No Dia 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos, festejamos todos aqueles e aquelas que a misericórdia de Deus admitiu na sua presença, na entrada do seu Reino. Mas em Portugal este Dia não acontecerá mais, pois o feriado religioso foi retirado e as pessoas já não terão este dia disponível para recordar os seus mortos mais queridos e muito se deve, diga-se, às inacreditáveis negociações da Igreja com o Estado Português.
No dia 2 de Novembro, Dia de Recordação de Todos os Fiéis Defuntos, é o tempo da oração, por todos aqueles que partem com a necessidade de algumas purificações além-túmulo. E este dia, o “Dia dos Finados”, foi criado devido a Igreja Católica ter declarado o “Dogma do Purgatório” depois do concílio de Trento no Século XVI, em oposição à Reforma Protestante, denominado por isso também de "Concílio da Contra-Reforma" passando a haver, assim, um estado intermédio para as almas das pessoas falecidas. Em vez do céu para os bons e o inferno para os impuros, aparece um local aonde durante algum tempo as almas ficariam a “purificar”. Surge, então, entre o povo cristão a crença no Purgatório e surgem no nosso país monumentos, marcas de religiosidade popular, à beira de caminhos e principalmente nos cruzamentos destes – "as alminhas", a suplicar esmolas e rezas. Ó VÓS QUE IDES PASSANDO/LEMBRAI-VOS DE NÓS/QUE ESTAMOS PENANDO.
Entraram em declínio estes monumentos nos princípios do Século XX. Ainda há três exemplares em Forninhos, nenhuma se encontra datada, mas sou de opinião que duas já foram mandadas construir no Séc. XX. Já esta que vos apresento, embora não conheça nenhum facto relacionado com a sua construção, suponho eu que deve ser a "alminha" mais antiga de Forninhos e que talvez por causa da construção da parede da casa onde está hoje incorporada, pode ter sido deslocada do lugar original.
Entraram em declínio estes monumentos nos princípios do Século XX. Ainda há três exemplares em Forninhos, nenhuma se encontra datada, mas sou de opinião que duas já foram mandadas construir no Séc. XX. Já esta que vos apresento, embora não conheça nenhum facto relacionado com a sua construção, suponho eu que deve ser a "alminha" mais antiga de Forninhos e que talvez por causa da construção da parede da casa onde está hoje incorporada, pode ter sido deslocada do lugar original.
Ó MORTAL QUE ME VÊS,
REPARA BEM COMO ESTOU
EU JÁ FUI COMO TU ÉS,
E TU SERÁS O QUE EU SOU.
Este post é em memória de todos os falecidos, que especialmente são lembrados nos dois primeiros dias de Novembro.
Aqui ainda festejamos os finados, lembramos deles no dia 2( não só nesse dia, claro!) beijos,linda semana,tudo de bom,chica
ResponderEliminarAqui tradicionalmente por questões de ordem prática, passou-se a visitar e recordar os falecidos no dia 1 de Novembro, feriado religioso do Dia de Todos os Santos, mas este feriado que faz parte da nossa cultura e sua tradição religiosa também, celebra-se pela última vez este ano (2012).
ResponderEliminarO 2 de Novembro, Dia dos Fiéis Defuntos, cá não é feriado, mas é dia de oração.
A partir do próximo ano o Dia de Todos os Santos passará a ser festejado no Domingo seguinte. O dia dos Fiéis Defuntos não sei...o futuro o dirá!
Paula, como tudo se encontra uma forma de continuar a celebrar o dia dos finados, dia esse que poucos sabem que é no dia seguinte ao dia de TODOS OS SANTOS, porque esse dia não tem força para gerar um feriado, por isso a meu ver até é bem que se passe a celebrar no fim-de-semana seguinte, pois então será mais fácil fazer-mos a visita aos que no cemitério repousam, no meu caso não estou à espera desse dia para fazer a visita, sempre que vou a Forninhos não deixo de o fazer, assim como quando vou à terra de meus pais, pois sinto um dever, não uma obrigação em o fazer, não estou á espera desse dia para me mostrar aos demais de que também estou presente, pois muitos mesmo estando a viver quase ao lado, só nesse dia lá vão para que não sejam falados, este ano não vou estar presente nesse dia, mas sim no fim-de-semana. No meu caso é mesmo muito difícil de ir nesse dia, porque ir e vir no mesmo dia é muito cansativo e acabo por não assistir às celebrações religiosas, porque como bem sabes são cerca de 3 a 4 horas de viagem para cada lado, isto se tudo correr bem, por isso passando para o fim de semana se calhar muitos outros podem comparecer.
ResponderEliminarJoão,
ResponderEliminarEu até achava melhor o povo dar mais significado à data em que se recordam os familiares e amigos, dia dos Finados ou dia dos Fiéis Defuntos, dada a proximidade das pessoas aos seus defuntos, do que aos Santos, que muitos nem conhecem!
