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quinta-feira, 14 de abril de 2011

As Galinhas, os Ovos e a Páscoa



Quem cresce na aldeia, sabe que as galinhas são quase omnipresentes. Qualquer família tem o seu galinheiro (poleiro como em Forninhos se dizia), com galinhas poedeiras que, regra geral, põem o seu ovo diário tão precisos agora na Páscoa para os bolos de azeite, pão-leve, biscoitos e doces caseiros. Estes animais domésticos têm muita importância nesta Quadra Festiva, ainda hoje as pessoas preferem os ovos caseiros, aos adquiridos nos mercados, provenientes de aviários.
Desde que me conheço, as galinhas e galos andavam em liberdade, à vontade, pelas ruas da aldeia, sempre a revolver a terra, desde que despertavam, bem cedo, até que recolhiam, também cedo. As galinhas fazem, pois, parte da nossa memória colectiva, que mais não seja quando se comia ao Domingo uma galinha (o galo era para dia de festa) e a saborosa carne tinha um sabor que ainda hoje se sente.
Outra imagem era as ninhadas de pintainhos. Hoje já se compram os pintos, frangos, para criarem, mas antes usava-se o processo primitivo: um certo número de ovos (tantos quantos possam ser cobertos pela galinha aninhada) que eram observados à luz do candeeiro e se, se descobriam manchas claras no interior, o ovo era rejeitado como estéril. Sem manchas, era aproveitado. Assim, escolhidos, eram os ovos postos em ninho de palha, dentro de um cesto, onde a galinha os chocava, tendo-se o cuidado de não a deixar fora muito tempo para não os deixar arrefecer. Ao cabo de três semanas nasciam os pintainhos. Primeiro aparecia o ovo “picado”, por onde saía a avezinha.


Fotografias: galinhas&pintaínhos, cortesia da Natália Cavaca.

8 comentários:

  1. Nessa altura todas as pessoas traziam as galinhas na rua, só iam para o galinheiro ao anoitecer, era costume passar a GNR pelas aldeias e multava os donos das galinhas por elas andarem na rua.
    Vou contar uma história sobre as galinhas. Um dia veio a GNR a forninhos andavam umas galinhas na rua, estava lá o Agostinho Casão que Deus o tenha em descanso.
    A GNR procurou: De quem são as galinhas?
    Agostinho: são do meu tio.
    GNR: quem é o teu tio?
    Agostinho: é o pai do Ernesto.
    GNR: e quem é o pai do Ernesto?
    Agostinho: è meu tio.
    GNR: quem é o teu tio?
    Agostinho: é o pai do Ernesto.
    GNR: e quem é o pai do Ernesto?
    Agostinho: è meu tio.
    Como ele estava sempre a repetir a mesma coisa os agentes da GNR foram embora ,e livrou a multa ao tio ou seja ao pai do Ernesto.

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  2. A nossa aldeia e a nossa gente tem muitas histórias que vamos divulgando e descobrindo ou simplesmente recordando, histórias que contam um pouco da nossa terra, de um tempo passado e que se hoje observarmos com atenção notamos tantas diferenças.
    Antigamente, não há muitos anos, a nossa aldeia não tinha ruas e caminhos pavimentados, quase todas as casas tinham um pátio interno e lojas para ter animais, com a particularidade de que algumas casas tinham o poleiro por baixo do patim das escadas. Era um tempo em que havia muitas galinhas, mas também muitas crianças a brincar nas ruas e de vez em quando lá apareciam os guardas (GNR) a patrulhar as ruas para multar os proprietários das galinhas e dos cães e perguntavam às crianças de quem eram as galinhas ou este e aquele cão.Mas o Agostinho saíu-se muito bem;)

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  3. Já agora queria dizer que esta história é muito antiga e o Agostinho era uma criança.

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  4. Boa noite! Só este agora para me fazer rir.
    Olha essa do Agostinho, foi muito boa, não sei se foi verdadeira ou não, mas que muitas vezes a ouvi, lá isso é verdade.
    Este é um "aparte", nesse tempo pouco "trânsito", havia que ocupar o tempo, hoje é fiferente.
    Não é preciso ir ao antigamente, a lei dos cães existe e cada vez mais drástica.....
    As galinhas, crescem, vem os ovos, depois os pintainhos, ... faltam os coelhinhos... Vem aí a PÁSCOA.

