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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Decisões de Visitas: Capela de S. Pedro

Hoje vamos deixar as provas que a história tem da capela de S. Pedro e que os visitadores dizem da sua importância ao longo dos tempos, muitos saberemos, mas muitos desconhecerão, agora todos podemos ficar a saber.
Embora na freguesia de Forninhos, foi dos templos religiosos mais antigos situados no antigo território de Penaverde. A sua data de construção é desconhecida, mas há quem afirme que já existia nos primeiros tempos em que o cristianismo foi implantado na região a partir dos séculos VI ou VII.

Planta da Capela de S. Pedro

Em 1758, in"Memórias Paroquiais" o padre Caetano Alvares de Campos, por Penaverde, referia-se assim a este pequeno templo: "Tem uma ermida fora desta vila com a distância de quase uma légua chamada de S. Pedro dos Matos que fica junta a um outeiro, que dizem foi castelo dos mouros, e ainda conserva alguns vestígios de alicerce e porta, e nesta ermida se conta por tradição fora antiguidade a paróquia e vila e ainda se acham muitos alicerces de casas, e muitas sepulturas feitas em pedra. Nesta ermida costuma ir em procissão a gente desta freguesia, e das anexas em dia de S. Pedro Mártir, e dia da Ascensão, as quais procissões acompanha a Câmara do concelho...".
Caiu de todo, mas no ano de 1804 aquando da visita pastoral do abade de Server do Vouga, Fradique Soares do Amaral Borges, que nos servirá também para conhecer a respectiva história, este mandou que "A de São Pedro seja reparada, bem trancada e entretanto retirem o Santo para a igreja matriz.". E, em 1825, o Rev. José Rodrigues Ferreira, abade de Côta, arcipreste de Mões e visitador dos de Penaverde, escreveu: "A capela ou ermida de S. Pedro, M.: não a pude ver sem mágoa e aflição pelo desprezo e profanação com que é tratada - arruinada - os telhados a cair, as portas abertas...por isso fica suspensa e os párocos proibidos de acompanhar lá procissões, tanto daqui como das anexas e lhes marco três meses para a comporem."
O Santo já tinha sido levado para Forninhos.
Em 1948 o Dr. José Coelho, de Viseu, ainda conseguiu ver as ruínas desta capela referindo que a porta principal encontrava-se voltada a poente, descrevendo-a assim: "Templozinho medieval, dissemos, baseados num capitel de coluna românica, que encontramos ao lado, e por lá ficou, mas com obra quinhentista, como o atestam os restos de um portal e do arco cruzeiro - que por milagre ainda se achavam de pé, mas resistindo à vandálica e sistemática acção destruidora dos bárbaros peregueiros regionais. Esta capela estava há pouco tempo reduzida à ábside, limitada pelo arco cruzeiro, e foi recentemente destruída, sendo levada a melhor pedra para Forninhos (...)" assim adiantam, em 2013, os autores da monografia de Forninhos. 
Agora o resumo resultante das visitas dos arqueólogos ao local, em Agosto de 2013, pág. 36, monografia de Forninhos: "...o sítio do Castelo ao S. Pedro, ou Castelo dos Mouros, é um reduto fortificado edificado por volta do século X/XI." "..., onde um pouco mais tarde, talvez no séc. XII/XIII se implantou um casario ainda hoje bastante preservado. Neste povoado, denominado de S. Pedro, são ainda visíveis os restos duma capela em redor da qual estaria uma necrópole, da qual restam alguns sarcófagos partidos em granito.". "A capela cujo orago é S. Pedro de Verona, encontra-se praticamente arrasada, não sendo possível fazer mais ilações sem intervenções arqueológicas.". (sublinhado nosso).

resquícios do casario, em 2008
E, pág. 124:"Um facto interessante diretamente relacionado com o templo de Forninhos diz respeito à imagem de S. Pedro de Verona. Esta imagem foi transferida do templo de S. Pedro de Matos para a igreja de Forninhos sendo posteriormente levada para o Seminário Maior de Viseu, onde ainda hoje permanece.". (sublinhado nosso).
Já o Pe. Luís Lemos, autor do Livro de Penaverde, em 2001, escreveu pág. 339: "Foi Forninhos a herdeira mais quinhoeira do espólio artístico-religioso e arqueológico de S. Pedro dos Matos, na Gralheira - uma estância pré-histórica, dois quilómetros a leste, verdadeira metrópole daqueles tempos. De lá vieram pedras para construções, provenientes de casas desmoronadas (destruídas) e da capela." (...) "Veio também a imagem do Santodepois de muito tempo abandonada na sacristia da igrejaatrás da portaaté que um pároco a levou para o Seminário de Fornos com desagrado geral das populações."(sublinhado nosso).

