Este foi um lugar de muito trabalho hoje não passa de um amontoado de pedras em ruína; este é o LAGAR DE AZEITE DA EIRA que os nossos avós conheceram no seu grande momento de glória.
Água essa, que vai murmurando
a sua canção de embalar,
às velhas paredes que ainda teimam
em ficar de pé
no interior o que até agora chegou até aos nossos tempos
ainda se mantém no lugar
parecendo contar a sua
história da vida
as velhas pias
onde tanto azeite correu,
hoje ao seu triste abandono
vão adormecendo cobrindo-se de musgo,
seu manto de inverno.
Só as heras teimam em pintar de verde,
as paredes que ainda se mantêm em pé
as mós descansam há demasiado tempo,
que até parece que rejuvenesceram
Hoje a ombreira da porta já não se fecha,
fica aberta à espera de um futuro de uma lembrança
a lua, a única companheira que se mantém fiel
durante todo este tempo, fazendo a sua visita diária
nos tempos sem fim,
a assistir ao seu fim sem lhe poder acudir.
Triste ver parte da história assim abandonada. Lindas fotos , recordações de um tempo de outo dos avós, bisavós...Lindas fotos! bjs praianos,chica
ResponderEliminarÉ o que a Chica disse:Triste ver uma história abandonada,porem lindas fotos.
ResponderEliminarGostei em conhecer seu blog.
Um abraço.Nelma Ladeira.
Olá João.
ResponderEliminarParabéns pelo bonito post. Felizmente que ainda há "particulares" que vão resgatando memórias vivas, testemunhos da tenacidade e estoicismo dos "Nossos Avós" que nos alicerces de suor e sacrifício, viravam montanhas, cortavam granito e construíam em prol da comunidade, como atestam estas pedras, memórias em ruínas, mas livro aberto de testemunhos.
Por isso compreendo o sentimento que pões neste registo emotivo.
Nostalgia, será?
Talvez, mas também orgulho, penso eu.
Por aqui, em crianças brincamos, nadando na poça da Eira e jogando às escondidas por dentro destas mesmas paredes que contam os mais velhos, uma terrível tempestade arrasou, já lá vão muitos anos.
Tanta coisa que Forninhos podia guardar, mas é no que infelizmente dá a fartura...
Um abraço.
João, bonito post poético e realista! É lamentável e melancólico olhar e ver o que o tempo e o abandono fizeram...
ResponderEliminarFotos bonitas!
Abraço
Olá,
ResponderEliminarficou triste de ver o abandono de um tempo que foi feliz e abundante. Mas ainda bem que as memória resiste ao tempo.
Tenha uma ótima semana.
Boa tarde.
ResponderEliminarO meu obrigado, por estas mágnificas foto.
Lembranças do passado, tal com estas fotos nos relembram trabalhos de outrora e bem duros.
São estas imagens que nos fazem lembrar o quam arduo era o trabalho nestes lagares ainda sem as medernices de agora, ( para bem ).
Recordações dos tempos em que se tomava banho na poça da eira, tal como o Xico diz, bons tempos.
Hoje ao visitar ese lugar, já nada é como antes.
Bonito Post.
Este sim é o verdadeiro Forninhos dos nossos avós!
ResponderEliminarO lagar de azeite da Eira, pertenceu ao Sr. José Baptista. Foi desactivado em 1938, porque no dia 8 de Setembro desse ano, uma forte trovoada desabou sobre o concelho de Aguiar da Beira; os rios e ribeiros cresceram assustadoramente e este lagar de azeite desmoronou-se. Havia ali também uns moinhos de água que também se desmoronaram pela força da corrente. O tempo não volta para trás, mas este é o lagar que os nossos avós conheceram e foi aqui que, em dois ou três meses por ano, muito duros e de trabalhos esforçados, alguns trabalhavam. Aliás, em Documento do ano de 1917 foi mencionado que como indústria local, tinha Forninhos "fabrico de azeite em um antigo lagar". No entanto, nem os lagareiros, nem este antigo lagar mereceram menção na Mini-Monografia de Forninhos! Uma grande falha!
