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domingo, 20 de janeiro de 2019

Forninhos na Revista de História da Sociedade e da Cultura

Depois de "Forninhos na História da Diocese", João Nunes volta com este trabalho sobre Forninhos. "As fontes utilizadas são de tipologia variada: registos paroquiais; inventários; relatórios; censos... certas fontes do Arquivo Histórico Militar permitiram ainda sinalizar a existência de vias de comunicação relevantes, que atravessavam o planalto beirão, no séc. XIX, sendo que uma das principais passava precisamente por Forninhos"


Já conheciámos o itenerário que ligava Viseu a Trancoso: Viseu -Povilde-Roriz-Esmolfe-Sezures-Forninhos-Penaverde-Casaes do Monte-Venda do Cego-Trancoso (este era o itenerário que fazia o Correio entre Viseu e Trancoso); através deste artigo ficamos agora a conhecer uma importante via de comunicação interior/litoral que ligava Almeida a Coimbra, cujo percurso era o seguinte: 
"Almeida, Pinhel, Trancoso, Forninhos, Viseu, Sabugosa, Criz, Galhano, Coimbra (Eliot 1811:298)".
A Travessia do Dão junto a Forninhos, como já o escrevi, acabava por ser feita através da ponte de madeira mencionada na correspondência de António Joaquim de Morais, oficial da Secretaria de Estados dos Negócios Estrangeiros e de Guerra, datada de 14 de Dezembro de 1805.

A freguesia
É composta por duas povoações: Forninhos e Valagotes

Forninhos "Até ao Séc. XVI, a localidade chamava-se Fornos; em 1258, possuía esta designação, sendo que no ano de 1527 ainda se mantinha este topónimo. Na segunda metade do Séc. XVI, passa, contudo, a ser utilizado o diminuitivo para a designar. Em 1590, já aparece referenciada enquanto tal; num registo de batismo da vizinha paróquia das Antas, lê-se que os padrinhos eram oriundos de Forninhos (ADV, Paróquia das Antas, Mistos, Cx I, n.º l, fl. 3)".

Importante
Tínhamos recuado até ao processo dum membro do Clero, que era natural de Fornos de Algodres, mas morador em Santa Marinha de Forninhos, o qual foi acusado (concubinato) em 16 de Abril de 1617, portanto já nessa altura esta povoação era Forninhos. Mas agora temos um registo de batismo de 1590.

Valagotes "No século XVI ou alvores do séculos XVII, surgiu a povoação dos Valagotes; em inícios do século XVII, o local já era habitado sendo designado "quinta dos Valagotos". "Num baptizado ocorrido em 1634 foram madrinhas "Maria Vaz e Catarina Luiz mulher de Francisco Fernandes moradoras na Quinta dos Valagotos desta freguesia". 
"A designação "quinta" indicia  que se constituiu a partir de uma unidade de exploração agrícola".

Continua...
No próximo post serão abordados os grupos sociais de Forninhos a partir de diversos registos.

10 comentários:

  1. "..Um ponto de encontro de todos os forninhenses e amigos de Forninhos, para divulgar a sua história e tradições, numa missão de serviço à nossa comunidade, tentando construir um arquivo histórico para o futuro". Era o projecto no início dos seus propósitos constitutivos e passados mais de nove anos e centenas de milhares de visitantes, poder ver Forninhos ser honrado com um estudo académico que vem ao encontro dos anseios desta página e com ligações umbilicais, o Professor e reconhecido historiador João Nunes, neto da terra, filho da nossa querida professora Lurdes, dá muito mais força.
    Para ele um grande bem-haja e parabéns pelo trabalho efectuado e os sentimentos manifestos.
    Para o seu tio, Dr. Ilídio Marques, obrigada pela oportunidade que nos deu de aqui ficar mais um registo sólido sobre uma terra que adoramos, não obstante parecer mais uma de entre tantas do planalto beirão, mas tem sempre mais qualquer coisa, tem séculos, tempos e factos reais, tal como nomes falados, quase ouvidos como lendas, quase como desacreditando que outrora, gentes ilustres por aqui passaram por estes caminhos de montanha.
    Aguardo o próximo capítulo com expectativa!

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    1. É um orgulho termos gente deste tamanho ligada à nossa terra que se dedicam a estes assuntos do antigamente, sem mais...
      A freguesia de Forninhos ficou mais rica.
      O proximo texto é um enorme contributo para o retrato sociológico da nossa terra (e de quase todo o país rural). Tem quase tudo sobre as nossas gentes em meados do século XIX.
      Dá mesmo gosto ler...
      Já agora, porque será que nós, tendo uma "estrada" que ligava o interior ao litoral ficamos tão isolados?
      Nos nossos dias, graças às boas vias de comunicação existentes, depressa se chega a Coimbra, mas naquele tempo as coisas não eram assim, demoravam-se horas e horas...e uma das principais vias passava por Forninhos.

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  2. Muito importante a divulgação das nossas terras e da nossa cultura, aproveito para desejar uma boa semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    O prazer dos livros

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    1. Andamos com sorte! Há sempre informações que encontramos e queremos divulgar. No caso, poucas pessoas conhecem a revista e não vão ler o artigo então porque não dá-lo a conhecer a mais pessoas?
      BoaSemana.

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  3. Olá, Paula...
    Mais um post em que registra pontos importantes da amada Forninhos! Sempre é bom preservar a história, cultura. Parabéns pelo relato.
    O meu abraço

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    1. É verdade. Por este artigo ficamos a saber que Forninhos já não era "Fornos" em 1590.
      Abraço.

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  4. É muito interessante conhecer a história da nossa terra e dos nossos antepassados.
    Abraço

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    1. Da minha parte, é viciante.
      Um abraço e as melhoras.

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  5. Boa tarde Paula,
    Um orgulho Forninhos constar dessa Publicação cultural.
    A vossa aldeia é muita rica em história que deve ser preservada e registada.
    Beijinhos,
    Ailime

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    1. Forninhos é realmente uma Terra repleta de História e parte ficará eternizado nessa Revista e, aqui registada, enriquece ainda mais este blog!
      Beijinhos e bom fds.

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