Nos meus tempos de garota, na quarta-feira de cinzas não comia carne e, durante a quaresma, havia mais dias em que também não me era permitido comer carne – eram as sextas-feiras. A seguir, no Domingo, começava a Via Sacra.
Também se jogava ao pelão e à reza, para depois se receber as amêndoas no dia de Páscoa. Nas vésperas da aleluia, andávamos sempre a ver quem é que perdia as amêndoas. Por isso, escondia-mo-nos debaixo de telha, porque aquela que primeiro deitasse a reza era quem ganhava as amêndoas.
Numa comunidade pequena como a nossa foi uma pena terem deixado morrer o jogo da "reza" que mais que ganhar umas amêndoas proporcionava verdadeiros momento de amizade, laços fortes entre o grupo que jogava. Um dos jogos que se vai mantendo parece que é o jogo da panelinha (na 2.ª Feira de Páscoa).
Um aparte, parece ser intenção do actual executivo da Junta de Freguesia de Forninhos a criação de um dia da freguesia para realização de diversas actividades o que a, a meu ver, poderá ser o dia "D" para retomar alguns jogos tradicionais e mais costumes que aos poucos foram desaparecendo.
Eu gostava muito da Procissão de Ramos, da preparação do meu ramo, enfeitado com laranjas, rebuçados, alecrim e loureiro, que depois seria benzido.
Numa comunidade pequena como a nossa foi uma pena terem deixado morrer o jogo da "reza" que mais que ganhar umas amêndoas proporcionava verdadeiros momento de amizade, laços fortes entre o grupo que jogava. Um dos jogos que se vai mantendo parece que é o jogo da panelinha (na 2.ª Feira de Páscoa).
Um aparte, parece ser intenção do actual executivo da Junta de Freguesia de Forninhos a criação de um dia da freguesia para realização de diversas actividades o que a, a meu ver, poderá ser o dia "D" para retomar alguns jogos tradicionais e mais costumes que aos poucos foram desaparecendo.
Eu gostava muito da Procissão de Ramos, da preparação do meu ramo, enfeitado com laranjas, rebuçados, alecrim e loureiro, que depois seria benzido.
Embora já um pouco longe, também me lembro da tradição de "Cantar às Alminhas" (à capela) nas sextas-feiras da quaresma, onde se percorria todos os cruzeiros, com uma cruz:
À porta das Almas Santas
Bate Deus a toda a hora
Almas Santas lhes respondem
Que quereis meu Deus agora
Olá a todos.
ResponderEliminarNão passei a minha infância em Forninhos, mas sim numa aldeia bem perto, onde os costumes e tradições pouco variavam, nesta aldeia brincávamos muito á sarrapantalha, á palmada e jogávamos a chona, a petisca, a brôcha etc. nunca ouvi falar destes entretenimentos em forninhos, não sei se também se praticavam, mas isto era para todo o ano, e mais para rapazes.
Na quaresma era quando se jogava a “péla”, isto porque mobilizava rapazes e raparigas, e como não se podia bailar neste período, nas tardes dos domingos jogava-se a”pela”, jogo este que era vivido com muita intensidade, um dos gestos que mais me divertia, era quando a péla se dirigia para o pelão, as moças abanavam o avental e chamavam –
Ó minha linda,
Olha um avental de chita,
Quanto mais se lava mais bonito fica –
Mas a péla se fosse bem lançada, não ligava ao avental de chita e “matava” mesmo quem a lançou.
Olá a todos mais uma vez.
ResponderEliminarPara além destes jogos que eram transmitidos de gerações, também havia os brinquedos, estes, muito originais porque cada criança inventava e fazia o seu, por exemplo: as meninas faziam a sua boneca de trapos, arranjava as suas panelinhas e pratos, inventavam ingredientes e imaginavam refeições, que por sinal, quando incluía alguma coisa que servisse para comer de verdade era fantástico,
Os meninos faziam os seus carrinhos de madeira ou corcódea de pinheiro muita vezes as rodas eram de caricas de cerveja. Os triciclos também se usavam mas pelos mais velhos, e eram feitos totalmente de madeira com um guiador que era também uma roda de madeira e só andava nas descidas, chamávamos-lhe carro de guiador.
Enfim, os tempos são outros, as crianças não precisam imaginar brinquedos, porque lhes aparecem, em variedade e quantidade, muitas vezes em excesso.
Quanto aos jovens, já lá vai o tempo em que o bailarico nas tardes de domingo, era a principal atracção (excepto na quaresma) onde todos dançavam ao toque de uma concertina ou simplesmente um realejo(gaita de beiços) em que o próprio tocador não perdia uma.
É verdade…antigamente as crianças criavam e construíam os seus próprios brinquedos: com panos faziam bonecas, com meias criavam bolas...etc. e tal…enfim, só boas memórias... ficam a faltar as canções de roda; o baptizado das bonecas; o saltar à corda; o elástico; o jogo do pisa; o jogo das pedrinhas (acho que também se jogava na altura da quaresma); o siclité (não sei se, se diz e escreve assim); à mamã dá licença, que ainda no último verão ensinei a algumas crianças e que ao contrário do que pensava não ficaram a olhar para mim como se eu tivesse regressado dum filme, tipo: “regresso ao futuro…”
ResponderEliminarDepois veio o cubo mágico e o iô-iô e………os computadores!Não sou contra os computadores (este brinquedo que nos permite comunicar agora a tantos Km de distância), mas defendo que há, que deve haver, tempo para o outro brincar, que “brincar” não seja nunca sinónimo de “clicar”. Uma sociedade que depende de máquinas, não pode ser uma sociedade saudável!