 S. Pedro de Verona, em 2011

Somente para elucidação de alguns leitores que porventura desconheçam: "Sobre os limites entre a freguesia de Forninhos e a de Pena Verde, muita tinta correu  pelas respectivas juntas de paróquia e pelo município. Havia alguma crispação entre os povos, chegando-se por vezes a ameaças e à concretização destas, até que, em 4 de Maio de 1858, a Câmara Municipal de Aguiar da Beira decidiu estabelecer os limites da coutada desta freguesia, feita através de antigas demarcações.
A Junta de Freguesia de Penaverde, em Outubro de 1939, reclamava acerca dos limites entre aquela e Forninhos, pelo que a Câmara decidiu ir ao local a fim de "serem resolvidas as dúvidas que existiam entre os habitantes das referidas freguesias".
Uma outra contenda, mais pacífica, tem a ver com a "posse" do castro da Gralheira (que Forninhos pretende designar como castro de S. Pedro, por se situar nos montes de S. Pedro e nos limites desta freguesia), cuja designação, segundo alguns autores locais, remete para o lugar de Moreira e termo de Pena Verde.".

Monografia do Município de Aguiar da Beira, pág. 382.

27 comentários:

  1. Antes de mais, os meus mais sinceros parabéns por este excelente trabalho cronológico e histórico, possivelmente o melhor dentro desta área aqui colocado ao longo destes anos.
    Não me vou alongar porque necessito de tempo para analisar e saborear.
    Tal requer o rigor histórico; aqui falas de coisas muito sérias da nossa historia.
    Sem querer melindrar, "aqui há pano para mangas", até porque daqui muito partiu em termos de carácter dos forninhenses, mas permitam para já reter duas frases:
    "Foi Forninhos a herdeira mais quinhoeira do espólio artístico-religioso e arqueológico de S. Pedro dos Matos...".
    "...resistindo à vandálica e sistemática acção destruidora dos bárbaros peregueiros regionais... sendo levada a melhor pedra para Forninhos...".

    Obrigado Paula. Até amanhã.

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  2. Olá Xico, estás certo nas palavras que dizes.
    Sobre a descrição que o Pe. Lemos faz de Forninhos (foi a herdeira mais quinhoeira...) toda ela é feita de forma negativa, mas a meu ver muito verdadeira. Nenhum forninhense, hoje, pode dizer que as descrições que faz são mentiras. Forninhos foi de facto a herdeira mais quinhoeira, mas já diz o provérbio "A fortuna ajuda os atrevidos, mas também, muita vez, os abandona.".
    Creio mesmo que foi mal empregue tal fortuna.
    Hoje, nem capela, restos...? nem vê-los...é que nem há quem consiga, ao certo, situar o local da capela que dada a sua antiguidade pode ter sucedido a um templo de culto pagão; o santo foi levado da Capela de S. Pedro para a igreja matriz de Forninhos, daqui para o Seminário de Fornos de Algôdres e, no momento, encontra-se no Seminário Maior de Viseu.
    O casario do povoado, bem, se está ainda hoje bastante preservado, a mim não me parece nem um pouco, acho que me falta imaginação...

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  3. Paula, OLÁ!
    Como disse no post anterior, muita coisa deveria ser valorizada e bem restaurada... Vale a pena conservar boas memórias e histórias!
    Um grande abraço... Muita paz...

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    1. Olá Anete. Respondi-lhe no post anterior também.
      Vamos lá ver se entendem bem a mensagem, mas na volta...nem por isso e tudo vai continuar igual porque tudo é belo como está!
      Um grande abraço tb.

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  4. Bom dia
    Lindas capelas , cresci em um ambiente de todo domingo ir
    á igreja , vejo elas hoje, somente no contesto de preservação.
    tenha uma boa semana.
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  5. Mais um interessante post! Adoro capelas de todos os tamanhos e as pequeninhas, quase oratórios, mais ainda! beijos,lindo dia! chica

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  6. E este edifício no dizer de antigos visitadores era um templozinho cristão, mas dada a antiguidade, foi um grande templo!
    Mas há aqui algo que não bate certo, se as primeiras igrejas fundadas durante o tempo dos romanos e pelos suevos e visigodos, foram-no junto aos antigos castros, que mais tarde foram desabitados, pois as populações foram viver para os vales mais férteis, com que fundamento os visitadores de hoje nos dizem, a nós forninhenses, que "...o sítio do Castelo ao S. Pedro, ou Castelo dos Mouros, é um reduto fortificado edificado por volta do século X/XI." ?
    E, será que o casario só se implantou no século XII/XIII?
    Não sei.
    Obrigada Chica e Simone pela visita comentada, beijos e boa semana!

