A casa típica de Forninhos, incluída na categoria de casa beirã, é caracterizada por ser construída de pedra granito, de rés-do-chão e um andar, funcionalmente distintos, com escada exterior e sacada ornamentada e protegida por grades de ferro que se engalanava com vasos de flores. Hoje, embora se tenham alterado os materiais, com a introdução do alumínio, do vidro, da introdução das marquises, ainda existem em Forninhos algumas casas possuidoras de lindas sacadas. De entre inúmeras escolhi meia dúzia que merecem ser apreciadas com um pouco de atenção:
Sacadas típicas da aldeia que ainda existem e resistem, feitas por profissionais, os pedreiros, para apreciar, hoje mais tristes, sem sardinheiras, sem brincos-da-rainha, sem manjericos.
Sem todos essas coisas mas lindas na mesma!
ResponderEliminarUm abraco de amizade.
São estas pequenas varandas que dão a sua graça às casas beirãs, é pena agora não passarem por simples janelas um pouco maior, não me lembro de ver ninguém que se assumace nesses apêndices, um vaso de flores ficaria mesmo bem, um jardim suspenço já pensaram nisso?
ResponderEliminarBoa tarde a todos.
ResponderEliminarEstas sacadas marcaram uma época, e como se vê nestas, eram só feitas em casas de cantaria, ou seja, pedra aparelhada em todas as suas faces.
Para além de alguns vasos que as enfeitavam, as colchas coloridas em dias de procissão era mesmo, o que lhe dava mais vida
Forninhos sempre foi uma terra rica em tradições e ao contrário do que já não se verificava em anos anteriores, nos dias festivos de 2010 (Dia de Corpo de Deus e Dia de Santa Marinha) vimos algumas colchas a alindar as varandas. Espero que este ano haja ainda mais motivação nas pessoas para que o número aumente. O regresso destes costumes pode também ser um bom cartaz de atracção para os forasteiros.
ResponderEliminarFoi há +ou- 15 dias que um grande amigo da freguesia de Forninhos, João Seguro, decidiu percorrer algumas ruas da aldeia e cheio de entusiasmo, curiosidade e gosto pela descoberta e prazer de fotografar, enviou-me estas bonitas fotografias. Obrigada João. Continua a presentear-nos.
ResponderEliminarPara quem nunca reparou nestas sacadas tem agora um bom momento para as descobrir. De certeza que haverá muitos que à primeira vista não as localizarão, mas são todas da nossa aldeia. Eu acho que não são difíceis de identificar, ou talvez sim! Fica o desafio, só têm de começar no Largo da Lameira e passearem pelas ruas da nossa aldeia à descoberta.
Boa tarde a todos!
ResponderEliminarJá reparei nestas bonitas sacadas, bem trabalhadas. Foram grandes mestres que as talharam, sem duvida.
Ainda me lembro dessas sacadas lindas cheias de sardinheiras, manjericos, brincos de rainha, também usavam muito uma flor chamada” papagaios” que agora pouco se vê.Ficavam muito bonitas essas varandas.
ResponderEliminarAdoro a sacada/varanda da minha mãe! Não é uma sacada qualquer: é a da minha mãe e minha, muito minha.
ResponderEliminarPor debaixo corre uma latada e ela amiga de flores , enfeita-a à sua moda, com beleza; cravos, cravinhas, manjerico, tanta coisa bonita e cheirosa.
O sitio virado para o ribeiro e os pinhais, é privilegiado.
Mal acordo, é o meu sitio, grito a plenos pulmões, acordo o Melo e o "Jigas", quase sinto ladrar os cães na Matela, no Lugar as chaminés fumegam eaquela neblina matinal, indescritivel.
À noite, no silêncio de um cigarro,o murmurar do ribeiro, o Ti Esmael a recolher, um cão a uivar para os lados do Outeiro...
Tudo na sacada da minha mãe!
Um beijo para ela.
Boa tarde a todos
ResponderEliminarEstas pedras das sacadas eram realmente feitas (aparelhadas) pelos pedreiros mais experientes, não sabiam ler nem fazer contas mas com a régua e o esquadro eram realmente artistas.
Na aldeia de forninhos, não encontramos aquelas casas solarengas que se encontram em alguns locais, e que marcavam as diferenças sociais e simbolizavam as honras e privilégios do passado, apenas conheço cá uma com privilégio de posses mas sem brasão e sem gosto arquitectónico.
No entanto, esta aldeia é rica na arquitectura marcadamente popular como o demonstram estas sacadas simples e algumas varandas.
Encontramos aqui, uma grande variedade de construções, desde os castros às casinhas simples feitas de rêbos, com uma pequena porta, sem janelas e chão térreo e algumas já em cantaria que marcaram determinada época. Podem achar muito pouco, mas não é, basta saber dar valor ao que temos e que é nosso.
Não há ainda muitos anos que o modelo das habitações de Forninhos se resumia à casinha rasteira, em pedra miúda, com telha vã e à casa de altos e baixos, em cantaria, listada a branco, com telha marselha, escada exterior e sacada com grades de ferro. São estes dois tipos de habitação que marcaram uma época e todas elas estão edificadas na zona histórica da aldeia, que deve ser preservada.
ResponderEliminarEstas fotografias servem para os que estão longe e para os que cá vivem, poder ver como é bonita a casa típica da nossa aldeia e que devemos sentir orgulho na nossa história. Esta é uma das razões pela qual escrevo…manter vivo e fazer brilhar de novo aquilo que é tão nosso!