A recuperação deste lagar esquecido, por parte de particulares e entidades, seria muito dispendiosa, mas o que custa acreditar é que a última vez que este lagar, que até se situa dentro da aldeia, foi vendido, a Junta de Freguesia de Forninhos nada fez para o adquirir! Sejam lagares de azeite, moínhos, fornos, alambique tudo que é história nossa vai parar às mãos de particulares!
Pessoalmente tenho pena que se percam tantas oportunidades...
Obrigada João por esta publicação. Temos de continuar com esta colaboração e divisão de ‘post´s’.
Boa noite amigos de Forninhos,
ResponderEliminarUma reportagem magnífica sobre esse lagar abandonado!
Uma pena que não tivesse sido recuperado.
Assim se vão perdendo as memorias de tão importantes realidades de outrora.
Algumas peças (as pias e as mós) poderão ainda ser restauradas e talvez um dia constarem num museu da vossa bonita aldeia.
Abraço para todos.
Ailime
Talvez. O problema é que os restos materiais deste e doutro lagar, que chegaram até aos nosso dias, são de particulares.
ResponderEliminarPelo menos fica no blog dos forninhenses o registo possível que, assim, continuará a dar o seu modesto contributo para a defesa, conservação, valorização e divulgação do património local.
Quem conhece bem Forninhos, sabe que este local podia muito bem ser um dos pontos de referência desta aldeia, não só pelo lagar, mas pela ponte (embora de construção mais recente) e poça da Eira onde as mulheres lavavam a roupa, a fonte do Miguel e a laje/eira onde se secavam os cereais!
Se nada fôr feito aqui, é mais uma memória colectiva que irá perder-se completamente.
Boa tarde.
ResponderEliminarEste lagar da Eira, outro na ribeira, do qual já foram editadas algumas fotos, ( eu ainda não o conheci), Foram estas as industrias da nossa terra alguns anos atrás.
Tambem, não se podem esquecer os moinhos, estes eram vários os que Forninhos tinha.
Bem seria uma digna prenda para o Povo de Forninhos se algumas destas "Industrias" fossem recuperadas, para que mais não fosse, para os mais novos saberem como eram.
Bem, falando na lage da eira, pois essa já se foi, com a venda de lotes.
Abraço
Para o autor destas fotos "arqueológicas" os meus parabéns. Na minha terra, Castanheira de Pera, também existiu um Lagar de Azeite que encerrou nos anos 40 do seculo passado. Há cerca de 20 anos, um empreendedor construiu no mesmo local um Restaurante chamado "Lagar". A sua localização é junto a uma praia fluvial que foi feita pela Autarquia, beneficiando do local. Passe a publicidade, pode ser apreciado pelo link: https://www.google.pt/search?q=Praia+das+rocas+-+castanheira+de+pera&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=S37iUpW4M-TT7Ab4-YDAAg&ved=0CDwQsAQ&biw=1093&bih=521
ResponderEliminarOs meus cumprimentos,
Manuel Tomaz
Amigo Manuel Tomaz, muito obrigada pela sua sugestão. Gostei do que vi.
EliminarNunca pensei seriamente na ideia "praia fluvial" em Forninhos, mas lá que gostava de ver este local recuperado, gostava!
"...e jogando às escondidas por dentro destas mesmas paredes que contam os mais velhos, uma terrível tempestade arrasou, já lá vão muitos anos...", estas linhas extraí do comentário que ontem deixei sobre o tema.
ResponderEliminarPorquê volto? explico:
Entre outras coisas a autora deste Espaço, aquando da apresentação do nascimento do mesmo, reza entre outras coisas: " ...encaro esta iniciativa como uma missão...construindo um arquivo histórico para o futuro...".
à primeira vista uma "loucura", dada a quase ausência de pergaminhos e/ou registos históricos que tal consubstanciem. Será? Não!
Há o dado fundamental que é a voz popular, "o diziam que", "não vi mas ouvi contar", " já a minha avó dizia", enfim, à semelhança de como os Evangelhos foram escritos e a história dos povos. Tal necessita de trabalho, investigação e submeter à opinião dos leitores, que são o "nosso subsídio" por demais valioso nesta demanda.
