Seguidores

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Lápide de assassinato

Datada de 1927, contém nela o mistério da morte de António Almeida, jovem de cerca de 33 anos, natural de Forninhos. Vivia em Taunton, Condado de Bristol, Massachusetts, EUA e  morreu no Condado de Providence, Rhode Island, EUA.


A história de António Almeida, como é conhecida a partir de relatos contemporânos, é a de um jovem da família dos "Ferreiros" que havia emigrado para os Estados Unidos da América, ter sido assassinado numa festa, a tiros de pistola.
A notícia atravessou o oceano e deixou perplexo e incrédulo, o povo  de Forninhos. 
Segundo o maior número de informações, ele era filho do José Augusto de Almeida e de Rosa Fernandes e gabava-se de andar com a esposa de um outro forninhense, David Ribeiro; outros que queria apenas dançar com ela...
Mas pelo site Memorial, que todos podem consultar aqui e traduzir para português, António Almeida, era solteiro e filho de Joaquim Almeida, o que pode indicar ser outra pessoa, mas não cremos, possivelmente houve um erro no levantamento feito pela Senhora Deanne Orabona que espera informações complementares de colaboradores, uma vez que existe um botão "SUGGEST EDITS".
A não informação exacta da sua idade (aged 32-33) faz-nos acreditar noutra informação não exacta. De facto o António nasceu em 1893 (24-09-1893) e não em 1894.
O registo de casamento de uma outra filha do Augusto "ferreiro" (Adelina) que residia também em Taunton (vide registo), igualmente nos leva a acreditar que se trata do António Almeida assassinado pelo David Ribeiro, filho de António Ribeiro, de Forninhos e Maria Quitéria,de Esmolfe (nascido em 1889).
De qualquer forma é um Almeida de Forninhos, que morreu jovem, com feridas de pistola e esta lápide relembra essa morte violenta que chocou a comunidade local.

Contributo de Aurélio Fernandes, bisneto de Augusto Almeida.

17 comentários:

  1. Acho que o David Ribeiro fazia parte da família dos Ratos, não sei, mase pela linhagem, faço parte da família dos Ferreiros e consequentemente, do atirador mortífero, tenho resquícios de bandido...Quanto a mim, as coisas que aconteceram por lá e poucas nao foram, vinham de demandas de Portugal, jamais fomos de comer e calar, muito menos quando tocava na arrogância masculina e por tal ao modo dos Sicilianos, faziam o juramento de sangue, pobres coitados que nem letrados eram...
    Para quê? deixar o António uma criança orfâ de pai, o outro porventura a cadeia para toda a vida, afinal o El Dorado...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Afinal, vim hoje a saber que faço parte da família do morto e não do pistoleiro. Fico mais descansado, o que não invalida que não "possa" ter resquícios de bandidagem...

      Eliminar
    2. António Almeida, que morreu numa festa, era primo direito do teu pai, sobrinho do teu avô Franscisco.
      E, acho que sim, o David Ribeiro pertencia à família dos "ratos", umas das muitas alcunhas usadas na nossa terra.
      O meu pai ainda conheceu, aquando duma sua passagem pelos "States"o filho do António Almeida, que chamavam de Tony.

      Eliminar
  2. Obrigado por dar a conhecer... Bj

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. De nada, infelizmente há imensas histórias por trás das pedras de assassinato.
      Bj

      Eliminar
  3. Puxa, interessante essa lápide e história! beijos, chica

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. As histórias que as nossas gentes contam nem sempre são de influência mourisca, de almas do outro mundo ou de feiticeiras. Algumas são bem reais e terríveis, mas porque quase sempre representam uma crítica social, não são contadas na frente de pessoas directa ou inderectamente a quem são atribuídas, senão em caso de desentendimento. Com o tempo, perdem-se no tempo e ninguém se lembrará do caso X ou Y.
      Beijos.

      Eliminar
  4. Um relato interessante e que traz questionamentos a Forninhos. Um tempo ido, mas histórico.
    Gostei de ler, Paula.
    O meu carinho nesta quinta-feira.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pois, é caso para dizer que somos mesmo o produto do caldeamento de várias raças e uma síntese dos defeitos e qualidades de todas elas.
      Nesses tempos, as pessoas da nossa aldeia, só conheciam a cultura da rudeza, viviam no ciclo fechado do seu ambiente, por isso, nem custa compreender muitas das suas atitudes!
      Hoje há mais cultura, ainda assim...
      Bjs, tudo de bom!

      Eliminar
  5. Muito interessante a história deste cidadão de Forninhos emigrado nos EUA que infelizmente teve um fim triste, aproveito para desejar um bom fim-de-semana.

    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pena as pessoas com conhecimentos da realidade fáctica (e sei que as há), não falarem do acontecido, não era mal nenhum, se atendermos à mentalidade da época, à euforia da festa e talvez aos efeitos do álcool que, eventualmente, não deixaria de estar presente.
      Bom fim-de-semana.

      Eliminar

  6. Ola a todos
    Recuar 100 / 200 anos é um exercicio fascinante que não está ao
    alcance de todos.
    Neste Blog conseguem . Admiro-vos.

    Bom Domingo e Boas Ferias
    MG

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada. .

      A viver longe de Forninhos, dificilmente poderei fazer melhor.

      Um abraço forninhense.

      Eliminar
  7. Bom dia Paula,
    Só o facto de se passarem longe já fazia com que essas histórias tivessem um maior relevo.
    Situações tristes, que neste caso, Forninhos eternizou na placa.
    Um beijinho e ótima semana.
    Ailime

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Ailime,
      Não tenho a mínima ideia de como a tragédia da morte terá chegado a Forninhos, mas nesse tempo é sabido que a dor de um era a dor da comunidade.
      Beijinho, boa semana.

      Eliminar
  8. Foi tudo uma desgraceira
    Lá pela comunidade
    Que ali havia chegado
    Com rancores bem guardados
    E prontos a rebentar
    Lá na festa da cidade
    Haviam de ter vergonha
    Em estarem em terra alheia
    Esqueciam a bebedeira
    Para isso tinham idade
    Na terra era uma enxada
    Mas aqui no paraíso
    Como nao tinham mais nada
    Era a tiro de pistola
    O que lhes vinha ao juizo
    Eram coisas do passado
    Que embora o barco carregado
    Parecendo carregar por detrás
    Coisas boas, coisas más
    Ai tanta inquientação
    Chegando ao ponto de tal
    Que David matou António
    Por ciúmes desgraceiros
    E aqui se não me engano
    Talvez por tal o demónio
    À coisa não fosse alheio
    Se Caim matou Abel
    Aos olhos de Jesus Cristo
    Quem vinha para a terra do mel
    Que podemos dizer disto?
    O certo é que morreu gente
    Num filme à americana
    Daqueles de televisão
    Que ainda hoje é presente
    Como se fosse visão
    Mas crua a realidade
    Não fosse morto um irmão!


    ResponderEliminar
    Respostas
    1. XicoAlmeida: gostei da descrição com rima, parece aquela literatura de cordel cantada pelos cegos papelistas. Obrigada.

      Eliminar

Não guardes só para ti a tua opinião. Partilha-a com todos.