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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Forninhos: quelha da Chica e uma arte antiga


Para ajudar a reflectir sobre o que aconteceu a uma das nossas mais queridas ruas, e porque outra idêntica fotografia e/ou documentos não devem existir, aqui fica uma foto tirada na quelha "da Chica" (que terá uns 25, máximo, 30 anos), bem como a imagem de uma arte antiga – a arte de trabalhar a madeira, mais que não seja para informar os mais jovens da nossa terra, o que foi Forninhos em tempos recuados e o que encontramos hoje em dia. Aqui o Carpinteiro faz um carro de bois e pelo decorrer do dia é possível que ainda conserte outras coisas. O tempo não volta para trás...mas Recordar é Viver!
A foto pertence ao arquivo de JSeguro.

10 comentários:

  1. Apesar de algumas diferenças, verifica-se que a estrutura das casas é quase a mesma de hoje.

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  2. Se não me engano, pela imagem parece-me um Sr. que continua a fazer o favor de ser meu amigo - Ti Antonio Carau.
    Lembro-me de a madeira ser serradaa na "burra", com uma enorme serra, um em cima e outro em baixo a serrar (ainda recordo o saudoso Ti Zé Carau nestas artes).
    Nalhar o ferro quer para o rodado dos carros de bois quer aros dos pipos e dornas, ali com a bigorna bem quente e os putos a quererem dar ao fole!
    HOMENS DE AÇO, de outra têmepera

    Bem hajam!

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  3. Esta fotografia é mais uma cortesia do João, a quem agradeço, e que nos permite um pequeno exercício: encontrar as diferenças entre o passado e o presente.

    De facto, verifica-se que a estrutura das casas é quase a mesma. Contudo, à primeira vista a maior alteração remete-nos para o piso da rua, que foi substituído e elevado, mas uma visualização mais atenta permite relembrar um pormenor “delicioso” e que actualmente parece uma miragem: o trabalho de carpintaria, realizado pelo meu tio António Carau, muito bem aqui reproduzido pelo Xico, por se tratar de histórias reais de vida. Esta fotografia dá conta do andamento do trabalho da conclusão de um carro de bois. Nada melhor do que recuar no tempo e recordar uma das mais antigas artes.

    Saudações!

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  4. A informação sobre o passado desta rua não abunda e o que hoje se conhece deve-se apenas ao que as pessoas relatam e nem sequer se sabe porque se atribui o nome Chica.Mas do que eu me recordo bem é do meu tio Carau fazer pipos e a minha tia Júlia ao pé dele.Por ali passava muita gente e paravam uns minutos para o ver trabalhar e eu e outros éramos putos e pedia-lhe sempre para me deixar apertar os arcos com um martelo que ele tinha especial com uma espécie de ponteiro. Eu adorava ver e pedia-lhe sempre se ele me deixava fazer.

    É bom recordar esses tempos!

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  5. Oi a todos.

    O carro é composto por duas rodas, um grade ou mesa de madeira e um eixo. As rodas são feitas de madeira de boa qualidade, com um anel de ferro de forma circular nas extremidades, para garantir maior resistência. Primitivamente, o carro não era ferrado e as pessoas diziam que “o carro andava na madeira”. A grade possui cerca de três metros de comprimento por um e meio de largura, com duas peças mais resistentes de cada lado e uma terceira no meio, mais comprida, destinada a atrelar o carro à canga, uma peça, também de madeira, com mais ou menos um metro de comprimento, contendo um corte anatômico para assentar bem no pescoço do boi, sendo segura por uma correia de couro chamada de brocha. A grade é apoiada sobre um eixo. O ponto de apoio da grade sobre o eixo são duas peças de madeira chamadas cocão. O chiado ou cantiga característica do carro de boi é produzido pelo atrito do cocão sobre o eixo.
    As madeiras utilizadas na construção dos carros de boi tinham que ser fortes, principalmente as das rodas. As mais usadas eram o pau d`arco, a aroeira, a sucupira, a carnaubeira.
    O carro de boi pode ser puxado por uma, duas ou mais juntas ou parelhas. Cada junta possui dois bois, que trabalham um ao lado do outro, unidos pela canga.
    É bom poder conhecer como foi o antigamente a vida das pessoas...

    Um abraço para todos

    Diogo

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  6. É com muito orgulho e satisfação que leio o comentário do Diogo, que apenas tem 9 anitos! Este blog é pois também uma iniciativa cultural e educativa. Que sirva para motivar também OUTROS no empenho e desenvolvimento intelectual.

    Bj***

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  7. Importaria um dia saber de onde viemos: como se formou este povoado, se terá começado nestas pequenas casinhas da Quelha da Chica, porque lhe chamaram Forninhos, tem a ver com Fornos?? Será??? Dizem que o diminutivo seria para distinguir da Vila de Fornos… ??? mas disso não há documentos para ajudar a comprovar essa parte da nossa história.

    Enfim, tanta coisa para saber...
    Tanto passado, meus amigos!

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  8. Olá a todos.

    Não há dúvida que esta foto nos faz recuar no tempo, o que é sempre muito agradável. Para a nova geração, isto pouco poderá dizer, isto penso eu, embora o nosso jovem amiguinho Zé Diogo me venha contradizer, gostei muito do teu comentário.
    Quanto á rua, poderia muito bem ter sido arranjada sem alterar a estética como se pode ver, o que tornaria mais fácil uma possível restauração das suas casas.

    Bom fim-de-semana a todos

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  9. Sem dúvida que esta foto foi um recuar no tempo. Passaram mais de 25/30anos, mas ver e rever esta foto voltam as lembranças, a memória de histórias passadas, saudade…e por momentos até este atalho, esta estreita rua, ganha vida.

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  10. Reparei que a limpeza de espaços públicos nesta altura também parecia estar longe de chegar à nossa aldeia. Não pretendo aqui falar da iniciativa tomada posteriormente pela JF, mas apenas chamar também a atenção para este assunto, que ultimamente até tem merecido especial atenção pela classe política, mas que não tem merecido a devida atenção da população em geral, pois para a maioria dos cidadãos a responsabilidade deste tipo de situações é da autarquia e município, no entanto acho que no caso da nossa aldeia não é o caso. Há, pelo menos, uma dezena de anos que são feitas regularmente limpezas dos espaços públicos. Por exemplo, no caso do ribeiro e poça da Eira, era constrangedor observar a lixeira que por ali abundava - e como é fácil de imaginar, aquele lixo teve que vir de algum lado. A JF deve assumir as suas responsabilidades, pois é uma das competência regulamentadas das Juntas de Freguesia, mas os munícipes também têm um importante papel a desempenhar em toda esta situação. Não deitem lixo para o chão e baldios - Por uma Freguesia mais limpa!

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