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  7. "Aqui há pano para mangas...", mas sem braços...
    Pagou-se há pouco tempo atrás a celebridades para indagarem a história desta aldeia e tal tornarem publica sendo que alguns netos dos "Nossos Avós" não gostaram e por homenagem a eles tentam dignificá-los.
    Permitam os tantos e caros amigos que aqui se manifestam que peça um pouco de compreensão para este tipo de temas e não se enfadem, pois tal é uma das primazias deste trabalho.
    Os outros, aqueles que quando se publica este tipo de temas e por consciência pesada, acorrem (a gente sabe) atarantados a ler o que "eles" escreveram desta vez, e bem sabemos quem são, como sabem que a nós sabemos!
    Procurar, estudar, sabe Deus com que sacrificio repor verdades, mas acima de tudo, aumentar certezas e sem subsídios, não custa, sabe bem!
    Este texto socorreu-se de escritos idóneos seculares e provados, não recuando antes das primeiras datas a quase certezas como em tanto assunto transparece na "coisa". Aliás, ainda se aguarda o resultado do "negócio" apresentado e dado como "concluido" em pompa e circunstância!
    Havia dinheiro, pessoas formadas na área e é bom que se lembre, um extraordinário e privilegiado campo de investigação, quase ímpar como hoje vi nas pesquisas do país e sobretudo desta região beirã.
    Mas não, tiram ilações com um hiato temporal de séculos.
    Se investigassem e estudassem no palco de teatro e claro, se para tal estivessem habilitados, viriam com certeza procurar quando, onde e como apareceu "a capela". Convido-os a ir analisar estudos de lugares similares com castros adjacentes, nos quais se refere que anterior ao cristianismo deveriam ser templos pagãos e mais tarde, sob jurisdição de Ordens religiosas diversas, autenticas coutadas.
    Houve éditos régios acerca de locais como este de S. Pedro. Houve desavenças por vezes trágicas entre aldeias envolventes, face ao arreigamento à Capela do Santo e seu direito de posse, até em Maio de 1858 e finalmente, a Câmara de Aguiar da Beira definiu os limites desta zona para Forninhos e não obstante a freguesia de Penaverde a reclamar em 1939, ainda continua a ser pertença de Forninhos e eu que o diga, pois o Castro ainda continua a ser pertença da minha mãe e filhos.
    Se Forninhos perdeu muito séculos atrás, talvez; se ganhou mais, acredito que sim, até por este legado patrimonial histórico.
    Se Forninhos perdeu a dignidade da sua terra, sem dúvida, qual maldição entranhada em algumas mentes que roubaram, fecharam os olhos e não os conseguem abrir.
    Porque o digo?
    Remeto-vos para as duas frases que deixei no primeiro comentário:
    "...a herdeira mais quinhoeira...sendo levada a pedra para Forninhos...".
    Como a verdade custa!
    Boa noite.

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  8. «Olha» dos séculos anteriores ao meu nascimento e antes de eu ter consciência das coisas (incluo aqui a data de 1948 - notas arqueológicas do Dr. José Coelho, de Viseu), não posso dizer se lá, em S. Pedro, estava uma coluna românica e restos dum portal; ou, se em 1758 a capela ainda tinha a porta e ao redor por lá havia muitas sepulturas feitas em pedra, alicerces de casas, etc...
    Mas o que lá havia em 2013 bem sabemos! Sabemos, todos, que o casario não está nada preservado, se não fossem as pessoas mais antigas nem nada sabíamos sobre casas e ruas dum povoado. Aliás, a foto de 2008 nem faz jus ao que é hoje o casario, porque depois desta data ainda mais pedras foram levadas para Forninhos!
    Restos da capela visíveis? Quem conhece S. Pedro hoje, que diga se lá há restos ou se nem o local se conhece!
    Restam alguns sarcófagos partidos em granito? Sim, restam. Mas quem os partiu e outros levou? Foram os de Forninhos ou os da Junta de Freguesia? Hoje acho que todos sabemos o que aconteceu, mas amanhã?
    Se tudo isto não é induzir em erro; ou se eu estou errada, então «mea culpa».
    Cada um vê/lê S. Pedro ao seu modo e a aldeia, idem.
    Tenho promovido a minha terra e já tenho dito:
    Quem não gosta passe adiante. Há mais «net» sobre a nossa terra. No novo blog fiz alguns 'post' históricos - mais de vinte - se quiserem podem contá-los. São temas que muito me agradam, mas se os forninhenses preferem gastar o tempo em páginas sem conteúdo, nada posso fazer!
    Eu não tenho o apoio de Forninhos e até prefiro assim, porque quem vê "com olhos de ver" vê que é assim a vida local. Não adianta fazer nada gratuitamente!
    Achavam que o "Forninhos, terra dos nosso avós" era uma mais valia para Forninhos, mas como se vê, com excepção de uma ou outra informação retiradas das notas arqueológicas do Dr. José Coelho, a obra nada de novo trouxe (além de erros impensáveis), sequer pode ser vendida. Lá arranjaram um trocadilho a que deram o nome "donativo" para realizarem algum dinheiro e não passa disso...