Agora ficou definido que o "Dia de Todos os Santos" não acontecerá mais no dia 1 de Novembro, uma coisa é certa, para os "de fora", ao Domingo, se em Forninhos a missa ou visita ao cemitério acontecer às 14 horas, como já é useiro e vezeiro, vai dar quase ao mesmo, se é que me faço entender...
Mas o que eu penso algumas vezes é que querem que sejamos uma terra sem memória. Há feriados que foram retirados que constituem um verdadeiro acto de agressão à memória histórica de um povo.
O dia 1 de Novembro "Dia de Todos os Santos",deixa de ser feriado, o que vai impedir muita gente de se deslocar aos cemitérios para recordar os familiares e amigos que já partiram.
ResponderEliminarDesse dia recordo o terramoto de 1755 e o falecimento do meu avô paterno, conhecido por António "Carpinteiro"; além de construir carros de bois, também fazia caixões, etc.
Do "Dia de Todos os Santos" lembro o aniversário do meu primo Agostinho "51".
Lembro-me da visita ao cemitário antigo, que ficava ao lado da igreja; quando acabavam as cerimónias, corriamos todos para as campas dos familiares da Dona Olímpia e da Dona Laura, para apanhar as velas, pois eram as únicas que as tinham. Estas senhoras também eram as únicas que tinham na igreja umas banquetas almofadadas; os bancos da igreja viram mais tarde, feito pelo Tio Alexandre, Pai da Olívia.
Bem haja pela partilha primo João. Provavelmente há mais gente desse tempo, que recordam o período de transição do cemitério antigo da Igreja para o cemitério público novo (ou actual), já que a sua obra foi concluída pelo tio Ismael Lopes em 1944 e se procedeu à bênção solene pelo Sr. Pe. Albano. Só lamento que aquando das obras de 2009 e construção da Capela Mortuária (ou após) não tivessem assinalado o local. Só mesmo em Forninhos!
ResponderEliminarO avô Coelho, carpinteiro de 4 ou 5 freguesias, deve ter falecido há mais de 60 anos, mas eu desde garota lembro os meus familiares da parte do meu pai, contar que faleceu no dia de Todos os Santos. Se algum dos nossos leitores “de Forninhos” puder acrescentar algo mais, ficarei muitíssimo grata pela colaboração e prestação.
Bem haja ainda por trazer à memória o tio Alexandre que com a sua arte foi quem fez os antigos bancos da Igreja. Eu não o sabia. Mas ainda lembro das banquetas almofadadas, só que no meu tempo uma delas era da filha da D. Laura, a menina Aninhas.
P.S- A grande vantagem do blog do forninhenses está precisamente na partilha, sinónimo de utilidade.
ResponderEliminarAqui onde eu moro em Sintra, o dia de todos os Santos também é conhecido pelo dia do pão por Deus, é uma tradição de há muitos anos, todas as crianças daqui e das terras vizinhas logo pela manhã até à hora do almoço, andam de porta em porta com um saco a pedir o pão por Deus e nós damos algumas guloseimas, toda a gente tem a porta aberta para receberem as crianças, depois do almoço passam a tarde a separar o que receberam, o pão por Deus é como na nossa terra as janeiras, cá a tradição ainda continua vêm muitas crianças, á minha casa no ano passado vieram mais de 80, é uma alegria ouvir as crianças a cantarem quando chegam às portas PÃO POR DEUS SACO CHEIO.
ResponderEliminarPenso que para o ano como já não é feriado as crianças vão pedir o pão por Deus no domingo seguinte para a tradição não acabar.
ResponderEliminarInfelizmente as tradições vão caindo na lonjura dos tempos .Ainda bem que alguns de nós vão teimando em as narrar para que os mais novos as venham a conhecer .Bem haja pelo que aqui também , nos deixou mais uma vez .Quanto ao demais , daqui até por um ano ,muita água ainda há-de correr...
Bj
Sim, como estamos na época em que o culto dos mortos é recordado nos dois primeiros dias de Novembro, lembrei-me de falar aqui sobre os Santos e os Fiéis Defuntos e mostrar uma “alminha” junto da qual se rezava pelas almas do purgatório, pois hoje cada vez mais se celebram festas que culturalmente nada têm a ver connosco, falo do Dia das Bruxas ou o Halloween, claro!
ResponderEliminarPor isso achei interessante registar como dantes a convivência com a morte era normal nas nossas terras. Os falecidos eram recordados no dia 1 e 2 de Novembro e durante o ano, sempre que se passava junto a uma alminha. Mas apesar das alminhas serem hoje praticamente “monumentos invisíveis”, ainda acho que há na minha aldeia muita coisa relacionada com a morte que nos diferencia da cidade.
