – 07.09.1968
Prado/Penaverde:
● Frederico da Fonseca Pinto – 19.08.1971 (Prado)
● Luís dos Santos Marques – 16.03.1969 (Penaverde)
Souto de AGB:
● Ilídio Fernandes Lemos Ferreira – 26.07.1962
Carregais/Eirado:
● Silvestre dos Santos – 16.05.1974
Sequeiros:
● João Lopes Ferreira – 03.12.1963
● José da Costa – 24.12.1967
Coruche:
● Manuel da Costa – 01.05.1970
Aguiar da Beira:
● César Augusto de Campos Ferreira – 29.04.1972
● Manuel de Sousa Lencastre – 24.06.1975
Paula estas fotos estão lindas. Pois é verdade nessa altura eram obrigados a deixar as famílias e irem para a guerra e muitos já com filhos. Foi muito triste a morte de muitos militares.
ResponderEliminarOlá a todos
ResponderEliminarAmanhã, 25 de Abril, vamos assistir a mais uma pompa das comemorações do aniversário do dia da liberdade.
Mais uma vez vamos assistir através dos canais áudio/vídeo a elogios aqueles que proporcionaram este dia.
E que eu me lembre, nunca ouvi uma palavra sobre aqueles que deram a sua vida, outros que ainda hoje sofrem e fazem sofrer os seus familiares mais próximo, como se eles fossem criminosos, e cujo crime foi o de serem leais á sua pátria como lhes tinham ensinado desde os primeiros dias de escola.
Fico triste neste dia.
A mim revolta-me, que nas comemorações da chamada revolução dos cravos, ver que poucos são os que se lembram dos ex-combatentes e assistir na TV a promoções de militares (no mínimo discutíveis) e esquecerem-se dos que mais sofreram com aquela Guerra.
ResponderEliminarSerá que aquando do envio das primeiras tropas e quando as primeiras mortes aconteceram, não se poderia ter evitado outras? Ou seja, será que não era possível, criar-se estados, tal como fizeram com o Brasil, ou, dar autonomia regional, tal como aconteceu com a Madeira e Açores?
Já ouvi dizer, que o General Spínola, na altura, tentou fazer isso, é verdade?
Outro dado que me chamou à atenção, foram as datas de falecimento de alguns, como a de Ilídio Castanheira Coelho, que faleceu após o 25 de Abril, em 26.05.1974. O que quer dizer que esta Guerra não terminou com o 25 de Abril...
Estas fotos são de facto lindas e a mim emocionam-me muito.
Um bom fim-de-semana a todos
Olá a todos.
ResponderEliminarÉ verdade, o general Spínola, ao publicar o seu livro “PORRTUGAL E O FUTURO” creio que em Fevereiro de 1974, onde previa uma federação do continente e as suas províncias de alem mar, precipitou o 25 de Abril, não sei porquê, mas, quanto a mim, deve ter assustado muita gente, e mesmo pelo que eu julgo, Angola já caminhava a passos largos para a sua autodeterminação.
Como atrás já disse, neste dia fico triste, lembro-me dos ainda milhares de ex-combatentes deficientes e outros que sofrem dos traumas duma guerra par a qual foram arrastados e que os novos “heróis”, parece ainda hoje desprezar.
Algum tempo atrás, um político conseguiu que aos militares que serviram em zonas de risco, lhes fosse dado um suplemento á sua reforma, que varia, salvo erro, entre 90 e 150 euros POR ANO. Deve ser para poderem beber uns copitos quando recebem esta quantia, e assim esquecer de momento o que viveram, porque se forem ao médico, pode dar para pagar a consulta uma vez por ano mas não dá para os medicamentos de uma só receita.
Este político, cujo objectivo era angariar votos, porque se assim não fosse, quando o partido dele esteve no poder, poderia ter feito muito mais, como por exemplo: dar assistência médica e medicamentosa a estes, que ainda hoje sofrem e irão sofrer para o resto dos seus dias.
Li com atenção o seu comentário ed santos e o que mais me choca é o valor ANUAL pago aos ex-soldados que ainda hoje sofrem com aquilo que viveram: o disparar contra inimigos, as imagens dos colegas mortos, os sons das balas, os cheiros, os anos de juventude que lhes tiraram, as famílias destruídas, o sofrimento…uma geração que tem sido esquecida por esta nossa Pátria! A maioria tinha pouco mais de 20 anos e para muitos do nosso concelho a arma era uma sachola...
ResponderEliminarHoje vemos militares, GNR, a irem voluntariamente para fora e a serem bem remunerados. Regressam e têm psicólogos a acompanhá-los e às suas famílias. É caso para dizer que neste país lamentavelmente uns são heróis, outros colonialistas, tal como alguns “limuniários políticos” os passaram a chamar.Afinal o risco de vida não é igual?
pois é nessa altura a maior parte foi obrigada a ir para uma guerra que jà estava perdida antes de começar e por isso muitos pagaram com a vida sem terem culpa nenhuma e passaram tantos anos e cairam no esquecimento mas hoje em dia a maior parte que vai para fora vai voluntariamente à procura de um ordenado melhor e quando regressam são recebidos como herois.infelizmente é assim.
ResponderEliminarUma das promessas do actual Executivo da JF de Forninhos é a Colocação de um MONUMENTO em homenagem aos ex-combatentes. Concordo em absoluto com a ideia de um monumento ou uma simples lápide onde fique perpetuado o nome de todas aquelas vidas. Era uma homenagem merecida, e penso que facilmente exequível pela sua terra natal. Se um dia o fizerem espero que seja feita apenas uma curta ELEGIA tal como a situação o exige.
ResponderEliminarToda a guerra é uma estupidez !
ResponderEliminar"A morte de qualquer homem me diminui, por que sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram, eles dobram por ti." (John Donne)
Mas, vamos corrigir, Portugal não nos deu autonomia, nós conquistamos.
"...dar autonomia regional, tal como aconteceu com a Madeira e Açores?"
EliminarA independência do Brasil não envolveu guerra, foi o que quis dizer. Mas aqui tínhamos e falar de D. Pedro.
Ninguém dá nada a ninguém.
ResponderEliminarTudo o que nós temos, tem de ser adquirido com o esforço de cada um.
òlhem bem para ELES, com ar feliz estavam a defender o que era seu... pensavam eles, agora, hoje, estes o que lhes irá na mente, tristeza, afinal nada era seu. Poquê?
Devem perguntar a alguns politicos, estes que nada fizeram, e..agora deram tudo, sem qualquer partida.