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  9. Ainda quero dizer uma ou duas coisas acerca das visitas pastorais à capela de São Pedro.
    Não sei se o Santo, o S. Pedro de Verona, foi levado para a igreja matriz de Forninhos entre 1804 e 1825. Até pensava que o tinham trazido mais tarde, ali pelo início de 1900 e é por tal que os poucos documentos que nos chegam, de informações pastorais ou paroquiais são muito importantes para nós. Muitas vezes essas informações dizem pouco, é o caso, porque a maioria dos párocos não se interessavam e apenas respondiam ao que os seus superiores questionavam e havia padres mais analfabetos que outros. Por exemplo, o padre que respondeu por Forninhos em 1758 era mais analfabeto (digamos assim) que o Cura de Penaverde, mas adiante...o que quero dizer é que mesmo em relação ao Santo não consigo perceber porque os autores da "monografia" de Forninhos omitiram que o santo foi levado, de noite, por um pároco para o Seminário de Fornos de Algodres (as pessoas envolvidas podiam confirmar-lhes tal) e só depois, depois do Seminário encerrar portas, é que foi transferido para o Seminário Maior de Viseu.
    O porquê de tal omitirem? Foram as pessoas envolvidas que informaram assim? Sei lá eu...
    Mas acho estranho esta omissão, bem como a omissão acerca das sepulturas dum cemitério, que foram levantadas por uma máquina escavadora que estava ao serviço da Junta e que foram dali levadas para servir de bebedouros a animais.
    Há quantos séculos lá estavam? Não se sabe, sabe-se, isso sim, que não se tratam das sepulturas feitas em pedra referidas pelo Cura Caetano Alvares de Campos (in memórias paroquias, 1758).
    O cemitério que guardava os restos mortais dum povo só foi violado há umas dezenas atrás e os da Junta bem sabiam quando foi, como foi, etc...
    É bom que os forninhenses reflictam bem sobre...

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  10. Não sei se entendi bem, mas existe a planta e os registos de uma capela da qual nada resta a não ser o santo que acabou por ir parar ao Seminário de Viseu...
    Existindo a planta da capela é muito triste que dela já não existam vestígios. Parece também que certos estudos que deveriam ter sido feitos de forma aprofundada e especializada, foram feitos um pouco em cima do joelho, e que certas monografias poderão acabar por ser não muito confiáveis?...
    E se um monte pedras é um casario preservado, como a imagem demonstra já em 2008, só pode dizer-se que existe gente com muita imaginação...:-)
    É desta forma que certos elementos importantes da história dos lugares se vão perdendo no tempo. Daí a importância de "remexer" nos assuntos.
    Uma excelente apresentação, Paula, embora um pouco difícil de seguir apenas e só para quem não está familiarizado com as freguesias circundantes.
    xx

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  11. Entendeu bem Laura.
    As escavações, se é que se podem chamar de escavações, foram feitas em AGO/2013, durante 3 dias, portanto, não foram 30 ou 31 dias! Mas quer estes trabalhos, como o da monografia foram feitos em cima do joelho, sim. As eleições autárquicas estavam à porta e havia que apresentar trabalho rapidamente. Deu no que deu...!
    Os arqueólogos que por lá andaram concluíram que o castro data talvez do séc. X/XI (sublinho "talvez"), mas sinceramente não sei se tal conclusão foi baseada em vestígios ou baseada na imaginação... :-)
    Nas proximidades existe também um talegre e anda na tradição e contos populares que existiu ali outro castro. Autores locais (inclusive o Sr. Pe. Lemos) até o referem e até se diz pode ter sido construído ali pelos anos 1000 da nossa era ou 800 a.C.. Também foram os de Forninhos que levaram a pedra depois de lá andar um caterpillar, mas nem sei se naquele sítio fizeram "escavações". Do que investigaram apenas conheço as conclusões inseridas na monografia de Forninhos. Agora se encontram vestígios da capela (sem no local terem realizado escavações), deviam ter mostrado tais vestígios em fotografia, por exemplo. Encheram as páginas de fotos e estranhamente dos vestígios que encontram da capela «nada»!
    Eu continuo na minha, tais linhas só servem para induzir em erro os vindouros.
    No cemitério, necrópole, também não fizeram escavações. Ou seja, as escavações foram feitas dentro do castro que informam talvez datar do séc. X/XI e junto a um abrigo que dizem ser de pastores, mas que outros que por lá andaram dizem tratar-se de uma caverna pré-histórica até porque em frente existe um penedo com gravuras rupestres: covinhas. Mas como não encontram pontas de lanças ou peças de colares...que era o que pretendiam, arredaram dali e pronto, ficou-se pelo abrigo de pastores.
    Havia quem achasse que as escavações e monografia iam trazer um "rebanho" de turistas a Forninhos era só promover/divulgar/vender o "livro" no blog dos forninhenses e os turistas apareciam! Só que o tempo é o melhor professor da vida e embora um pouco tardiamente ainda fui a tempo de perceber onde queriam chegar. Usar o blog para divulgar S. Pedro (a nossa serra), tudo bem; promover trabalhos de arqueólogos e monografias que em nada correspondem à realidade/verdade é que não.
    Voltando à capela. Há quem refira que a primeira igreja paroquial esteve ali no sítio de S. Pedro e que sendo pequena e estando bastante danificada pelo tempo, os fregueses construíram outra dentro da povoação (villa) - falo de Penaverde, não de Forninhos, mas não se sabe ao certo quando passou para a Villa. Pinho Leal disse que foi há mais de 300 anos, mas o Pe. Luís Lemos, dizia que talvez se possam acrescentar mais de mil anos aos trezentos de Pinho Leal, visto que este povoado foi destruído, muito provavelmente com o fim do domínio romano.
    Provavelmente Pinho Leal estava errado por baixo, assim como o Padre Luís de Lemos o estava por alto, mas uma coisa é certa, a equipa que andou em Forninhos, nada investigou a respeito da capela. Socorreu-se das notas do Dr. José Coelho e acrescentou que há em S. Pedro restos da Capela e nada mais.
    Obrigada Laura por comentar o assunto que bem sei ser difícil de seguir para quem não conhece a zona. Mas quem conhece sabe muitíssimo bem distinguir o que é verdade do que é mentira. Um bom exemplo, e que está à vista de todos, é o que é dito sobre o casario "bastante preservado". Abr./Paula.