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  5. Já agora, não quero deixar passar sem dar a minha opinião no post das “galinhas de ovos de ouro”.
    Não percebo muito disto mas também um a historia, historia mas verdadeira.
    Minha mulher pediu-me para lhe arranjar um capoeirito onde pôr três ou quatro galinhas para ter ovos caseiros em casa. Fiz-lhe a vontade.
    Certo dia, minha mulher disse-me que havia lá um buraquito e queria-o tapado, pois não, logo arranjei um pouco de cimento e lá fui tapar o buraco. Entretanto, ela tinha comprado um garnizé (galo pequeno mas muito altivo) que assim que me viu lá dentro, logo me deu uma picada enorme para um galo tão pequeno; eu como tinha a colher do cimento na mão, logo levou com ela na cabeça, caiu de imediato e julguei-o morto. Fiquei com pena dele e logo lhe fui mergulhar a cabeça em água fria para ver no que dava. O bicho começou a recuperar e coloquei-o novamente dentro do capoeiro, ainda cambaleava, mas assim que se apanhou firme, atirou-se a mim como um leão.
    Resultado, fiquei a gostar daquela pequena, mas valente ave, e nunca lhe deixei fazer mal, morreu de velho.

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  6. Tenho a ideia que os pequenos garnizé eram criados mais como animal de estimação, mas conhecidos como muito bravos…ainda hoje se associa o garnizé à genica, valentia e tamanho de uma criança.
    Os garnizé fazem também parte das recordações da minha infância. Recordo os ovos de garnizé que mais pareciam ovos de brincar, pois são bem mais pequenos que os ovos de galinha. Aliás, eu cheguei a brincar com ovos de garnizé numa cozinha de brinquedo.
    Os galos garnizé não eram também conhecidos como Galos-da-Índia?

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  7. Como estamos perto da Pascoa as fotos das galinhas nao podiam faltar, sem elas nao podiamos fazer os bolos de azeite , biscoitos eo pao de lo que era o que se fazia no meu tempo. Havia a galinha pelada que nao tinha penas no pescoco eoutras eram todas cobertas. Dormiam no poleiro que ficava debaixo das escadas ou balcao da casa , tinha uma portita eum boraco ao lado , o buraco servia para entrarem e sairem , as noites tapavam-no com um sepo para nao entrar o frio e a raposa , a porta servia para buscar os ovos e demanha olhavam- nas para ver se tinha ovo. No inverno ponham menos porque era mais frio , chegava a primavera as cristas ficavam vermelhas , diziam que era o sinal de comecarem a por . logo que comecava a quaresma nao se comiam mais ovos eram todos para guardar , ponham-nos na salgadeira no sal e na arca dos feijoes para ficarem frescos . Eram bem tratadas comiam milho , couves cortadas e amassadas com ferelo e outras coisas que encontravam nos caminhos . chegava Quinta Feira Santa tinhamos vinte e tais duzias de ovos . Quando eu era pequena as galinhas eram livres de andarem nas ruas da aldeia nao faltando o galo para as picar ou galar , depois veio a lei de as fecharem,vinham os guardas da Aguiar da Beira de vez em quando e entao andava tudo assustado ate as galinhas ponham menos ovos por nao serem livres.

    Boa Pascoa a todos e comam muita s amendoas ALELUIA

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  8. Este post leva-me aos meus tempos de criança onde tudo era alegria e corrida.
    O comer das galinhas, milho, couves, deitava-se no chão, mas às vezes também se metia um molhinho de couves preso com uma pedra e as galinhas ali depenicavam. Havia também a pia onde bebiam, em Forninhos as pias eram de pedra.
    As galinhas andavam livremente pela rua a revolver a terra e estes animais que dizem ser estúpidos, na hora de recolher sabiam onde ir ter. Também me lembro ver alguns porcos a andar nas ruas. Depois quando a GNR começou a multar os proprietários dos animais que andavam à solta na rua, quando se alcatrou e empedrou as ruas, as pessoas começaram a fazer construções autónomas fora do povo para o alojamento destes animais e hoje poucas galinhas se vêem à solta.

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