Vem isto a propósito do que rezam as lembranças de quase todos sobre a catástrofe que se abateu sobre o Lagar da Eira. Até ontem, estava crente que o mesmo havia sido destruído pela tempestade, a tal que ficou eternamente memorizada como tendo acontecido a 8 de Setembro de 1938. Sobre esta há consenso com variações de um ou outro pormenor, pormenores esses que aqui nos enchem de orgulho, pois alguns nativos mais idosos de Forninhos, ouvem da parte de filhos e netos o relato do que aqui se escreve e isso puxa-lhes pela memória e desfiam lembranças. Ontem alguém me contou a este propósito, uma das pessoas mais idosas da nossa terra, que a tempestade adveio de uma tromba de água que caíu em S. Pedro, derrubando muros de lameiros, lenteiros e hortas, tudo levando à sua frente.
Um moinho nas Caldeirinhas, dois cá abaixo nas Eira e sabe Deus quantos já depois de Forninhos.
E o Lagar da Eira, perguntei?
Resposta: "Ah...isso foi um incêndio, ainda tenho uma vaga ideia, para aí dois ou três anos antes da enxurrada, devia eu ter cinco anos...".
É desta forma que aqui vamos deixando registos, sempre abertos a quem queira deixar um escrito numa página do livro de/e para todos!
Um abraço e bom final de semana..
Segundo o maior número de pessoas este lagar foi desactivado no ano de 1938, devido à forte trovoada de 8 de Setembro. Mas é possível que o lagar em questão já estivesse desactivado aquando desse referido incêndio. Terá sido o incêndio provocado por um raio?
EliminarNão sabemos...
E, como era importante saber a sua história...!
i like the picture with the moon! ;o)
ResponderEliminarGostei muito da visita guiada.
ResponderEliminarBeijinhos, Paula.
O lá como sempre sou dos ultimos a comentar, depois de tantos anos a visitar Forninhos, desta vez como outras tantas a máquina fotografica me acompanhou nesta viagem, do alto da Lage da Eira foi captada a minha foto sobre o lagar, depois o resultado foi este, mesmo nunca tenha nem de perto assistido à verdadeira função, tudo parece contar a história que há muito foi esquecido, mesmo assim a sua beleza ainda se mantem inalterável, só espero que nao se lembrem de tirar o que ainda lá está para pura e simpesmente, fazer outras construções que em nada dignifica as memórias passadas.
ResponderEliminarQue lugar interessante , e cheio de história,belas fotografias.
ResponderEliminarhttp://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Um projecto muito interessante este, de realçar as vivências, as histórias, os costumes, a gastronomia...enfim, as memórias de uma aldeia que ficará sempre no coração de quem lá nasceu. Seres sem memória tornam-se apátridas de si mesmos.
ResponderEliminarQuanto ao antigo lagar de azeite, pena que pouco reste, mas mais vale pouco do que nada. E que se conserve o que resta.
Parabéns a todos pelo trabalho!
xx
Laura,
ResponderEliminarAgradeço muito o comentário.
Adoro tudo o que Forninhos tem de bom e lindo. E, também adoro fazer este trabalho! Aos poucos e poucos aprendi muita coisa, já fiz alguns erros, mas consegui algo que me dá muita satisfação: um instrumento de comunicação onde guardar pedacinhos da nossa história e onde se revive aquilo que torna Forninhos e todas as aldeias portugueses tão especiais.
Só tenho pena que muitas coisas hoje bonitas percam toda a beleza, se não existir dinheiro e, principalmente, vontade, para as cuidar.
Beijinhos e até breve,
Em 1938 o meu pai tinha 11 anos, não sei se nessa época o lagar ainda funcionava mas ele falava muito das trovoadas que deixaram este lagar em ruinas.
ResponderEliminarJá tinha visto o lagar muitas vezes mas sempre de longe nunca estive assim tão perto como mostram as fotografias que ficaram muito bonitas, obrigado João por as teres partilhado para todos nós.