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    1. A Paula é um poço de saber! Mas realmente para a abordagem destes assuntos tem de saber-se do que se está a falar.
      Obrigada pela resposta tão completa.

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    2. Cara Laura:
      Tenho noção que não sei tudo, mas da história da minha terra sei algumas coisas e sei que o historiador escreveu inverdades e erros, na monografia. Para afirmar (e quem lhe dá algum crédito) que nesse povoado, denominado de S. Pedro, são ainda visíveis os restos duma capela e um casario ainda hoje bastante preservado, não conhece bem o local.
      O que eu desconfio, embora não o possa provar, é que quando fizeram as escavações, a equipa de arqueólogos "chutou para canto" o sítio da capela, porque ninguém lhes soube indicar o ponto exacto. O cemitério estava assinalado, mas não convinha "remexer". Era conveniente, para todos, nada dizer acerca da violação do mesmo há umas dezenas de anos atrás!
      Mas para melhor entendimento da Laura, Forninhos (que dantes era Fornos) esteve desde sempre incluído no termo da vila e concelho de Penaverde. Agora que se fala muito dos forais manuelinos, quando este concelho (Penaverde) recebeu a carta de foral a 17 de Junho de 1514, Forninhos surge como "lugar de Fornos". No reinado de D. João III, no cadastro da população elaborado em 1527, idem. Um século depois é que começamos a encontrar o topónimo Forninhos em alguns documentos. Mas o que ainda hoje não está muito claro e o historiador nada investigou sobre...é quando se deixou definitivamente o "Fornos" e passou a ser "Forninhos". Sobre o assunto (e outros também) limitaram-se a plagiar textos enciclopédicos e trechos de livros e monografias de vários autores locais e regionais!
      "Com as calças do meu pai também eu sou um homem". :-)
      Entre 1805 e 1825 (visitas pastorais) Forninhos fazia parte do concelho de Penaverde, bem como a capela de S. Pedro "de Matos", que em Forninhos não designam (a Serra, Capela e Santo) por "de Matos", para os forninhenses é só "S. Pedro", portanto existe aqui também um erro sobre a nossa história e memória. Mas a autarquia, que foi quem pagou o trabalho, aceitou tudo muito bem, quando teria sido uma caridade que tivesse informado o sr. historiador para que não escrevesse inverdades e erros. Não precisavam inventar nada!
      Mas sabe que é muito difícil para os autarcas, que na realidade ligam muito pouco a história, interessarem-se por estas questões, estão sempre muito mais interessados em "betão", "religião" e etc.!
      No monografia existem bastantes incorrecções, mas nem por isso assumem os erros. Se fossem pessoas de carácter idóneo, há muito tinham endereçado um pedido desculpa aos forninhenses e já existia há muito uma errata. Só que palavra "desculpa" e "correcção" não deve fazer parte do dicionário desta gente.

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  12. Quem por aqui passa, lendo temas desta índole, poderá pensar que as chamadas de atenção se desprendem da realidade e visam simplesmente apontar algo ou alguém; desenganem-se, havendo mérito, seriam por honra e bravura, publicamente reconhecidos.
    No momento em que escrevo este comentário, o Blog dos Forninhenses, tem 288.819 (duzentas e oitenta e oito mil, oitocentas e dezanove) visualizações.
    Se perguntarem, o que procuram se a gente da vossa terra, praticamente nem aparece a comentar, convenhamos, nem sei bem o que responder, mas...
    Mas até nisso esta missão tem uma obrigação, uma diàspora, passar por cima
    das questínculas exacerbadas.
    No último dia da fergeuesia de Forninhos, e depois do desplante medíocre, para não dizer plagiado da história que incluia esta "Capela", entre insurgimentos pessoais me perguntaram o que eu sabia da serra de S. Pedro.
    Claro que pouco do muito, mas muito mais que a maioria.
    Vivi noites antes da escola, seis, sete anitos, a dormir na mata ou numa corte, sentado na minha cadeira do Rei, e no Nosso Castro.
    Particular!
    Ñão condicionei as investigações,pelo contrário, frisei que seria em prol da freguesia (correto Ricardo Guerra?),
    Pensa agora, um pouco à distância que valores mais altos se levantavam.
    A mesquinhez de pseudos amantes deste local, tinham interesses primários de ganância, "ele" vai ler e "outros" como ele.
    A usura tem urgência: tem que ser rápida, que interessa se o local da "capela" tem mais ou menos meia dúzia de séculos, encontrem algo que atraia visitantes e todos lucramos.
    "Todos Lucámos".
    Quem?!!!
    Da inoperância, presumo desprendida de valores monetários ao longo dos séculos, estas batalhas físicas e administrativas, tiveram por base a honradez da sua povoação e dos seus filhos ali paridos.
    Havendo algum cordão umbilical, no escrito da "coisa", transparecia com certeza, sentimento de gratificação agradecida perante as nossas memórias.
    mas não, talvez a pressão da ordem moderna que se debate em defesas de teses de doutoramento, pelos mercenários do franchising, se refugiem com a conivência de amigos, bem cimidos e dormidos e ainda por cima pagos!
    Finalizo apenas com:
    - Sr. Presidente da Câmara
    - Sra. Presidente da Junta de Forninhos
    - Sr. Ex- Presidente da Junta
    - Srs. Doutos da "coisa". 8fotos e dissertações de Forninhos).
    - Srs. acompanhantes.