A prática de pedir o “pão por Deus” que a Maria se lembrou de partilhar connosco, é praticada em algumas regiões do nosso pequeno país. Com a mudança do Dia de Todos os Santos para um Domingo, é provável que aconteça exactamente o mesmo que aconteceu ao “Dia de Reis” e o “pedir os Reizinhos”.
Recomendo a leitura do blog da amiga Idanhense, que fala do culto dos mortos.
E muito interessante e como voce diz bem antiga, esta "Alminha", e ainda mais, devido a incorporacao nessa casa!
ResponderEliminarEspero que tenham tido um optimo feriado, ate porque para o ano ja nao ha!
Um abraco a todos os forninhenses.
Eu estou convencida que esta "Alminha" é a mais antiga da freguesia também por nos ontens (e hoje)ficar a caminho da nossa Igreja. Hoje quase passa desapercebida a leigos, assim como a história da construção destas marcas de religiosidade popular.
EliminarQuanto ao feriado defendo que a Igreja Católica andou muito mal ao acordar com este Governo ou desGoverno! o fim dos feriados religiosos, principalmente o do 1 de Novembro.Para uma Instituição que tanto diz defender os valores da família, só já falta agora acabarem com o feriado do 25 de Dezembro (Natal), pois para os portugueses passa, pelos vistos, a partir de 2013 a ser o único feriado associado à família.
ResponderEliminarObrigada primo João pela recordação do nosso avõ Coelho,eu era ainda muito criança, o nosso avõ estava doente e foi visitado pelo pároco que era nessa altura o Senhor Padre Valdimiro. O nosso avõ manifestou a vontade que gostaria de viver mais um ano o Senhor Padre respondeu ,DEUS faz-lhe a vontade porque pede pouco e assim aconteceu.Nasceu nesse mesmo dia da morte do avõ o nosso primo José"Pincho"que DEUES já levou para junto Dele.Tenho também saudades da nossa avó Emilia a quem as pessoas recorriam com os seus filhos doentes para serem"desembaçados".
Darcília,
EliminarObrigada por visitares o blog e aqui também recordares o avô Coelho e avó Emília com saudade. Espero e é meu desejo que continues a partilhar connosco as tuas memórias consoante a tua disponibilidade.
Beijinhos
Paula
São mudas as neblinas nesta ilha
ResponderEliminarÉ de pobreza o pão que alimenta o meu sentir
Oiço o mar com os meus próprios dedos
Parti do desencontro dos meus derradeiros medos
Parti e deixei no cais mil dúvidas
Lembrei tempos que corri feliz pelas amoras
Nesses dias bebi sofregamente a vida
Nesses dias a minha alegria era incontida
Um radioso fim de semana
Doce beijo
O primeiro dia do mês de Novembro do ano de 2012 foi o último dia próprio dedicado a Todos os Santos. Em 2013 por vontades superiores não haverá dia próprio de Todos os Santos, mas o povo tal como aconteceu com o dia 6 de Janeiro continua a venerá-lo e chamá-lo Dia de Reis, também da mesma forma continuará a chamar ao dia 1 de Novembro o Dia de Todos os Santos.
ResponderEliminarAssiste no dia 1 de Novembro passado à bênção do aumento de área do cemitério de Forninhos, minha terra natal, onde foi erguida também uma capelinha que ficou muito bem enquadrada. As custas das obras desta capelinha foram pagas e oferecidas pelo casal benemérito, D. Felismina Mota e seu marido, emigrados no Brasil, em que a D. Felismina não esqueceu a sua freguesia, lugar onde tem os seus pais sepultados, Eulália e Casimiro Mota. Parabéns a estes generosos e nobres beneméritos. O cemitério ficou muito acolhedor e estava como sempre adornado de flores e luzes. A todos os que pensaram e tornaram esta obra possível e tornaram o cemitério mais bonito, em honra dos que lá jazem e hão-de jazer, Parabéns.
Do Dia de Todos os Santos também está na minha memória o falecimento do meu avô materno, António Coelho de Albuquerque, o carpinteiro de que sobre a sua arte a sua bisneta Paula já se pronunciou neste blog e agora também os netos João e Darcília.
A palavra “Santos” também está ligada a feiras tal como a grande Feira dos Santos de Mangualde, que se realiza todos os anos no primeiro Sábado e Domingo de Novembro e a ela recorrem feirantes de longe e de perto. Fixem esta data e apareçam cá para o ano que vem.
Margarida.
Arriscava-me até a dizer que o 'Dia de Todos os Santos' é o dia em que há mais gente que os mais novos quase não conhecem, mas como é no cemitério de Forninhos que têm os seus entes sepultados e é ali que estão as suas raízes, este dia serve, além de muitas outras coisas, para ver a riqueza humana do nosso povo e assim disfarçar o que temos na maioria dos dias do ano.
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