Ah! e brincávamos também aos festivais da canção! sabíamos todas as músicas de cor e ficávamos na rua até tarde com os amigos e a partilhar brincadeiras.
Gostei de relembrar a minha infância:))
Olá a todos
ResponderEliminarJá estamos na quaresma,como diz a Paula havia vários jogos que se faziam,o que mais gostava era o da reza assim que se ponha o sol lá andavamos sempre debaixo de telha para não nos deitarem a reza só para ver se ganhavamos as amendoas e no fim fazermos a festa, mas tudo isso acabou, fica a recordação desses belos tempos.Este ano já lançamos um desafio para cantarmos às alminhas as sextas feiras da quaresma mas temos que convidar as pessoas de mais idade porque são elas que sabem as ladaínhas vamos ver se estão de acordo porque este Ano vai muito frio para andarmos de noite, mas fica aqui este desafio que acho que era interessante.
Um abraço
Iracema
Olá a todos
ResponderEliminarNão sei porque mas este blog danos uma inspiração especial. Recordo me também que na minha infância também se faziam bailaricos aos domingos; não ao toque da concertina nem do realejo, mas sim ao som de um gira-discos (era altura forte dos discos de vinil, anos 70/80). Altura em que as raparigas não podiam dar tampa ; se a dessem a um rapaz não podiam dançar com outro ate ao fim da musica se não criava se ali uma algazarra.
Recordo também de uma das brincadeiras de miúdo, em que quando chovia fazíamos uns barquitos de corcódea e púnhamos na valeta ao pé da taberna do Sr. José Matela aonde corria a água; o primeiro a chegar ao café do Sr. Vergílio ganhava a corrida.
Quero também dizer que estou de a cordo na realização do dia da freguesia. Poderá vir a ser um dia de grandes festejos em Forninhos .Eu e os meus colegas como dirigentes da A.R.C.F. já fomos convidado pela J.F. para debatermos esse assunto, que na minha opinião o dia ideal seria o dia 18 de Julho (dia de Santa Marinha) que é o dia da nossa padroeira, o dia da irmandade e também o dia da A.R.C.F.
Poderíamos juntar todas as instituições e fazer grandes eventos e assim divulgar cada vez mais a nossa freguesia.
Tónio, já somos dois!
ResponderEliminarÉ muito bom escrever sobre a nossa cultura, tradição e acontecimentos ligados à nossa linda aldeia e melhor ainda é ler as mais variadas histórias e brincadeiras passadas entre várias gerações aqui referidas (cada Post é como ler um capítulo de um bom livro). Acredito que o trabalho por nós aqui desenvolvido, a informação por nós aqui prestada, poderá ser bastante útil em termos de registo cultural.
A nossa aldeia tem todas as condições para realizar diversas actividades, retomando (como já acima disse) os maravilhosos jogos tradicionais, mas também outras, como a realização de exposições temáticas, saraus de leitura, recolha de Vozes e Memórias, por exemplo. Seria uma forma de partilhar histórias (memórias, objectos, fotografias, correspondência e outros). As instalações da ARCF poderiam servir para esse fim.
Para EU poder participar, como sabem, só em Agosto. Se acharem a ideia útil, voltaremos a falar sobre este tema, Ok?
Cumprimentos
Como dito pela Iracema lançamos o desafio de este ano recuperar o antigo ritual do cantar ás almas na nossa freguesia e feito o convite a alguma pessoas de idade mais avançada (pois são elas que conhecem e nos podem ensinar as ladainhas) a receptividade foi boa e na próxima sexta-feira voltará a renascer esta tradição.
ResponderEliminarParabéns pela Vossa iniciativa!
ResponderEliminarEmbora de idade menos-avançada ;) aqui partilho um pouco da minha modesta sabedoria:
Vós que estais nas Vossas camas
Dormindo e descansando
Nem somente Vos lembrais
Das almas que estão penando
Olá a todos.
ResponderEliminarApesar de ser católico, há uma coisa que eu nunca entendi muito bem.
Neste período de quaresma não se pode comer carne, á 6ª feira, imposição da igreja, mas quem comprar a gula ( não sei se é assim que se escreve) já pode comer, confesso que nunca percebi.
Os jogos tradicionais já não são o que eram, outros porem caíram no esquecimento, hoje é mais fácil clicar e jogar anonimamente, sem dar a cara, amigos e adversários virtuais que ninguém conhece, no meu tempo era muito diferente, tinha de ser eu a construir os meus brinquedos e jogos, o que não parecendo levava-nos a desenvolver e a crescer para o futuro, hoje os mais novos ficam a olhar para nós quando lhe contamos como era na nossa infância, uma coisa é certa não havia tantas crianças obesas como se verifica agora, era-mos mais fortes e saudáveis, e conhecíamos todos verdadeiros amigos.
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