    Em que ficámos, a capela existiu (claro), quando e até quando?
    Em que local em concreto na panóplia cega de investigação mediana.
    Como foi vandalizada e por quem; objectivos ...
    Em suma: O QUE DECOBRIRAM?!!!

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  13. Em S. Pedro, descobriram um casario ainda hoje bastante preservado e os restos duma capela!
    Perto da povoação descobriram cacos duma villa romana!
    Dentro da povoação descobriram cesteiros, latoeiros e almocreves...
    Uma feira...
    Mas nem me fales em "dia da freguesia de Forninhos", porque nem me quero lembrar da forma como foi escolhido e o dia que escolheram!
    Em conversas recentes, porque o ouviam aos antigos, contaram-me que para os que estavam nas campas, o facto mais importante para Forninhos, foi a partilha das terras entre a nossa freguesia e a de Penaverde, as demarcações/limites. Mas como para os entendidos na matéria não foi uma data de um facto muito importante e fundamental para o desenvolvimento da nossa terra, a data e o facto nada interessou para a história de Forninhos, enquanto freguesia. O mais importante era a Padroeira da Paróquia, como se Santa Marinha não tivesse já o seu dia!
    Mas não há nada a fazer...os erros repetem-se...agora é o guião ou letras do guião da S. dos Verdes que foram importantes para os nossos antepassados, daí tal figurar na capa. Nada muda...poder local & igreja hão-de andar sempre acasaladas, em Forninhos, claro!
    E vou finalizar com isto:
    Se com a obra imaterial descobriram os restos da capela, será que destes restos (os tais visíveis) poderá nascer a vontade de realizar a obra material?
    Vamos ver então o que vai ser feito...

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  14. E é desta forma que se perdem "páginas" da nossa História... Sou uma apaixonada por estes temas e cá virei sempre que puder.
    Abraço
    Graça

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    1. Já somos 2, Graça.
      E, porque é desta forma que se perdem "páginas" da nossa História é que dei-me à tarefa como cidadã de corrigir ou complementar a nossa história local.
      Conforme os textos que vou lendo (ex: artes e ofícios) na monografia da minha terra, até vou à wikipédia e, curiosamente, lá encontro quase "linha por linha".
      Já só faltará falar de um ou dois assuntos, com pena minha, há mais fotos do que textos, e não há nada de novo, nada que o blog dos forninhenses não tenha publicado há muito.
      E fico por aqui, agradecendo as suas palavras e...então volte sempre que puder.
      Abraço tb.

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  15. Este tema, pelo seu grau de importância não carece de gentios para fundamentar as suas verdades. Muito menos de Ali- Babás, tal como o Mor que abrilhantava a sua sabedoria, qual Inca, Guia Supremo, conduzindo a Irmandade de especialistas armados em arqueólogos, talvez resquícios do desconhecimento da sua terra próxima, elevando e glorificando prosaicamente locais de culto; em qualquer serrado e vestígios abundantes e circundantes.
    Tal como este "sábio", com mais ou menos cabelo, a Capela, o Talegre, o Castro, Lojas e Dornas, seriam o "orgasmo" do achar a grade e cambão da lenda. E bandos de turistas, iriam ofuscar as rolas, corvos e milhafres.
    Pobres moiros, inocentemente descobertos sendo assim menosprezados em delírios! Mereciam mais e merecem, pelo menos mais respeito!
    Ainda adormecidos no sítio amado, sofrem pela insensibilidade e um pouco comovidos pelo que restava do culto do vizinho (S. Pedro), ainda que de pedra, mas venerado.
    Pensavam e viam comovidos o tempo em que foram corridos e derrotados, mas não foram roubados. Vencidos, mas com dignidade; os cristãos que os queriam converter, afinal eram de pouca confiança. Roubaram o São Pedro para o Seminário de Fornos, os Serafinzinhos e tanto de tanto.
    Toda a gente sabe quem esteve nesta orgia demoníaca.
    Mas não basta falar e deixar que cuspindo para o ar, este traga resposta.
    Chegou o tempo de finalmente chamar à coacção quem tem responsabilidades pela inércia de consumar o que de mais valor tínhamos, em termos arquitectónicos, religiosos e ancestrais. Os primórdios da história de Forninhos.
    à Junta compete fazer as diligências necessárias, espaço não falta para local de acolhimento (MUSEU) e com as diligências necessárias, tragam para Forninhos o que a Ele pertence.
    Ou querem continuar a tentar a valorizar a aldeia na conivência de mais património partido por escavadoras mal conduzidas?
    Pensem, pois nem será preciso saber a tabuada dos dez!

