Datada de 1927, contém nela o mistério da morte de António Almeida, jovem de cerca de 33 anos, natural de Forninhos. Vivia em Taunton, Condado de Bristol, Massachusetts, EUA e morreu no Condado de Providence, Rhode Island, EUA.
A história de António Almeida, como é conhecida a partir de relatos contemporânos, é a de um jovem da família dos "Ferreiros" que havia emigrado para os Estados Unidos da América, ter sido assassinado numa festa, a tiros de pistola.
A notícia atravessou o oceano e deixou perplexo e incrédulo, o povo de Forninhos.
Segundo o maior número de informações, ele era filho do José Augusto de Almeida e de Rosa Fernandes e gabava-se de andar com a esposa de um outro forninhense, David Ribeiro; outros que queria apenas dançar com ela...
Mas pelo site Memorial, que todos podem consultar aqui e traduzir para português, António Almeida, era solteiro e filho de Joaquim Almeida, o que pode indicar ser outra pessoa, mas não cremos, possivelmente houve um erro no levantamento feito pela Senhora Deanne Orabona que espera informações complementares de colaboradores, uma vez que existe um botão "SUGGEST EDITS".
A não informação exacta da sua idade (aged 32-33) faz-nos acreditar noutra informação não exacta. De facto o António nasceu em 1893 (24-09-1893) e não em 1894.
O registo de casamento de uma outra filha do Augusto "ferreiro" (Adelina) que residia também em Taunton (vide registo), igualmente nos leva a acreditar que se trata do António Almeida assassinado pelo David Ribeiro, filho de António Ribeiro, de Forninhos e Maria Quitéria,de Esmolfe (nascido em 1889).
De qualquer forma é um Almeida de Forninhos, que morreu jovem, com feridas de pistola e esta lápide relembra essa morte violenta que chocou a comunidade local.
Contributo de Aurélio Fernandes, bisneto de Augusto Almeida.
Acho que o David Ribeiro fazia parte da família dos Ratos, não sei, mase pela linhagem, faço parte da família dos Ferreiros e consequentemente, do atirador mortífero, tenho resquícios de bandido...Quanto a mim, as coisas que aconteceram por lá e poucas nao foram, vinham de demandas de Portugal, jamais fomos de comer e calar, muito menos quando tocava na arrogância masculina e por tal ao modo dos Sicilianos, faziam o juramento de sangue, pobres coitados que nem letrados eram...
ResponderEliminarPara quê? deixar o António uma criança orfâ de pai, o outro porventura a cadeia para toda a vida, afinal o El Dorado...
Afinal, vim hoje a saber que faço parte da família do morto e não do pistoleiro. Fico mais descansado, o que não invalida que não "possa" ter resquícios de bandidagem...
EliminarAntónio Almeida, que morreu numa festa, era primo direito do teu pai, sobrinho do teu avô Franscisco.
EliminarE, acho que sim, o David Ribeiro pertencia à família dos "ratos", umas das muitas alcunhas usadas na nossa terra.
O meu pai ainda conheceu, aquando duma sua passagem pelos "States"o filho do António Almeida, que chamavam de Tony.
Obrigado por dar a conhecer... Bj
ResponderEliminarDe nada, infelizmente há imensas histórias por trás das pedras de assassinato.
EliminarBj
Puxa, interessante essa lápide e história! beijos, chica
ResponderEliminarAs histórias que as nossas gentes contam nem sempre são de influência mourisca, de almas do outro mundo ou de feiticeiras. Algumas são bem reais e terríveis, mas porque quase sempre representam uma crítica social, não são contadas na frente de pessoas directa ou inderectamente a quem são atribuídas, senão em caso de desentendimento. Com o tempo, perdem-se no tempo e ninguém se lembrará do caso X ou Y.
EliminarBeijos.
Um relato interessante e que traz questionamentos a Forninhos. Um tempo ido, mas histórico.
ResponderEliminarGostei de ler, Paula.
O meu carinho nesta quinta-feira.
Pois, é caso para dizer que somos mesmo o produto do caldeamento de várias raças e uma síntese dos defeitos e qualidades de todas elas.
EliminarNesses tempos, as pessoas da nossa aldeia, só conheciam a cultura da rudeza, viviam no ciclo fechado do seu ambiente, por isso, nem custa compreender muitas das suas atitudes!
Hoje há mais cultura, ainda assim...
Bjs, tudo de bom!
Muito interessante a história deste cidadão de Forninhos emigrado nos EUA que infelizmente teve um fim triste, aproveito para desejar um bom fim-de-semana.
ResponderEliminarAndarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Pena as pessoas com conhecimentos da realidade fáctica (e sei que as há), não falarem do acontecido, não era mal nenhum, se atendermos à mentalidade da época, à euforia da festa e talvez aos efeitos do álcool que, eventualmente, não deixaria de estar presente.
EliminarBom fim-de-semana.
ResponderEliminarOla a todos
Recuar 100 / 200 anos é um exercicio fascinante que não está ao
alcance de todos.
Neste Blog conseguem . Admiro-vos.
Bom Domingo e Boas Ferias
MG
Obrigada. .
EliminarA viver longe de Forninhos, dificilmente poderei fazer melhor.
Um abraço forninhense.
Bom dia Paula,
ResponderEliminarSó o facto de se passarem longe já fazia com que essas histórias tivessem um maior relevo.
Situações tristes, que neste caso, Forninhos eternizou na placa.
Um beijinho e ótima semana.
Ailime
Olá Ailime,
EliminarNão tenho a mínima ideia de como a tragédia da morte terá chegado a Forninhos, mas nesse tempo é sabido que a dor de um era a dor da comunidade.
Beijinho, boa semana.
Foi tudo uma desgraceira
ResponderEliminarLá pela comunidade
Que ali havia chegado
Com rancores bem guardados
E prontos a rebentar
Lá na festa da cidade
Haviam de ter vergonha
Em estarem em terra alheia
Esqueciam a bebedeira
Para isso tinham idade
Na terra era uma enxada
Mas aqui no paraíso
Como nao tinham mais nada
Era a tiro de pistola
O que lhes vinha ao juizo
Eram coisas do passado
Que embora o barco carregado
Parecendo carregar por detrás
Coisas boas, coisas más
Ai tanta inquientação
Chegando ao ponto de tal
Que David matou António
Por ciúmes desgraceiros
E aqui se não me engano
Talvez por tal o demónio
À coisa não fosse alheio
Se Caim matou Abel
Aos olhos de Jesus Cristo
Quem vinha para a terra do mel
Que podemos dizer disto?
O certo é que morreu gente
Num filme à americana
Daqueles de televisão
Que ainda hoje é presente
Como se fosse visão
Mas crua a realidade
Não fosse morto um irmão!
XicoAlmeida: gostei da descrição com rima, parece aquela literatura de cordel cantada pelos cegos papelistas. Obrigada.
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