Bom fim de semana a todos!
ResponderEliminarVoltando ao tema, Sacadas, o Sr. Eduardo refere que eram feitas pelos pedreiros mais experientes, “… com a régua e o esquadro…”. Porque não tenho a mania de que sei tudo, mas que sei algumas coisas, e porque gosto de me sentir actualizada no dia-a-dia, fiz hoje uma pesquisa no Google sobre a profissão de pedreiro e pelo que entendi, para além dos pedreiros havia os canteiros tradicionais que não utilizavam os picos e martelões e apenas utilizavam o martelo, o cinzel, esquadro e o metro.
A minha pergunta é:
Eram os pedreiros-canteiros que faziam estas bonitas sacadas?
Sei que Forninhos teve um pedreiro-canteiro – “o Beleza de Forninhos”, Joaquim Beleza de seu nome.
Boa tarde a todos.
ResponderEliminarBem, vou responder a Paula dentro do pouco que sei e me recordo de quando era ainda miúdo, o meu pai era pedreiro/canteiro mas eu não segui a profissão, virei para outros caminhos embora ainda retenha o nome de algumas ferramentas na memória.
Assim, como em alguns casos, eu tenho utilizado aqui algumas palavras que se não encontram nos dicionários. Mas era a linguagem popular.
Os pedreiros utilizavam as seguintes ferramentas: pistôlo, marreta e pólvora para destrinçar as grandes pedras; pico régua e esquadro, para aparelhar a pedra; ferro grande para ajudar a virar as pedras e pequeno para assentar (chamado ferro de assento); prumo (uma espécie de pião na ponta de um fio).
Para se cortar a pedra, usava-se os guilhos que se colocavam ao longo de um carreiro em buracos abertos com ponteiros afiados e o camartelo (martelo com uma ponta em bico).
Já o canteiro, como acima se diz, era um pedreiro mais especializado, e a sua ferramenta mais utilizada era realmente o metro e o esquadro para sua orientação e o cinzel (ponteiro com a ponta achatada) o a maceta (martelo cilíndrico)
Obrigada Sr. Eduardo por mais esta compilação, espécie de dicionário nosso, de nomes que estão já em desuso e que eu adoro conhecer.
ResponderEliminarDe facto há nomes, expressões, explicações que não se encontram nos dicionários, nos manuais, na wikipédia, simplesmente porque de terra para terra são diferentes e é isto é que nos distingue dos outros povos. Claro que uma consulta/pesquisa a um dicionário, à wikipédia, ajuda, mas a memória viva sobrepõe-se a qualquer manual.
Obrigada pelo comentário!
Bom dia a todos.
ResponderEliminarSó agora ao ver o comentário da Paula, me lembrei de ir fazer uma “visita” ao dicionário que tenho em casa, e confesso, fiquei envergonhado por, só neste meu pequeno comentário usar duas expressões que não condizem com o dicionário que são: marreta e camartelo.
Mas era assim que se chamava, e os mais velhos ainda chamam.
Os mais novos não usam estas ferramentas, são pesadas e desajustadas aos tempos modernos.
MARRETA – chamávamos ao martelo grande que se usava com as duas mãos e servia para desbastar as pedras antes de as picar, e bater no pistôlo para abrir os furos onde se metia a pólvora para rebentar as pedras grandes ou penedos como lhes chamamos; podiam ser dois, ou até três a bater enquanto outro ia rodando no intervalo das pancadas, um trabalho que requeria muita atenção e harmonia na cadência, senão, lá ia a marreta para as mãos do que rodava o pistôlo.
CAMARTELO – era um martelo com uma parte chata e outra em bico, utilizado com uma só mão e usado pelos assentadores para meter e apertar os calços e tapar buraco com pedra mais pequena. O bico servia para desbastar algum pouquito que estava a mais.
Um bom domingo para todos.
Entretanto despovoamo-nos e cada vez menos possibilidade há, de escutar aqueles que eu considero “enciclopédias vivas”.
ResponderEliminarPenso que todos tivemos um testemunho do passado, transmitido por antigos, pessoas que outrora nos legaram uma herança cultural que cabe a esta geração (nós) o dever de a passar às gerações vindouras. Mesmo correndo o risco de me tornar repetitiva, volto ao assunto:
Forninhos possui imóveis onde podiam colocar à vista vários objectos históricos. Falo destas e outras ferramentas/utensílios/artefactos/alfaias agrícolas/fotografias antigas/compilação de expressões típicas/etc… um espaço que poderia ser um verdadeiro pólo de memória e de interpretação do nosso passado.
Bem sei que a criação de um espaço cultural, museu, acarreta custos, mas ninguém está a pedir que se construa um Centro Cultural de Belém ou um Museu Nacional de Arte Antiga, apenas sugiro o aproveitamento de um espaço (que já existe) que ajude a preservar e a conhecer melhor a história de Forninhos.
Quando vejo essas sacadas penso como será o interior das casas. E aí viajo nas poesias de Cora Coralina, nos sobrados cheios de histórias, de trabalho árduo, de muitas crianças, amores...
ResponderEliminarHá como é bom recordar!
Beijos amigas,
Mazza Cimini
São realmente lindas. Aqui foi feito exatamente uma cópia daí...
ResponderEliminarO que é a telha vã?
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