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  16. Em que outra terra assenta tão bem o poema de Camões que diz assim a dado passo "...Campo,que te estendes/Com verdura bela/ Ovelhas, que nela/Vosso pasto tendes...".
    Eu sinto que Camões escreveu isso sobre as nossas aldeias da Beira e que até podia ser sobre a nossa Serra de S. Pedro, já coisa diferente sinto quando leio aquela "coisa".
    Falas do que pertence a Forninhos. Decerto já reparaste que a forma como todos "eles" falam dos achados é como se fossem já pertença deles. Dá até ideia que a Serra de S. Pedro lhes pertence, tal como já lhes pertence o machado e moedas (da "Pardamaia")!!
    A Junta, a meu ver, vai fazer o mesmo que fez para reaver as sepulturas de pedra dali levadas, ou seja, nada.
    Oxalá não tenha razão, mas se o machado e moeda romana foram levados para "análise" em 2011; em 2013 concluíram (escreveram) ser da Idade do Bronze Antigo/Médio (+ou-); é sinal de que já tiveram o resultado da "análise". Estamos em Maio de 2014. Onde está o machado? Não está em Forninhos porquê? Querem que volte a Forninhos?
    Mas gostei da parte dos mouros que adormecidos no sítio amado, pensam que afinal foram corridos e derrotados, mas não foram roubados! :-)
    Tudo o que é mau é atribuído aos mouros, mas afinal os que ficaram não são melhores. O Pe. Luís, a respeito da capela de S. Pedro, até conta que o Sr. Pe. Aragão lhe informou que "Por causa dum sonho...um caçador de tesouros vasculhou paredes e ladrilho.".
    Mais tarde, também, é por causa do tesouro dos mouros que o cemitério de S. Pedro é escavacado!

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  17. "Deixa-me rir...

    Pois é, pois é
    Ha quem viva escondido a vida inteira
    Domingo sabe de cor, o que vai dizer
    Segunda feira...".

    O Jorge Palma é que a sabe toda!
    Os roubos são anteriores à pulseira electrónica, pois se cada santo, cada pedra, cada machado e moedas, sem falar numa panóplia de outras coisas, estivessem com ela identificados, talvez se soubesse do seu paradeiro...ou não!
    Todos sabemos onde pára S. Pedro e os "iluminados" (talvez estes candeeiros sejam em sua homenagem), sabem dos achados "deles".
    Pois é, pois é...
    O Jorge Palma tem razão, ao domingo tudo se orquestra, neste caso, depois da missa, começando pela rotunda, cá em baixo, zona fértil e pródiga destes sortilégios de cultura e dinâmica elevada em prol de todos.
    Depois, na segunda seguinte, corre o jornal, acabado de formatar no centro e já está.. Trabalhinho para a semana, interessa isto, daquilo nem se fala, são falcatruas que inventam...
    Pois é, pois é...
    Tens razão Jorge Palma, há quem viva escondido a vida inteira, mas
    Deixa-me riri.

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  18. Anónimo5/22/2014

    Un maravilloso recorrido por el Patrimonio de Forninhos. Las Piedras son testigo del origen de nuestros Pueblos y de quien los habitó. Fenomenal documento sobre la Capilla de San Pedro y sobre los castros de antiguos pobladores.
    Abraços.

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  19. Olá,
    que bonito relato, não podemos deixar no esquecimento a bela história de nossa cidades. As novas gerações precisão saber como foi as cosas no tempo que ocorreu.
    Bjos tenha um ótimo dia.

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  20. Por aqui se tem falado, narrado e contado sobre o monte de S. Pedro e seus misterios.
    Nao duvido que um dia sera escolhido como cenario de filmes de muitos generos, dependendo tal do imaginario dos realizadores.
    Episodios reai nao faltariam, tal como a estoria do abandono dos mouros, enganados na subtileza ardilosa de serem enganados por um exercito, afinal de ovelhas e cabras.
    Ou um outro mais moderno, sim, pois ainda ha quem o recorde de ouvir contar da boca do meu avo Fancisco, acerca da escultura em pedra do S. Pedro.
    Nao andaria o santo muito virado para milagres na altura das guerras entre Penaverde e Forninhos, caso assim fosse, talvez houvesse entendimento, mas entre o a nos pertence de ambas as partes, os forninhenses, talvez pelo sangue que ainda lhes corria nas veias dos seus antepassados serranos, espertos e audazes, voltaram de noite e sem lume acesso a subir a serra em direcao a capela.
    Nas procissoes solenes, ainda agora o palio vai na mao de seis irmaos da irmandade, acoitando o sr. padre.
    Quase que batia certo o demando destes rijos homens de Forninhos.
    Nao eram ladroes que subiam, mas sim gente esperta e bem acolitada pelos mais destemidos na convicao de o santo ser da nossa terra e para tal, a padiola de madeira ia bem robustecida e segura, pois o santo pesava muito.
    Nao iria debaixo do palio a coberto do sol ou chuva por meia duzia, mas apenas por quatro e que pela negridao da noite por caminhos escombrosos e apagados, cada pedra um trambolhao que desiquilibrava a padiola de madeira na qual estava amarrado o santo *Jesus disse, lembra te Pedro que es pedra.* com cordas e em silencio, nao fosse Penaverde acordar.
    E la chegou no orgulho do povo, mesmo assim inquieto nao o fossem descobrir.
    Por isso ficou escondido atras da porta da sacristia, local de vestimentas e paramentos dos padres, ate que um, o tal grilo, o levou, mas nao aos ombros mas ajudado por alguns que nao subiram a serra.
    Digam la se Forninhos nao dava bons filmes...

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  21. Olá Xico.
    Quanto à imagem de S. Pedro, não sei se foi levado pelo tal padre “grilo”, os serafinzinhos, sim, mas o que se diz é que o santo foi mandado retirar da Igreja Matriz de Forninhos pelo Bispo D. José da Cruz Moreira Pinto, que foi Bispo de Viseu a partir de 9 de Maio de 1928. Eu não tenho a certeza, mas acho que foi aquando duma visita à capela da S. dos Verdes de Forninhos e Igreja Matriz, a 7 de Julho de 1930, que o terá mandado retirar para o Seminário de Fornos de Algodres, o que tem lógica. Repara que foi desta forma, por causa duma visita pastoral, que o S. Pedro também foi mandado retirar da Capela de S. Pedro para a Igreja Matriz. Agora é deveras interessante saber como foi retirado para Forninhos, numa padiola de madeira, por 4 homens de Forninhos. Obrigada pelo que contas. Mereciam na monografia da sua terra pelo menos uma referência. Digo eu!
    Como sabes o avô do teu pai foi regedor de Forninhos e geriu alguns conflitos por lá (em S. Pedro), os quais eram frequentes em festas. Não me admirava nada que 1 dos 4 homens fosse o teu bisavô.
    Mas o que diriam os teus, meus, nossos avós sobre o que é dito a nós, netos, sobre o santo e o património desaparecido – Capela de S. Pedro?
    A desaparecida capela foi um dos monumentos mais simbólicos da região, não pela sua grandiosidade e beleza, mas sobretudo pela sua história e pela densa cortina de mistério em que ainda hoje “praticamente arrasada” se encontra envolvida.
    A capela não sobreviveu à impiedosa marcha do tempo ou porque nesses tempos existiam rivalidades entre os de Penaverde e Forninhos, rivalidades essas, que ainda hoje um pouco mais esbatidas, ainda existem. É facto. Mas será que não valia a pena registar a sua história? Havia necessidade de omitir como foi levado o santo para o Seminário de Fornos?
    Há autores que defendem que a capela já existia nos primeiros tempos em que o cristianismo foi implantado na região e que o S. Pedro de Verona não foi o primitivo padroeiro desta terra. Aliás, no roteiro das igrejas de 1320, todas as igrejas que têm S. Pedro por padroeiro estavam sob o patrocínio do Pescador e que tanto quanto já se conseguiu apurar era o patrono de todas as igrejas da Terra Aquém do Monte. Segundo esse documento de 1320, transcrito por Fortunato de Almeida na sua História da Igreja em Portugal, na relação das igrejas da Terra Aquém do Monte aparece a igreja de São Pedro de Penaverde; a de São Pedro de Penalva do Castelo; a de São Pedro de Infias, entre outras.
    Agora os forninhenses, principalmente as novas gerações, que leiam atentamente a fantástica obra “Forninhos, a terra dos nossos avós” e pensem bem no que foi dito, omitido e até ignorado!

    Bem hajam amigos: Pedro e Anajá, pelos vossos comentários.

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  22. Bom dia, Paula!
    Não conhecia seu bolg e estou adorando. A História é o conhecimento que nos situa no mundo. De ontem para hoje, andei lendo algumas postagens. É muito enriquecedor esse resgate para que as novas gerações também possam conhecer apreciar os lugares e acontecimentos que vem ao longo do tempo fazendo a vida acontecer.
    Bjs
    Marli
    Blog da Marli

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  23. Muito obrigada Marli pela manifestação de apreço.
    E, para que as novas gerações possam ainda conhecer algo mais sobre este lugar, transcrevo um trecho da monografia dum concelho vizinho nosso (Fornos de Algodres) escrita por um sacerdote na 1.ª metade do séc. XX, 1938, se não erro o ano.
    Monsenhor Pinheiro Marques escreve na página 325 o seguinte:
    "Conta-se que no ponto de confluência dos limites de Penaverde, Dornelas e Forninhos existiu uma capela de S. Pedro, em cujo adro se fizeram os enterramentos das quatro freguesias do concelho de Penaverde.
    Desta capela apenas restam hoje os alicerces, que parecem duma igreja, que a tradição afirma ter sido o centro duma antiga cidade, de que existem vestígios numa grande área em volta”.

    Beijos**

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